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Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

segunda-feira, dezembro 04, 2017

O contraste entre Boas e Péssimas Práticas em solda elétrica



   

                  
Péssimas Práticas

Riscos-Consequências
Boas Práticas
1 – Nenhuma proteção facial, apenas óculos de segurança
Queimadura nos olhos
1- Com proteção facial
2 – Nenhuma proteção para os braços e mãos
Queimadura
2 – Com proteção para os braços e mãos
3- Vestuário exposto
Incêndio
3 – Com vestuário adequado, jaqueta
4 – Exposição a solvente
Incêndio/explosão, vapor tóxico
4 – Proteção facial e coifa
5 – O vigia, exposto a arco elétrico
Arco elétrico  nos olhos
5 – Eliminou o vigia, devido às condições seguras do local
6 – Balde com areia para combater incêndio elétrico, inadequado
Choque elétrico
6 – Extintor de incêndio
7 – Nenhum sistema de coifa
fumos
7 – Sistema de coifa
 8 – Sem aterramento
Choque elétrico
8 – Com aterramento
9 – Perigos nos cabos elétricos
Arco elétrico, queimadura, choque elétrico
9 – com aterramento
Fonte: TWI World Centre for Material Joining Technology

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terça-feira, dezembro 08, 2015

Explosão em shopping mata trabalhador em Taubaté, SP

A explosão aconteceu por volta das 15 h, 25 de setembro de 2014,  durante a montagem de uma pista de kart, que está sendo construída em cima do estacionamento coberto, nos fundos do estabelecimento. O shopping Via Vale Garden Shopping fica às margens da Dutra, Taubaté  e foi inaugurado em 2012.

CAUSA
De acordo com informações preliminares dos bombeiros, a vítima estava usando uma lixadeira num tambor. Ele fazia adaptação nos tambores que serviriam de contrapeso na fixação dos toldos no chão.
Os tambores haviam servido anteriormente para armazenamento de um líquido inflamável - não identificado pela perícia.

VÍTIMA
Uma faísca teria causado a explosão e o tambor atingiu o corpo da vítima, peito, face e o pescoço causando uma grande hemorragia,  veio a falecer no local.

SHOPPING
A assessoria de imprensa do Via Vale informou, por meio de nota, que lamenta o ocorrido que causou a morte de um trabalhador  da empresa contratada por um locatário para executar a montagem e operação do empreendimento.

POLÍCIA
O local foi isolado pela perícia, mas o shopping seguiu funcionando normalmente.
Fonte: @ZR, G1- 25/04/2014
  
Comentário: A permissão para trabalho é uma autorização de controle, onde deve constar em que condições se encontra o local, no caso em questão, o tanque, recomendações a serem seguidas e verificações periódicas a serem executadas, além da adoção de algumas práticas de prevenção.  A permissão tem como objetivo a manutenção das condições iniciais seguras do trabalho. Uma análise cuidadosa deve ser feita antes e durante trabalhos desenvolvidos no local.
Isto reforça a necessidade de emitir ordem de serviço e análise preliminar de risco para execução de serviços que envolvem produtos inflamáveis, corte e solda. Em geral, a pessoa leiga não treinada acredita intuitivamente que não há risco.
Os avisos adicionais em relação ao corte ou soldagem são necessários, assim como instruções para evitar todas as fontes de ignição.
O treinamento é uma obrigação legal do empregador, informar ao empregado sobre os riscos inerentes ao local de trabalho e sobre as medidas de prevenção necessárias para minimizar ou neutralizar a exposição. O treinamento é indispensável, independente da existência de outros métodos de controle, ou seja, é uma medida complementar. Tem como principal objetivo dar condições para que o trabalhador identifique os riscos, as medidas de prevenção, informar e desenvolver habilidades referentes aos procedimentos operacionais apropriados que garantam a eficiência das medidas de controle adotadas.

Este caso envolve as seguintes normas e recomendações;
■ Comunicação de Riscos
■ Norma de produto inflamável
■ Fatores humanos – treinamento
■ Manual de Produtos Químicos
■ Etiqueta de aviso de perigo

Finalidade da Comunicação de Riscos
■ Identificação dos riscos
■ Procedimentos de segurança para trabalhar com produtos inflamáveis
■ Procedimentos de comunicação de riscos
■ A Importância das Etiquetas de Identificação /Etiqueta de alerta
■ Equipamentos de Proteção Individual
■ FISPQ – Manual de Produtos Químicos


Enquanto não tiver a integração da política de segurança do governo envolvendo as entidades de classe, trabalhador e sociedade para divulgar a segurança dificilmente o índice de acidente reduzirá e consequentemente o investimento que poderia ser direcionado para outras áreas do governo será canalizado para previdência social para atendimento dessa parcela de acidentes cada vez maior, tais como; hospitais públicos, aposentadoria por invalidez, auxílio-doença, auxílio-acidente, pensão por morte, reabilitação profissional. O acidente de trabalho no Brasil é uma bola de neve.

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quarta-feira, novembro 11, 2015

Segurança em soldagem, oxicorte e outros trabalhos com risco de incêndio

Os trabalhos com utilização de fontes de calor são causas freqüentes de incêndios. Exemplos de tais trabalhos são; corte, soldagem, brasagem, esmerilagem, etc.
O risco de incêndio está associado não só ao manuseamento inadequado das chamas nuas dos maçaricos, mas também à transmissão de calor por radiação e condução através, por exemplo, de peças metálicas, bem como por projeção de partículas incandescentes capazes de inflamar materiais de natureza combustível que se encontrem nas imediações do local de trabalhos.

As fontes de ignição de um incêndio mais comuns são:
1-Os arcos voltaicos na soldagem elétrica com temperaturas até 4.000 ºC, as chamas de soldagem a gás, com temperaturas até 3.200 ºC, e a manipulação dos maçaricos de soldagem com temperaturas até 1.500 ºC. Inclusive, as correntes de ar e gases quentes a uma distância de cerca de 80 cm dos arcos voltaicos e das chamas dos maçaricos mantém temperaturas da ordem dos 100 ºC (ver Figura 2).
2-As partículas incandescentes da soldagem e as partículas das operações de esmerilagem têm temperaturas até 1.500 ºC e mesmo após o desaparecimento da sua cor incandescente, podem manter-se a temperaturas de 500 ºC durante alguns segundos.
3- O calor transmitido por condução térmica, proveniente de peças metálicas submetidas a aquecimento (até temperaturas da ordem dos 400 ºC no caso dos elementos metálicos) (ver tabela).

Tabela – Materiais cuja temperatura mínima de ignição é inferior a 450 ºC
Tipo de material
Temperatura Mínima de Ignição (ºC)
Madeira
>=280
Placas de aglomerado
>=250
Papel de jornal
>=185
Poeira de cereais
>=265

Têxteis


Juta
>=240
Algodão em rama
>=320
Tecido de algodão
>=400
Plásticos:

Polietileno
>=340
Poliestireno
>=360
Poliamida
>=425

1. ONDE RESIDE O PERIGO DE INCÊNDIO?
As operações de soldagem, oxicorte e outros trabalhos semelhantes com risco de incêndio podem dar origem à ignição de materiais de natureza combustível, através da projeção de partículas metálicas quentes num raio de pelo menos 10 metros do local de trabalho (Figura 1 e 4).

As partículas de metal incandescente de grandes dimensões caem de forma quase vertical, podendo provocar a ignição de materiais até 20 metros por debaixo do local de trabalho (Figura 3).




EXISTE PERIGO ESPECIAL NAS SITUAÇÕES ENVOLVENDO:

Figura 3 – As partículas incandescentes de soldagem podem incendiar materiais de natureza combustível em locais não visíveis.

1-Materiais termo-isolantes, isolantes, materiais de decoração, embalagens de cartão, fibras sintéticas e plásticos expandidos.
2-Recipientes abertos ou não estanques, com líquidos ou gases combustíveis. Estes recipientes muitas vezes aparentam encontrar‑se vazios mas podem conter vapores ou gases combustíveis que podem originar uma explosão em presença de uma fonte de ignição.
3-Resíduos de óleos em recipientes, ou no solo.
4-Trapos de limpeza com resíduos oleosos, aparas de madeira, serragem.
5-Poeiras de natureza combustível sedimentada e outros materiais finamente divididos.


 Fig. 3/A 

2. PRECAUÇÕES A TOMAR ANTES DO INÍCIO DOS TRABALHOS

2.1. Obter uma autorização de trabalhos
Antes de iniciar operações de risco fora dos postos de trabalho previstos para o efeito, há que obter uma “autorização de corte e soldagem ou trabalhos a quente”,  ao responsável pela Segurança. Uma cópia desse documento de autorização deve ser colocada junto do local de trabalho. A autorização deve incluir as condições de supervisão e as medidas de precaução para os trabalhos com risco de incêndio.


2.2. Localização de alarmes e meios de combate a incêndio mais próximo
Todas as pessoas que executam trabalhos a quente devem estar informadas previamente sobre a localização dos meios de extinção de incêndio mais próximos (por exemplo extintores portáteis e hidrantes) e do sistema de alarme que permita a chamada dos bombeiros em caso de incêndio (telefone mais próximo, botoeira de alarme de incêndio, etc.).

2.3.  Verificação dos equipamentos de trabalho
Figura 4 – Alcances das partículas incandescentes em operações de oxicorte.


Os cilindros de gases de soldagem devem proteger-se contra quedas (com correntes, aros, cintas, etc.) e não devem ser colocados junto de fontes de calor tais com estufas, radiadores, aparelhos de aquecimento, fogo aberto, radiação solar direto, etc.

Em trabalhos com acetileno e outras misturas de gases o equipamento deve dispor de dispositivos anti-retrocesso da chama. Estes dispositivos podem ser instalados na mangueira de gases imediatamente antes do redutor de pressão ou na própria mangueira do bico de chama. Também deve haver dispositivo de anti-retrocesso da chama na  tubulação de oxigênio.

Quando alimentados diretamente de instalações de abastecimento (centrais de gases), os aparelhos que utilizam gases como o acetileno, gás natural ou gases liquefeitos, devem ter dispositivos anti-retrocessos de chama instalados nas saídas das mangueiras das tubulações dos sistemas de segurança (por exemplo, interceptores, dispositivos que permitem a passagem de gás somente em um sentido, são utilizados para impedir a passagem de oxigênio para a linha de acetileno ou para impedir o retorno de gás de um equipamento para outro).
Os cilindros de gases, reguladores de pressão, tubulações,  devem ser assinalados segundo um código de cores de acordo com o tipo de gás utilizado (conforme norma vigente no país).
As mangueiras dos maçaricos não devem ter qualquer defeito e qualquer pequeno dano deve ser imediatamente reparado de forma adequada. Nunca recorrer a remendos com fita isoladora. As tubulações dos queimadores devem ser ainda protegidos contra a passagem de veículos, contra as dobras, calor, etc. Os pontos de ligação devem ser unidos com flanges adequadas ao diâmetro da mangueira. 
Na soldagem com arco voltaico (solda elétrica) os geradores, conversores, retificadores e transformadores devem cumprir as disposições das normas locais correspondentes..

2.4. Desativação dos detectores automáticos de incêndio
Para evitar falsos alarmes nos sistemas de detecção automática de incêndio, há que desativar os detectores nas áreas onde serão efetuados os trabalhos a quente. O setor de segurança deve tomar precauções adicionais, incluindo rondas de controle (vigilância) nas áreas afetadas, que garantam uma detecção antecipada de um possível foco de incêndio.
A colocação fora de serviço dos detectores de incêndio das áreas em questão deve ser limitada ao período de tempo previsto para a realização do trabalho. Uma vez terminado o serviço   e também durante as respectivas interrupções (por exemplo durante a noite), deve proceder à reativação do sistema de detecção.
Quando existem sistemas de sprinklers automáticos, devem proteger-se as cabeças dos sprinklers que possam ser afetadas pelo calor produzido na área de trabalhos a quente. Se as cabeças dos sprinklers se encontram a uma distância de menos de 2 metros do local de trabalho então as mesmas devem ser sempre protegidas.
A colocação fora de serviço dos sistemas automáticos de extinção e detecção de incêndio durante um período longo (geralmente a partir de um dia de trabalho) deve ser comunicada à companhia de seguros/corretoras  no âmbito das considerações sobre agravamento do risco que constam nas apólices.

2.5. Preparação e proteção do local de trabalho
Antes de iniciar os trabalhos deve observar-se o seguinte, num raio de 10 metros do local de trabalho:
1-Todos os materiais e objetos combustíveis devem ser retirados. Também se deve eliminar o pó acumulado e os revestimentos e isolamentos combustíveis.
2-Os elementos construtivos fixos combustíveis devem ser protegidos (cobertos com materiais resistentes ao fogo). O mesmo se aplica a equipamento e instalações, ligações de máquinas, revestimentos de paredes e tetos, incluindo os revestimentos sintéticos.
3-As aberturas e perfurações em tetos, paredes e pisos (por exemplo para passagem de cabos e condutas) devem ser selados, bem como as juntas e ranhuras adjacentes a espaços laterais, superiores e inferiores. Para tapar as aberturas devem utilizar-se materiais não combustíveis: sacos de areia, gesso, cimento, massa cerâmica, tecidos resistentes ao fogo ou tecidos ignífugos ou vaporizados com metais, fibras de vidro, placas cerâmicas isentas de amianto, placas de fibra de silicato e chapas metálicas.
4-Nas salas onde decorrem trabalhos há que prever espaço livre suficiente para evitar que as partículas incandescentes produzidas pelas operações com fogo atinjam pessoas.

2.6. Medidas de segurança para trabalhos em reservatórios/recipientes
Quando há necessidade de efetuar trabalhos a quente dentro de recipientes ou reservatórios que continham substâncias combustíveis ou que estimulem a combustão (por exemplo peróxidos), antes de iniciar os trabalhos há que esvaziar completamente os recipientes.

Independentemente do tipo de recipiente e do respectivo conteúdo, há que verificar sempre que no seu interior não existem atmosferas explosivas.

Será necessário efetuar medições com um analisador de atmosferas explosivas. Requerem especial atenção os depósitos de produtos sólidos, com uma camada de óxidos e outros resíduos sólidos, uma vez que os resíduos podem conter líquidos que libertem vapores perigosos. Quando não se dispõe de um aparelho de medida adequado, deve encher-se os recipientes com água ou proceder-se a uma inertização completa dos mesmos com dióxido de carbono ou nitrogênio antes do início dos trabalhos (Figura 5). Caso se trate de soldagem em recipientes em alumínio deve utilizar-se apenas o nitrogênio para inertização, de modo a evitar possíveis reações químicas entre o alumínio e o dióxido de carbono.

3. PRECAUÇÕES DURANTE O TRABALHO
1-Não devem ser utilizados como suportes de trabalho recipientes semelhantes, nem vazios nem cheios: os recipientes cheios podem rebentar se sujeitos a uma sobrepressão produzida pelo calor proveniente do trabalho e os recipientes aparentemente vazios podem conter vapores ou gases com perigo de explosão.
2-O local de trabalho deve ser inspecionado constantemente, incluindo zonas adjacentes (laterais, superiores e inferiores), em busca de possíveis pontos de ignição e focos de incêndio sem chama. No caso de existir perigo em potencial, por exemplo se não foi possível eliminar ou cobrir todos os materiais de natureza combustível da área, só devem ser efetuados os trabalhos a quente em presença de um brigadista. Os brigadistas devem ser pessoas com formação na área do incêndio, de preferência membros da equipa de intervenção da empresa. Estes devem assegurar a disponibilidade dos meios de combate a incêndio adequados, extintores portáteis e hidrantes.
3-Os elementos de construção predominância combustível que possam atingir temperaturas elevadas através de condução térmica por outros materiais ou por influência direta dos trabalhos devem ser arrefecidos continuamente com água.

4. PRECAUÇÕES APÓS A CONCLUSÃO DO TRABALHO
Verifica-se freqüentemente que os danos provocados por um incêndio em redor do local da realização de trabalhos a quente têm origem após a sua conclusão.
Por esse motivo é absolutamente necessário proceder a uma inspeção cuidadosa do local de trabalho depois de sua finalização, várias vezes depois de uma primeira inspeção, em busca de possíveis pontos quentes, fumaça ou odores de queimado. Deste modo podem detectar-se focos de incêndio na sua fase incipiente e combatê-los antes que estes se desenvolvam.

Há incêndios incandescentes que se caracterizam por uma combustão lenta sem chama durante várias horas. As rondas de controle (vigilantes)  devem ser efetuadas até ao momento em que o aparecimento de um incêndio já não seja provável, sobretudo em áreas sem pessoal ou com pouca visibilidade. Durante este período de controle os meios de combate a incêndio devem manter‑se disponíveis e prontos a ser utilizados.
Para trabalhos efetuados durante períodos longos, por exemplo quatro semanas ou mais, é possível recorrer a um controle por meio de detectores de fumaça portáteis com transmissão de alarme via rádio a um painel central com vigilância permanente. Esta medida não pode, no entanto, substituir os procedimentos de vigilância necessária, principalmente durante períodos de não funcionamento da empresa (noite e fins de semana).

5. QUANDO É QUE TRABALHOS A QUENTE SÃO ABSOLUTAMENTE PROIBIDOS?
Se após um exame cuidadoso pelo responsável pela segurança e/ou equipe de intervenção da empresa ainda subsistem dúvidas consideráveis quanto à possibilidade de executar trabalhos a quente ou chama aberta ou outros que produzem faíscas ou partículas quentes, então tais procedimentos devem ser substituídos por outros menos perigosos.

Os trabalhos de soldagem são proibidos nos seguintes casos:
1-Em áreas com tetos combustíveis e/ou isolamentos combustíveis, sobretudo quando executados diretamente por debaixo dos mesmos.
2-Em espaços onde se manipulam ou utilizam materiais facilmente inflamáveis.
3-Em todas as áreas com perigo de explosão.

6. ADVERTÊNCIAS ESPECIAIS
1-Nos processos  de execução de trabalhos a quente, as medidas de segurança adotadas para os postos de trabalho devem ser verificadas regularmente (separação com cortinas protetoras, instalação de dispositivos de extinção de incêndio prontos a funcionar, manutenção da proibição de armazenar líquidos combustíveis e similares, etc.).
2-Geralmente subestima-se a combustibilidade de tetos de madeira envernizados, estruturas de suporte e materiais de isolamento combustíveis em aberturas e juntas de dilatação. A combustão sem chama em espaços vazios ocultos, por exemplo por baixo de pisos falsos, em tetos falsos, em condutos para instalação de cabos ou por detrás de revestimentos de paredes, pode propagar-se durante um período de tempo longo e provocar um incêndio aberto em locais afastados (Figura 3).
3-As lonas, cortinas para soldagem, tecidos ignífugos, chapas metálicas, adaptam-se  facilmente à forma dos elementos a proteger e reduzem a condução de calor.
4-Durante a utilização de gás acetileno, os respectivos cilindros devem manter-se na posição vertical..
5-O melhor método de transporte de cilindros de gás  é os carros para cilindros à prova de queda, que transportam também um extintor de incêndio.
6-Os espaços onde se efetuam trabalhos de soldagem e oxicorte têm que ser bem ventilados. Em espaços pequenos sem renovação de ar suficiente, em caso de trabalho prolongado, há que proceder à extração dos vapores e gases resultantes da operação , sempre que não se utilizam máscaras de respiração. Não se pode recorrer ao oxigênio para ventilação.
7-Nos casos em que existe o risco de propagação de um incêndio para propriedade de terceiros, as medidas de segurança necessárias com vista à proteção dos riscos operacionais existentes devem ser coordenadas e supervisionados diretamente pela segurança.
8- Em trabalhos de soldagem e oxicorte produzem-se gases, fumos, vapores e poeiras prejudiciais à saúde, em diferentes quantidades e composição, dependendo dos procedimentos, aditivos, produtos auxiliares, revestimentos, etc.

ATMOSFERAS EXPLOSIVAS



Quando existem atmosferas explosivas no interior dos reservatórios, será necessário proceder à eliminação das mesmas antes dos trabalhos: os reservatórios devem ser atestados com água ou inertizados com um gás inerte (por exemplo dióxido de carbono ou nitrogênio).


7. SINISTROS

Como exemplos de sinistros ocorridos na seqüência da realização de operações de soldagem;
1-incêndio num pavilhão da Exposição Mundial de Sevilha, em Espanha, que provocou danos na ordem dos 32 milhões de dólares,
2-incêndio do Teatro del Liceo de Barcelona, também em Espanha, com danos estimados em 25 milhões de dólares,
3- incêndio do teatro La Fenice de Veneza (Itália), e  o catastrófico incêndio do Aeroporto de Dusseldorf na Alemanha em 1996.

No incêndio do aeroporto de Dusseldorf,  houve 16 vitimas fatais  e prejuízos no valor de milhões de dólares Nesse sinistro a causa direta da ignição do incêndio foi a execução não supervisionada de uma soldagem numa chapa metálica, numa junta de dilatação do acesso principal da área de saída do aeroporto. O calor produziu uma inflamação do betume (vedação), que gotejou no interior de um conduto de ar situada por debaixo desse acesso, a qual por sua vez se encontrava por cima de uma loja de flores.

Fatores que contribuíram para o incêndio;
1-A compartimentação insuficiente do conduto de ar, o número reduzido de registros corta‑fogo (dumpers) existentes no seu interior,
2- A utilização de um isolante térmico à base de um material em plástico expandido (poliuretano), e
3- Inadequado funcionamento do sistema de detecção automática de fumaça; contribuíram para propagação extremamente rápida do incêndio, acompanhada de uma liberação intensa de fumaça, monóxido de carbono e outros gases tóxicos.

Este sinistro de grandes proporções poderia ter sido evitado com a utilização de uma “Autorização de Corte e Solda”, que teria reduzido significativamente o efeito do incêndio, pois com supervisão e vigilância adequada poderia ter minimizado o tempo de alarme e resposta ao incêndio.
Neste incêndio decorreram mais de 35 minutos até que os primeiros bombeiros atuassem. Esta demora deveu-se sobretudo ao espaço de tempo entre o alarme e a localização do incêndio.

Estes casos são uma demonstração clara da potencialidade de destruição dos trabalhos a quente.

Estudos  NFPA (National Fire Protection Association) indicam;
1-que entre 1988 e 1992 cerca de 5% dos incêndios ocorridos em edificações não residenciais foram devidos as operações com utilização de chama aberta. Este número aumenta para 8% se considerarmos os incêndios ocorridos em ambiente industrial.
2- estatísticas de incêndio dos Estados Unidos indicam ainda que entre 1990 e 1995 ocorreram pelo menos 13 grandes sinistros provocados por descuido em operações de soldagem e trabalhos com utilização de chama aberta, num total de danos materiais que excedeu 250 milhões de dólares.

A análise das causas de incêndio provocada  por trabalhos a quente,  indica os seguintes fatores predominantes

Preparo inadequado do local
50%
Solda em áreas sem proteção de sistema de sprinklers ou em locais onde estavam com defeitos
20%
Centelhas penetrando em outras áreas através de aberturas
20%
Equipamentos defeituosos
5%
Diversos
5%


Fonte: @ZR; Allianz Group 

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quinta-feira, julho 24, 2008

Soldador morre durante explosão

Em 21 de maio de 1998, às 10 h 35 min, um homem, de 38 anos, morreu em conseqüência de uma explosão, que ocorreu quando soldava peças na parte traseira de um caminhão coletor de lixo industrial.
As informações foram obtidas com a polícia, corpo de bombeiros e do relatório do legista.
A construtora era de propriedade do irmão da vítima, que morava também no local, onde o acidente ocorreu. Entretanto, não havia nenhuma indicação que a vítima trabalhava para seu irmão no momento do acidente. Estava trabalhando para o proprietário do caminhão coletor de lixo industrial, como um soldador autônomo, reparando e modificando seus caminhões.
A edificação continha equipamentos elétricos e outros, que não foram envolvidos pelo incêndio. Outras circunstâncias ambientais não foram um fator que contribuiu para este incidente.

Investigação
A vítima estava no local para reparar um caminhão coletor de lixo industrial , que chegara a oficina às 7 h. Diversas peças foram acrescentadas na parte traseira do caminhão e uma foi necessária soldar na caçamba. Havia duas partes pesadas de aço que necessitaram ser soldadas em conjunto e unidas ao caminhão. A parte básica media aproximadamente 15 cm por 15 cm e uma segunda parte foi unida.. O caminhão coletor de lixo industrial estacionou próximo a edificação, perto de uma porta no lado leste do edifício. Um outro empregado observou que a vítima estava soldando, minutos antes da explosão. O empregado observou também um tambor de 165 l na parte traseira do caminhão, que estava sendo usado pela vítima, quando estava soldando.
O empregado ouviu a primeira explosão e viu o edifício em chamas, próximo a parte traseira do caminhão e da porta da edificação. Ele correu ao local, na parte traseira do caminhão e tentou retirar a vítima, mas foi incapaz de retirá-lo, devido uma série de explosões seguidas de incêndio. Então, correu e pediu ajuda. O Corpo de bombeiros recebeu a chamada às 10 h 35 min com informação de explosão e incêndio.
Quando a policia e os bombeiros chegaram ao local, o edifício estava em chamas. Os bombeiros começaram a controlar o incêndio e foram avisados que uma pessoa ainda estava no interior ou próxima à edificação.

Vítima
A vítima foi encontrada perto do caminhão, na parte traseira, estacionado ao lado do edifício, deitada no chão com a face voltada para cima. O corpo tinha sofrido os principais danos em conseqüência do incêndio.. A vítima foi removida e levada ao hospital e onde foi feita a autópsia. A autópsia revelou que a vítima morreu devido a um golpe grave na cabeça (traumatismo craniano) e não pelo incêndio.

Foto – Tambor vazio após a explosão
Soldagem da peça
Na parte superior do tambor tinha a marca de uma peça, que estava sendo feita para a parte traseira do caminhão. Havia duas peças pesadas de aço que foram soldadas em conjunto.
Aparentemente, a vítima estava trabalhando nas peça, antes da explosão. Havia também algumas áreas do tambor, onde o metal quente do processo de soldagem deixou a marca (vestígios).

A peça soldada não tinha sido adicionada à parte traseira do caminhão antes da explosão. A seção superior do tambor foi encontrada nos escombros do incêndio. O fundo do tambor foi encontrado na parte traseira do caminhão perto do corpo da vítima.
Uma chapa de aço pesada que foi adicionada à parte traseira do caminhão foi encontrada no chão perto do fundo do tambor. De acordo com o relatório do departamento de investigação de incêndio, revelou que o tambor explodiu e o fundo permaneceu na mesma posição onde estava o tambor.

Causa provável
O departamento de investigação de incêndio concluiu que a explosão ocorreu quando a vítima soldava duas seções de aço pesado apoiando no tambor de 165 l . A vítima tinha colocado aparentemente o cabo de condutor do soldador no tambor, que pode ter causado aquecimento durante a soldagem, a ponto de provocar a ignição do material inflamável no interior do tambor.
Um outro cenário mais provável é que o soldador simplesmente aqueceu a tampa do tambor com o eletrodo de soldar e inflamou os vapores existentes no interior do tambor.
As amostras do interior do tambor foram enviadas para a análise, mas o departamento de investigação de incêndio não conseguiu determinar que tipo de produto estava no interior do tambor.

Causa da morte
O relatório do medico legista indicou que a causa provável da morte foi os ferimentos graves na cabeça.

Recomendação /Discussão

Recomendação nr.1:
Os empregadores devem garantir que os soldadores são treinados adequadamente na operação segura de seu equipamento e processo.
Discussão:
O incêndio e a explosão podem ser um risco ao soldar inadequadamente. A soldagem deve ser conduzida de acordo com as normas existentes e procedimentos. Estes regulamentos especificam que os empregadores devem insistir que os soldadores e seus supervisores são treinados apropriadamente na operação segura de seu equipamento e processo. O empregador deve garantir que o equipamento proteção contra incêndio apropriado é acessível.
As faíscas ou fagulhas de soldagem podem deslocar até 12 m. Para minimizar o perigo, todas as substâncias/produtos combustíveis devem ser removidos local do trabalho e mantidos a distância de pelo menos de 11 m. Os produtos/substâncias combustíveis que não podem ser movidos, devem ser cobertos com uma lona à prova de fogo. O supervisor deve relacionar os materiais combustíveis e os riscos presentes ou provavelmente estar no local de trabalho.
O equipamento de solda elétrica deve conformar-se aos critérios de projeto e de instalação, de acordo com as normas e procedimentos técnicos do fabricante. O aterramento da máquina de soldagem deve ser verificado antes que a soldagem inicia-se. O cabo de soldagem deve ser estendido. Uma conexão elétrica separada deve ser usada para o aterramento do material que está sendo soldado, e o cabo condutor do eletrodo que dever ser segurado firmemente durante a execução do trabalho.

Recomendação nr.2:
Os empregadores devem assegurar-se, que a soldagem não deve ser executada em tambores usados, até que estejam limpos completamente (ausência de vapores ou resíduos).
Discussão:
A soldagem e outros tipos de trabalho a quente não devem ser executados em tambores usados, em tambores ou em outros contêineres proibidos até que estejam limpos completamente.
A limpeza deve ser feita para certificar que não há nenhum traço ou resíduo presente inflamável dos materiais ou nenhuma substância tais como; graxas, piches, ácidos, ou outros materiais que quando submetidos ao aquecimento podem produzir vapores inflamáveis ou tóxicos.
Neste caso, a vítima usou um tambor velho como uma mesa de apoio para soldagem, e não tinha idéia do perigo da solda elétrica. Mesmo uma pequena quantidade de combustível residual, de óleo, ou de vapor da gasolina, quando misturado com o ar apropriado, transformou-se em uma mistura mortal no interior do tambor.

Recomendação nr.3:
Os empregadores devem desenvolver, executar, e cumprir um programa por escrito de segurança. O programa de segurança deve incluir procedimentos de segurança de tarefas específicas e o treinamento de empregado na identificação, eliminação e controle de riscos.
Discussão:
A execução e o cumprimento de um programa detalhado de segurança é elaborado para impedir acidentes com vítimas. O programa de segurança deve incluir procedimentos de segurança específico de tarefa e o treinamento de empregado. O treinamento é um elemento crítico em um programa de segurança e neste caso, o treinamento deve incluir a comunicação de procedimentos de segurança de tarefas específicas. Todos os contratantes devem ser avisados sobre materiais inflamáveis ou condições perigosas no local.

Recomendação nr.4:
Os empregadores devem designar uma pessoa competente para conduzir as inspeções freqüentes e regulares de segurança do local de trabalho.
Discussão:
As inspeções regulares do local do trabalho por uma pessoa competente, asseguram que os procedimentos de segurança estão sendo seguidos, e demonstra que o empregador está comprometido com o programa de segurança e à prevenção de acidentes. Neste caso, as inspeções programadas e não programadas devem ser conduzidas, e incluem uma reinspeção do local de trabalho; materiais, e equipamentos para identificar as condições de riscos.

Fonte: The University of Iowa – FACE Program
Referências: National Safety Council. Accident Prevention Manual for Business & Industry: Administration and Programs. Tenth Edition. Chicago, IL. 1992.
Office of the Federal Register: Code of Federal Regulations, Labor 29 Part 1910 and Part 1926. Washington, DC: U.S. Government Printing Office, 1996.

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quarta-feira, abril 23, 2008

Acidente fatal numa indústria de estrutura metálica na Espanha


O acidente ocorreu em 18 de abril de 2008, às 17 h 30 min, na empresa Demag, especializada na fabricação de vigas e localizada a rua Buenos Aires do Polígono Industrial Camporroso de Alcalá de Henares, Espanha, segundo fontes municipais.

O trabalhador estava soldando uma viga quando ocorreu a explodiu, provocado por acúmulo de gás em seu interior, e ele foi jogado contra uma estrutura metálica causando-lhe a morte.
O Serviço de Atendimento de Emergência da Comunidade de Madri explicou que a viga que explodiu é usada em algumas indústrias como estrutura portante, para fixar componentes pesados, e tinha capacidade para suportar quase dez toneladas.

Vitima
A vítima ficou presa entre duas vigas de ferro e sofreu politraumatismos, fratura na base do crânio e da coluna vertebral. Os bombeiros conseguiram retirá-lo utilizando uma das gruas da própria empresa e os socorristas tentaram reanimá-lo durante trinta minutos, sem sucesso.

Serviço de emergência
Duas viaturas de Bombeiros da Comunidade de Madri, uma unidade móvel de Serviço de Atendimento de Emergência e efetivos da Polícia Local e Nacional estiveram no local.

Causa provável
Como sua estrutura é vazia, os técnicos investigam como tinha acumulado gás em seu interior.

Fonte: El Mundo – 18 de abril de 2008

Comentário:
Pelas fotos nota-se, que a viga metálica era fechada nas extremidades. Pode ser durante o tratamento de superfície, elementos contaminantes oriundos da estampagem e proteção da chapa (óleos e graxas, etc.) não fora removidos adequadamente durante o processo.
Com aquecimento do aço durante a soldagem, com ar no interior da viga e/ou alguma substância contaminante tinha as condições ideais para explosão (fonte de calor e vapores).
Fumos e gases de soldagem são de difícil classificação. A composição e quantidade dependerão do material com o qual se está trabalhando, do processo, procedimento e consumível utilizado. Outras condições que podem influenciar a composição e quantidade de fumos e gases incluem: revestimento do material a ser soldado (como pintura, eletrodeposição ou galvanização), o número de operações de soldagem e o volume da área de trabalho, a qualidade e quantidade de ventilação, a presença de contaminantes na atmosfera (como vapores de hidrocarbonetos clorados originados de operações de limpeza ou pintura).
Os produtos de decomposição originados de operações normais incluem aqueles originados por volatilização, reação ou oxidação de ingredientes, material a ser soldado e seu revestimento, entre outros.
Os produtos de decomposição esperado do uso normal incluem complexos de óxidos e fluoretos, bem como monóxido e dióxido de carbono, óxido de nitrogênio e composição do eletrodo.

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posted by ACCA@9:52 PM

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