PASSAGEIRO MORRE AO FICAR PRESO ENTRE METRÔ E PORTA DE PLATAFORMA DA ESTAÇÃO CAMPO LIMPO
Um passageiro morreu na manhã de terça-feira (6) depois de ficar preso entre o trem e a porta da plataforma da estação Campo Limpo da linha 5-lilás, na zona sul de São Paulo.
O acidente ocorreu por volta
das 8h, quando as estações têm grande fluxo de passageiros.
TESTEMUNHA
Um passageiro disse que a
cena foi desesperadora.
"A porta fechou, a primeira
porta do desembarque dos passageiros e a porta do trem, junto com o rapaz. O
trem passou por cima dele. Todo mundo começou a chorar na hora, foi
desesperador. Não sei nem como mencionar na verdade, não tenho nem cabeça pra
isso. Ele ficou preso entre o trem e a porta", afirmou o gestor comercial
Bruno Moreira Costa, em entrevista à TV Globo.
VIA MOBILIDADE RESPONSÁVEL
PELA VIA
"Mesmo após todos os
alarmes visuais e sonoros, ele tentou entrar no trem e acabou ficando preso
entre as portas. Neste momento, todos os esforços da concessionária estão
concentrados na identificação da vítima, que não portava documentos, e de seus
familiares para prestar o suporte necessário", afirmou a ViaMobilidade,
que lamentou o acidente.
A empresa ressaltou que está
colaborando com as autoridades e que está registrando boletim de ocorrência.
ESPECIALISTA APONTA FALHA
Luis Kolle, presidente da
AEAMESP (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô), afirmou que mesmo o
passageiro tendo responsabilidade no acidente, houve falha no sistema.
"A atitude do passageiro
foi indevida, mas a gente não pode culpar a vítima. Houve uma fatalidade, mas é
preciso pensar na melhoria do sistema, porque se aconteceu de uma pessoa ficar
presa, alguma coisa no sistema falhou", afirmou.
De acordo com Kolle, em uma
situação de risco o trem não deveria ter conseguido partir.
"O trem não deveria ter
conseguido partir. Ali tem que ter um sensor, tem que detectar que tem uma
pessoa ali. A porta de plataforma teria de abrir de novo. A porta do trem até
poderia permanecer fechada, mas a porta de plataforma deveria abrir para a
pessoa sair dali da zona de risco. Algum erro de procedimento, alguma falha
aconteceu", afirmou.
Apesar da avaliação, o
presidente da associação reforçou que somente a perícia técnica vai poder
afirmar as causas do acidente.
PLATAFORMA
A porta da plataforma
funciona como uma proteção que bloqueia o acesso ao trilho e impede a queda de
algum passageiro quando o trem não está no local. Quando o trem para na
plataforma e fecha as portas, fica um espaço entre a porta da plataforma e a do
trem. Foi nesse vão que o passageiro ficou preso.
NOTA DA CONCESSIONÁRIA
Em nota, a concessionária diz
que a linha 5-lilás dispõe de um sistema, utilizado nacional e
internacionalmente, de sensores de obstrução de portas para impedir que os
trens partam com as portas abertas, mas não de presença.
"No caso em questão,
mesmo após os alarmes visuais e sonoros, ao tentar entrar no vagão, o
passageiro acabou ficando no espaço entre o trem e a plataforma, onde não há
sensores. Como tanto as portas de plataforma quanto as do vagão estavam
fechadas, o trem partiu", afirma trecho da nota da empresa, que diz
realizar regularmente campanhas para alertar os passageiros sobre a importância
de não entrar nem sair do trem após os alarmes nem tentar segurar as portas.
Mesmo após os alarmes visuais
e sonoros, ao tentar entrar no vagão, o passageiro acabou ficando no espaço
entre o trem e a plataforma, onde não há sensores. Como tanto as portas de
plataforma quanto as do vagão estavam fechadas, o trem partiu
A plataforma tem aviso sonoro
e luminoso, mensagem por alto-falantes, faixa amarela de sinalização de
segurança, e sensores de movimento nas portas do vagão.
EMPRESA INSTALARÁ SENSORES
NOS VÃOS DA PLATAFORMA
O vão entre o trem e a porta
da plataforma das estações da Linha 5-Lilás do metrô, administradas pela
ViaMobilidade, não tem sensores de presença, que evitam esmagamento. A
tecnologia pode detectar a presença de uma pessoa nesse espaço e impedir que o
trem continue viagem.
A empresa instalará sensores de presença nesses espaços, entre a porta do trem e a porta da plataforma. Com isso, qualquer objeto, qualquer pessoa, qualquer coisa que esteja ali, será detectado e a porta não fechará. Fonte: Folha de São Paulo - 6.mai.202;g1 SP - 07/05/2025;UOL - 07/05/2025
Comentário de Rodrigo Leal da
Veiga
Vamos falar de clareza,
coerência, lógica, discernimento, de bom senso. Obviamente sentimos pela morte
de qualquer pessoa nessas condições, é lamentável. Dito isso, sejamos no mínimo
lúcidos. Os trens não saem dos trilhos, o sistema é fixo, os acessos, as portas,
os sinais sonoros, visuais, luminosos, tudo que orienta o passageiro sempre
esteve lá, o sistema está ativo a vários anos, todo o processo de embarque e
desembarque é visual, uns podem ver os outros usando o sistema. Os acidentes
desse tipo quase sempre ocorrem por imprudência, do usuário, principalmente em
SP, com milhões de pessoas usando o transporte e se colocando em risco por
pressa, irresponsabilidade, falta de atenção, por brincadeira, por não ter amor
a própria vida. Li uma matéria surpreendente a respeito dos metros de Londres e
NY, fiquei surpreso com a quantidade de passageiros retirados sem vida dos
trilhos, pelos mais diversos motivos, falta de segurança é o menor deles.
