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terça-feira, janeiro 18, 2011

Tragédia na Comunidade de Campo Grande

Para tentar mostrar um pouco da imensa tragédia ocorrida por aqui, peguei minha bicicleta e fotografei o que encontrei na Estrada da Posse até a comunidade de Campo Grande - onde o socorro é muito difícil de chegar (vocês verão o porque).

Moradores disseram que uma imensa onda, como uma Tsunami, varreu o bairro. A tragédia aparece logo após a curva da Cascata do Imbuí. Neste ponto, a onda encontra o Rio Paquequer e o terreno do Golfe Clube e então, seguiu outro rumo - provavelmente em direção a São José do Vale do RIo Preto (não sei se os rios se encontram em algum lugar).

Pelo que vi, todas as casas situadas a direita da estrada da Posse, após a Cascata do Imbuí (incluindo esta) foram inundadas e/ou destruídas por desabamento ou soterramento. Da estrada, de pé, a marca da água é de cerca de 2 metros de altura, cobrindo-me por vários centímetros.
Há muita lama, muitos carros destruídos por todo lado, muitas casas e sítios soterrados...
Quando se acha que já viu de tudo, chega-se a Toca do Coelho e ao Supermercado da Posse, onde encontramos o final da tragédia - a rua simplesmente desapareceu e em seu lugar, um mar de pedras enorme impede qualquer acesso até Campo Grande.

Tive dificuldade de chegar lá. Precisei deixar a bicicleta e seguir a pé. Passei por dentro de vários sítios arrasados até encontrar a trilha.

A paisagem é desoladora no caminho.

A chegada a Campo Grande é... imponderável. Um silêncio enorme confessa o enorme sofrimento de muitos que ali viviam. A sensação é que uma avenida de uns 100 metros de largura (da largura da Presidente Vargas) foi aberta no meio das residências e preenchida com pedras enormes... milhares delas... De onde vieram tantas?

Pelo caminho, percebi que em vários trechos o chão subiu mais de 1 metro de areia, soterrando muitas residências e carros de qualidade, para sempre - talvez...

Os prejuízos são incalculáveis, tanto em vidas como em riqueza municipal.
Texto de autoria de Fávio Morgado.

Comentário:
As fotos de autoria do Flávio ficaram excelentes e mostram o poder de destruição da natureza.
Apresentação
Para dar uma noção da real tragédia acometida apenas no bairro da Posse em Teresópolis, peguei minha bicicleta em 14.1.2011 e fotografei o que encontrei pelo caminho até chegar a comunidade de Campo Grande – localizada após o Supermercado da Posse, 3 dias após a trágedia que destruiu parte da cidade. Moradores dizem que uma imensa onda devastou o bairro e seus belos sítios. Praticamente todas as habitações situadas à direita da estrada da Posse (em direção ao final do bairro) foram ou inundadas ou destruídas (desabaram ou foram soterradas). A quantidade de água que encontrei era enorme – rios caudalosos cortam vários trechos do final da Posse e de Campo Grande.


Balanço das vítimas; últimas informações

A tragédia das chuvas que colocou sete cidades da região serrana do Rio de Janeiro em estado de calamidade pública:
■ Nova Friburgo 318 mortes.
■ Teresópolis, 277 mortes.
■ Petrópolis, distrito de Itaipava, registra 58 mortes;
■ Sumidouro, 20, e cinco desaparecidos
■ São José do Vale do Rio Preto, 4.
■ Bom Jardim, 01 morte
■ Areal, nenhuma morte

Desalojados e desabrigados
■ Petrópolis, há 3.600 desalojados e 2.800 desabrigados.
■ Teresópolis tem 1.300 desalojados e 1.200 desabrigados.
■ Nova Friburgo tem 3.220 desalojados e 1.970 desabrigados.
■ Bom Jardim, 1.200 pessoas estão desalojadas e 700 estão desabrigadas.
■ São José do Vale do Rio Preto, 2.064 desabrigados e desalojados.
■ Areal, 1.200 pessoas estão desabrigadas e 2.500 desalojadas.

Video:
Mostra o poder de um flash flood ocorrido na Austrália numa planície. Imagina numa topografia montanhosa, o poder de destruição que equivale a um tsunami.
As testemunhas da tragédia da região serrana disseram que ouviram um barulho surdo. No vídeo dá para escutar esse barulho ensurdecedor.


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posted by ACCA@2:55 PM