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segunda-feira, março 25, 2024

CEMIG FAZ RAIO-X DOS ACIDENTES DE ORIGEM ELÉTRICA NO BRASIL

 Os acidentes envolvendo eletricidade continuam causando mortes e deixando pessoas feridas no Brasil. De acordo com o Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica 2023 – ano base 2022, produzido pela Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), ocorreram 1.828 acidentes no Brasil, resultando em 686 mortes. Segundo o estudo, apenas em Minas Gerais, foram 132 ocorrências que resultaram em 35 óbitos no ano passado.   

SUBESTIMADO OS INCIDENTES

Apesar do alto número, a Abracopel acredita que os números reais possam ser até três vezes maiores, uma vez que nem todos os incidentes são registrados pela associação. Portanto, é provável que o número de mortes relacionadas a acidentes elétricos no Brasil esteja mais próximo de 2 mil.   

CAUSADORES DE ACIDENTES ELÉTRICOS

De acordo com a Abracopel, os principais causadores de acidentes elétricos são;

·        fios desencapados e de má qualidade,

·        utilização de "Ts" e benjamins (grandes causadores de incêndios),

·        mau uso da energia e

·        acidentes na construção civil, entre outros.   

FIOS DESENCAPADOS E DE MÁ QUALIDADE EM RESIDÊNCIAS 

Acidentes causados por fios desencapados representam uma séria preocupação em termos de segurança elétrica, especialmente dentro das casas. Fios elétricos desencapados podem expor a corrente elétrica, aumentando o risco de choques elétricos e curtos-circuitos. Essas situações podem levar a incêndios, danos aos equipamentos elétricos e, em casos mais graves, lesões ou até mesmo a morte.   

"A exposição dos fios elétricos geralmente ocorre devido a desgaste, mau isolamento, instalação inadequada ou danos físicos aos cabos. É essencial que todas as instalações elétricas sejam realizadas por profissionais qualificados, seguindo as normas de segurança adequadas. Além disso, é fundamental que essas instalações sejam inspecionadas periodicamente para identificar e corrigir esses riscos", explica César Souza, técnico de Segurança do Trabalho da Cemig.    

Conforme o Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica da Abracopel, em 2022 ocorreram 874 incêndios devido à sobrecarga de energia no Brasil, resultando em 55 mortes e causando danos a propriedades residenciais, comerciais e industriais. Esse número representa um aumento de 35% em relação a 2021, quando ocorreram 590 incêndios com 47 mortes.   

"TS" E BENJAMINS PODEM CAUSAR SOBRECARGAS NAS REDES DAS CASAS 

A utilização de réguas de tomadas ("Ts"), benjamins e extensões para conectar simultaneamente vários aparelhos é comum em muitos lares brasileiros. No entanto, essa prática é perigosa, pois pode causar sobrecarga de energia e curtos-circuitos em redes residenciais que não foram projetadas para suportar a carga elétrica exigida, resultando em incêndios e até acidentes fatais.   

Caso seja necessário conectar vários equipamentos em uma única tomada, o ideal é usar um filtro de linha que desligue automaticamente em caso de sobrecarga de energia. "Os filtros de linha podem ser usados, desde que o dispositivo interno de proteção esteja funcionando corretamente e não tenha sofrido alterações", explica o técnico da Cemig. Além disso, é importante destacar que as improvisações nas instalações elétricas são totalmente desaconselhadas e perigosas.    

MAU USO DE ENERGIA NOS AMBIENTES INTERNOS 

Com a popularização dos smartphones, as pessoas adquiriram o hábito perigoso de usar o dispositivo enquanto está conectado à tomada. Isso pode resultar em acidentes graves. Segundo o especialista da Cemig, os incêndios podem ocorrer durante o carregamento do celular. "Normalmente, isso acontece quando há um curto-circuito na bateria. Há um problema com o carregador, que envia uma tensão maior do que o celular suporta. Com esse curto-circuito, o aparelho superaquece e entra em combustão", explica o especialista. "A bateria não tem potência para causar um dano tão grande em condições normais. Em todos os casos que conheço, o aparelho estava conectado a uma tomada e, durante o carregamento, a bateria superaqueceu e explodiu", completa.   

CONSTRUÇÃO CIVIL   

De acordo com dados da Abracopel, somente no ano passado, no Brasil, 104 trabalhadores da construção civil perderam a vida em acidentes com a eletricidade, seja no ambiente do trabalho ou em toques involuntários nas redes das distribuidoras. Os tipos de profissionais que tiveram mais óbitos nessa atividade foram pedreiros e ajudantes (34), eletricistas autônomos (31) e pintores ou ajudantes (20).   

A Abracopel destaca ainda que há dois tipos de acidentes: o interno (quando acontece dentro do canteiro da obra) e o externo (que é ocasionado por toque acidental na rede da distribuidora de energia elétrica). Somente no ano passado, em Minas Gerais, foram 23 acidentes, com nove mortes. A principal causa foi o toque acidental nos cabos das distribuidoras de energia (11 ocorrências e 4 óbitos).   

Na construção civil, o maior risco de acidentes é relacionado com as tarefas realizadas na mesma altura da rede de média tensão, como a reforma de telhado e construção de segundo e terceiro pavimentos, por exemplo. “É preciso ter muito cuidado, porque na rede de média tensão nem é necessário o contato direto para se machucar. A simples aproximação já pode causar choque de até 13.800 Volts, o que provoca queimaduras graves e até mesmo a morte”, alerta o especialista da Cemig.   

PINTOR

Os profissionais que utilizam cabos de rolo de pintura feitos de alumínio ou de outros materiais condutores de eletricidade também devem ser bem cautelosos na hora do manuseio. César Souza também alerta que cabos de madeira também conduzem eletricidade ao tocar ou se aproximar da rede de alta tensão e expõem as pessoas ao mesmo risco de choque elétrico.    

EQIIPAMENTO DE PROTEÇÃO

“É importante ressaltar que a utilização de equipamentos de proteção individuais e coletivos para impedir a queda de nível para trabalhos em altura também são indispensáveis. Boa parte dos acidentes com a rede elétrica é provocada pela queda e não pelo choque em si, inclusive as fatalidades. Por isso, é preciso ter toda atenção com este tipo de trabalho”, finaliza o especialista.   Fonte: Cemig ( Companhia Energética de Minas Gerais S.A. )- 9 agosto 2023    

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segunda-feira, dezembro 11, 2023

CINCO CRIANÇAS FICAM FERIDAS APÓS QUEDA DE RAIO EM NOVA FRIBURGO, NO RJ

 Cinco crianças que estavam embaixo de uma árvore ficaram feridas depois que o local foi  

atingido por um raio na tarde de terça-feira (5 de dezembro) no bairro Cordeira, em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio de Janeiro.

Quatro meninas e um menino estavam em baixo da árvore, lendo a Bíblia. "O raio caiu atingindo a árvore, com isso deu grande clarão e um forte estrondo. Chamas de fogo subiram pela raiz da árvore e queimaram parte do corpo das crianças, a roupa e a Bíblia que estava com elas", disse uma das pessoas que estava no local. A árvore fica entre à Escola Padre Rafael e a Unidade Básica de Saúde do bairro. Elas sofreram queimaduras de primeiro grau e estão estáveis, segundo o hospital

ATENDIMENTO

A Prefeitura de Nova Friburgo informou que os funcionários da UBS fizeram os primeiros atendimentos e, depois, a ambulância da Secretaria de Saúde e os Bombeiros realizaram o resgate, levando as crianças para o Hospital Municipal Raul Sertã.

Os funcionários da escola acompanharam todo o atendimento e acionaram responsáveis para que seguissem com as crianças até o hospital, onde foram imediatamente atendidas.

HOSPITALIZAÇÃO

De acordo com o boletim médico, divulgado pelo Hospital Municipal Raul Sertã, as crianças estão estáveis, passando por diversos exames e apresentam queimaduras de primeiro grau nas pernas, braços e mãos.

O avô de uma das crianças, uma menina de 8 anos, disse que a neta saiu do local com as mãos no ouvido, se queixando que não estava conseguindo ouvir mais.

Equipe de serviço social e psicologia do Hospital Municipal Raul Sertã estão prestando a assistência às crianças e familiares. Fonte: g1 — Nova Friburgo - 05/12/2023

 Comentário:

Para evitar acidentes com relâmpagos as seguintes regras de proteção pessoal, listadas abaixo, devem ser seguidas:

1. Se possível, não saia para a rua ou não permaneça na rua durante as tempestades, a não ser que seja absolutamente necessário. Nestes casos, procure abrigo nos seguintes lugares:

■ Carros não conversíveis, ônibus ou outros veículos metálicos não conversíveis;

■ Em moradias ou prédios, de preferência que possuam proteção contra raios;

■ Em abrigos subterrâneos, tais como metrôs ou túneis, em grandes construções com estruturas metálicas, ou em barcos ou navios metálicos fechados.

2. Se estiver dentro de casa, evite:

■ Usar telefone com fio ou celular ligado a rede elétrica (utilize telefones sem fio);

■ Ficar próximo de tomadas e canos, janelas e portas metálicas;

■ Tocar em qualquer equipamento elétrico ligado a rede elétrica.

3. Se estiver na rua, evite:

■ Segurar objetos metálicos longos, tais como varas de pesca e tripés;

■ Empinar pipas e aeromodelos com fio;

■ Andar a cavalo;

4. Se possível, evite os seguintes lugares que possam oferecer pouca ou nenhuma proteção contra raios:

■ Pequenas construções não protegidas, tais como celeiros, tendas ou barracos;

■ Veículos sem capota, tais como tratores, motocicletas ou bicicletas;

■ Estacionar próximo a árvores ou linhas de energia elétrica.

5. Se possível, evite também certos locais que são extremamente perigosos durante uma tempestade, tais como:

■ Topos de morros ou cordilheiras;

■ Topos de prédios;

■ Áreas abertas, campos de futebol ou golfe;

■ Estacionamentos abertos e quadras de tênis;

■ Proximidade de cercas de arame, varais metálicos, linhas aéreas e trilhos;

■ Proximidade de árvores isoladas;

■ Estruturas altas, tais como torres, linhas telefônicas e linhas de energia elétrica.

6. Se você estiver em um local sem um abrigo próximo e sentir que seus pêlos estão arrepiados, ou que sua pele começou a coçar, fique atento, já que isto pode indicar a proximidade de um raio que está prestes a cair. Neste caso, ajoelhe-se e curve-se para frente, colocando suas mãos nos joelhos e sua cabeça entre eles. Não fique deitado.  Fonte: INPE/ELAT - Grupo de Eletricidade Atmosférica

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quarta-feira, abril 26, 2023

CHOQUE ELÉTRICO MATA 2 BRASILEIROS POR DIA

'Fui pegar pipa e perdi braços e perna': choque elétrico mata 2 brasileiros por dia

Dois brasileiros morrem por dia, em média, por choques elétricos

Era fevereiro de 2020, Renato estava ajudando o pedreiro nas obras de ampliação do seu imóvel em São José do Rio Preto (SP), quando levou um choque elétrico ao retirar a última camada de concreto da máquina betoneira. Apesar do socorro, o rapaz de 27 anos acabou não resistindo.

Situação parecida aconteceu com Lucas, que durante um pré-carnaval, no centro de São Paulo, em 2018, tocou em um poste energizado e morreu após sofrer um choque elétrico.

"Até hoje a palavra choque me choca, pois é muito triste saber que seu filho saiu para se divertir e nunca mais voltou para casa por conta de um acidente que poderia ter sido evitado", diz Carla, mãe do jovem que morreu aos 22 anos.

Fios desencapados, uso constante de 'benjamins' ou 'Ts' por falta de tomadas elétricas, compra de equipamentos eletrônicos sem certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e manuseio incorreto da energia elétrica estão na lista das principais causas de acidentes envolvendo a eletricidade no Brasil.

 Dados da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel) revela que em dez anos, 6.312 pessoas morreram por choque elétrico no país. Uma média de quase duas mortes por dia.

Para se ter uma ideia, apenas em 2022, 592 brasileiros morreram enquanto manuseavam um equipamento movido a eletricidade dentro de casa ou no trabalho.

"Apesar do número já ser alarmante, estimamos que esses dados são até três vezes maior, pois o levantamento que realizamos é com base em pesquisas na internet. Ou seja, muitas mortes são subnotificadas. Assim, se tivemos 592 mortes por choque elétrico no Brasil, em 2022, provavelmente, estamos falando de aproximadamente 1,8 mil mortes", estima Edson Martinho, diretor executivo da Abracopel.

Em média, 87% dos óbitos por choque elétrico no Brasil são de pessoas do gênero masculino e somente 13% de pessoas do gênero feminino.

Isso ocorre, principalmente, pelo fato de os trabalhadores que atuam direta e indiretamente com a eletricidade serem em sua maior parte do gênero masculino e por homens - mesmo aqueles sem a devida formação - serem maioria dos que tentam solucionar problemas dentro de casa envolvendo eletricidade.

No país, a região Nordeste é a que concentra a maior parte das mortes por choque elétrico. Em dez anos, a região registrou 2.631 óbitos nessa categoria, o que corresponde a 41,6% das mortes do país.

"Ainda estamos tentando descobrir e comprovar as motivações para que todos os anos tanta gente morra de choque elétrico no Nordeste. Mas o que a gente observa é que a fiscalização é pequena, o conhecimento sobre os riscos da eletricidade não é eficiente e muitas pessoas em busca de mão de obra mais barata contratam profissionais que não são capacitados. Isso tudo, infelizmente, acaba resultando em morte", aponta Martinho.

No ranking, a região Sudeste aparece na segunda posição (1.239 mortes), seguida pela região Sul (1.024 mortes), Centro-oeste (735 mortes) e Norte (683 mortes).

PERIGO PODE ESTAR DENTRO DE CASA

Estimativa da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) aponta que choques elétricos correspondem a cerca de 3% a 5% do total de acidentes por queimaduras registradas anualmente no Brasil

Grande parte das mortes por choque elétrico no Brasil acontece dentro de casa e envolve pessoas comuns que, ao manusear equipamentos simples, cometem erros e sofrem acidentes, segundo os especialistas.

As ocorrências geralmente são causadas pela energização acidental dos equipamentos elétricos que possuem envoltório metálico, falta de manutenção dos equipamentos e ausência de aterramento elétrico na residência.

"Acidentes com extensão e benjamins ou ‘Ts’ também são significativamente elevados. É necessário observar que estes equipamentos não são regulares e, por esse motivo, não fazem parte de qualquer controle de qualidade - desta forma, precisam ser evitados pelos usuários", alerta Edson.

Segundo o capitão André Elias, porta-voz do Corpo de Bombeiros de São Paulo, a falta de conhecimento sobre os perigos envolvendo a eletricidade é uma das principais barreiras no combate aos acidentes.

"Muita gente ignora os riscos envolvendo a eletricidade e acaba por realizar procedimentos que teriam que ser feitos por um profissional especializado. Só que o barato pode sair caro", falou o capitão.

Em casa, atitudes simples podem ser cruciais para evitar acidentes. É o caso, por exemplo, de nunca usar aparelhos elétricos em locais com água, ou com as mãos e os pés molhados.

"Algumas pessoas adquiriram o hábito de levar equipamentos elétricos para o banheiro, como celular e o rádio portátil, e isso também representa um risco, principalmente, quando você toca nele com as mãos molhadas e com ele carregando", orienta Martinho.

PRINCIPAIS CAUSAS DE ACIDENTE DE TRABALHO

Entre 2013 e 2022, 15% das mortes envolvendo eletricidade no país foram de pedreiros, instaladores ou pintores

Outra causa recorrente de acidentes envolvendo a eletricidade ocorre com pedreiros e instaladores de TV a cabo, telefonia, toldos e calhas.

Com eles, geralmente, os acidentes acontecem durante trabalho próximo à rede aérea de distribuição de energia.

Segundo Ricardo Sebba, médico do trabalho e membro da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), o choque elétrico está entre as quatro principais causas de acidente de trabalho no Brasil.

"Mesmo com as normas regulamentadoras atualizadas e abrangentes, ainda enfrentamos muito desrespeito à legislação vigente, que abre caminho para ocorrências de acidente de trabalho", assinala.

Sebba ressalta que, além da falta de conhecimento adequado, muitos acidentes de trabalho envolvendo eletricidade ocorrem por jornada de trabalho excessiva e falta de equipamentos de segurança.

"No Brasil, profissionais da construção civil, distribuição e geração de energia são os que mais sofrem acidentes envolvendo a eletricidade no local de trabalho. Instalações provisórias sem o cumprimento de regras básicas e adversidade dos locais de prestação de serviço contribuem para essa estatística", explica.

É o que revelam dados da Abracopel. Entre 2013 e 2022, 15% das mortes envolvendo eletricidade no país foram de pedreiros, instaladores ou pintores.

O levantamento aponta 513 óbitos de pedreiros ou ajudantes; 207 de instaladores de TV a cabo, telefonia, placas solares, toldos e calhas; e 199 de pintores ou ajudantes.

PIPA

'Fui pegar uma pipa e perdi os dois braços e uma perna'. Foi o simples ato de pegar uma pipa ao lado da rede elétrica que deixou Gleisson Rodrigues Batista sem os dois braços e a perna direita, quando ainda tinha 11 anos.

"Só lembro que sentia meu corpo duro e não conseguia falar com as pessoas ao meu redor. Nem abrir a boca eu conseguia", lembra.

O acidente que aconteceu na favela Cabana Pai Tomás, em Belo Horizonte (MG) há 29 anos não apenas mudou a vida dele, como também o alertou sobre os perigos da eletricidade.

"A gente, quando criança, não tem muita noção dos perigos. Na época, estava com meus primos e peguei uma barra de ferro para tirar a pipa enroscada dos fios. Levei uma descarga elétrica de 13,8 mil volts."

Acidentes como o de Gleisson, envolvendo crianças e adolescentes, são mais comuns do que se imagina. Levantamento feito com base em dados da Abracopel aponta que choques elétricos mataram 688 brasileiros entre zero e 15 anos nos últimos dez anos.

"Fora o tradicional acidente com pipa, temos muitos casos de acidente dentro de casa, quando a criança coloca objetos metálicos ou até a mão dentro da tomada. Ela não tem noção que aquilo é um perigo - por isso, a importância de os pais ficarem atentos", diz Martinho.

Conscientização sobre os perigos da eletricidade que, hoje, Gleisson aplica dentro de casa com os dois filhos.

"Eu não nasci deficiente, mas me tornei deficiente por conta de um choque elétrico. Por isso, sempre digo que todo cuidado com a eletricidade é importante", diz.

COMO O CHOQUE ELÉTRICO AGE NO CORPO HUMANO

Quando uma pessoa recebe um choque elétrico, várias são as lesões que ele pode causar no corpo da vítima. Por esse motivo, cada caso deve ser analisado individualmente por um médico.

"O choque elétrico pode causar uma variedade de lesões, que podem ir desde queimaduras leves até a morte", explica Marcus Vinicius Viana da Silva Barroso, presidente da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ).

Entre as lesões mais comuns estão queimaduras na pele, geralmente na entrada e saída da corrente elétrica; fibrilação ventricular (uma condição em que o coração bate de forma descoordenada, o que pode levar à parada cardíaca e à morte); e até lesão muscular e no sistema nervoso central.

Estudos também mostram que vítimas de choque elétrico são mais suscetíveis a experimentar problemas psicológicos, como ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).

"É importante lembrar que mesmo os choques elétricos aparentemente leves podem ter consequências graves e duradouras. Portanto, é fundamental seguir todas as precauções de segurança ao lidar com eletricidade e, quando sofrer um acidente, procurar ajuda", alerta Barroso.

O QUE FAZER EM CASO DE ACIDENTE

Estimativa da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) aponta que choques elétricos correspondem a cerca de 3% a 5% do total de acidentes por queimaduras registradas anualmente no país. Contudo, quando analisado o número de óbitos, esse percentual sobe para 46%.

"Existe uma diferença no tratamento da queimadura tradicional com fogo e a envolvendo choque elétrico. As queimaduras elétricas geralmente são mais graves e profundas do que as queimaduras térmicas, pois a eletricidade pode causar danos mais profundos nos tecidos do corpo. Além disso, as queimaduras elétricas podem ser acompanhadas de outras lesões, como fraturas, lesões musculares e lesões neurológicas", explica Barroso, da SBQ.

Pedro Henrique Soubhia Sanches, cirurgião plástico da Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ) do Hospital Padre Albino, em Catanduva (SP) — referência no interior de São Paulo em atendimento a vítimas de choque elétrico — ressalta que o primeiro ato ao socorrer uma vítima da eletricidade é o de desligar a energia elétrica.

"É importante que nunca a pessoa toque na vítima enquanto a fonte de eletricidade estiver ativa. Pois ela também corre risco de sofrer um choque elétrico", alerta.

Sanches ainda aponta que, normalmente, as pessoas acreditam que apenas o local de entrada e saída do choque elétrico pode apresentar lesões. Contudo, em muitos casos os danos da eletricidade estão invisíveis aos olhos das pessoas.

"Por isso, sempre é importante a pessoa fazer um acompanhamento médico, pois o choque elétrico pode causar uma série de lesões. A lesão que pode estar pequena por fora pode ser grave por dentro", recomenda.

QUANDO O BARATO PODE SAIR CARO

A maioria dos incêndios que acontecem no Brasil ocorrem devido a curtos-circuitos ocasionados, principalmente, por fios e cabos de baixa qualidade.

Ou seja, um simples carregador de celular pirata ou fios e cabos de baixa qualidade podem causar um incêndio em sua casa, segundo especialistas.

Um estudo realizado pela Associação Brasileira pela Qualidade dos Fios e Cabos Elétricos (Qualifio), em parceria com o Sindicato da Indústria de Condutores Elétricos, Trefilação e Laminação de Metais Não-Ferrosos do Estado de São Paulo (Sindicel) aponta que 70% dos fios e cabos elétricos ensaiados produzidos no Brasil estão irregulares.

"O que acontece é que muitas empresas fazem cabos que deveriam ter cobre e colocam alumínio cobreado, que é mais barato. Quando instalado na parede da residência, esse cabo vai virar uma bomba relógio. Isso porque a capa que deveria proteger de pegar fogo vai ajudar a propagar ainda mais o incêndio", explicou Ênio Rodrigues, diretor-executivo do Sindicel.

Conhecidos como 'cabos desbitolados', esses cabos de baixa qualidade, além de provocar risco de curto-circuito e concomitantemente incêndio, podem provocar aumento no consumo de energia elétrica.

"Os fios e cabos devem ser certificados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), porém, existem fabricantes que desrespeitam as normas, mesmo tendo o selo do Inmetro e, ainda por cima, produzem cabos desbitolados com custos menores, pois utilizam menos cobre que o exigido e muito mais PVC, o que acaba colocando em risco a segurança do consumidor", alerta Rodrigues.

INCÊNDIOS

Ao mesmo tempo, dados da Abracopel indicam que o número de incêndios provocados por curto-circuito cresceu assustadoramente nos últimos dez anos no Brasil: de 216, em 2013, para 874, em 2022. Um total de 5.315 incêndios de origem elétrica e 385 mortes.

ACIDENTES

"Os acidentes ocorrem geralmente em ambientes residenciais, seguido de comércio. Mas, historicamente, os acidentes com hospitais vêm aumentando nos últimos três anos, chegando a números significativos (52) em 2022. O aumento indiscriminado de equipamentos para o controle da pandemia de covid-19 sem uma avaliação da instalação elétrica de forma adequada pode ter sido o motivo desse aumento", diz Martinho.

CARREGADOR DE CELULAR

No caso do carregador de celular, além de risco de incêndio, ele também pode causar choque elétrico. Entre 2017 e 2022, 84 brasileiros morreram após receberem uma corrente elétrica do aparelho celular. "Via de regra, o carregador de celular funciona como uma boia de caixa d’água.

Quando ele atinge o nível máximo de bateria, ele para de enviar elétrons, tanto que você pode notar que, ao pegar a fonte, comumente ela está fria ao acabar de carregar e ficar conectada na tomada. No caso do carregador de má qualidade, não, ele continua mandando elétrons, podendo causar um sobreaquecimento", explica Martinho.

O QUE DIZ O INMETRO

O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) disse, por meio de nota, que hoje existem 205 empresas que produzem fios, cabos e cordões flexíveis elétricos com registro ativo na entidade e que os consumidores devem adquirir os cabos no mercado formal.

"A consulta pode ser feita pelo site www.registro.inmetro.gov.br/consulta/. No site, também é possível ver a quantidade de empresas com registro suspenso ou inativo (o que pode acontecer por razões como problemas de documentação, falta de manutenção da certificação ou problema com o produto ofertado) e com registro inativo (quando o fornecedor quer parar de fornecer o produto, sendo algo reversível)."

Os Institutos de Pesos e Medidas (Ipem) são os órgãos delegados do Inmetro nos estados responsáveis pela fiscalização rotineira de fios e cabos. Segundo o órgão, práticas adotadas para coibir as irregularidades são a investigação prévia de estabelecimentos, a fim de identificar potenciais alvos de fiscalização, e a manutenção de contato próximo com associações e representantes setoriais.

"Fios, cabos e cordões elétricos estão entre os produtos que sempre estiveram no radar do Inmetro, sendo objeto de programas de monitoramento constante como, a 'Operação Energia Segura'. Cabe destacar que no ano de 2022, o Inmetro empreendeu 4.083 operações de fiscalização nas quais foram encontradas 14.773 unidades de fios e cabos irregulares. O índice de irregularidade, no ano, foi de 10,17%", diz o comunicado.

PROFISSIONAIS QUALIFICADOS

Além de comprar fios, cabos e produtos movidos a eletricidade no mercado formal, contratar profissionais qualificados e realizar manutenção periódica, especialistas ressaltam que a maioria dos acidentes internos nas edificações poderia ser evitado pela execução de um sistema de aterramento e o uso de dispositivos de proteção à fuga de corrente, como o Dispositivo Diferencial Residual (DR), que é obrigatório no Brasil.

DISPOSITIVO DIFERENCIAL RESIDUAL

O Dispositivo Diferencial Residual, popular DR, é um interruptor que desliga automaticamente a corrente elétrica quando identifica fuga ou vazamento de energia elétrica dos condutores do imóvel. Além de evitar choques elétricos, ele também evita curto-circuito.

Entretanto, segundo o estudo Raio-X das Instalações Elétricas Residenciais Brasileiras, feito pelo Instituto Brasileiro de Cobre (Procobre) e pela Abracopel, menos da metade do total de imóveis brasileiros contam com o DR.

"Sempre digo que o primeiro passo é as pessoas lembrarem que a eletricidade não é uma brincadeira. Ela requer sempre um profissional habilitado e atualizado. Porque o que se fazia na eletricidade há 15 anos não se faz mais", diz Martinho.

COMO EVITAR ACIDENTES COM ELETRICIDADE EM CASA

·  Chuveiro: nunca mude a chave (verão/inverno — fria/morna/quente) enquanto o chuveiro estiver ligado.

·  Água ou umidade: nunca use aparelhos elétricos em locais com água ou umidade, nem com as mãos ou os pés molhados. Além disso, não leve rádios ou equipamentos elétricos para o banho.

·  Trocar lâmpada: ao trocar uma lâmpada, certifique-se de que o interruptor esteja desligado e nunca toque na parte interna do bocal (soquete), segure só pelo vidro.

·  Eletrodomésticos: nunca deixe nenhum eletrodoméstico sobre a pia molhada (liquidificadores, batedeiras, espremedores), especialmente quando estiverem ligados na tomada.

·  Antenas: tome cuidado ao subir em telhados e manusear antenas ou placas solares. Verifique, principalmente, se os equipamentos não estão próximos da rede elétrica.

·    Limpeza: jamais use garfo, faca ou objeto metálico em aparelhos elétricos ligados. Somente limpe esses equipamentos após se certificar de que eles estão fora da tomada.

·    Árvores: tenha muito cuidado ao subir em árvores para colher frutos, ou efetuar podas. Se ela estiver próxima à rede elétrica existe risco de acidente.

·    Crianças: coloque sempre protetores nas tomadas e não deixe fios desencapados pela casa. Além disso, não permita que as crianças manuseiem sozinhas os aparelhos elétricos.

·        Manutenção: o ideal é revisar toda a fiação da sua casa a cada cinco anos. Lembre-se de que choque elétrico ao tocar no registro do chuveiro elétrico é indício que a rede elétrica da sua residência pode estar com problemas.

COMO SOCORRER UMA VÍTIMA DE CHOQUE ELÉTRICO

·    Desligar a energia: se possível, desligue a energia elétrica na fonte para evitar que a vítima sofra mais choques elétricos. É importante lembrar que nunca se deve tocar na vítima enquanto a fonte de eletricidade estiver ativa.

·   Verificar a respiração e a pulsação: verifique se a vítima está respirando e se tem pulso. Se a vítima não estiver respirando, é necessário iniciar a reanimação cardiopulmonar (RCP) imediatamente.

· Verificar as lesões: verifique se a vítima sofreu outras lesões além do choque elétrico, como queimaduras ou fraturas.

·   Não remover objetos presos: se houver objetos presos à vítima, como fios ou cabos elétricos, não tente removê-los, pois isso pode causar mais lesões.

·  Manter a vítima aquecida: cobrir a vítima com um cobertor pode ajudar a mantê-la aquecida e confortável enquanto aguarda a chegada da equipe de resgate.

·   Oferecer conforto e apoio: oferecer conforto e apoio emocional à vítima pode ajudar a reduzir o estresse e a ansiedade.

·   É importante lembrar que, em caso de acidente envolvendo choque elétrico, a segurança é a prioridade. Nunca se aproxime da vítima se houver risco de choque elétrico. Certifique-se de que a área está segura antes de prestar ajuda.  Fonte: BBC News Brasil- 5 abril 2023

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domingo, março 05, 2023

POR QUE TOMAMOS CHOQUE AO TOCAR EM OBJETOS OU PESSOAS?

Muito provavelmente, você já passou por um episódio desses: ao tocar num objeto, como a maçaneta da porta de casa ou do carro, ou ao apertar a mão de alguém, sente um choque. Às vezes, é possível até ouvir um barulho ou ver uma faísca.

MAS, AFINAL, POR QUE ISSO ACONTECE?

O professor Claudio Furukawa, responsável pelo Laboratório de Demonstrações do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), explica que o fenômeno tem a ver com a eletricidade estática.

Vamos lá: todos os materiais são feitos de átomos. E os átomos, por sua vez, são constituídos por duas partículas principais: os prótons (que são positivos) e os elétrons (negativos).

Na maioria das vezes, os átomos se encontram num estado neutro. Na prática, isso significa que a quantidade de prótons e elétrons é a mesma.

Mas esse equilíbrio se altera quando encostamos e friccionamos dois objetos com características distintas.

Nesse momento, os átomos de ambos se aproximam demais, e isso pode "embaralhar" todos aqueles elétrons.

Pode ser que um objeto "roube" uma porção dessas partículas para si. Ou seja: um dos materiais fica com mais elétrons.

Aquele estado de neutralidade anterior, então, deixa de existir. O material que perdeu elétrons fica positivo e aquele que ganhou essas partículas se torna negativo.

É isso o que ocorre, por exemplo, quando arrastamos os nossos pés (principalmente com calçados) num carpete, ou se usamos roupas feitas de lã e tecido sintético por algum tempo.

A fricção desses materiais diferentes (pés-carpete ou braços-blusa sintética) "embaralha" os elétrons, o que eletrifica os corpos envolvidos nessa interação.

Só que os átomos sempre buscam voltar à neutralidade. Daí, quando tocamos num terceiro objeto (que está neutro), como a maçaneta da porta, aquele excedente de elétrons é, literalmente, descarregado.

E isso gera um campo elétrico que nos dá o leve choque (geralmente seguido por um susto).

"A formação desse campo elétrico é capaz até de soltar uma rápida faísca", descreve Furukawa.

O fenômeno se torna mais frequente em dias secos. A pouca umidade no ar dificulta a troca contínua de partículas, o que faz um corpo acumular mais cargas ao longo de um período.

Isso ocorre porque as moléculas de água são boas condutoras de eletricidade e podem livrar o corpo do excedente de elétrons aos poucos.

Porém, num dia seco, o excesso só é descarregado de vez ao tocar em objetos condutores de eletricidade, como superfícies metálicas ou a mão de outra pessoa.

Vale destacar que o material que recebeu aquela carga (como a maçaneta) não fica eletrificado. O excedente de partículas é distribuído por uma massa muito maior ou acaba aterrada — uma vez que a maçaneta está na porta, que se conecta à parede, que tem ligação com o chão e assim por diante.

FAZ MAL?

Furukawa estima que, para que uma pequena faísca salte no espaço entre a mão e o objeto, é preciso que exista um campo elétrico de 3 mil volts no espaço de um milímetro.

"Para comparar, entre os dois pólos de uma tomada há 110 ou 220 volts, uma tensão insuficiente para soltar faíscas", compara o físico.

Já uma pilha tem 1,5 volt. "E se você colocar os dedos nos dois terminais da pilha, não vai tomar um choque", diz o especialista.

Mas será, então, que levar um tranco elétrico ao tocar em objetos ou pessoas pode fazer mal? A resposta é não.

Segundo Furukawa, isso se deve a dois fatores: a duração do episódio e o local em que ele ocorre.

"Primeiro, a carga de partículas acumuladas é relativamente baixa e volta à neutralidade com rapidez, em milésimos. Segundo, o campo elétrico passa pelos dedos e não atravessa nenhum órgão vital, como o cérebro ou o coração", explica.

Por mais inofensivas que essas descargas sejam, não dá pra negar que elas são um tanto incômodas. Há algo que pode ser feito para evitá-las?

"A dica é, antes de pegar no local em que você usualmente toma o choque, tocar em outros objetos maiores e mais diversos. No caso da maçaneta, por exemplo, vale mexer no molho de chaves, que possui uma superfície de contato maior", responde Furukawa.

"Você também pode abrir a torneira e lavar as mãos ou andar descalço para descarregar os elétrons", conclui o físico. Fonte: BBC Brasil - 26 fevereiro 2023

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quinta-feira, novembro 17, 2022

O QUE MAIS CONSOME ENERGIA NA SUA CASA E COMO ECONOMIZAR

Com uma série de medidas simples, você pode economizar até 30% na conta de energia da sua casa

O aumento dos preços da energia elétrica em diversos países tem feito cada vez mais pessoas se perguntarem o que fazer para reduzir os gastos e conseguir pagar as contas no final do mês.

Existem coisas básicas como desligar a luz toda vez que você sai de um cômodo. Mas pouca gente pensa em onde colocar a geladeira ou qual o eletrodoméstico que mais consome energia em toda a residência.

Confira os principais pontos para economizar energia em casa.

Ar condicionado e chuveiro elétrico: vilões do consumo brasileiro

Nos países de clima frio, o consumo de energia é maior no inverno, devido à necessidade de aquecimento das casas.

Já no Brasil, o maior consumo de energia acontece no verão. E o motivo é um só: o ar condicionado, usado durante a temporada de calor pelas famílias.


Segundo a Enetec Consultoria em Engenharia Elétrica da UnB (Universidade de Brasília), como existem diversos tipos de ar-condicionado no mercado, o consumo mensal de energia do aparelho pode variar de 129 a 679 kWh (quilowatt-hora).

Um ar-condicionado tipo split de 12.000 BTUs de potência — um dos modelos mais comuns nas casas —, que fica ligado 8 horas por dia, durante os 30 dias de um mês, representa um consumo mensal médio de energia de 194 kWh, calcula a consultoria.

Para se ter uma ideia, isso é mais de duas vezes o consumo médio de um chuveiro elétrico ligado 30 minutos por dia — e o chuveiro é o segundo equipamento doméstico que mais pesa na conta de luz.

Consumo médio de energia dos equipamentos. Em KWh.  .


 

AR-CONDICIONADO

A empresa especializada em refrigeração Dufrio e a fabricante de aparelhos de ar-condicionado Consul dão dicas em seus sites de como economizar com o ar condicionado:

23ºC é o ideal: Mantenha o termostato de seu aparelho sempre regulado. A temperatura indicada para a maioria dos ambientes fica na casa dos 23ºC.

Portas, janelas e cortinas fechadas: Deixe portas e janelas fechadas para manter o ar gelado no espaço e evite que o sol bata no ambiente a ser refrigerado.

Aparelho no alto: Os modelos, em sua maioria, devem ser instalados no alto do cômodo, pois assim podem resfriar o ambiente de maneira uniforme, sem consumir energia desnecessariamente.

Potência certa: Compre aparelhos com potência ideal para o tamanho do espaço, assim você evita gasto de energia e de dinheiro à toa.

Seja amigo da função sleep: Nada de dormir com o aparelho ligado a noite toda. Com a função sleep, o aparelho é programado para desligar depois de funcionar um tempo suficiente para resfriar o ambiente.

Para uso prolongado, modelo inverter: Avalie a quantidade de tempo que o aparelho ficará ligado. Se precisar usar o ar-condicionado durante quase o dia todo, um modelo inverter pode ser o mais indicado. Isso porque esse modelo tem um consumo mais baixo, por manter seu compressor ligado constantemente, sem permitir oscilação de temperatura.

Parte externa na sombra: A parte externa do aparelho de ar-condicionado deve sempre estar protegida do contato direto com o sol.

Aparelho sempre limpo: Mantenha os filtros de seu aparelho sempre limpos. Isso reduz o consumo de energia, aumenta a vida útil do aparelho, diminui ruídos e evita a proliferação de microrganismos.


CHUVEIRO ELÉTRICO

Para o chuveiro elétrico, as dicas para economizar energia segundo a distribuidora de energia Enel e especialistas são as seguintes:

Coloque o chuveiro no modo verão e reduza o tempo de banho, recomenda a distribuidora Enel

Reduza o tempo de banho

Feche o chuveiro para procedimentos mais demorados como fazer a barba, raspar as pernas com gilete ou hidratar os cabelos com máscara capilar

Nunca reutilize uma resistência queimada. Além de aumentar o consumo, isso coloca em risco sua segurança

Mantenha as saídas de água do chuveiro limpas

USO EFICIENTE DOS ELETRODOMÉSTICOS

Depois do ar condicionado e do chuveiro, é hora de olhar para os outros eletrodomésticos.

"É muito importante comprar eletrodomésticos com alto nível de eficiência energética", afirma Enrique García, da Organização de Consumidores e Usuários da Espanha, à BBC Mundo (serviços em espanhol da BBC).

No Brasil, a recomendação é dar preferência aos eletrodomésticos classificados como classe A pelo selo Procel do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). E fazer o melhor uso de cada um dos equipamentos é fundamental para economizar eletricidade em casa.


REFRIGERADOR

"Em termos de gasto de energia, um eletrodoméstico que consome muita energia é o refrigerador, porque ele fica 24 horas ligado na tomada. É um dos eletrodomésticos no qual temos que focar mais na eficiência energética", recomenda García.

Para que o refrigerador funcione de maneira ideal, é importante seguir estas recomendações:

Uma geladeira eficiente pode consumir até 40% menos energia

Evite acúmulo de gelo.

Mantenha a parte traseira ventilada e sem poeira, deixando um espaço entre a geladeira e a parede para que o ar possa circular.

Instale a geladeira longe de fontes de calor, como o forno, e certifique-se de que não esteja exposto à luz solar direta.

Evite guardar alimentos quentes que aumentem a temperatura no interior do equipamento.

Guarde os alimentos com espaço suficiente entre eles para que o ar circule, facilitando o resfriamento.

Por fim, algo que pode parecer bobo, mas não é: abra a geladeira o mínimo possível para evitar a perda de frio para o ambiente.


MÁQUINA DE LAVAR, SECADORA E MÁQUINA DE LAVAR LOUÇA

Na máquina de lavar, a recomendação é optar sempre que possível pelos ciclos de lavagem mais curtos ou pelo modo econômico da máquina, que diminui o consumo de energia e água.

Acumular peças usadas no cesto de roupa, deixar as peças mais sujas de molho no balde ou tanque antes da lavagem e usar a quantidade recomendada pelos fabricantes de sabão e amaciante também são boas dicas para usar a máquina de lavar menos vezes.

A secadora, por sua vez, é um aparelho que consome muita energia. Embora ela facilite a vida de quem mora em apartamentos pequenos ou imóveis sem quintal ou área de serviço, seu uso deve ser evitado sempre que possível.

Quanto à máquina de lavar louça, que consome muita energia e é usada com um pouco mais de frequência por quem tem o aparelho, uma recomendação é reduzir o número de lavagens aproveitando toda a capacidade da lavadora e posicionando a louça de forma adequada para otimizar o espaço disponível.

"Com isso você pode cortar as lavagens pela metade", diz García.


FOGÃO E FORNO

'Se você tem um alimento que precisa de uma hora no forno e desliga dez minutos antes, consome 15% menos energia'

Recomenda-se desligar as placas elétricas do fogão por indução ou o forno elétrico ou a gás um pouco antes do tempo necessário para cozinhar.

"Aproveitar o calor residual desligando um pouco antes do tempo de uso e usar esse calor residual para terminar de cozinhar o alimento também ajuda a economizar. Se você tem um alimento que precisa de uma hora no forno e desliga dez minutos antes, consome 15% menos energia", explica o especialista.

Use panelas e frigideiras com o diâmetro certo para cada boca do fogão para evitar que o calor seja desperdiçado. Outro truque é tampar as panelas para aproveitar melhor o calor.

EVITE O 'CONSUMO FANTASMA'

Você é daqueles que desliga a televisão com o controle remoto? A luz vermelha brilhante te entrega.

Pouco a pouco, dia a dia, minuto a minuto, eletricidade está sendo desperdiçada.

Um simples gesto como desconectar o eletrodoméstico da tomada ou conectar o cabo a um filtro de linha com um botão liga/desliga pode levar a uma economia considerável de energia elétrica no final do ano.

Celular carregando com carregador ligado em uma régua

O mesmo acontece com computadores, impressoras, carregadores de celular, aparelhos de som, microondas e roteadores, entre muitos outros dispositivos permanentemente conectados à rede elétrica de nossas casas. E o que se chama de "falso desligamento".

Então, quando parar de usar um aparelho, desligue-o completamente, não deixe em modo de espera, pois, embora menos, ele continua consumindo.

Também deve-se ter em mente que quanto mais antiga a televisão, mais ela consome.

"[Desligar os aparelhos completamente] representa uma economia significativa. Estimamos que o consumo fantasma pode variar entre 7% e 10% do consumo anual de uma residência", afirma García.

TROQUE AS LÂMPADAS

As lâmpadas tradicionais consomem uma quantidade excessiva de eletricidade, por isso precisam ser substituídas por outras mais eficientes.

Lâmpadas halógenas, fluorescentes compactas (CFLs) e luzes LED usam 25% a 80% menos eletricidade e duram de 3 a 25 vezes mais do que as lâmpadas incandescentes tradicionais — cuja venda está proibida no Brasil desde 2016.

Embora as lâmpadas mais modernas sejam mais caras, elas geram economia a longo prazo.

A GRANDE QUESTÃO É: QUANTO SE PODE ECONOMIZAR?

Neste ponto, você pode estar se perguntando quanto pode economizar seguindo estas recomendações.

"Estimamos que com eficiência energética, ou seja, somando todas essas medidas, seja possível economizar até 30% da conta", diz o especialista. Fonte: BBC News Mundo- 9 novembro 2022

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segunda-feira, outubro 21, 2019

Jovem morre eletrocutada com lixadeira elétrica para unha

Uma jovem de 22 anos morreu na  quinta-feira (17), na Santa Casa de Cafelândia, após receber um choque elétrico de uma lixadeira elétrica de unha  quando lixava os pés, em  Cafelândia (83 quilômetros de Bauru), na quarta-feira (16).
Segundo a PM,  a jovem fazia as unhas na casa da família na quarta-feira (16) e usava uma lixadeira elétrica para lixar os pés. Um dos pés estava mergulhado na bacia com água enquanto a jovem lixava outro pé.  Tudo indica que, em um determinado momento, a lixadeira caiu na bacia e provocou uma descarga elétrica e eletrocutou a jovem. Fonte: JCNET - 18/10/2019 

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sábado, maio 04, 2019

Sala é incendiada após celular na tomada pegar fogo

Divulgação/Corpo de Bombeiros do Mato Grosso
Uma sala comercial foi destruída por um incêndio na noite de quinta-feira (21) em Cuiabá. A causa do fogo pode ter sido um celular deixado em cima de uma cadeira enquanto estava conectado à tomada, segundo o Corpo de Bombeiros local.

Como o prédio contava com um sistema de segurança para prevenção de incêndios, o fogo foi apagado rapidamente e ninguém ficou ferido. As instalações da sala sofreram grandes prejuízos, mas a cadeira nem e o celular foram destruídos pelas chamas.

O ocorrido, no entanto, levanta alerta para um hábito comum entre as pessoas hoje em dia: esquecer o carregador plugado na tomada sem uso, ou carregar o aparelho em um ambiente sem supervisão.
"O ideal é não colocá-los sobre superfícies que possam propagar chamas, como mesas de madeira, rack e, principalmente, na cama quando se está dormindo", aconselhou Corpo de Bombeiros.

O Corpo de Bombeiros do Mato Grosso ainda pede para que as pessoas não se ausentem quando o dispositivo estiver carregando e que o retire da energia assim que der o limite do abastecimento.
"Essa não é a primeira vez que nos deparamos com ocorrências desse tipo, e não só com celular, mas com eletrodomésticos também, até envolvendo óbito", disse o oficial.

DEIXE FORA DA TOMADA
Especialistas fazem recomendações de como evitar que cenas como essa se repitam. Uma delas é examinar a qualidade do fio dos carregadores e até a autenticidade dos produtos, que pode aumentar o risco de incêndio. É preferíveis usar acessórios originais a equipamentos piratas.
"O [carregador] original só fornece energia se está conectado [ao dispositivo]. Os outros não têm nenhuma proteção", afirmou João Carlos Lopes Fernandes, professor de engenharia elétrica e de computação do Instituto Mauá de Tecnologia.

Mas nem sempre os culpados são os carregadores. Muitas vezes o problema está na rede elétrica do próprio local. Caso esteja desgastada, pode gerar acidentes como o da sala comercial mato-grossense.
Independentemente de qual seja a causa do acidente, o recomendando é sempre deixar carregadores fora da tomada. "Isso é risco de vida (...).  O carregador pode ser igual, mas o que ele faz não é", avisou João Carlos. Fonte: UOL-22/03/2019 

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