Explosão em laboratório da Coppe/UFRJ deixa feridos
A explosão de um laboratório no campus da Ilha do Fundão, na
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) na manhã de quarta-feira, 15 de
agosto, por volta das 9h45, deixou três pessoas feridas: os técnicos Oswaldo
e Nelson e a aluna de doutorado Isabela.
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CORPO DE BOMBEIROS
Os bombeiros foram imediatamente chamados e prestaram os
primeiros socorros às vítimas.
De acordo com os bombeiros, equipes do quartel do Caju
seguiram para o local por volta das 10h30m.
LOCAL DO ACIDENTE:
O acidente aconteceu na no Setor de Engenharia Metalúrgica e
de Materiais, no 2º andar da Escola Politécnica, no bloco F da Coppe, na sala
de polimento de amostras do Laboratório Multiusuário .
EVACUAÇÃO DO PRÉDIO
O prédio foi evacuado e os bombeiros realizaram uma
varredura atrás de possíveis focos de novas explosões. As aulas no andar onde
aconteceu a explosão estão suspensas nesta quarta-feira e o corredor está
interditado.
VÍTIMAS:
Os feridos foram atendidos pela brigada de incêndio da
própria UFRJ até a chegada do Corpo de Bombeiros. Segundo os bombeiros, Isabela
tem queimaduras em 20% do corpo.
Nelson sofreu um corte na panturrilha, Osvaldo sofreu um
corte no pescoço e Isabela sofreu cortes e queimaduras no rosto, no pescoço e
nas mãos. Em nota, a UFRJ informou que Nelson foi medicado e liberado em
seguida. Isabela e Oswaldo permanecem internados no Hospital Universitário
Clementino Fraga Filho, no Fundão, onde passam por exames complementares. O
estado de saúde deles é estável, sem riscos graves.
COMO ACONTECEU O ACIDENTE
Isabela manipulava ácido nítrico no momento da explosão e
fazia o uso da “capela”, dispositivo de segurança usado na manipulação de
substâncias que soltam gases para evitar a inalação. Ele acredita que o
acidente tenha acontecido na frente de uma das capelas.
Provavelmente, o acidente aconteceu a partir da mistura de
duas substâncias incompatíveis. A explosão não causou chamas, apenas a quebra
de um vidro usado no experimento.
APURAÇÃO DO ACIDENTE
A Comissão de Saúde do trabalhador universidade já apura a
causa do acidente.
NOTA DA UFRJ
Na manhã de quarta-feira,
15/8, o gabinete da Reitoria foi informado da ocorrência de uma explosão no
Laboratório de Práticas de Metalografia do Centro de Tecnologia, na Cidade
Universitária, por conta de um incidente durante a realização de um
experimento.
O incidente ocorreu por volta das 9h45 da manhã e deixou
três feridos. Os bombeiros foram imediatamente chamados e prestaram os
primeiros socorros às vítimas. Duas delas deram entrada com ferimentos leves no
Hospital Universitário Clementino Fraga Filho. Todos estão sob cuidados e
encontram-se fora de risco. A Universidade está prestando todo o suporte às
vítimas. Fonte: Extra Online - 15/08/18
Comentário:
Capela de Exaustão- sua importância no Laboratório
A Capela de exaustão é um equipamento de proteção coletiva
essencial em todos os laboratórios que tenham algum tipo de trabalho com
manipulações de produtos químicos, tóxicos, vapores agressivos, partículas ou
líquidos em quantidades e concentrações perigosas, prejudiciais para a saúde.
Por isso a sua importância no laboratório e a obrigatoriedade de toda a
manipulação que possa ocasionar uma reação perigosa ser feita dentro de uma
capela.
A função primária de uma Capela de Exaustão é exaurir
vapores, gases e fumos, mas serve também, como uma barreira física entre as
reações químicas e o ambiente de laboratório, oferecendo assim uma proteção aos
usuários e ao ambiente contra a exposição de gases nocivos, tóxicos,
derramamento de produtos químicos e fogo.
A Capela de exaustão é considerada um equipamento de
segurança que por si só não garante proteção se o operador não estiver
familiarizado com as técnicas corretas de uso.
Antes de utilizar a Capela:
■ Certifique-se de que você entende como funciona a Capela
de Exaustão;
■ Você deve ser treinado para usá-la corretamente;
■ Conheça os perigos do produto químico com o qual você está
trabalhando;
■ Veja a Ficha de Segurança do produto químico se tiver dúvidas;
■ Somente utilize a Capela com o exaustor ligado;
■ Mantenha a guilhotina o mais fechada possível e não
ultrapasse o limite de abertura indicado;
■ Certifique-se de que o medidor de ar indica fluxo de ar
para dentro da Capela e se está de acordo com as normas.
Ao utilizar a Capela:
■ Nunca coloque sua cabeça dentro da Capela;
■ Use óculos de segurança;
■ Certifique-se de que nada bloqueie o fluxo de ar no fundo
da Capela;
■ Elevar grandes equipamentos (por exemplo, uma centrífuga)
a, pelo menos 2 centímetros do tampo;
■ Mantenha todos os materiais no interior da Capela a pelo
menos 10 cm de distância da guilhotina. Quando não estiver trabalhando na
Capela, mantenha a guilhotina abaixada;
Não Mantenha produtos
químicos no interior da Capela com o exaustor desligado.
Fonte: Grupo Vidy – especializado na construção de
laboratórios
FISPQ – Resumo - Ácido nítrico
PERIGOS MAIS IMPORTANTES:
O Ácido Nítrico
é altamente corrosivo
e tóxico, enérgico
oxidante, podendo levar à inflamabilidade outros
combustíveis. Manuseie o
produto com segurança. Suas
reações com compostos
como cianetos, sulfeto de hidrogênio, líquidos
e gases combustíveis, cetonas, enxofre, anidrido acético, aminas aromáticas,
hidrazinas, podem ser exotérmicas e explosivas.
EFEITOS DO PRODUTO:
Corrosivo e oxidante.
Efeitos adversos à
saúde humana:
O Ácido Nítrico
é tóxico e
muito corrosivo para
pele, olhos, aparelho digestivo e
trato respiratório. Os
fumos e vapores de
Ácido Nítrico podem
se constituir numa
mistura de óxidos de
nitrogênio, quando reagido
com materiais metálicos ou
compostos orgânicos. Os
Óxidos de Nitrogênio resultantes
destas reações químicas,
particularmente o Dióxido
de Nitrogênio (NO2),
quando aspirados em maiores concentrações causam dificuldade
respiratória, pneumonite, edema agudo de pulmão e perda da consciência, podendo
levar à morte.
Inalação:
A inalação de
vapores de Ácido
Nítrico produz irritação
das vias aéreas superiores, causando
espirros, tosse, dor
no tórax, dificuldade
respiratória, salivação e tontura, podendo evoluir para edema pulmonar e
morte.
Com a pele:
Em contato com
a pele pode
causar desde irritação
moderada a sérias
lesões, em função da concentração
e do tempo de ação.
Com os olhos:
O contato com
os olhos causa
descoloração amarelada e graves
queimaduras, que podem culminar com
perda da visão.
Ingestão:
Na ingestão aparecem
escaras amareladas nos
lábio s, na língua
e no céu
da boca. A necrose do tubo
digestivo, com perfuração gástrica, pode evoluir com asfixia por edema de glote, convulsões e coma.
Queimaduras:
A queimadura
da pele produz
manchas
amarelo-acastanhadas,
dolorosas, que podem vir acompanhadas
de formação de
bolhas ou lesões
necróticas que se aprofundam progressivamente.
Perigos físicos e químicos:
O ácido nítrico
pode reagir violentamente
com combustíveis orgânicos
e bases fortes, oxidar materiais como madeira e metais particulados. É
corrosivo para papéis e roupas, reage com água liberando calor e fumos tóxicos.
Perigos específicos:
Evite a exposição do produto ao calor e materiais
incompatíveis. Suas reações com
compostos como os
Cianetos, Sulfeto de
Hidrogênio, líquidos e
gases combustíveis,
cetonas, enxofre, anidrido
acético, aminas aromáticas, hidrazinas, podem ser
exotérmicas e explosivas.
Marcadores: acidente, explosão, substâncias perigosas
