ACIDENTE ENTRE TREM E ÔNIBUS ESCOLAR DA APAE DEIXA DOIS MORTOS NO PARANÁ
O acidente aconteceu na zona
urbana do município, na quinta‑feira (9/03). Segundo o Corpo de Bombeiros, o
veículo transportava 29 pessoas ao todo, sendo 25 crianças, três monitores e o
motorista.
COMO ACONTECEU O ACIDENTE?
A batida entre o trem e o
ônibus escolar foi registrada na Rua Presidente Kennedy, no bairro Vila Rica,
em Jandaia do Sul. Um vídeo registrou o exato momento da colisão. Assista
acima.
As imagens mostram o ônibus
avançando na linha férrea. Ao lado direito, há uma placa preta sinalizando aos
motoristas que cruzam o trecho: "Pare, olhe e escute".
Do outro lado da rua, o
motorista de um carro branco freia para o trem passar.
QUEM ESTAVA NO ÔNIBUS?
De acordo com o Corpo de
Bombeiros, o ônibus levava 25 estudantes da Apae da cidade para casa. Além das
crianças e adolescentes, três monitores e o motorista seguiam no veículo.
VÍTIMAS
Segundo a Polícia Civil, duas
meninas morreram. Kimberly Caroline Ribeiro Pimenta, de 15 anos, e a prima dela,
Maria Vitória Gomes Ferreira, de 11, estudavam na Apae.
Os corpos foram encaminhados
para o Instituto Médico-Legal (IML) de Apucarana.
A Secretaria de Estado de
Saúde (Sesa) detalhou que equipes de toda a região foram mobilizadas para a
ocorrência. No total, 27 pessoas ficaram feridas.
As vítimas mais graves foram
levadas para hospitais de Sarandi, Maringá, Londrina, Apucarana e Arapongas.
Somente para o Hospital da
Providência, em Apucarana, os socorristas encaminharam oito pessoas, sendo
cinco em estado grave.
CORPO DE BOMBEIROS
Equipes do Corpo de Bombeiros
de Apucarana e Jandaia do Sul atenderam o acidente, que também contou com apoio
aéreo e ambulâncias de municípios vizinhos.
INQUÉRITO POLICIAL
A Polícia Civil confirmou que
o motorista estava com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) vencida desde
janeiro. Segundo o boletim de ocorrência do acidente, o documento venceu em 23
de janeiro de 2023.
O delegado de Jandaia do Sul,
disse que o motorista do ônibus foi ouvido após o acidente. Ele foi liberado
por ter prestado socorro às vítimas, o que está previsto no Código de Trânsito
Brasileiro (CTB). "Ele confirmou que não viu o trem se aproximando, e
sequer ouviu barulho, mesmo após um carro ter parado do outro lado da
rua", disse o delegado.
De acordo com a polícia, o
condutor pode ser indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar) e
lesão corporal culposa.
As circunstâncias do acidente
ainda vão ser investigadas.
O QUE DIZ A EMPRESA?
A Rumo Logística,
concessionária da linha férrea se manifestou por meio de nota. .
"A concessionária
lamenta profundamente o acidente envolvendo um trem e um veículo escolar nesta
quinta-feira (9), em Jandaia do Sul (PR). A empresa acionou imediatamente suas
equipes de atendimento de emergência e o Corpo de Bombeiros para atender a
ocorrência. O maquinista acionou a buzina para alertar sobre a travessia do
trem, bem como acionou os freios quando foi surpreendido pela travessia do
veículo. Vale lembrar, que por ser uma composição de carga de grande escala, o trem
pode levar até 500 metros para conseguir parar por completo após o acionamento
do freio. A empresa está à disposição das autoridades policiais para contribuir
com todas as informações necessárias." Fontes:
Folha de São Paulo - 9.mar.2023; g1 PR — Londrina - 10/03/2023
COMENTÁRIO:
Acidentes não têm causa única.
No caso em questão, no cruzamento, existia apenas uma placa preta sinalizando aos
motoristas que cruzam o trecho: "Pare, olhe e escute". Esse aviso
seria suficiente? O local tinha apenas
sinalização passiva e a sinalização ativa?
O enfoque de um programa de
prevenção de riscos deve ser muito mais abrangente
O manual especifica outros
dispositivos, tais como; sinais sonoros
e luminosos, sinalização semafórica, cancelas e bandeiras.
FALHAS HUMANAS
As falhas humanas são as principais
causas dos desastres. Nesse cenário de acidente, poderemos indagar, como é
simples parar num cruzamento ferroviário ou numa rua ou avenida, olhar para os
lados e seguir em frente. Mas existe outros fatores que envolvem nesse ato
simples de parar, tornando-o mais complexo, o comportamento humano.
Entre as falhas humanas, as
principais são; deficiência de julgamento, aspectos psicológicos e
indisciplina.
As vítimas de acidentes
ferroviários sofrem lesões semelhantes aos acidentes rodoviários. Lesões comuns,
como resultado de acidentes ferroviários incluem trauma craniano e lesões na
medula espinhal, concussões e lesões na cabeça, entorses, fraturas,
escoriações, queimaduras e lesões de tecidos moles e internos.
CÓDIGO BRASILEIRO DE TRÂNSITO
(CTB
De acordo com as
recomendações do Código Brasileiro de Trânsito (CTB), os motoristas devem
atender à indicação de “Pare, olhe e escute”.
Todos os veículos devem parar
antes de fazer uma travessia de passagem em nível, já que não cumprir essa
regra é considerado infração gravíssima. Deve-se redobrar a atenção aos sinais
visuais e sonoros (como a buzina das locomotivas). Além disso, durante a
travessia de um trem, é necessário manter uma distância segura dos trilhos.
PASSAGEM EM NÍVEL (PN)
É o cruzamento da via férrea
com a via rodoviária no mesmo plano horizontal. As passagens de nível rodoviárias são os cruzamentos
entre o modal rodoviário e o ferroviário, sendo pontos de alto risco de
acidentes. As melhorias físicas devem ser feitas para proporcionar condições
mais seguras nestes pontos e a escolha do tipo de melhoria a ser implementada
em cada situação vai depender das condições de cada local, baseadas em vários
parâmetros que influenciam na segurança de cada travessia.
Os elementos de proteção compreendem,
entre outros, os sinais manuais, sonoros e luminosos, sinalização semafórica,
cancelas e bandeiras
Fonte: Manual Brasileiro de
Sinalização de Trânsito - VOLUME IX - Cruzamentos Rodoferroviário
TREM NÃO PODE PARAR
RAPIDAMENTE.
Um trem de carga médio
com 90 a 120 vagões percorre 1,6 a 2
km até parar. Trem com velocidade de 90 km/h pode
percorrer 1,60 km ou mais para
parar, após o maquinista acionar o freio
de emergência. Um trem de passageiros com 8 carros, com velocidade de 130 km/h
precisa de cerca de 1,6 km para parar.
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