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quarta-feira, janeiro 09, 2013

Escutar som muito alto pode causar perda irreversível da audição

Sons que estão presentes no dia a dia, como o de uma avenida movimentada, o apito do guarda de trânsito e as buzinas podem provocar problemas no ouvido. Por isso, é importante protegê-lo e preservar a audição para evitar perda no futuro.

EXPOSIÇÃO A SOM ALTO E EXPLOSÕES
Falta de cuidados, muita exposição a som alto e explosões e uso constante de fones de ouvido podem causar perda irreversível da audição, segundo a otorrinolaringologista Tanit Sanchez. O volume máximo pode causar prazer a algumas pessoas, mas de acordo com a pediatra Ana Escobar, essa sensação passa rapidamente e o que fica é a destruição das células auditivas.
Essa audição perdida, seja por causa de ruídos fortes ou pelo envelhecimento, jamais será recuperada se as células auditivas tiverem morrido. Por isso, é importante utilizar os fones com moderação e não escutar música muito alta ou por muito tempo.


Canal auditivo
1- Pelos – Formam uma teia que protege o ouvido da entrada de insetos e corpos estranhos
2-Canal auditivo -  É o duto que leva o som até o tímpano. Também serve para proteger a membrana.
3-Cera – Protege, impermeabiliza o canal auditivo, impede a reprodução de fungos e bactérias e evita doenças como micoses e otites. Não deve ser removida.
4-Tímpano – É uma membrana delicada e mais fina que uma folha de papel e serve para separar o ouvido externo do médio. Se perfurado, pode haver perda de até 60% da audição e mais riscos de infecções
5-Ossos do ouvido – São três: martelo, bigorna e estribo. Fazem a comunicação do tímpano com a clóclea e transmitem o som
6-Clóclea – Dentro dela, há um líquido e, em seu revestimento interno, diversos cílios (pelos) que captam o som pelo movimento desse liquido. 

SOM ESTÁ PERTO DA ORELHA,
Quando o som está muito perto da orelha, ele é mais prejudicial porque vai direto para o tímpano.
Quando está propagado em um ambiente, como o interior de um carro, sofre interferência da janela, dos bancos e de toda a estrutura do automóvel até chegar ao tímpano, dessa vez com menor pressão sonora.
Assim como o resto do corpo, o ouvido também envelhece e, a partir dos 50 anos, as células auditivas começam a morrer. Esse envelhecimento, porém, não causa perda total da audição a não ser que esteja associado a outras doenças.

DOENÇAS
Problemas como diabetes, colesterol alto e pressão alta podem acelerar o processo de perda auditiva porque as três doenças diminuem a circulação do sangue no único vaso do ouvido, responsável pela nutrição.
Isso acontece porque os alimentos gordurosos aumentam o colesterol, deixando esse sangue com mais gordura e, conseqüentemente, com mais dificuldade para passar por esse vaso. Por isso, é bom evitar muito café, gorduras e doces.

MEMÓRIA
Outra complicação que pode acontecer como conseqüência da perda auditiva é o comprometimento da memória. Pesquisas recentes mostram que as pessoas conseguem recordar momentos, mas não sons. Ou seja, preservar a audição é também preservar um pouco da memória.

EXAME MÉDICO
Já pessoas que sentem tontura não devem confundi-la com labirintite. Apesar da maioria das tonturas serem de origem do labirinto, existem também causas neurológicas, vasculares e cardíacas. Por isso, é importante procurar um médico.

O médico também pode solicitar um exame de audiometria, que deve ser realizado, no mínimo, uma vez ao ano para medir a saúde do ouvido. Pessoas que trabalham em locais com muito barulho podem reduzir esse prazo para 6 meses.

LIMPEZA
Os cuidados também envolvem a limpeza e, ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, a cera não é sujeira. Ela funciona como um mecanismo de defesa do ouvido e protege contra infecções de bactérias e fungos.
Para limpar, a pediatra Ana Escobar recomenda retirar apenas a cera do lado externo do ouvido, quando já está visível, mas não todos os dias.
Não é indicado colocar bastonetes dentro do ouvido porque eles podem causar lesões e infecções nos tímpanos. Outra maneira é enxugar a região com a toalha depois do banho. Fonte: G1, em São Paulo-28/06/2012 

Vídeo:

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quarta-feira, setembro 12, 2012

Ruídos em canteiro de obras


SERRAS CIRCULARES DE BANCADAS
Nível sonoro: 100 – 107 dB(A)
Causa do ruído: radiação sonora emitida pelo motor elétrico, pela transmissão e pelo disco da serra, além da vibração do material trabalhado.

SERRAS CIRCULARES
Nível  sonoro: 101 – 109 dB(A)
Causa do ruído: radiação sonora emitida pelo motor elétrico e seus elementos de transmissão e principalmente pelo contato entre o disco abrasivo e o material trabalhado.

LIXADEIRAS MANUAIS E PNEUMÁTICAS
Nível: 98-108  sonoro: dB(A)
Causa do ruído: atrito do disco abrasivo no material, ao funcionamento do motor e a vibração transmitida ao material trabalhado. Em máquinas pneumáticas, o ruído é gerado pelo escoamento turbulento da exaustão de ar.

FURADEIRAS ELÉTRICAS PORTÁTEIS
Nível  sonoro: 90-99 dB(A)
Nível  sonoro: 92-101 dB(A) – furadeira de impacto
Causa do ruído: o ruído é gerado pelo motor elétrico, por elementos de transmissão  e pelas vibrações da própria broca ou outra ferramenta acoplada  e pela radiação sonora emitida pelo material trabalhado.
No caso de perfuração combinada  com percussão (2.200 a 2.600 impactos por minuto), predomina o som devido a percussão .

ROMPEDORES ELÉTRICOS E PNEUMÁTICOS
Nível  sonoro: 103-115 dB(A)
Causa do ruído: O ruído é gerado pelo corpo da máquina, mas principalmente pelo contato entre a ferramenta do rompedor e a superfície do material trabalhado e quando o equipamento é pneumático, pelo escoamento turbulento de exaustão do ar.

BETONEIRAS
Nível  sonoro: 82-92 dB(A)
Causa do ruído: O ruído dessas máquinas depende das condições de instalação, da potência, da capacidade volumétrica, do nível de carga, do material trabalhado e manutenção.  A radiação sonora é emitida pelo conjunto motor/redutor e pelo impacto dos agregados com o corpo ou parede da cuba de mistura.

COMPRESSORES
Nível  sonoro: sem tratamento acústico- 85-95dB(A); com tratamento acústico – 70 dB (A)
Causa do ruído: turbulência do fluxo de ar devido à passagem não suave do fluido pelo interior do compressor; separação do fluxo causado pela sua interação nas partes rotativas (rotores) e nas partes fixas (estatores); fluxo não estacionário (irregular) nas pás dos rotores, que gera ruído na frequência de rotação e nos seus harmônicos. Soma-se a isso as radiações sonoras do motor e do sistema de refrigeração.

MARTELO
Nível  sonoro: Os níveis médios de pressão sonora podem atingir valores de 109 a 142 dB(A), principalmente em tarefas de desforma de pisos, vigas, pilares e escadas de concreto, podendo ultrapassar, inclusive, os limites máximos admissíveis de exposição sonora  (140 dB medido na escala linear0, o que, na falta de proteção adequada, caracterizaria a tarefa como grave e risco iminente.
Causa do ruído: O impacto da base do corpo do martelo com a cabeça de pregos ou sobre determinada superfície.

SERROTES
Nível  sonoro: 75-81dB(A)
Causa do ruído: O ruído é gerado pelo contato direto entre a serra e o material trabalhado.

VIBRADORES DE CONCRETO
Nível  sonoro: 85-90 dB(A)
Causa do ruído: A haste emite um som desagradável de alta frequência, que se nota sobretudo quando o vibrador toca na armadura metálica e na forma de trabalho.

COMPACTADORES
Nível  sonoro: à combustão  91 dB(A)
Causa do ruído: O ruído é gerado pelo motor e pelos elementos de percussão . No caso de compactadores à combustão; o ruído é maior em razão do tipo de motor utilizado e do escape de gases.

CONTROLE
As exposições ao ruído em certas tarefas, como por exemplo, as que requerem o uso de martelos pneumáticos, policortes e betoneiras podem ser reduzidas por meio de medidas administrativas. Essas medidas consistem:
1-Treinamento do trabalhador para evitar exposições desnecessárias, escolha de equipamentos adequados à atividade executada, distanciamento de operadores de máquinas  ruidosas em tarefas simultâneas para diminuir  o nível de exposição individual
2-Planejamento, implantação e disposição adequada das tarefas e máquinas, como por exemplo, a segregação de tarefas muito ruidosas sempre que possível,
3-Limitação de acesso de trabalhadores em áreas onde se vão realizar tarefas bastante ruidosas para diminuir o número de  expostos,
4-Implantação de um sistema rígido de fiscalização no uso de protetores auriculares.  

Fonte: Fundacentro

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domingo, abril 24, 2011

Rompedores pneumáticos: ruído e vibração

Foto: Quatro rompedores pneumáticos
Ruído: 105 dB
A foto foi tirada a uma distância de 100 metros. O ruído era ensurdecedor nessa distância, tinha de falar alto, não tinha condições de concentrar-me no trabalho. Imagino entre os trabalhadores. Os trabalhadores estavam usando abafadores de ruído. A soma dos valores, desprezando a distância equivale a 111 dB. O tempo de exposição dos trabalhadores era de 6 horas, com intervalo para o almoço.

O tempo de exposição diária permitido pela NR-15 do MTE é de 15 minutos/dia (para 110 dB). Ainda a não inventaram um protetor auricular capaz de atenuar esses níveis de ruído a patamares seguros, ou seja, abaixo de 85 dB para oito horas/dia.

A redução do tempo de exposição diária, efetivada por meio de rodízios de trabalhadores/atividades seria a melhor forma de proteger os trabalhadores? Acho que não. Talvez um rodízio de 16 trabalhadores para atender uma exposição diária de 2 horas, para um nível de ruído de 95 dB com abafadores?
Melhor solução: Existem empresas especializadas em cortes de concreto armado, seria a opção? A que custo?

Problemas dos abafadores e plugs no campo real
■ Estado de conservação
■ Baixa destreza de colocação
■ Interferências (quatro trabalhadores )
■ Hábitos dos trabalhadores que prejudicam o ajuste do EPI

Além do ruído, temos a exposição à vibração. Qual seria a vida útil para o trabalho de um trabalhador exposto a ruído excessivo e a vibração?

QUAIS SÃO OS EFEITOS SOBRE A SAÚDE DA VIBRAÇÃO MÃO-BRAÇO?
A vibração induzida avança lentamente nas condições de saúde No início ele começa como uma dor. Com a exposição contínua da vibração, a dor pode tornar-se um ferimento ou doença. A dor é o estado de saúde em primeiro lugar que é observado e deve ser abordada de forma a impedir o dano.
A vibração induzida denominada dedo branco (VDB) é a condição mais comum entre os operadores de ferramentas manuais vibratórias. A vibração pode causar alterações nos tendões, músculos, ossos e articulações, podendo afetar o sistema nervoso. Coletivamente, esses efeitos são conhecidos como síndrome de vibração mão-Braço (SVMB). Os sintomas da SVMB são agravados quando as mãos estão expostas ao frio.

Os trabalhadores afetados por SVMB comumente relatam:
■ ataques de brancura (branqueamento), de um ou mais dedos quando expostos ao frio
■ formigamento e perda de sensibilidade nos dedos
■ perda do tato
■ dor e sensação de frio entre os períodos ataques do dedo branco
■ perda da força de agarrar, segurar e apertar.
■ cistos ósseos nos dedos e pulsos
O desenvolvimento de SVMB é gradual e aumenta em gravidade ao longo do tempo. Pode demorar alguns meses até vários anos para que os sintomas de SVMB tornar-se clinicamente perceptível.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA SÍNDROME DE VIBRAÇÃO MÃO-BRAÇO (SVMB)?
A exposição à vibração da mão-braço afeta o fluxo do sangue (efeito vascular) e provoca a perda da sensação de toque (efeito neurológico) nos dedos.

QUAL É O FENÔMENO DE RAYNAUD DE ORIGEM OCUPACIONAL?
A síndrome de vibração mão-braço também é conhecida como fenômeno de Raynaud de origem ocupacional. Vibração é apenas uma das causas do fenômeno de Raynaud. Outras causas são as doenças do tecido conjuntivo, lesão tecidual, doenças dos vasos sanguíneos nos dedos das mãos, exposição ao cloreto de vinila, e o uso de determinadas drogas. O fluxo sanguíneo reduzido resultante pode produzir dedos brancos em ambientes frios.

QUAIS SÃO OS EFEITOS NA SAÚDE DAS VIBRAÇÕES NO CORPO INTEIRO?
As vibrações no corpo inteiro podem causar fadiga, insônia, problemas de estômago, dor de cabeça e "tremores" logo após ou durante a exposição. Os sintomas são semelhantes aos que muitas pessoas experimentam depois de viagens longas de carro ou uma viagem de barco. Após a exposição diária ao longo de vários anos, a vibração de corpo inteiro pode afetar todo o corpo e resultar em uma série de problemas de saúde.

Veículos aéreos, marítimos ou terrestres podem causar enjôos quando a exposição a vibração ocorre na faixa de freqüência 0,1-0,6 Hz. Estudos de motoristas de ônibus e de tratores descobriram que a exposição ocupacional a vibrações de corpo inteiro poderia ter contribuído para um número de problemas do aparelho circulatório, intestino, aparelho respiratório, dores musculares e das costas. Os efeitos combinados da postura do corpo, fadiga postural, hábitos alimentares e vibração de corpo inteiro são as possíveis causas para esses transtornos.

Estudos mostram que a vibração de corpo inteiro pode aumentar a freqüência cardíaca, consumo de oxigênio e freqüência respiratória, e pode produzir mudanças no sangue e na urina. Pesquisadores do leste da Europa têm observado que a exposição à vibração do corpo inteiro pode produzir uma sensação geral de doente, que eles chamam de "doença de vibração."

Muitos estudos relataram uma diminuição do desempenho em trabalhadores expostos a vibração do corpo inteiro.

QUANTO DE EXPOSIÇÃO DE VIBRAÇÃO TEM SE ACUMULAR ANTES QUE AFETEM AS PESSOAS?
Como em todas as exposições ocupacionais, a sensibilidade individual à vibração varia de pessoa para pessoa.
Três fatores importantes que afetam à saúde podem resultar da exposição a vibrações:
■ o valor do limiar ou a quantidade de exposição à vibração que resulta em efeitos adversos à saúde
■ a relação dose-resposta (como a gravidade dos efeitos adversos à saúde está relacionada à quantidade de exposição)
■ período de latência (tempo da primeira exposição ao aparecimento de sintomas

O valor limite de vibração é o nível abaixo do qual não há risco de síndrome da vibração. Em outras palavras, é a intensidade máxima de vibração a que os trabalhadores mais saudáveis podem ser expostos a cada dia de trabalho para sua atividade em tempo integral, sem desenvolver palidez, dormência ou frio dos dedos. Os trabalhadores não vão desenvolver lesões relacionadas com a vibração ou doença, se a exposição à vibração é mantida em níveis suficientemente baixos.

O que se tem observado é que o número de pessoas afetadas aumenta, como a intensidade e a duração da exposição aumenta a vibração. Esse tipo de relação exposição-resposta indica uma possível relação entre efeitos à saúde e a quantidade total de energia de vibração que entram nas mãos ou corpo. Dependendo da intensidade da exposição, os sintomas podem aparecer em meses ou anos após o início da exposição.

O período latente de SVBM é o tempo desde a primeira exposição ocupacional a vibração mão-braço até o início dos sintomas. O período de latência depende da intensidade da exposição. Quanto maior a intensidade, mais curto o período de latência.
POR QUE NÃO É FÁCIL DE DIAGNOSTICAR AS DOENÇAS RELACIONADAS COM A VIBRAÇÃO?
A aceitação da síndrome da vibração como uma doença industrial é dificultada principalmente:
■ Nem todo médico é treinado para diagnosticar vibração induzida dedo branco (VDB) ou outras doenças relacionadas com a vibração.
■ As causas do VDB nem sempre podem ser identificados.
■ Não há testes objetivos que mensuram o prejuízo.
■ A doença progride durante anos antes de os sintomas se tornarem graves o suficiente para afetar a capacidade de desempenho do trabalhador.

EXISTEM ESTUDOS SOBRE OS EFEITOS COMBINADOS DE RUÍDO E VIBRAÇÃO?
Como a maioria das máquinas vibratórias e ferramentas produz ruído, um trabalhador exposto a vibração, provavelmente deve estar exposto ao ruído, ao mesmo tempo. Estudos da perda auditiva entre os lenhadores (utilizam motoserras) revelaram que, para a exposição a ruídos iguais, aqueles com o dedo vibração induzida branco (VDB) tiveram maior perda de audição do que aqueles sem VDB. A razão para este efeito não está clara.
Estudos sobre o efeito da exposição separada e simultânea ao ruído e vibração de corpo inteiro concluíram que a vibração de corpo inteiro sozinho não causa perda de audição. No entanto, a exposição simultânea a ruído e vibração produz maior perda auditiva temporária que o ruído sozinho.

EXISTEM NORMAS DE EXPOSIÇÃO PARA VIBRAÇÃO?
Os limites de exposição recomendado pela (ACGIH, Conferência Americana de Higienistas Industriais do Governo (USA). .
Existem outras regulamentações e normas. Os locais de trabalho devem tentar manter as exposições muito abaixo dos limites possíveis.
Em alguns países, o limite de exposição também é dado como limite limiar e limite de exposição. O limite limiar é inferior ao limite de exposição e garante o início das medidas de controle.
Fonte: Canadian Centre for Occupational Health and Safety

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quinta-feira, outubro 07, 2010

Ruído contínuo no local de trabalho dobra risco de doenças cardíacas

O ruído contínuo no local de trabalho pode dobrar ou até triplicar o risco de doenças cardíacas, sugere um estudo publicado na última edição da revista médica British Medical Journal (BMJ).

A pesquisa foi feita a partir dos resultados de uma análise de saúde com 6 mil empregados maiores de 20 anos que participaram, entre 1999 e 2004, do Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Estados Unidos.

O levantamento, coordenado por Qi Wen Gan, da Escola de Saúde Ambiental da Universidade de British Columbia, no Canadá, levou em conta entrevistas com funcionários, exames de sangue, o estilo de vida e o histórico médico deles.

Os voluntários foram separados em dois grupos, entre os que suportaram por três meses ruídos tão altos no trabalho a ponto de ser difícil falar normalmente e os que não tiveram esse problema.

Os pesquisadores concluíram que os funcionários que ficavam em um lugar barulhento tinham duas ou três vezes mais probabilidade de ter problemas cardíacos graves do que aqueles que trabalhavam em áreas com menos ruído.

Os exames de sangue, porém, não indicaram níveis elevados de colesterol, associado a doenças do coração. "Esse estudo sugere que a exposição ao ruído excessivo no ambiente de trabalho é uma questão de saúde laboral e merece atenção especial", avaliam os especialistas.
Fonte: Estadão - 05 de outubro de 2010 23h 11

Comentário:

Vídeo:
Mostra os riscos de exposição ao ruído



Comentário:
O ruído é um tipo de som que provoca efeitos nocivos no ser humano, sendo uma sensação auditiva desagradável que interfere na percepção do som desejado. A perda induzida pelo ruído é uma patologia cumulativa e insidiosa, que cresce ao longo dos anos de exposição ao ruído associado ao ambiente de trabalho. É causada por qualquer exposição que exerça uma média de 90 dB, oito horas por dia, regularmente por um período de vários anos. A perda auditiva induzida pelo ruído é uma doença de caráter irreversível e de evolução progressiva passível totalmente de prevenção.

O ruído em excesso tem o poder de lesar considerável extensão das vias auditivas, desde a membrana timpânica até regiões do sistema nervoso central. No órgão de Corti ocorrem as principais alterações responsáveis pela perda auditiva induzida pelo ruído, pois suas células ciliadas externas são particularmente sensíveis a altas e prolongadas pressões sonoras, a chamada “exaustão metabólica”, com depleção enzimática e energética, e redução do oxigênio e nutrientes; com a morte celular, o espaço é preenchido por formações cicatriciais, o que resulta em déficit permanente da capacidade auditiva.

A perda induzida pelo ruído é conseqüência da exposição prolongada a um ambiente ruidoso, existindo dois aspectos fundamentais: as características do ruído e a suscetibilidade individual.

As características do ruído são:
■ intensidade,
■ freqüência,
■ tempo de exposição e
■ natureza do ruído.

A intensidade a partir de 84/90 dB de ruído causa uma lesão coclear irreversível e a lesão será mais importante quanto maior for o ruído, o que tem sido razoavelmente comum em alguns ambientes industriais como metalúrgicas, teares, bancos de prova de motores e outros.

Na freqüência, qualquer área do espectro sonoro é capaz de desencadear problemas cocleares, tendo como mais traumatizantes os ruídos compostos pelas freqüências altas.

Em relação ao tempo de exposição, a lesão é diretamente proporcional ao tempo em que o indivíduo fica exposto ao ruído; com 100 horas de exposição já se pode encontrar patologia coclear irreversível, por este motivo intervalos para descanso acústico em ambientes adequados são fundamentais na tentativa de recuperação enzimática das células sensoriais.

A natureza do ruído refere à distribuição da energia sonora durante o tempo, podendo ser contínua, flutuante e intermitente. Ruídos de impacto, como na explosão, são particularmente prejudiciais.

A suscetibilidade individual está relacionada com;
■ o sexo, idade e
■ doenças do ouvido.

O sexo masculino apresenta preponderância na incidência e no grau de perda auditiva. A idade é importante, pois os mais jovens e os mais idosos apresentam maior suscetibilidade. Doenças do ouvido com disacusia neurossensorial de qualquer etiologia podem significar maior prejuízo ao paciente submetido ao ruído.

Os efeitos do ruído dependem da intensidade e duração da exposição ao ruído, sendo melhor conhecidos e quantificados o dano causado apenas ao aparelho auditivo, mas existem aspectos extra-auditivos, como alterações físicas e psíquicas causadas pelo ruído.

O ruído elevado poderá atuar como fator predisponente à ocorrência de acidentes do trabalho e ser causa agravante de doenças nos sistemas cardiovascular e endócrino por ação do sistema nervoso autônomo.

O ruído ocupacional é um perigoso agente poluente, sendo o mais comum, entre tantos encontrados na atividade industrial. Os sintomas auditivos geralmente são representados por:
■ perda auditiva,
■ zumbidos,
■ dificuldades na compreensão da fala.

Os sintomas extra-auditivos são
■ alterações do sono e transtornos: da comunicação,
■ neurológicos, vestibulares,
■ digestivos,
■ comportamentais,
■ cardiovasculares e hormonais.

A PAIR (Perda Auditiva Induzida pelo Ruído.) é um comprometimento auditivo passível de prevenção que pode produzir alterações importantes no trabalhador que interferem na sua qualidade de vida, produzindo desvantagens e incapacidade auditiva. A incapacidade auditiva através da redução da percepção da fala em ambientes ruidosos, televisão, rádio, cinema, teatro, sinais sonoros de alerta, músicas e sons ambientais. Desvantagens sendo conseqüências não-auditivas influenciadas por fatores psicossociais e ambientais como estresse, ansiedade, isolamento e auto-imagem pobre, as quais comprometem as relações do indivíduo na família, no trabalho e na sociedade, prejudicando o desempenho de suas atividades de vida diária.

A perda auditiva relacionada com o trabalho, diferente do trauma acústico, é uma diminuição gradual da acuidade auditiva, decorrente da exposição continuada a níveis elevados de ruído.

Existe uma relação importante entre as perdas auditivas obtidas nas audiometrias ocupacionais e os sintomas auditivos mais freqüentes como: dificuldade de compreensão da fala, hipoacusia, tinitus, sensação de plenitude auricular, otorreia e tonturas. Fonte: Revista Brasileira de Otorrinolaringologia - vol.68 no.1 São Paulo May 2002

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terça-feira, janeiro 06, 2009

Audição de jovens sofre agressão diária


Michael ficou viciado em escutar música com fone de ouvido no começo da adolescência. Dia após dia, andava pelas ruas do Brooklyn, Nova York, com suas músicas favoritas a todo volume. Aos 20 e poucos anos, as células ciliadas do seu ouvido interno haviam sido permanentemente danificadas, e Michael perdera grande parte da sensibilidade a freqüências agudas.

Perda de audição entre crianças e jovens
O Instituto da Audição Infantil relata que a perda de audição entre crianças e jovens está crescendo nos Estados Unidos, e que um terço dos danos é provocado pelo barulho. Segundo a Academia Americana de Audiologia, cerca de uma em cada oito crianças sofre de perda de audição provocada por excesso de ruído. São cerca de 5 milhões de crianças, afetadas por uma deficiência que as acompanhará por toda a vida.

Campanha de conscientização
A Academia lançou uma campanha de conscientização contra esse problema, habitualmente só diagnosticado quando a criança se queixa de um zumbido persistente ou demonstra problemas de compreensão e aprendizado, por causa da dificuldade em entender a fala.
Nosso mundo é barulhento. Jovens e velhos são importunados por sons sobre os quais têm pouco ou nenhum controle: buzinas, cortadores de grama, aspiradores de pó, alarmes de carro, alarmes de casa, sirenes, motos, até os trailers de cinema. Sempre que você precisa gritar para que alguém ao seu lado lhe ouça, é porque provavelmente sua audição está sob um nível perigoso de decibéis.

Ruído ambiental e ruído de aparelhos pessoais
Como se o ruído ambiental não bastasse, agora cercamos as crianças de brinquedos barulhentos e de aparelhos de som pessoais que podem danificar permanentemente a audição. Brinquedos aprovados sob as regras de segurança da Sociedade Americana para Testes e Materiais produzem sons de até 138 decibéis, equivalente a um jato decolando. A partir de 85 decibéis, é obrigatório o uso de protetores auditivos em locais de trabalho.

Perda auditiva
A perda auditiva provocada pelo ruído pode surgir de duas formas:
■ com a rápida exposição a um som muito intenso ou
■ com a exposição consistente a um volume moderado.
Por isso há tanta preocupação com os efeitos de longo prazo dos tocadores de MP3 colocados num volume suficiente para se sobrepor ao barulho da rua. Um tocador desses produz cerca de 105 decibéis -muito mais do que os 85 decibéis a partir dos quais começam os danos (a intensidade do som se multiplica por 10 a cada 10 decibéis).

Alguns segundos para que haja perda auditiva
O Instituto Nacional para a Segurança e a Saúde Ocupacionais diz que bastam 89 segundos de exposição a 110 decibéis para que haja dano auditivo. Outro estudo diz que uma única exposição a mais de 140 decibéis -o limiar da dor- já causa danos.

Novos fones não minimizam os efeitos auditivos
Os novos fones por condução óssea, que são encaixados sobre as orelhas e transmitem o som pelo crânio até o ouvido interno, podem não resolver o problema. Embora esses fones permitam ouvir um carro se aproximando ou uma pessoa falando, a tendência dos usuários é aumentar o volume para abafar o som ambiente, danificando as 15 mil minúsculas células ciliadas do ouvido interno, que transferem a energia sonora para o cérebro. Os danos a essas células irreparáveis e insubstituíveis dificultam a audição de sons agudos -inclusive a fala humana, especialmente de mulheres e crianças.

Brinquedos barulhentos
Antes de comprar brinquedos barulhentos, os pais fariam bem em ouvi-los. Se o produto vier com um seletor de volume, monitore seu uso para que sempre fique perto do mínimo. Considere a possibilidade de devolver presentes ruidosos ou desative a função sonora. Ou, ainda, restrinja o uso de brinquedos barulhentos a áreas externas.
A Liga dos Portadores de Dificuldades Auditivas dos EUA aconselha os pais a estimularem a participação em atividades silenciosas, como ler, ver filmes, montar quebra-cabeças, brincar com blocos de construção, jogar videogames educativos, pintar e ir a bibliotecas e museus.

Fonte: Folha de São Paulo - 29 de dezembro de 2008 e The New York Times

Comentário
Imaginamos essas crianças e jovens como futuros trabalhadores já apresentando problemas auditivos.
Daqui a pouco, será muito difícil separar a doença pré-existente do individuo que entra no mercado do trabalho e algumas doenças de trabalho desencadeadas por problemas ambientais que influem na própria doença pré-existente.
Hoje temos riscos em potenciais da sociedade de consumo que poderão ser agravados no ambiente de trabalho ou a entrada do jovem mercado de trabalho tais como; uso excessivo de aparelhos eletrônicos, como exemplo; Ipod, MP3 (para escutar música, problema de audição), games (problema de LER), obesidade, pressão alta, diabetes, etc. ACCA

Vídeo alertando sobre a gravidade do problema de audição


Trechos do vídeo
1. Dano à audição ocorre quando 25% a 30% das minúsculas células ciliadas no ouvido são destruídas pelo som.
2. Acima de 100 decibéis durante uma hora, em Ipod ou MP3 música pode danificar a audição
3. Hoje, um terço dos 30 milhões de americanos sofrem uma perda auditiva devido ao ruído excessivo ..
4. E 39% de ouvintes entre 18 e 24 anos de idade não praticam hábitos seguros para ouvir música
5. Gradualmente adicionam às suas lesões auditivas

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sábado, janeiro 03, 2009

Brinquedos barulhentos e perigosos

Pietro tem dois anos e adora brinquedos com sineta, música e muito barulho. “Quanto mais barulhento, mais ele gosta, mais os ouvidos da gente em casa ficam absurdamente cansados”, diz a mãe dele, a bióloga Cláudia Bicca.

E não é só ouvido da mãe que sofre! A fonoaudióloga Priscila Slaifer explica que brinquedos com sons muito intensos podem provocar perdas auditivas nas crianças. “Vai prejudicar numa série de coisas na fala dessas crianças, na linguagem, depois na linguagem escrita. Essas crianças que têm perdas auditivas elas acabam tendo prejuízo de comunicação. Os déficits auditivos geram alterações irreversíveis, que podem prejudicar o processo de aprendizado como um todo".

Para ela, na hora de adquirir os produtos, os pais devem testá-los, ligando os equipamentos e percebendo se o som é muito alto. "Deve prevalecer o bom senso dos pais no momento da compra." Também é necessário, segundo ela, que sejam estabelecidos limites "mais conservadores" para os níveis sonoros dos produtos eletrônicos destinados às crianças.
Fonte: Folha Online – 03 de maio de 2007 e Globo.com - 02 de maio de 2007

Comentário
No vídeo mostra claramente como alguns brinquedos são poluidores sonoros. O brinquedo barulhento é uma forma de chamar atenção da criança para comprar ou é uma forma de marketing das empresas, quanto mais barulhento for o brinquedo mais chamativo é para a criança?


Vídeo mostrando alguns brinquedos altamente barulhentos e prejudiciais às crianças

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