Implantação de um plano de emergência–Parte II
Equipe de emergência, denominação e missões
A denominação e os objetivos das equipes definidas no Manual
de Plano de Ação de Emergência torna-se válido para maioria dos casos, isto não
quer dizer que para obter um rendimento ótimo na estrutura desse plano não há
necessidade ou conveniente em alguns casos efetuar mudanças nos objetivos.
Aparentemente as siglas ( EPI, ESI, EPA, EAE, LI, LE) leva a
pensar no aumento da burocracia.
O espírito de qualquer estrutura de equipe de emergência não
deve ser burocrata, mas decidir, trata-se de realizar "tem que
realizar" de maneira mais simples possível.
Entretanto, o fato de adotar uma determinada nomenclatura
para as equipes, imaginamos mais uma complicação para implantação do plano, o
que será aconselhável simplificar ao máximo.
Entendemos que a dificuldade para elaboração e como na
implantação de um plano de emergência é "fazê-lo fácil e assimilável"
para o pessoal que tem que levá-lo ao fim.
Continuando os detalhes das denominações e objetivos das
equipes de emergência, tomando como base às denominações acima mencionadas.
EQUIPE DE PRIMEIRA INTERVENÇÃO - EPI
Como a primeira missão dos componentes desta equipe,
destaca¬ríamos observar as medidas de prevenção de incêndio e sua
manutenção. Outra função dessa equipe
seria a confirmação de emergência na sua área de atuação, sinalizando através
de uma central de detecção de incêndio.
Por último a utilização dos meios de primeira intervenção em
caso de emergência (avaliação prévia das possibilidades de extinção) que na
maioria dos casos será os extintores portáteis e inclusive o sistema de
hidrante com mangueiras de 1 1/2".
EQUIPE DE SEGUNDA INTERVENÇÃO - ESI
A equipe de segunda intervenção utilizará os meios de
extinção mais potentes instalados nos edifícios (mangueiras de 2 1/2",
canhão d'água, etc). Seu nível de treinamento e especialização dependerá
fundamental¬mente das condições de risco, confiando em muitos casos, como se
comentou anteriormente ao Corpo de Bombeiros.
Tradicionalmente a brigada de incêndio é composta pelo
próprio pessoal do departamento de manutenção, pelo conhecimento da empresa
(instalações de proteção contra incêndio e instalações em geral).
EQUIPE DE ALARME E EVACUAÇÃO - (EAE)
Sua missão será dirigir ou encaminhar os ocupantes do
edifício a um lugar suficientemente seguro em caso de alarme de evacuação.
Em alguns casos, como ocorre em edifício com ocupantes
habituais (escritórios) onde se executa treinamento de evacuação mediante
simulação, a formação de uma equipe de evacuação não é crítica, exceto para
realizar a confirmação de evacuação de sua área (elemento responsável pela
evacuação da área).
Porém essa equipe adquire importância extrema em locais
suscetíveis de aparição de situação de pânico (centros comerciais, edifícios
públicos, shopping center).Nesses tipos de locais é muito importante trabalhar
na evacuação, inclusive antes de receber a ordem ou alarme (preparação da
evacuação).
Em algumas ocasiões inclui na equipe de Alarme e Evacuação a
figura do salva documento, cuja missão é resgatar as informações ou documentos
de suma importância da empresa (softwares, documentos, etc).
O número de componentes dessa equipe dependerá das
características do local (amplitude, compartimentação, etc) e a diversidade das
tarefas a realizar.
EQUIPE DE PRIMEIRO AUXÍLIO - EPA
Sua missão será prestar os primeiros socorros aos possíveis
afetados pela emergência (feridos, desmaio, etc).Quando existe uma equipe
médica no edifício na empresa o EPA será formado por esse pessoal (médicos,
enfermeiros) e diante da necessidade da existência do EPA, poderia ser formado
ou complementado pelos componentes do EPI ou EAE.
LÍDER DE INTERVENÇÃO (LI) E LÍDER DE EMERGÊNCIA (LE)
A missão do líder de intervenção será comandar, coordenar a
emergência, a atuação das equipes de emergência. A sua formação será de acordo
com o serviço a desempenhar, tanto a nível teórico como prático, no controle de
acidentes que possam ocorrer.
O líder de emergência é responsável operacionalmente pela
execução da atuação das equipes de emergência, para o qual é imprescindível
contar com o apoio da direção da empresa, pois em alguns casos terá a
necessidade de executar medidas drásticas quanto à responsabilidade (parada de
produção, corte de emergência, início de evacuação, etc).
O seu lugar de atuação (comando) será no centro de controle
de alarme (lugar onde se centraliza as comunicações e sistema de alarme). O
líder de intervenção será responsável pela estratégia de emergência (fonte de
informações) enquanto o líder de emergência executará as decisões.
Ambos devem ser facilmente localizados na empresa (igual
ESI) e designar substitutos em caso de ausência.O líder de emergência
investigará após sinistro, tanto as causas como as circunstâncias da ocorrência
e as medidas corretivas adequadas.
A formação pessoal que desempenhará essas funções será do
tipo técnico, com sólidos conhecimentos em prevenção, extinção de incêndio e
plano de emergência.
OCUPANTES DO CENTRO DE CONTROLE
O centro de controle é peça fundamental do desenvolvimento
de qualquer plano de emergência (centro de detecção e de coordenação de
informações).
Os elementos do centro devem estar aptos para utilização dos
meios de comunicação (rádios portáteis, centro de controle de rádio para as
equipes de emergência e detecção).
Nos primeiros momentos atuam como ativadores do plano de
emergência, portanto, sua instrução deve ser muita clara para suposta
emergência (local de origem da emergência, circunstância gravidade da
emergência).
CONDICIONANTES ESPECIAIS DAS EQUIPES
Em algumas atividades serão necessários praticamente, o
treinamento total dos empregados, para que
tenham formação especial e homogênea. Como exemplo; os estabelecimentos
hoteleiros, hospitais, shopping center, grandes magazines, locais de
concentração pública, teatro, cinema, edifícios públicos. Nesses lugares,
praticamente a totalidade dos funcionários deve participar em caso, de
emergência, tanto nos trabalhos de intervenção (com quaisquer meios
disponíveis) como de evacuação especialmente problemática em hospitais.
CONDICIONANTES ECONÔMICOS
É desaconselhável que exista remuneração pela participação
em trabalhos de emergência, salvo em casos especiais, onde a empresa possui
brigada de incêndio profissional. Qualquer outro tipo de solução em princípio é
válido, mas é necessário em muitos casos certa dose de imaginação.
Em princípio qualquer pessoal que exigir reivindicação
(remuneração) ou exigir qualquer tipo de remuneração deve desligar da equipe de
emergência. A iniciativa de ter certos benefícios, nunca do tipo econômico com
o pessoal, deve partir em princípio da diretoria da empresa.
FORMAÇÃO E TREINAMENTO DO PESSOAL
Independente da formação específica das equipes de
emergência é conveniente e importante a divulgação através de uma campanha de
sensibilização de prevenção de incêndio, que poderia consistir em uma série de
conferências de curta duração, tratando-se dos seguintes temas:
■Normas básicas de prevenção de incêndio
■Meios de detecção, alarme e evacuação existente no edifício
■Mínimo conhecimento do plano de emergência e sua finalidade
■Instruções para os ocupantes em geral do edifício
■Projeção de um sinistro e considerações
Tal campanha propõe :
■Divulgação do plano
■Elevação imediata do nível de prevenção de incêndio
■Obter pessoal voluntário para as equipes de emergência
Para que a resposta dessa campanha seja satisfatória , a
diretoria poderá contribuir ou ajudar na convocação das primeiras conferências.
Uma vez realizada esta campanha será necessário selecionar os componentes das
equipes segundo seus perfis mais adequados e dotar de formação e treinamento
correspondente.
A característica fundamental dos programas de formação deve
tentar induzir as ações previstas no plano a desenvolver com os meios
(equipamentos) implantados no edifício e os condicionantes do risco, com o qual
economizaremos tempo e dinheiro e conseguiremos mais facilmente tais objetivos.
O normal é que em anos sucessivos vai formando-se maior
número de pessoas no nível de primeira intervenção (EPI) e vão progredindo em
conhecimentos para atingir nos níveis da segunda intervenção (ESI).
É muito importante a realização do treinamento prático, por
um lado, para induzir atuação automática (reflexo condicionado) no momento da
emergência e por outro lado para avaliar as possibilidades de controle da
emergência sem cair em atitudes temerárias devido à ignorância.
INSTRUÇÃO DE ATUAÇÃO
Elaborarão fichas que refletem as instruções de atuação em
caso de emergência para as equipes.
Assim mesmo, estabelecerá recomendações para prevenção e
atuação em caso de incêndio e evacuação para os ocupantes e visitantes do
edifício (estas últimas situadas em lugares visíveis, tarjetas de acesso ao
estabelecimento, etc).
As três características fundamentais de tais instruções são
as seguintes:
■o mais simples possível
■número de instruções reduzidas
■divulgação contínua
Evidentemente quanto maior é o grau de formação, a
ambigüidade das instruções será maior, pois presumiremos maior capacidade para
tomada de decisões.
SIMULAÇÃO
As simulações representam em muitos casos, vaga expressão, a
parte mais folclórica do plano de emergência em geral. Em muitos casos não se
consegue total rendimento e ensinamento possível. Isto apenas ocorre quando não
se tem a finalidade da simulação.
OBJETIVOS DA SIMULAÇÃO
Os objetivos principais da simulação são para colocar em
ordem de prioridade, os seguintes:
a)detectar erros ou omissões nas atuações de emergência
b)evacuar com rapidez
c)prova dos meios de extinção e equipamentos
■comunicação
■alarme
■sinalização
■alguns casos de extinção
d)estimativa de
tempo
■evacuação
■intervenção de bombeiros
■intervenção das equipes de emergência
Em nenhum caso se deve pensar tentar reproduzir fielmente as
condições de emergência real, pois a simples utilização de fumos inócuos podem
resultar acidentes pela diminuição das condições de visibilidade.
CONSIDERAÇÕES PARA PREPARAÇÃO DA SIMULAÇÃO
A simulação deve contar com a colaboração do Corpo de
Bombeiros que tem de intervir em edifício em caso de emergência. Deve formular
e solicitar autorização das autoridades, pois pode acarretar problemas de ordem
pública (aglomeração) ou problemas de tráfego (congestionamento).
Foto:As simulações devem ser executadas em conjunto com o Corpo
de Bombeiros
A preparação deve ser exaustiva, deixando de lado à
improvisação. Deve levar em conta as condições de interrupção da atividade, por
um curto período de tempo.
Deverá possuir pessoal suficiente para cronometrar e como
para evitar qualquer intromissão (pessoas estranhas ao treinamento). A informação ao pessoal para a primeira
simulação deve ser total, inclusive indicando o dia e a hora (comunicação
interna).
Em função dos resultados da primeira simulação poderá
diminuir gradativamente o grau de informação. É de vital importância a
participação da diretoria na evacuação do estabelecimento. É conveniente realizar a primeira simulação no final da
semana de trabalho (sexta-feira).
E por último estar preparado na possibilidade de ocorrência
de emergência real durante a simulação, dispondo dos meios de extinção
necessários para seu controle.
Fonte: "Implantación del Plan de Autoprotección",
Revista Mapfre Seguridad, Segundo Trimestre 1991.
Marcadores: brigada de incêndio, gerenciamento de desastre, incêndio, segurança
