CEMIG FAZ RAIO-X DOS ACIDENTES DE ORIGEM ELÉTRICA NO BRASIL
Os acidentes envolvendo eletricidade continuam causando mortes e deixando pessoas feridas no Brasil. De acordo com o Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica 2023 – ano base 2022, produzido pela Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), ocorreram 1.828 acidentes no Brasil, resultando em 686 mortes. Segundo o estudo, apenas em Minas Gerais, foram 132 ocorrências que resultaram em 35 óbitos no ano passado.
SUBESTIMADO OS INCIDENTES
Apesar do alto número, a
Abracopel acredita que os números reais possam ser até três vezes maiores, uma
vez que nem todos os incidentes são registrados pela associação. Portanto, é
provável que o número de mortes relacionadas a acidentes elétricos no Brasil
esteja mais próximo de 2 mil.
CAUSADORES DE ACIDENTES
ELÉTRICOS
De acordo com a Abracopel, os
principais causadores de acidentes elétricos são;
·
fios desencapados
e de má qualidade,
·
utilização de
"Ts" e benjamins (grandes causadores de incêndios),
·
mau uso da
energia e
·
acidentes na
construção civil, entre outros.
FIOS DESENCAPADOS E DE MÁ
QUALIDADE EM RESIDÊNCIAS
Acidentes causados por fios
desencapados representam uma séria preocupação em termos de segurança elétrica,
especialmente dentro das casas. Fios elétricos desencapados podem expor a
corrente elétrica, aumentando o risco de choques elétricos e curtos-circuitos.
Essas situações podem levar a incêndios, danos aos equipamentos elétricos e, em
casos mais graves, lesões ou até mesmo a morte.
"A exposição dos fios
elétricos geralmente ocorre devido a desgaste, mau isolamento, instalação
inadequada ou danos físicos aos cabos. É essencial que todas as instalações
elétricas sejam realizadas por profissionais qualificados, seguindo as normas
de segurança adequadas. Além disso, é fundamental que essas instalações sejam
inspecionadas periodicamente para identificar e corrigir esses riscos",
explica César Souza, técnico de Segurança do Trabalho da Cemig.
Conforme o Anuário
Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica da Abracopel, em 2022 ocorreram 874
incêndios devido à sobrecarga de energia no Brasil, resultando em 55 mortes e
causando danos a propriedades residenciais, comerciais e industriais. Esse
número representa um aumento de 35% em relação a 2021, quando ocorreram 590
incêndios com 47 mortes.
"TS" E BENJAMINS
PODEM CAUSAR SOBRECARGAS NAS REDES DAS CASAS
A utilização de réguas de
tomadas ("Ts"), benjamins e extensões para conectar simultaneamente
vários aparelhos é comum em muitos lares brasileiros. No entanto, essa prática
é perigosa, pois pode causar sobrecarga de energia e curtos-circuitos em redes
residenciais que não foram projetadas para suportar a carga elétrica exigida,
resultando em incêndios e até acidentes fatais.
Caso seja necessário conectar
vários equipamentos em uma única tomada, o ideal é usar um filtro de linha que
desligue automaticamente em caso de sobrecarga de energia. "Os filtros de
linha podem ser usados, desde que o dispositivo interno de proteção esteja
funcionando corretamente e não tenha sofrido alterações", explica o
técnico da Cemig. Além disso, é importante destacar que as improvisações nas
instalações elétricas são totalmente desaconselhadas e perigosas.
MAU USO DE ENERGIA NOS
AMBIENTES INTERNOS
Com a popularização dos
smartphones, as pessoas adquiriram o hábito perigoso de usar o dispositivo
enquanto está conectado à tomada. Isso pode resultar em acidentes graves.
Segundo o especialista da Cemig, os incêndios podem ocorrer durante o
carregamento do celular. "Normalmente, isso acontece quando há um
curto-circuito na bateria. Há um problema com o carregador, que envia uma
tensão maior do que o celular suporta. Com esse curto-circuito, o aparelho superaquece
e entra em combustão", explica o especialista. "A bateria não tem
potência para causar um dano tão grande em condições normais. Em todos os casos
que conheço, o aparelho estava conectado a uma tomada e, durante o
carregamento, a bateria superaqueceu e explodiu", completa.
CONSTRUÇÃO CIVIL
De acordo com dados da
Abracopel, somente no ano passado, no Brasil, 104 trabalhadores da construção
civil perderam a vida em acidentes com a eletricidade, seja no ambiente do
trabalho ou em toques involuntários nas redes das distribuidoras. Os tipos de
profissionais que tiveram mais óbitos nessa atividade foram pedreiros e
ajudantes (34), eletricistas autônomos (31) e pintores ou ajudantes (20).
A Abracopel destaca ainda que
há dois tipos de acidentes: o interno (quando acontece dentro do canteiro da obra)
e o externo (que é ocasionado por toque acidental na rede da distribuidora de
energia elétrica). Somente no ano passado, em Minas Gerais, foram 23 acidentes,
com nove mortes. A principal causa foi o toque acidental nos cabos das
distribuidoras de energia (11 ocorrências e 4 óbitos).
Na construção civil, o maior
risco de acidentes é relacionado com as tarefas realizadas na mesma altura da
rede de média tensão, como a reforma de telhado e construção de segundo e
terceiro pavimentos, por exemplo. “É preciso ter muito cuidado, porque na rede
de média tensão nem é necessário o contato direto para se machucar. A simples
aproximação já pode causar choque de até 13.800 Volts, o que provoca
queimaduras graves e até mesmo a morte”, alerta o especialista da Cemig.
PINTOR
Os profissionais que utilizam
cabos de rolo de pintura feitos de alumínio ou de outros materiais condutores
de eletricidade também devem ser bem cautelosos na hora do manuseio. César
Souza também alerta que cabos de madeira também conduzem eletricidade ao tocar
ou se aproximar da rede de alta tensão e expõem as pessoas ao mesmo risco de
choque elétrico.
EQIIPAMENTO DE PROTEÇÃO
“É importante ressaltar que a
utilização de equipamentos de proteção individuais e coletivos para impedir a
queda de nível para trabalhos em altura também são indispensáveis. Boa parte
dos acidentes com a rede elétrica é provocada pela queda e não pelo choque em
si, inclusive as fatalidades. Por isso, é preciso ter toda atenção com este
tipo de trabalho”, finaliza o especialista.
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