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quinta-feira, dezembro 08, 2011

Manutenção e inspeção de mangueira de incêndio

A fim de manter a mangueira de incêndio pronto para a ação e em boas condições, é importante familiarizar-se com que freqüência os serviços de manutenção são necessários no equipamento
Inspeção e manutenção
A mangueira de incêndio, quando submetida a inspeção visual, não deve apresentar nenhuma das situações descritas abaixo ou situações que coloquem em risco o funcionamento adequado da mangueira no momento do combate ao incêndio.

VERIFICAÇÃO:
■Toda mangueira de incêndio deve ser inspecionada e ensaiada hidrostaticamente antes de ser colocada em uso (para mangueiras novas pode ser aceito o certificado de ensaio hidrostático emitido pelo fabricante).
■ A mangueira, após ter sido utilizada em combate, deve ser encaminhada para a inspeção, a fim de se manterem as condições mínimas exigidas para uso.
■ Desgaste por abrasão no revestimento externo.
■ Presença de manchas e/ou resíduos na superfície externa, proveniente de contato com produtos químicos ou derivados de petróleo.
■ Desprendimento do revestimento externo.
■ Evidência de deslizamento das uniões em relação à mangueira.
■ Dificuldades para acoplar o engate das uniões (os flanges de engate devem girar livremente).
Obs: Recomenda-se que também seja verificada a dificuldade de acoplamento das uniões com o hidrante e com o esguicho da respectiva caixa/abrigo de mangueira. É permitido utilizar chave de mangueira para efetuar o acoplamento.
■ Deformações nas uniões provenientes de quedas, golpes ou arraste.
■ Ausência de vedação de borracha nos engates das uniões ou vedação que apresente ressecamento, fendilhamento ou corte.
■ Ausência de marcação conforme ABNT NBR 11861, que impossibilite a identificação do fabricante. Neste caso, a mangueira deve ser encaminhada para manutenção.
Obs: Se for constatado na inspeção condições evidentes para as quais não haja possibilidade de reparo e ensaio hidrostático, a mangueira deve ser condenada.

FREQÜÊNCIA DE INSPEÇÃO E MANUTENÇÃO

APÓS UTILIZAÇÃO
■ A mangueira, após ter sido utilizada em combate, deve ser encaminhada para a inspeção, a fim de se manterem as condições mínimas exigidas para uso.

REEMPATAÇÃO
Geral
■ A mangueira, após manutenção que obrigue redução em seu comprimento, somente deve retornar para uso caso a redução seja de no máximo 2% de seu comprimento nominal.

LIMPEZA
■Todo resíduo, mofo ou mancha deve ser removido, quando possível, da superfície externa da mangueira.
■ Quando necessária apenas uma limpeza a seco, deve-se utilizar uma escova com cerdas não metálicas longas e macias, e o escovamento deve ser executado cruzado, ou seja, no sentido da trama e do urdume.
■ Para lavagem, deve ser utilizada água potável e, se necessário, sabão neutro e escova com cerdas. Recomenda-se utilizar equipamento de alta pressão.

SECAGEM
■ A mangueira deve estar seca quando na condição de uso, salvo recomendação específica do fabricante.
■ A secagem deve ser efetuada à sombra, estando a mangueira na vertical ou apoiada em plano inclinado.
■ Quando utilizado equipamento para secagem forçada, recomenda-se que a temperatura não ultrapasse 50°C.

SUBSTITUIÇÃO
Mangueiras consideradas condenadas para uso devem ser substituídas por mangueiras novas do mesmo tipo e diâmetro.

CUIDADOS DE PRESERVAÇÃO
Para preservação da mangueira durante o uso, devem ser observadas as recomendações abaixo:
■ evitar contato com cantos vivos e pontiagudos;
■ evitar manobras violentas de derivantes, entrada repentina de bomba e fechamento abrupto de esguichos, registros e hidrantes que causam golpes de aríete na linha (a pressão pode atingir sete vezes a pressão estática de trabalho, o que pode romper ou desempatar uma mangueira);
■ evitar contato direto com o fogo, brasas e superfícies quentes;
■ evitar arraste da mangueira e uniões sobre o piso, principalmente se ela estiver vazia ou com pressão muito baixa (isto causa furos, principalmente no vinco);
■ evitar queda de uniões;
■ evitar contato da mangueira com produtos químicos e derivados de petróleo, salvo recomendação específica do fabricante;
■ evitar guardar a mangueira molhada;
■ evitar permanecer com a mangueira conectada no hidrante;
■ evitar curvamento acentuado da mangueira junto à união, quando em operação;
■ não utilizar as mangueiras para algum outro fim (lavagem de garagens, pátios etc.), que não seja o combate a incêndio;
■ para maior segurança, não utilizar as mangueiras das caixas ou abrigos em treinamento de brigadas, evitando danos e desgastes. As mangueiras utilizadas em treinamento de brigadas devem ser identificadas e mantidas somente para este fim;
■ evitar a passagem de veículos sobre a mangueira durante o uso, utilizando-se um dispositivo de passagem de nível;
■ inspecionar as caixas e abrigos para verificar se eles são eficazes para a conservação da mangueira;
■ efetuar a limpeza e secagem, respectivamente, sempre que necessário;
Obs: Após a manutenção e acondicionamento, a mangueira deve retornar, preferencialmente, para o mesmo hidrante ou abrigo em que se encontrava antes da manutenção.
■ a mangueira aprovada para uso deve ser armazenada em local ou compartimento seco e ventilado, protegida da incidência direta de raios solares e atmosferas agressivas, tais como vapores de derivados de petróleo, vapores ácidos etc.

CLASSIFICAÇÃO DAS MANGUEIRAS
Conforme determina a norma ANT-NBR 11861 – Os requisitos e métodos de ensaio, da ABNT, as mangueiras são classificadas conforme sua característica de construção e sua pressão máxima de trabalho:

Define-se pressão de trabalho como sendo a pressão máxima à qual a mangueira pode ser submetida em condições normais de uso.

IDENTIFICAÇÃO DAS MANGUEIRAS
A mangueira de incêndio deve ser identificada nas duas extremidades com:
■ Nome ou marca do fabricante;
■ Número da norma de fabricação (NBR 11861);
■ Tipo da mangueira;
■ Mês e ano de fabricação.

Esta marcação deve ser indelével, em caracteres de 25 mm de altura mínima, iniciando á distância de 0,5 m a 1,4 m de cada extremidade da mangueira.

ACONDICIONAMENTO DE MANGUEIRA
De acordo com o tipo de utilização, as mangueiras podem ser acondicionadas conforme descrito a seguir:
■ forma ziguezague deitada: a mangueira em forma ziguezague deve ser apoiada por um de seus vincos sobre superfície não abrasiva. Podem ser acoplados vários lances para formação de linha pronta;
■ forma ziguezague em pé: a mangueira em forma ziguezague deve ser posicionada na vertical sobre ela própria;
■ forma espiral: consiste em enrolar a mangueira a partir de uma de suas extremidades, sobre ela mesma, formando uma espiral. Esta forma só deve ser utilizada para armazenamento em estoque;
■ forma aduchada: consiste em enrolar a mangueira previamente dobrada contra ela mesma, formando uma espiral a partir da dobra em direção às extremidades. Recomenda-se esta forma de acondicionamento nas caixas de hidrantes.
Obs: Recomenda-se que a mangueira seja enrolada para acondicionamento com a formação de novo vinco, ou seja, a posição anterior de dobra deve ser não tensionada, salvo recomendação específica do fabricante.

BOAS PRÁTICAS
■ utilize a mangueira especificamente para incêndio
■ faça circular água pelo interior da mangueira, duas vezes ao ano.
■ teste hidraulicamente, segundo a pressão indicada para o trabalho, uma vez ao ano.
■ submeta a mangueira a teste de pressão hidráulica, após dez anos de uso e posteriormente a cada dois anos.

Fonte: NBR NBR 11861/12779 , Total Fire.

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posted by ACCA@3:26 PM

7 Comments:

At 11:11 AM, Anonymous Anônimo said...

Bom dia.

Gostaria de saber quem pode realizar os testes nas mangueiras.
É comum que empresas vistoriadoras de extintores e materiais de prevenção de incêndio realizem os testes. Existe alguma exigência de que os testes de mangueiras sejam realizados por profissional específico? Como engenheiro mecânico?

 
At 2:19 PM, Blogger ACCA said...

De acordo com a Norma ABNT NBR 12779, toda mangueira de incêndio deve ser inspecionada a cada 6 meses e ser submetida a ensaio hidrostático / manutenção a cada 12 meses. O teste hidrostático requer condições e equipamentos adequados e deverão ser realizados por empresa capacitada ou profissional técnico, isto é, engenheiro mecânico.

 
At 4:41 PM, Anonymous Anônimo said...

Se a empresa for capacitada, tiver todos os equipamentos necessários para seguir as determinações da ABNT, mesmo assim é necessário engenheiro mecânico?
Na norma não consta essa informação.

 
At 12:02 PM, Anonymous Anônimo said...

Não há necessidade de ser Engº mecânico, mas a empresa precisa ser legal e possuir autorização do INMETRO.

 
At 6:57 PM, Blogger Aoliosi said...

Qual a melhor forma de acondicionar mangueiras dentro da caixa de hidratantes em prédios residenciais, levando em conta que num primeiro combate ao fogo será usada por um morador ou funcionário sem experiência de bombeiro? Obg.

 
At 6:59 PM, Blogger Aoliosi said...

Pondo deixar duas mangueiras de 15m cada conectadas e ligadas ao hidratante dentro da caixa para facilitar o isso numa emergência?

 
At 8:41 PM, Blogger ACCA said...

Veja artigo publicado
Recomendações gerais mangueiras de incêndio
https://zonaderisco.blogspot.com/2019/07/recomendacoes-gerais-mangueiras-de.html

 

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