O USO DE ELEVADORES POR BOMBEIROS
O uso de elevadores durante
um incêndio exige o estabelecimento de procedimentos de operação específicos.
A logística da operação de
combate a incêndio fica drasticamente facilitada quando os bombeiros utilizam
os elevadores, de forma segura, para ter acesso aos andares mais altos de um
edifício. Infelizmente, os elevadores geralmente param de funcionar ou
funcionam de forma errática durante um incêndio, podendo deixar os bombeiros
presos entre andares, em uma grave situação de risco.
Quando um elevador pára em um
andar tomado pelo fogo, os bombeiros que estiverem dentro dele poderão ser
expostos a um risco considerável. Por essa razão, alguns corpos de bombeiros
proíbem o uso de elevadores em incêndios em prédios altos, ao passo que outros
estabelecem regras para o seu uso como parte dos procedimentos de operação
padrão (POPs). Ao preparar os procedimentos para elevadores, lembre-se dos
seguintes fatores:
•Nunca use um elevador se não
estiver convencido de que é seguro, e não use elevadores em incêndios nos
pavimentos mais baixos.
•Um POP deve sempre
especificar o pavimento a partir de qual um elevador pode ser utilizado.
•Nunca vá diretamente para o
pavimento do incêndio. Sempre desça no mínimo dois pavimentos abaixo dele.
•Se disponíveis, utilize as
portas corta-fogo e os elevadores de poços duplos (split-bank).
•A operação dos elevadores
deve ser controlada exclusivamente pelos bombeiros.
•Controle todos os
elevadores, quando houver mais de um.
•Nunca superlote os
elevadores e sempre utilize EPIs, inclusive com equipamentos de respiração
autônomos.
Ao utilizar um elevador, os
bombeiros devem sempre portar ferramentas para arrombamento e devem pará-lo
periodicamente para garantir que o equipamento responde aos controles. Devem
também examinar os andares para verificar se há fumaça, fogo ou vítimas e para
familiarizarem‑se com a distribuição física do andar.
Podemos aprender muito sobre
elevadores durante o planejamento pré-incidente. Por exemplo, alguns prédios são
divididos em zonas de incêndio ao passo que outros, como hospitais, deveriam
ser construídos com separações à prova de fogo. Essas separações são
importantes quando estivermos controlando o alastramento das chamas e fumaça e
protegendo a exposição interna.
Em um hospital, por exemplo,
é melhor deslocar os pacientes até uma zona protegida localizada no mesmo piso
do que utilizar um elevador para tentar evacuar pacientes confinados ao leito.
Se for necessário utilizar um elevador para deslocar os bombeiros ou evacuar
vítimas, é mais seguro utilizarmos os elevadores separados do local de incêndio
por duas ou mais portas corta‑fogo.
Além disso, alguns halls de
elevadores assemelham-se a escadas à prova de fumaça. Não estão conectadas
diretamente ao prédio principal, mas separadas por um espaço vazio. É
geralmente seguro utilizar elevadores do tipo split-bank se o Comandante de
Operações tiver certeza que o poço do elevador termina abaixo do andar do incêndio.
Todas essas informações devem estar incluídas nos planos pré-incidente do corpo
de bombeiros.
O Comandante de Operações deve realizar uma análise de risco x benefício antes de permitir que os bombeiros utilizem um elevador. Algumas questões a serem avaliadas são a altura e configuração do edifício, os equipamentos automáticos de extinção de incêndio e o risco de vida potencial. Os POPs dos elevadores devem estar sempre atualizados e todos os bombeiros devem estar plenamente familiarizados com os mesmos. Esses procedimentos devem também incluir métodos alternativos para transportar equipamentos até o andar do incêndio quando os elevadores não puderem ser usados.
Mito: Nunca use elevadores
em um prédio em chamas.
Fato: Permitir ou não que
os bombeiros utilizem elevadores durante um incêndio depende de vários fatores
e faz parte da análise de risco x benefício feita pelo Comandante da Operação.
Fonte: Este artigo foi
adaptado do livro Structural Fire Fighting, disponível pela NFPA através do
site www.nfpa.org ou pelo fone (11) 3846-7194. O objetivo desse livro é preparar
o oficial para assumir o controle das operações em incêndios estruturais,
utilizando os recursos disponíveis de forma segura e eficiente.
NFPA Journal - Setembro/Novembro de 2001. Por Ben Klaene e Russ Sanders. Russ Senders serviu no Corpo de Bombeiros de Louisville, no estado americano de Kentucky por 29 anos, sendo que nos últimos nove anos ocupou o cargo de Comandante.
Marcadores: gerenciamento de riscos, segurança
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