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terça-feira, janeiro 06, 2009

Audição de jovens sofre agressão diária


Michael ficou viciado em escutar música com fone de ouvido no começo da adolescência. Dia após dia, andava pelas ruas do Brooklyn, Nova York, com suas músicas favoritas a todo volume. Aos 20 e poucos anos, as células ciliadas do seu ouvido interno haviam sido permanentemente danificadas, e Michael perdera grande parte da sensibilidade a freqüências agudas.

Perda de audição entre crianças e jovens
O Instituto da Audição Infantil relata que a perda de audição entre crianças e jovens está crescendo nos Estados Unidos, e que um terço dos danos é provocado pelo barulho. Segundo a Academia Americana de Audiologia, cerca de uma em cada oito crianças sofre de perda de audição provocada por excesso de ruído. São cerca de 5 milhões de crianças, afetadas por uma deficiência que as acompanhará por toda a vida.

Campanha de conscientização
A Academia lançou uma campanha de conscientização contra esse problema, habitualmente só diagnosticado quando a criança se queixa de um zumbido persistente ou demonstra problemas de compreensão e aprendizado, por causa da dificuldade em entender a fala.
Nosso mundo é barulhento. Jovens e velhos são importunados por sons sobre os quais têm pouco ou nenhum controle: buzinas, cortadores de grama, aspiradores de pó, alarmes de carro, alarmes de casa, sirenes, motos, até os trailers de cinema. Sempre que você precisa gritar para que alguém ao seu lado lhe ouça, é porque provavelmente sua audição está sob um nível perigoso de decibéis.

Ruído ambiental e ruído de aparelhos pessoais
Como se o ruído ambiental não bastasse, agora cercamos as crianças de brinquedos barulhentos e de aparelhos de som pessoais que podem danificar permanentemente a audição. Brinquedos aprovados sob as regras de segurança da Sociedade Americana para Testes e Materiais produzem sons de até 138 decibéis, equivalente a um jato decolando. A partir de 85 decibéis, é obrigatório o uso de protetores auditivos em locais de trabalho.

Perda auditiva
A perda auditiva provocada pelo ruído pode surgir de duas formas:
■ com a rápida exposição a um som muito intenso ou
■ com a exposição consistente a um volume moderado.
Por isso há tanta preocupação com os efeitos de longo prazo dos tocadores de MP3 colocados num volume suficiente para se sobrepor ao barulho da rua. Um tocador desses produz cerca de 105 decibéis -muito mais do que os 85 decibéis a partir dos quais começam os danos (a intensidade do som se multiplica por 10 a cada 10 decibéis).

Alguns segundos para que haja perda auditiva
O Instituto Nacional para a Segurança e a Saúde Ocupacionais diz que bastam 89 segundos de exposição a 110 decibéis para que haja dano auditivo. Outro estudo diz que uma única exposição a mais de 140 decibéis -o limiar da dor- já causa danos.

Novos fones não minimizam os efeitos auditivos
Os novos fones por condução óssea, que são encaixados sobre as orelhas e transmitem o som pelo crânio até o ouvido interno, podem não resolver o problema. Embora esses fones permitam ouvir um carro se aproximando ou uma pessoa falando, a tendência dos usuários é aumentar o volume para abafar o som ambiente, danificando as 15 mil minúsculas células ciliadas do ouvido interno, que transferem a energia sonora para o cérebro. Os danos a essas células irreparáveis e insubstituíveis dificultam a audição de sons agudos -inclusive a fala humana, especialmente de mulheres e crianças.

Brinquedos barulhentos
Antes de comprar brinquedos barulhentos, os pais fariam bem em ouvi-los. Se o produto vier com um seletor de volume, monitore seu uso para que sempre fique perto do mínimo. Considere a possibilidade de devolver presentes ruidosos ou desative a função sonora. Ou, ainda, restrinja o uso de brinquedos barulhentos a áreas externas.
A Liga dos Portadores de Dificuldades Auditivas dos EUA aconselha os pais a estimularem a participação em atividades silenciosas, como ler, ver filmes, montar quebra-cabeças, brincar com blocos de construção, jogar videogames educativos, pintar e ir a bibliotecas e museus.

Fonte: Folha de São Paulo - 29 de dezembro de 2008 e The New York Times

Comentário
Imaginamos essas crianças e jovens como futuros trabalhadores já apresentando problemas auditivos.
Daqui a pouco, será muito difícil separar a doença pré-existente do individuo que entra no mercado do trabalho e algumas doenças de trabalho desencadeadas por problemas ambientais que influem na própria doença pré-existente.
Hoje temos riscos em potenciais da sociedade de consumo que poderão ser agravados no ambiente de trabalho ou a entrada do jovem mercado de trabalho tais como; uso excessivo de aparelhos eletrônicos, como exemplo; Ipod, MP3 (para escutar música, problema de audição), games (problema de LER), obesidade, pressão alta, diabetes, etc. ACCA

Vídeo alertando sobre a gravidade do problema de audição


Trechos do vídeo
1. Dano à audição ocorre quando 25% a 30% das minúsculas células ciliadas no ouvido são destruídas pelo som.
2. Acima de 100 decibéis durante uma hora, em Ipod ou MP3 música pode danificar a audição
3. Hoje, um terço dos 30 milhões de americanos sofrem uma perda auditiva devido ao ruído excessivo ..
4. E 39% de ouvintes entre 18 e 24 anos de idade não praticam hábitos seguros para ouvir música
5. Gradualmente adicionam às suas lesões auditivas

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posted by ACCA@12:01 AM