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terça-feira, agosto 21, 2018

Explosão em laboratório da Coppe/UFRJ deixa feridos

A explosão de um laboratório no campus da Ilha do Fundão, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) na manhã de quarta-feira, 15 de agosto,  por volta das 9h45,  deixou três pessoas feridas: os técnicos Oswaldo e Nelson  e a aluna de doutorado Isabela. .

CORPO DE BOMBEIROS
Os bombeiros foram imediatamente chamados e prestaram os primeiros socorros às vítimas.
De acordo com os bombeiros, equipes do quartel do Caju seguiram para o local por volta das 10h30m.

LOCAL DO ACIDENTE:
O acidente aconteceu na no Setor de Engenharia Metalúrgica e de Materiais, no 2º andar da Escola Politécnica, no bloco F da Coppe, na sala de polimento de amostras do Laboratório Multiusuário .

EVACUAÇÃO DO PRÉDIO
O prédio foi evacuado e os bombeiros realizaram uma varredura atrás de possíveis focos de novas explosões. As aulas no andar onde aconteceu a explosão estão suspensas nesta quarta-feira e o corredor está interditado.

VÍTIMAS:
Os feridos foram atendidos pela brigada de incêndio da própria UFRJ até a chegada do Corpo de Bombeiros. Segundo os bombeiros, Isabela tem queimaduras em 20% do corpo.
Nelson sofreu um corte na panturrilha, Osvaldo sofreu um corte no pescoço e Isabela sofreu cortes e queimaduras no rosto, no pescoço e nas mãos. Em nota, a UFRJ informou que Nelson foi medicado e liberado em seguida. Isabela e Oswaldo permanecem internados no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, no Fundão, onde passam por exames complementares. O estado de saúde deles é estável, sem riscos graves.


COMO ACONTECEU O ACIDENTE
Isabela manipulava ácido nítrico no momento da explosão e fazia o uso da “capela”, dispositivo de segurança usado na manipulação de substâncias que soltam gases para evitar a inalação. Ele acredita que o acidente tenha acontecido na frente de uma das capelas.
Provavelmente, o acidente aconteceu a partir da mistura de duas substâncias incompatíveis. A explosão não causou chamas, apenas a quebra de um vidro usado no experimento.

APURAÇÃO DO ACIDENTE
A Comissão de Saúde do trabalhador universidade já apura a causa do acidente. 

NOTA DA UFRJ
Na manhã de  quarta-feira, 15/8, o gabinete da Reitoria foi informado da ocorrência de uma explosão no Laboratório de Práticas de Metalografia do Centro de Tecnologia, na Cidade Universitária, por conta de um incidente durante a realização de um experimento.

O incidente ocorreu por volta das 9h45 da manhã e deixou três feridos. Os bombeiros foram imediatamente chamados e prestaram os primeiros socorros às vítimas. Duas delas deram entrada com ferimentos leves no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho. Todos estão sob cuidados e encontram-se fora de risco. A Universidade está prestando todo o suporte às vítimas. Fonte: Extra Online - 15/08/18

Comentário:
Capela de Exaustão- sua importância no Laboratório
A Capela de exaustão é um equipamento de proteção coletiva essencial em todos os laboratórios que tenham algum tipo de trabalho com manipulações de produtos químicos, tóxicos, vapores agressivos, partículas ou líquidos em quantidades e concentrações perigosas, prejudiciais para a saúde. Por isso a sua importância no laboratório e a obrigatoriedade de toda a manipulação que possa ocasionar uma reação perigosa ser feita dentro de uma capela.

A função primária de uma Capela de Exaustão é exaurir vapores, gases e fumos, mas serve também, como uma barreira física entre as reações químicas e o ambiente de laboratório, oferecendo assim uma proteção aos usuários e ao ambiente contra a exposição de gases nocivos, tóxicos, derramamento de produtos químicos e fogo.

A Capela de exaustão é considerada um equipamento de segurança que por si só não garante proteção se o operador não estiver familiarizado com as técnicas corretas de uso.

Antes de utilizar a Capela:
■ Certifique-se de que você entende como funciona a Capela de Exaustão;
■ Você deve ser treinado para usá-la corretamente;
■ Conheça os perigos do produto químico com o qual você está trabalhando;
■ Veja a Ficha de Segurança do produto químico se tiver dúvidas;
■ Somente utilize a Capela com o exaustor ligado;
■ Mantenha a guilhotina o mais fechada possível e não ultrapasse o limite de abertura indicado;
■ Certifique-se de que o medidor de ar indica fluxo de ar para dentro da Capela e se está de acordo com as normas.

Ao utilizar a Capela:
■ Nunca coloque sua cabeça dentro da Capela;
■ Use óculos de segurança;
■ Certifique-se de que nada bloqueie o fluxo de ar no fundo da Capela;
■ Elevar grandes equipamentos (por exemplo, uma centrífuga) a, pelo menos 2 centímetros do tampo;
■ Mantenha todos os materiais no interior da Capela a pelo menos 10 cm de distância da guilhotina. Quando não estiver trabalhando na Capela, mantenha a guilhotina abaixada;
 Não Mantenha produtos químicos no interior da Capela com o exaustor desligado.
Fonte: Grupo Vidy – especializado na construção de laboratórios

FISPQ – Resumo - Ácido nítrico

PERIGOS MAIS IMPORTANTES:
O  Ácido  Nítrico  é  altamente  corrosivo  e  tóxico,  enérgico  oxidante,  podendo levar   à inflamabilidade   outros   combustíveis.   Manuseie   o   produto   com segurança.    Suas    reações    com    compostos    como   cianetos, sulfeto   de hidrogênio,   líquidos   e   gases   combustíveis,   cetonas, enxofre,   anidrido acético, aminas aromáticas, hidrazinas, podem ser exotérmicas e explosivas.

EFEITOS DO PRODUTO:
Corrosivo e oxidante.
Efeitos  adversos  à  saúde  humana:
O  Ácido  Nítrico  é  tóxico  e  muito  corrosivo  para  pele,  olhos,  aparelho digestivo  e  trato  respiratório.  Os  fumos  e  vapores de  Ácido  Nítrico  podem  se  constituir  numa  mistura  de óxidos  de  nitrogênio,  quando  reagido  com  materiais metálicos  ou  compostos  orgânicos.  Os  Óxidos  de Nitrogênio  resultantes  destas  reações  químicas,  particularmente  o  Dióxido  de  Nitrogênio  (NO2),  quando aspirados em maiores concentrações causam dificuldade respiratória, pneumonite, edema agudo de pulmão e perda da consciência, podendo levar à morte.

Inalação: 
A  inalação  de  vapores  de  Ácido  Nítrico  produz  irritação  das  vias  aéreas superiores,  causando  espirros,  tosse,  dor  no  tórax,  dificuldade  respiratória, salivação e tontura, podendo evoluir para edema pulmonar e morte.

Com a pele:
Em  contato  com  a  pele  pode  causar  desde  irritação  moderada  a  sérias  lesões,  em função da concentração e do tempo de ação.

Com os olhos:
O  contato  com  os  olhos  causa  descoloração  amarelada e  graves  queimaduras,  que podem culminar com perda da visão.

Ingestão:
Na  ingestão  aparecem  escaras  amareladas  nos  lábio s,  na  língua  e  no  céu  da  boca. A necrose do tubo digestivo, com perfuração gástrica, pode evoluir com  asfixia por edema de glote, convulsões e coma.

Queimaduras:
 A  queimadura  da  pele  produz  manchas  amarelo-acastanhadas,  dolorosas,  que  podem  vir  acompanhadas  de  formação  de  bolhas  ou  lesões  necróticas  que  se aprofundam progressivamente.

Perigos físicos e químicos:
O  ácido  nítrico  pode  reagir  violentamente  com  combustíveis  orgânicos  e bases fortes, oxidar materiais como madeira e metais particulados. É corrosivo para papéis e roupas, reage com água liberando calor e fumos tóxicos.

Perigos específicos:
Evite a exposição do produto ao calor e materiais incompatíveis. Suas reações com  compostos  como  os  Cianetos,  Sulfeto  de  Hidrogênio,  líquidos  e  gases combustíveis,   cetonas,   enxofre,   anidrido   acético,   aminas   aromáticas, hidrazinas, podem ser exotérmicas e explosivas.

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posted by ACCA@7:00 PM