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Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

sexta-feira, janeiro 03, 2020

PRINCIPAIS EMPRESAS DE TECNOLOGIA SÃO ACUSADAS POR EXPLORAÇÃO DE TRABALHO INFANTIL NA MINERAÇÃO DE COBALTO

Apple, Google, Tesla e Microsoft estão entre os nomes citados em uma ação judicial movida nos Estados Unidos que as acusa as empresas de "ter conhecimento" de que o cobalto usado em seus produtos pode estar relacionado à exploração do trabalho infantil.
O caso foi apresentado pela organização International Rights Advocates em nome de 14 famílias congolesas.
Os autores solicitam indenização pelas mortes e ferimentos de crianças nas minas de cobalto na República Democrática do Congo.
Segundo a associação, as mortes ocorreram nos túneis de extração ou por conta da queda de paredes das minas.
No entanto, a extração está há anos sob os holofotes da comunidade internacional, que aponta irregularidades diversas, como violações de direitos humanos, mineração ilegal e corrupção.

CRIANÇAS TRABALHANDO
O Unicef, fundo das Nações Unidas para a infância, estima que existam aproximadamente 40 mil crianças trabalhando em minas no sul da República Democrática do Congo.
A International Rights Advocates argumenta que as empresas não regulam suas cadeias de suprimentos como deveriam.

MINERAL ESSENCIAL
O mineral é um componente essencial das baterias de íon-lítio que alimentam dispositivos eletrônicos, como computadores, smartphones e carros elétricos.
Também pode ser encontrado em motores de aviões, foguetes, usinas nucleares, turbinas, ferramentas de corte e até próteses de quadril. É um mineral essencial da vida moderna.
A combinação com outros metais produz ligas extremamente resistentes e estáveis sob temperaturas extremas.

O PREÇO DO COBALTO
De 2016 a 2018, o preço do cobalto disparou de cerca de US$ 26 mil (cerca de R$ 105 mil) por tonelada para mais de US$ 90 mil (R$ 365 mil), embora em 2019 os preços tenham caído acentuadamente.
Além disso, a União Europeia e os Estados Unidos rotularam o cobalto como uma matéria‑prima essencial.

UM DÓLAR OU DOIS POR DIA
"O avanço tecnológico causou uma explosão na demanda por cobalto, mas em um dos contrastes mais extremos imagináveis dessa situação o cobalto é extraído na República Democrática do Congo - em condições extremamente perigosas - por crianças que recebem um ou dois dólares por dia ", diz o processo que corre na Justiça americana.



Essa extração serve "para fornecer cobalto para a fabricação de dispositivos de algumas das empresas mais ricas do mundo", acrescenta o texto.

Outras empresas listadas no processo são a fabricante de computadores Dell e duas empresas de mineração, a Zhejiang Huayou Cobalt e a Glencore, proprietárias dos campos onde as famílias congolesas afirmam que seus filhos trabalhavam. A Glencore disse em comunicado ao jornal The Telegraph, no Reino Unido, que "não compra, processa ou comercializa qualquer mineral extraído artesanalmente".

Ela acrescentou que também "não tolera nenhuma forma de trabalho infantil, forçado ou obrigatório".
Os documentos judiciais, aos quais o jornal britânico The Guardian teve acesso, dão vários exemplos de crianças que foram enterradas vivas ou sofreram ferimentos após  desabamento de túneis.
As 14 famílias congolesas querem que as empresas as compensem pelo trabalho forçado, pelo estresse emocional e pela negligência na supervisão da cadeia de produção.
Em resposta ao Telegraph, a Microsoft afirmou estar comprometida com a compra responsável de minerais e que sempre investiga quaisquer violações de seus fornecedores e toma as medidas cabíveis. A BBC também solicitou um posicionamento do Google, Apple, Dell e Tesla.
Fonte: BBC-17/12/2019  

Comentário:
A MAIOR BOLSA DE METAIS DO MUNDO ESTÁ LEVANDO A SÉRIO O TRABALHO INFANTIL  

A maior Bolsa de Metais do mundo está mudando suas regras para combater o trabalho infantil, lavagem de dinheiro, suborno e corrupção.
A Bolsa de Metais de Londres exigirá que os produtores que operam em zonas de alto risco e conflito demonstrem que seus produtos são fornecidos com responsabilidade até 2022.
É uma grande mudança de política para a Bolsa em 142 anos, que até agora certificava metais para o comércio apenas avaliando qualidades como forma, peso e composição química. Agora, está tentando garantir que o metal que utiliza em carros ou em  dispositivos eletrônicos seja de origem ética.

"Os consumidores globais exigem, com razão, ações sobre fornecimento responsável - e nossa indústria deve ouvir", disse o CEO Matthew Chamberlain em comunicado.
Ele disse que a bolsa está adotando os padrões porque "é a coisa certa a fazer" e porque "o valor do nosso mercado é baseado no fornecimento de metal aceitável para esses consumidores".
A Bolsa de Metais de Londres está sob crescente pressão depois que um relatório da Anistia Internacional de 2017 constatou abusos de trabalho infantil e direitos humanos em minas de cobalto na República Democrática do Congo.

Muitas empresas estão tentando garantir que suas cadeias de suprimentos estejam livres de minerais de conflito e trabalho infantil.  A Volkswagen, por exemplo, acaba de lançar um programa piloto que usa a tecnologia blockchain para rastrear a matéria prima até seu  ponto de origem.

A MUDANÇA CHEGA À BOLSA DE METAIS DE LONDRES
As empresas que produzem metais negociados na Bolsa deverão executar suas próprias avaliações de "bandeira vermelha", com base nas diretrizes da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico até o final de 2020. A Bolsa analisará as avaliações.
Os produtores com bandeiras vermelhas serão auditados pela Bolsa até o final de 2022. A partir de 2024, a mudança exigirá que os produtores publiquem suas avaliações.
A Bolsa informou  que deseja trabalhar com as empresas de forma voluntária, mas acrescentou que seu "poder principal" é suspender ou remover as empresas que se recusam a cooperar.

A Global Witness disse que os novos requisitos são um passo na direção certa. Sophia Pickles, pesquisadora da cadeia de suprimentos da Global Witness, disse que a decisão de exigir que as marcas relatem publicamente os riscos de crimes financeiros e corrupção é particularmente importante. No entanto, ela disse que a mudança deve tomar medidas adicionais. "A Bolsa de Metais de Londres  também deve ir além quando se trata de combater os impactos de suas marcas no planeta ... [e] exige que as empresas relatem também riscos ambientais e climáticos", acrescentou. Fonte: CNN Business - April 23, 2019

O QUE DIZ A ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO
O trabalho infantil é ilegal e priva crianças e adolescentes de uma infância normal, impedindo-os não só de frequentar a escola e estudar normalmente, mas também de desenvolver de maneira saudável todas as suas capacidades e habilidades. Antes de tudo, o trabalho infantil é uma grave violação dos direitos humanos e dos direitos e princípios fundamentais no trabalho, representando uma das principais antíteses do trabalho decente. 
O trabalho infantil é causa e efeito da pobreza e da ausência de oportunidades para desenvolver capacidades. Ele impacta o nível de desenvolvimento das nações e, muitas vezes, leva ao trabalho forçado na vida adulta. Por todas essas razões, a eliminação do trabalho infantil é uma das prioridades da OIT.

FATOS E NÚMEROS GLOBAIS
Fonte: Estimativas globais de trabalho infantil: resultados e tendências 2012-2016
·   Em 2016, 152 milhões de crianças entre 5 e 17 anos eram vítimas de trabalho infantil no mundo - 88 milhões de meninos e 64 milhões de meninas.
·   Quase metade dessas crianças (73 milhões) realizavam formas perigosas de trabalho, sendo que 19 milhões delas tinham menos de 12 anos de idade.
·   O maior número de crianças vítimas de trabalho infantil foi encontrado na África (72,1 milhões), seguida da Ásia e do Pacífico (62 milhões), das Américas (10,7 milhões), da Europa e da Ásia Central (5,5 milhões) e dos Estados Árabes (1,2 milhões).
·   O trabalho infantil está concentrado principalmente na agricultura (71%), seguida do setor de serviços (17%) e do setor industrial (12%).
·   O fato de que a maior parte (58%) das crianças vítimas de trabalho infantil eram meninos pode refletir uma subnotificação do trabalho infantil entre as meninas, principalmente com relação ao trabalho doméstico infantil.

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sábado, janeiro 23, 2016

Relatório acusa empresas de conivência com trabalho infantil

A organização de direitos humanos Anistia Internacional acusou as empresas Apple, Samsung e Sony, entre outras, de falhar em identificar o uso de trabalho infantil na produção dos minerais usados em seus aparelhos.
Em um relatório sobre a mineração de cobalto na República Democrática do Congo, a Anistia afirma ter encontrado crianças de até 7 anos de idade trabalhando em condições perigosas.
O cobalto é componente vital para as baterias de íon-lítio. As empresas afirmaram que seguem política de tolerância zero em relação a trabalho infantil.
"Companhias cujo lucro global é de US$ 125 bilhões não podem realmente alegar incapacidade de verificar de onde vêm suas matérias-primas essenciais", disse Mark Dummett, pesquisador nas áreas de negócios e direitos humanos da Anistia.

MORTES
A República Democrática do Congo responde por 50% ou mais do cobalto produzido no planeta.
Mineradores trabalhando por longo período neste segmento da extração mineral enfrentam problemas de saúde e risco de acidentes fatais, afirma a Anistia.
A organização diz que ao menos 80 mineiros morreram no subsolo congolês entre setembro de 2014 e dezembro de 2015.
A Anistia também entrevistou crianças que trabalhariam nas minas do país.
Paul, órfão de 14 anos de idade, começou a minerar aos 12 anos. "Eu fiquei até 24 horas nos túneis. Chegava de manhã e só saía na outra manhã. Tinha que ir ao banheiro nos túneis. Minha mãe adotiva planejava me mandar para a escola, mas meu pai adotivo era contra, e ele me fez trabalhar nas minas", contou o menino à Anistia.
A Unicef estima que há cerca de 40 mil crianças trabalhando em minas no sul da República Democrática do Congo.

'TOLERÂNCIA ZERO'
Em resposta ao relatório, a Apple afirmou que o "trabalho infantil não é tolerado em nossa cadeia de fornecedores e estamos orgulhosos de liderar a indústria em salvaguardas pioneiras (contra o trabalho infantil)".
A empresa afirmou, ainda, conduzir rigorosas auditorias junto a fornecedores e que qualquer um que empregue crianças é forçado a retornar o menor a sua casa, financiar a educação da vítima em escola escolhida pela família, continuar a pagar salários e oferecer um emprego quando o jovem tem idade para trabalhar.
A Samsung também afirmou ter "tolerância zero" em relação a trabalho infantil e que, assim como a Apple, vem conduzindo auditorias regulares junto a seus fornecedores.
"Se houver violação e trabalho infantil for encontrado, os contratos com fornecedores serão imediatamente encerrados", declarou a empresa.
A Sony comentou: "Estamos trabalhando com nossos fornecedores para enfrentar questões ligadas a direitos humanos e condições de trabalho em locais de produção, assim como na aquisição de minerais e outras matérias primas".

'PARADOXO'
O relatório da Anistia rastreou o comércio de cobalto a partir de áreas onde há trabalho infantil. O mineral é comprado por intermediários diretamente das minas e vendido à empresa Congo Dongfang Mining, subsidiária da gigante chinesa Zhejiang Huayou Cobalt Ltd.
A Anistia afirma ter entrado em contato com 16 multinacionais listadas como clientes de fabricantes de baterias que têm como fornecedor de cobalto a Huayou Cobalt.
Uma empresa admitiu a conexão, enquanto outras quatro reconheceram serem incapazes de dizer com certeza qual seria a fonte do cobalto usado por elas.
Outras cinco companhias negaram ligações comerciais com a Huayou Cobalt, embora apareçam como clientes nas listas encontradas em documentos da gigante chinesa.
Seis empresas afirmaram estar investigando o caso.
"É um paradoxo que na era digital algumas das mais ricas e inovativas empresas do mundo, capazes de levar ao mercado aparelhos incrivelmente sofisticados, não consigam mostrar de onde vêm suas matérias-primas", criticou Emmanuel Umpula, diretor da Africa Resources Watch, organização que colaborou com a Anistia no relatório. Fonte: @ZR, G1- BBC-19/01/2016

Comentário: O que prevalece nas empresas é a ética Botox, cuidam apenas da aparência. Quando os interesses  comercais colidem com o meio ambiente (redução dos impactos sobre a biodiversidade), com a comunidade,  o lucro vem em primeiro lugar. A ética das empresas é modelada pelo departamento de marketing das empresas, que cuida apenas de sua imagem.   

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quarta-feira, agosto 17, 2011

Perigo: Baixa umidade, Estática, Incêndio e Explosão

No momento no Brasil, alguns estados estão em situação crítica quanto à baixa umidade que pode provocar problemas de saúde na população, incêndios florestais e dependendo do tipo de indústria, quanto ao tipo de processo industrial; risco de incêndio e/ou explosão.

UMIDADE RELATIVA DO AR
Significa, em termos simplificados, quanto de água na forma de vapor existe na atmosfera no momento com relação ao total máximo que poderia existir, na temperatura observada.

A UMIDADE FICA MAIS ALTA:
■Sempre que chove devido à evaporação que ocorre posteriormente,
■Em áreas florestadas ou próximas aos rios ou represa,
■Quando a temperatura diminui (orvalho).

PROBLEMAS DECORRENTES DA BAIXA UMIDADE DO AR
■Complicações alérgicas e respiratórias devido ao ressecamento de mucosas;
■Sangramento pelo nariz;
■Ressecamento da pele;
■Irritação dos olhos;
■Eletricidade estática nas pessoas e em equipamentos eletrônicos;
■Aumento do potencial de incêndios em pastagens e florestas

CUIDADOS A SEREM TOMADOS
Entre 20 e 30% - Estado de Atenção
■Evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11 e 15 horas
■Umidificar o ambiente através de vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água, molhamento de jardins etc.
■Sempre que possível permanecer em locais protegidos do sol, em áreas vegetadas etc.
■Consumir água à vontade.

Entre 12 e 20% - Estado de Alerta
■Observar as recomendações do estado de atenção
■Suprimir exercícios físicos e trabalhos ao ar livre entre 10 e 16 horas
■Evitar aglomerações em ambientes fechados
■Usar soro fisiológico para olhos e narinas

Abaixo de 12% - Estado de emergência
■Observar as recomendações para os estados de atenção e de alerta
■Determinar a interrupção de qualquer atividade ao ar livre entre 10 e 16 horas como aulas de educação física, coleta de lixo, entrega de correspondência etc.
■ Determinar a suspensão de atividades que exijam aglomerações de pessoas em recintos fechados como aulas, cinemas etc. entre 10 e 16 horas
■ Durante as tardes, manter com umidade os ambientes internos, principalmente quarto de crianças, hospitais etc.
Fonte: Centro de Pesquisas Meteorológicas Climáticas Aplicadas à Agricultura

Artigos publicados
http://zonaderisco.blogspot.com/2010/12/verao-mais-quente-dos-ultimos-anos.html
http://zonaderisco.blogspot.com/2010/09/choque-ar-seco.html
http://zonaderisco.blogspot.com/2006/07/clima-seco-e-eletricidade-esttica.html

Comentário:
Com a baixa umidade aumenta o potencial de risco de incêndio e explosão na indústria em geral, principalmente em indústrias químicas, petroquímicas, processamento de alimentos, etc. onde há manipulação de substancias inflamáveis, pós, etc.
A geração de cargas estáticas pode ocorrer de muitas maneiras. As mais comuns são:
■ eletrização por contato,
■ eletrização triboelétrica ou fricção ou atrito,
■ eletrização por indução, etc.
Compreendendo os mecanismos da eletrização estática, é mais fácil evitar o aparecimento das cargas estáticas, ou então reduzi-las a níveis seguros.
Com larga utilização de materiais sintéticos altamente isolantes, tanto na cobertura de pisos, mesas, cadeiras, roupas, sapatos e em quase todos os objetos de utilização diária, o aparecimento da eletricidade estática tem sido muito freqüente, pois nestas situações as cargas elétricas não podem ser escoadas. Dentre todos os processos de geração de carga estática, o mais comum é o carregamento triboelétrico, o qual é causado pelo atrito entre duas superfícies. A eletrização triboelétrica se refere à transferência de cargas devido a contato e separação de materiais. A quantidade de carga gerada por esse processo depende de muitos fatores, como a área de contato, pressão de contato, umidade relativa, velocidade com que uma superfície é atritada sobre a outra.

Perigo: Substancias sólidas e líquidas, Vapores e Gases

Líquidos
O transporte de fluídos não condutores em tubulações isolantes ou metálicas isoladas pode gerar eletricidade estática por contato / separação, pois as substâncias movimentadas trocam elétrons com as paredes das tubulações gerando acúmulo de carga. A agitação em reatores e a carga/descarga de tanques, containers ou tubos também provocam a geração de cargas estáticas.

Sólidos
Processos envolvendo transportes de sólidos também podem acumular cargas estáticas. Dentre eles podemos citar: o transporte de materiais pulverizados através de transportadores pneumáticos; o peneiramento, a mistura, a carga e a descarga de pós não condutores; papéis ou plásticos sendo desenrolados; o caminhar das pessoas sobre os pisos não condutores e o movimento de veículos.

Gases ou Vapores
Também podem acumular eletricidade estática, como exemplo, podemos citar os processos envolvendo spray de líquidos em gases, borbulhamento de gases em líquidos e vazamentos de ar (ou gás) contendo particulados.

Riscos de incêndio ou Explosão
Para que a eletricidade estática torne-se uma fonte de ignição, quatro fatores devem estar presentes:
1) Deve existir um meio efetivo de geração de eletricidade estática (por qualquer mecanismo).
2) Deve existir um meio de acumulação dessa eletricidade estática com a permanência de um razoável potencial elétrico.
3) Deverá ocorrer uma descarga elétrica com uma energia adequada, e
4) A descarga deverá ocorrer em uma mistura passível de ignição.

Controle
As ações corretivas, relacionadas à eletricidade estática deverão ser orientadas de forma a dispor dissipação das cargas antes de atingir os potenciais de ruptura, que poderiam ser danosos. Caso existam certos pontos no processo onde não se possa evitar a descarga brusca das cargas acumuladas, deve-se garantir que nenhuma mistura passível de ignição estará próxima desses pontos.
1. Aterramento
Um material condutor pode ser aterrado por conexão direta ao terra (“aterramento”) ou por ligação com outro condutor que já está conectado ao terra (“equalização”). Alguns objetos, em certas condições, podem ser considerados inerentemente aterrados devido à boa área de contato com a terra. Os aterramentos são realizados para minimizar as diferenças de potenciais elétricos entre os objetos e o terra.
2. Controle da estática através da limitação da velocidade.
Como a eletricidade estática é gerada sempre que dois materiais diferentes estão em movimento, um relativo ao outro, a redução dessa velocidade relativa diminuirá a taxa de geração de eletricidade estática.
Existem tabelas que apresentam valores máximos de velocidade e fluxo recomendados para líquidos não polares sendo transportados em tubulações, independentemente do material do tubo.

3. Umidificação
Os materiais considerados não produtores (ou isolantes) possuem alta resistência a mobilidade das cargas, no entanto, como não existe “isolante” perfeito, existirá eventualmente a dissipação das cargas estáticas acumuladas. Assim, qualquer substância que permita aumentar a condutividade superficial de um corpo isolante também se tornará um meio de dissipação das cargas estáticas.
Sob condições de alta umidade relativa (mais de 50%), os materiais atingiriam o equilíbrio suficiente para prevenir o acúmulo de cargas estáticas. O tempo para atingir esse equilíbrio varia em função do tipo de material, o que limita a aplicação prática da umidificação atmosférica para o controle da estática. Além disso, a alta umidade poderia aumentar as velocidades de corrosão dos equipamentos e causar desconforto físico aos operadores.

4. Aumento da Condutividade pelo uso de aditivos
Primeiramente, é importante notar que o uso de aditivos para aumentar a condutividade dos materiais não evita a geração de eletricidade estática. Eles apenas permitem uma dissipação mais rápida das cargas acumuladas. A adição desses produtos pode ser realizada em materiais
sólidos (p.ex. adição de negro de fumo a plásticos para aumentar a condutividade) ou líquidos. O uso de aditivos condutores deve ser executado em conjunto com o aterramento (item 1), a fim de dispor um caminho para a dissipação das cargas.

5. Ionização do ar
Sob certas circunstâncias, o ar pode tornar-se suficientemente condutor para dissipar as cargas elétricas. Os ionizadores (ou neutralizadores de carga estática) são equipamentos que geralmente utilizam alta tensão para ionizar o ar, tornando-o “condutor”. Outros métodos de ionização do ar podem também ser utilizados, tais como: por radiação, chama, etc. Na instalação desses equipamentos para o controle do acúmulo de cargas estáticas, deve-se considerar as condições ambientais (poeira, temperatura, etc.) do local e a proximidade do equipamento em relação aos estoques, máquinas e pessoas. Também é importante salientar que esses equipamentos não previnem a geração de eletricidade estática; eles apenas ionizam o ar (ou gás), reduzindo o acúmulo de cargas estáticas quanto a níveis controláveis.

6. Controle de Misturas Passíveis de Ignição (Inertização, Ventilação ou Realocação)
Existem muitas operações envolvendo o manuseio de materiais ou equipamentos não condutores que não permitem soluções completas para o controle da eletricidade estática. Assim, pode ser desejável ou essencial, dependendo da natureza do risco dos materiais envolvidos, proverem outros meios suplementares para mitigar danos por descarga estática:
a) Em locais confinados (fechados) contendo misturas passíveis de ignição, tais como, em tanques de processo, pode-se utilizar gás inerte para reduzir esses riscos. Em operações que são normalmente conduzidas em “atmosfera” acima do limite superior de explosividade, a adição de gás inerte poderia ser realizada nos momentos em que a mistura atingisse a faixa de explosividade.
b) Ventilação pode ser aplicada em muitas situações para diluir uma mistura gasosa, passível de ignição, até um nível abaixo de sua faixa de explosividade. Pode-se também direcionar o fluxo de ar para prevenir que solventes inflamáveis ou poeiras se aproximem de uma operação onde riscos de descargas eletrostáticas não são controlados.
c) Equipamentos que estão localizados em áreas de risco e que podem ser removidos para áreas seguras, sem prejuízo da produção, deveriam ser realocados. A realocação deve ser utilizada sempre que possível, pois reduz os riscos de danos causados pelo acúmulo de eletricidade estática nas áreas críticas. Fonte: Zurich Engenharia de Riscos

Vídeo:
Mostra como a estática pode alterar o fluxo do líquido.


Você sabia que a poeira pode explodir?

Isto é qualquer material orgânico madeira, papel, borracha, fibras, alimentos, tabaco, etc, pode criar poeira sob condições adequadas.

Nesta demonstração controlada no campo de pesquisa da FM Global em West Glocester, RI, os cinco ingredientes necessários para causar a explosão de poeira:
■ar,
■combustível,
■calor, pó em suspensão e
■confinamento
são fornecidos para causar a explosão, ou mais apropriadamente, a deflagração parcial.

Na simulação, 5 kg de pó de carvão foi colocado num capacete rígido num recinto fechado a 2/3 de altura, que mede 3 m de largura, 4 m de profundidade e 4,5 m de altura A pequena carga foi então introduzida para perturbar e suspender o pó seguido por uma fonte de ignição (foguete).

Embora você não possa ser capaz de eliminar totalmente o pó de combustível do seu processo ou suas instalações, há medidas de prevenção que você pode tomar para reduzir a freqüência de incêndios e explosões de poeira.

Da mesma forma, as medidas de controle podem reduzir a severidade de um incêndio ou explosão. Juntos, estes podem ajudar a reduzir a probabilidade de danos materiais e interrupção da produção ou da atividade.
Leve em conta: Se ele não começou como um foguete, ele pode explodir.

Vídeo:

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quinta-feira, junho 12, 2008

Crianças em trabalho degradante no Rio Grande do Norte

No dia 12 de junho de 2008, Dia Nacional de Combate ao Trabalho Infantil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ressalta, que 1,4 milhão de crianças com idade entre 5 e 13 anos estavam trabalhando ao longo de 2006. A maioria, no setor agrícola.

Em 04 de junho de 2008, Auditores fiscais da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Rio Grande do Norte (SRTE//RN) registraram no sábado, 31 de maio, cerca de 25 crianças trabalhando em situação degradante nos municípios de Nova Cruz, João Câmara e São Paulo do Potengi, no Rio Grande do Norte.

Denúncias
A fiscalização aconteceu após denúncias do Conselho Tutelar de Nova Cruz, que apontavam para exploração de trabalho infantil em matadouros e feiras livres nos municípios.

Trabalho degradante
A situação das crianças em todos os matadouros e na feira-livre era extremamente degradante, no entanto, no matadouro de Nova Cruz a situação era ainda pior;
■ No local havia mais crianças e adolescentes do que adultos trabalhando sobre resíduos de fezes e sangue dos bois abatidos.
■ Os meninos eram encarregados de lavar o sangue dos animais impregnados no chão com uma mangueira.
■ Com a mesma mangueira as crianças matavam a sede.

Em João Câmara, os fiscais encontraram duas crianças trabalhando no matadouro do município. Uma delas, filha do zelador do local.
"No matadouro de João Câmara, assistimos às mortes mais brutais dos bois. O animal era puxado por uma corda por um adolescente, que lhe cobria os olhos com um pano e outro marretava a cabeça do animal, errando várias vezes, fazendo o animal gritar de dor", diz trecho do relatório do Ministério do Trabalho.

No município de São Paulo do Potengi foram encontrados três adolescentes com idades entre 16 e 17 anos e um garoto de 11 anos trabalhando no matadouro localizado na periferia da cidade;
■ As condições de higiene e segurança do local eram precárias, não havia instalação sanitária
■ e as instalações elétricas estavam danificadas.

Crianças em contato com vísceras e sangues dos animais
De acordo com relatório do Ministério do Trabalho, a maioria das crianças e adolescentes trabalhava com os pais nos matadouros e não usava equipamentos de proteção ao atuar no corte de vísceras, na limpeza e no abate dos animais. Muitos desses jovens estavam descalços, em contato direto com o sangue bovino no chão. Relatou casos de crianças e adolescentes que disseram gostar de beber o sangue dos animais.

Fonte: Assessoria de Imprensa do MTE – Ministério do Trabalho e Emprego e Folha de São Paulo - São Paulo, 05 de junho de 2008

Comentário
Porque a educação contribui tão pouco para a luta contra a pobreza no Brasil? A visão de uma família pobre é imediatista devido às necessidades básicas, tais como; alimentação, aumento de renda, etc. Os filhos são considerados como mão de obra para atender suas necessidades básicas, pois o resultado da educação é paulatino, de longo prazo. A pobreza reflete diretamente no trabalho infantil. Pobreza e trabalho infantil formam um ciclo vicioso – a pobreza faz aumentar o trabalho infantil e este contribui para perpetuar a pobreza. É um circulo viciosa. Isso tudo passa por planejamento familiar (que é um tabu para os pobres, a classe média e rica podem fazer), pois a educação familiar no sentido de organização e estruturação inexiste esse valor na maioria das famílias mais pobres. A falta de estrutura familiar, mais que a pobreza, torna as crianças vulneráveis para exploração de trabalho, pois a família entende que a criança poderia ter uma oportunidade de emprego ou de uma vida melhor e, com isso, eles também estarão auferindo recursos. Essa a realidade.

A CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) calculou que na América Latina são necessários pelo menos 12 anos de escolarização para conseguir escapar da pobreza. Parece claro, portanto, que a universalização do ensino básico já não é um objetivo suficiente. Esta necessidade de maior escolarização tem que ver com dois fatores: a própria competência de qualificações (mais pessoas com maior nível educativo que competem pelos postos de trabalho) e com a dinâmica do mercado de trabalho que polariza remunerações (salários) para os altamente qualificados e salários muito baixos para os não qualificados. Por conseguinte, ou se consegue muita educação, ou aquela de que se dispõe pode ser claramente insuficiente.

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