QUANDO O PARANÁ VIROU UM INFERNO.
Há exatamente 60 anos, o Paraná ardia em chamas. Uma série de incêndios florestais entre os meses de agosto e setembro de 1963 causou uma tragédia histórica
Os meses de agosto e setembro
são meses de fortes estiagem no Paraná e o estado vinha passando por um período
bem seco. Ainda era inverno, a temperaturas ficaram baixas e os campos do
Paraná estavam secos em razão das fortes geadas daquele ano. Como era de
costume, os lavradores faziam pequenas queimadas para limpar o terreno. Com os
fortes ventos, não demorou muito para o fogo avançar sem controle. Essa
combinação de fatores foi o estopim para o fogo se alastrar pelo interior do Paraná.
Os incêndios começaram a
atingir os municípios de Ortigueira, Tibagi, Arapoti, Jaguariaíva até Sengés.
As regiões do Paraná que mais sofreram com a
tragédia foram as cidades de Ortigueira, Curiúva, Tibagi, Sapopema, Arapoti,
Cândido de Abreu, Barbosa Ferraz, Telêmaco Borba, Reserva, Ivaiporã, Roncador,
Palmital, Pitanga, Piraí do Sul, Castro, Ponta Grossa, Faxinal, Campo Mourão e
Inajá.
IMPACTOS

Mais de 70% das reservas
florestais das Indústrias Klabin de Papel e Celulose, cultivadas em uma fazenda
de Tibagi, se perderam. Só nesse local, 200 milhões de araucárias foram
destruídas. As perdas em todo o Paraná foram, na época, calculadas em 200
milhões de cruzeiros.
Ao todo, 128 cidades das
Regiões Norte, Central e dos Campos Gerais foram afetadas. Dois milhões de
hectares foram completamente devastados ao longo de dois meses. "Foram 20
mil hectares de plantações, 500 mil de florestas nativas e 1,5 milhão de campos
e matas secundárias", relata o pesquisador Antônio Carlos Batista,
professor de Engenharia Florestal da Universidade Federal do Paraná.
Aproximadamente 8 mil
imóveis, entre casas, galpões e silos, foram queimados . Cerca de 5,7 mil
famílias – a grande maioria formada por trabalhadores rurais – ficaram
desabrigadas. Tratores, equipamentos agrícolas e incontáveis veículos foram
atingidos pelo incêndio.

As perdas em todo o estado
eram calculadas em 200 milhões de cruzeiros. O Paraná essencialmente agrícola
na época, viu sua atividade econômica parar.
AJUDA
A ajuda para combater os
incêndios veio de outros estados, com a oferta de helicópteros e aviões. Cerca
de quatro mil membros do Exército, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros
tentavam evitar um cenário ainda pior – se é que isso ainda parecia possível.
Também foram enviados ao Paraná medicamentos, ferramentas agrícolas, roupas e
alimentos de diversos países, como Estados Unidos, Itália, Japão, China e
Suíça.
CONTROLE DO INCÊNDIO
Foi somente com a volta da
chuva, o incêndio foi controlado.
ESTADO DE CALAMIDADE
Em 28 de agosto de 1963, o
governo do Paraná decretou “Estado de Calamidade Pública”. O fato foi motivado
pela destruição provocada pelos incêndios e pelos problemas sociais trazidos
com ele, como o alto índice de desabrigados e desempregados. A atividade
agrícola na época ficou, praticamente, parada em todo o Paraná.
DA TRAGÉDIA À PREVENÇÃO
O incêndio de 1963 ficou
conhecido como o maior do país. Sobre o Paraná, após a tragédia de 1963, a
segunda maior devastação por fogo foi em 1999, quando 6.610 focos devastaram
126.864 hectares, segundo dados do Corpo de Bombeiros divulgados pela
Coordenadoria Estadual da Defesa Civil.
Desde o registro da tragédia de 1963, o Paraná passou a se preocupar com a prevenção e o combate a incêndios florestais, inserindo, a partir de 1967, um curso voltado para esse tipo de ação no Corpo de Bombeiros e investindo em treinamentos para os membros da corporação. Desde 1998, o estado conta com um Plano Estadual de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais – Mata Viva , que articula órgãos públicos, empresas da iniciativa privada, mídia e segmentos organizados da sociedade para prevenir e combater os incêndios florestais. Fontes: Wikipédia - 7 de setembro de 2023; Gazeta do Povo - 28/08/2019; Gazeta do Povo - 09/08/2013
Marcadores: incêndio florestal

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