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quinta-feira, novembro 13, 2025

O QUE SÃO ILHAS DE CALOR URBANAS?

 Fenômeno pode elevar as temperaturas das cidades de 10 a 15 °C, expondo moradores a riscos associados ao calor extremo.

"Ilhas de calor urbanas" são áreas metropolitanas que ficam significativamente mais quentes do que seus entornos rurais devido à concentração de edifícios, áreas pavimentadas e atividades humanas, como a condução de veículos poluentes.

Como resultado, as ondas de calor se intensificam nas áreas urbanas, que já abrigam metade da população mundial. A estimativa é que esse número chegue a quase 70% até 2050. Tal efeito, conhecido como "ilha de calor urbana" pode elevar as temperaturas em 10 a 15 °C, expondo os moradores da região aos riscos associados ao calor extremo.

O QUE CAUSA AS ILHAS DE CALOR URBANAS?

As áreas rurais geralmente são cobertas por grama, plantações ou florestas, o que ajuda a resfriar o ar. O concreto escuro e o asfalto da cidade, por outro lado, absorvem o calor.

























As plantas funcionam como um ar-condicionado natural, captando água do solo através de suas raízes e liberando-a no ar na forma de vapor. Superfícies impermeáveis, duras e escuras, como calçadas, estacionamentos e ruas asfaltadas, não permitem a penetração da água e, portanto, não proporcionam esse efeito de resfriamento.

Prédios altos e ruas estreitas podem aquecer o ar que fica preso entre eles. Esses "cânions urbanos" podem bloquear o fluxo natural de vento que, de outra forma, ajudaria a resfriar a área. A poluição causada por automóveis ou pela queima de combustíveis fósseis pode atuar como uma pequena camada de efeito estufa sobre uma cidade, retendo o ar quente.

Ilhas de calor costumam se formar ao longo do dia, à medida que calçadas e telhados emitem mais calor solar – atingindo o pico entre três e cinco horas após o pôr do sol. Do nascer do sol até o final da tarde, essas superfícies são expostas à intensa radiação solar e absorvem calor através de inúmeras camadas. Esse calor armazenado é então liberado lentamente após o pôr do sol.

ONDE SEU EFEITO É MAIS INTENSO?

Cidades maiores tendem a armazenar mais calor do que as menores. Os centros urbanos de Londres e Paris costumam ser cerca de 4 °C mais quentes do que seus arredores rurais à noite. O efeito de ilha de calor é ainda agravado pelo aumento das temperaturas globais.

O ano de 2024 foi o mais quente já registrado, com cerca de 1,55 °C acima dos níveis pré-industriais. Sob as políticas atuais, a previsão é que esse aumento chegue a 2,7 °C até o final do século. O prognóstico se explica pelo atual volume de queima de combustíveis fósseis que aquecem o planeta e liberam gases de efeito estufa na atmosfera.

Essas mesmas ilhas de calor, aliás, podem estar agravando ainda mais as mudanças climáticas, pois impulsionam a demanda por ar-condicionado, que, por sua vez, em muitas regiões são movidos com energia gerada pela queima de combustíveis fósseis.

COMO RESFRIAR AS CIDADES?

Soluções para minimizar esse efeito incluem tornar as cidades mais verdes, adicionando aos centros urbanos árvores, arbustos e outras vegetações mais resistentes à seca, além de fontes e lagos, telhados verdes ou "frios" que absorvem e transferem menos calor do sol para os edifícios.

Esses telhados frios refletem mais luz solar do que uma superfície convencional e, portanto, aquecem menos. Telhados brancos permanecem mais frescos e podem refletir cerca de 60 a 90% da luz solar, mas outras superfícies refletoras também são uma opção.

Cidades como Nova York, por exemplo, começaram a pintar os telhados de branco em 2009 para ajudar a conter o efeito ilha de calor. Telhados mais frios também podem reduzir as temperaturas internas dos edifícios em até 30% e diminuir a poluição do ar e as emissões de gases de efeito estufa, reduzindo a demanda por energia para resfriar prédios.

No nível do solo, alguns países optam por borrifar água nas calçadas para resfriá-las. No Japão, essa prática tradicional centenária é conhecida como "uchimizu".

Outros preferem misturar espaços residenciais, comerciais e recreativos ou instalar "pavimentos frios" que usam materiais permeáveis ​​para refletir mais a radiação solar e aumentar a evaporação da água.

Megacidades como Los Angeles e Tóquio já pavimentaram suas ruas com cores mais frias. Um estudo em um dos bairros mais quentes de Los Angeles confirmou que um revestimento reflexivo é capaz de reduzir o efeito de ilha de calor.

A prefeitura de Tóquio já instalou cerca de 200 quilômetros dessas calçadas, priorizando áreas no centro da cidade. Até 2030, a capital japonesa pretende cobrir 245 quilômetros de vias metropolitanas.

A pequena cidade-estado asiática de Singapura, por sua vez, tornou-se uma das cidades mais verdes do mundo. Com mais de 40% de cobertura verde, ela conta com espaços destinado a reservas naturais e parques, jardins e vegetação.

Até 2030, a cidade planeja que cada cidadão tenha acesso a um parque a uma distância de dez minutos a pé. Singapura também limita rigorosamente o número de carros em suas ruas por meio de um caro sistema de licitação, com uma cota máxima para o número de veículos que podem ser registrados. Fonte: DW - 22/09/2025

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segunda-feira, setembro 16, 2024

HISTÓRICO DAS SECAS NO BRASIL

 1583/1585 - Primeiro relato da seca nordestina feita pelo padre Fernão Cardim: "…uma grande seca e esterilidade na província e que 5 mil índios foram obrigados a fugir do sertão pela fome, socorrendo-se aos brancos". Grandes perdas de cana e aipim.

1606 - Região NE

1615 - Região NE

1652 - Região NE

1692/1693 - A capitania de Pernambuco é atingida por "peste". Frei Vicente do Salvador relatou que indígenas, foragidos pelas serras, reuniram-se em numerosos grupos e avançaram sobre as fazendas das ribeiras.

1709/1711 - Grande seca que atinge a Capitania do Maranhão.

1720/1721 - Seca com gravíssimas consequências sobre as províncias do Ceará e do Rio Grande do Norte.

1723/1727 - Grande seca que matou quase a totalidade dos escravos da região. Segundo Irineu Pinto, fiscais da Câmara pediram ao rei o envio de escravos.

1736/1737 - Região NE

1744/1745 - Grande desnutrição infantil assola a região.

1748/1751 - Região NE

1776/1778 - Seca e surto de varíola na região NE, com alto índice de mortalidade humana e animal (gado bovino) na caatinga. A Corte Portuguesa determina reunião de flagelados nas margens dos rios para repartição de terras adjacentes.

1782 - Censo determina população de 137.688 habitantes atingida por seca.

1790/1793 (1791-1792 ?) - Chamada de "grande seca" pelos velhos sertanejos foi também a seca dos pedintes. Uma Pia Sociedade Agrícola foi criada como a primeira organização de caráter administrativo assistencialista. O governo da metrópole estabeleceu um único corretivo, uma severa proibição ao corte das florestas. Segundo Euclides da Cunha, cartas régias de 17 de março de 1796, nomeando um juiz conservador de matas, e a 11 de junho de 1799, decretava que "se coíba a indiscriminada e desordenada ambição dos habitantes (da Bahia e Pernambuco) que têm assolado a ferro e fogo preciosas matas… que tanto abundavam e já hoje ficam à distâncias consideráveis, etc".

1808/1809 - Seca atinge Pernambuco na região do rio São Francisco. Quinhentas pessoas morreram de fome.

1824/1825 - Seca e varíola juntas definem essa grande seca. Campos esterilizados e fome atingem engenhos de cana-de-açúcar.

1831 - A Regência Trina autoriza a abertura de fontes artesianas profundas.

1833/1835 - Grande seca atinge Pernambuco.

1844/1846 - Grande fome. O saco de farinha de mandioca foi trocado por ouro ou prata.

1877/1879 - Uma das mais graves secas que atingiram todo o Nordeste. O Ceará, na época, com uma população de 800 mil habitantes foi intensamente atingido. Desses, 120 mil (15%) migraram para a Amazônia[ e 68 mil pessoas foram para outros Estados. A seca foi considerada devastadora: cerca de metade da população de Fortaleza pereceu, a economia foi arrasada, as doenças e a fome dizimaram até ao rebanho. Um registro pictórico existe, uma família de retirantes é fotografada em uma estação ferroviária do Nordeste brasileiro (Ceará). Nesse mesmo período, também como resultado de anomalias climáticas, milhões de pessoas morreram de fome na China e na Índia.[

1888/1889 - Lavouras destruídas e vilas abandonadas em Pernambuco e Paraíba. D. Pedro II criou a Comissão Seca (depois Comissão de Açudes e Irrigação), como resultado cria-se o projeto do Açude do Cedro na cidade de Quixadá, no Ceará.

1898/1900 - Seca atinge Pernambuco.

1909 - O Governo Nilo Peçanha cria o Instituto de Obras Contra as Secas (IOCS).

1915 - O Presidente Venceslau Brás na seca de 1915 reestruturou o Instituto de Obras Contra as Secas (IOCS), que passou a construir açudes de grandes portes. Com temor de saques, Campos de Concentração no Ceará foram criados para isolar a população faminta e impedir-lhe o movimento em direção as cidades.

1919 - O Governo Epitácio Pessoa transforma o IOCS em DNOCS que recebeu ainda em 1919 pelo Decreto 13.687, o nome de Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas (IFOCS) antes de assumir sua denominação atual, que lhe foi conferida em 1945 pelo Decreto-Lei 8.846 de 28 de dezembro de 1945, vindo a ser transformado em autarquia federal através da Lei n° 4229 de 1 de junho de 1963.

1925 - Seca em São Paulo força a Light a cortar de dois terços o fornecimento de energia elétrica .

1930 - Região NE

1932 - Região NE. Reutilização dos Campos de Concentração no Ceará com plano de controle social

1953 - Região NE

1954 - Região NE

1958 - Região NE

1962 - Região NE

1963 - Grande parte do Brasil enfrenta uma forte e intensa estiagem, seguida de recordes de calor. Este foi o ano mais seco da história em várias cidades, como Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. No Paraná a seca durou até janeiro do ano seguinte.

1966 - Região NE

 1979/1985 - Essa foi uma das secas mais prolongadas da história do Nordeste: durou 7 anos. O auge do problema foi em 1981.  

Década de 1980 - A década é considerada chuvosa, sendo marcada por apenas dois períodos de estiagem, correspondentes aos anos de 1982 e 1983.

Década de 1990 - Os anos de 1993, 1996, 1997, 1998 e 1999 foram anos sofríveis. Um apontamento de tendência de seca em 1998 antecedeu sua ocorrência graças a observação do fenômeno El Niño por meteorologistas, mas as ações de precaução e prevenção continuaram a serem pouco efetivas na mitigação dos problemas.

2000 e 2001 - Anos de estiagem relativa.

2004-2006 - Estiagem na Região Sul do Brasil.

2005 - A região Amazônica enfrenta um período de estiagem intensa.

2007 - Transposição do Rio São Francisco iniciada.

2007 - Seca na porção norte de Minas Gerais, considerada a mais grave já enfrentada pelo estado até então. Praticamente não choveu na região entre março e novembro de 2007 e as precipitações seguiram-se abaixo da média climatológica até fevereiro de 2008. Centenas de municípios entraram em estado de emergência, registraram-se 53 976 focos de incêndio (recorde histórico para o estado) e 190 mil cabeças de gado morreram.

2012 - 2017 - Seca na Região Nordeste, considerada a mais intensa desde 1845.

2014–2017 - Período de chuvas irregulares nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, atingindo setembro de 2017 com níveis críticos de reservatórios de usinas hidrelétricas e água potável, considerado a pior seca dos últimos 100 anos. A seca no Sudeste foi a responsável, em associação a fatores ligados à infraestrutura e planejamento, pela pior crise hídrica enfrentada pela região em 2014 e 2015. As chuvas retornaram ao estado de São Paulo de forma gradual ao longo de 2015, mas o quadro de estiagem se manteve e foi agravado em muitas áreas de Minas Gerais e Espírito Santo, estendendo-se também em 2016 e 2017.

2024 - A maior seca  do Brasil afeta 1.400 cidades em nível extremo ou severo. Esse período de estiagem chegou mais cedo, como um exemplo de mudança climática, que é causada por um conjunto de fatores, começando pelo aquecimento global. Fonte: Wikipédia, 22 de dezembro de 2023; Superinteressante – 21 dez 2016

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