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terça-feira, junho 03, 2014

Cheia do Rio Madeira: Desastre no Estado de Rondônia

LOCALIZAÇÃO
O Rio Madeira nasce com o nome de rio Beni na Cordilheira dos Andes, Bolívia. Ele desce das cordilheiras em direção ao norte recebendo então o rio Mamoré-Guaporé e tornando-se o Rio Madeira - um rio de planície que traça a divisória entre Brasil e Bolívia.
O rio Madeira recebe este nome, pois no período de chuvas seu nível sobe e inunda grandes porções da planície florestal, trazendo troncos e restos de madeira da floresta, época em que são negociadas pelos madeireiros e transportadas à custa do rio.
O rio Madeira na Bacia Amazônica.
O Rio Mamoré ao encontrar-se pela margem esquerda o rio Beni e se juntar a ele, forma o Rio Madeira. Da confluência, o Madeira faz a fronteira entre Brasil e Bolívia até o encontro deste rio com o rio Abunã. A partir daí, o rio segue em direção ao nordeste atravessando dezenas de corredeiras (provisórias) até chegar a Porto Velho, onde se iniciará a Hidrovia do Madeira. No delta do Madeira fica a Ilha Tupinambarana em uma região de alagados.

ESTAÇÃO CHUVOSA E A SECA
 Na estação seca, as águas do rio, que fluem em direção ao Amazonas, formam praias (de água doce, naturalmente) ao longo de suas margens. Neste período, no seu leito pode ser avistada a grande quantidade de pedras que ajudam a formar as corredeiras periódicas (ou amazônidas como costumam denominá-las).

Na estação chuvosa (dezembro a maio), ao mesmo tempo em que o rio enche com as águas das chuvas, em sentido contrário ao delta, é invadido pelas águas do Amazonas e sobe cerca de 17m, alagando todas as cachoeiras em seu leito até formar um espelho de água que tanto invade florestas como cobre as praias e toda a planície amazônica. Nesse momento, o rio Madeira deixa de ser um simples tributário do Rio Amazonas e se torna um canal de navegação dependente da "maré" desta confluência. Esse imenso remanso é responsável pela transferência de material sólido depositado junto às raízes da vegetação vindo a formar as grandes dunas. 

CENÁRIO DA CHEIA

INÍCIO DA CHEIA ANTECIPADA
Anualmente, com o período de chuvas na região amazônica – dezembro a abril -, o nível do Rio Madeira aumenta. O rio atinge o máximo em abril. A cheia deste ano, ao contrário, começou a preocupar as famílias desde dezembro de 2013, quando atingiu a cota de 14,12 m, cinco metros acima que o mesmo período do ano anterior. O Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) já sinaliza maior risco de inundações e desmoronamentos para quem mora em bairros próximos ao Madeira.
No dia 27 de dezembro de 2013, o rio atingiu 14,12 m e foi decretado estado de alerta. No dia 7 de fevereiro de 2014, o Rio Madeira chegou à cota de 16,45 m e a prefeitura de Porto Velho decretou estado de emergência. No dia 26 de fevereiro, o prefeito  de Porto Velho decretou  estado de calamidade pública em Porto Velho. O nível estava em 18,60 m.

CHUVA NA REGIÃO ANDINA DA BOLÍVIA E DO PERU
Em 19 de fevereiro: A cota do rio Madeira na parte da manhã atingiu 17,81 m e faz cinco dias que não chove nas cabeceiras do rio Madeira, na região andina da Bolívia e do Peru. Estas chuvas têm influência direta na cheia do rio,  que seria no final do período chuvoso, em março, fazendo com que a cota subisse antecipadamente.
 De acordo com a coordenadora de Operações do Sipam (Sistema de Proteção da Amazônia), Ana Cristina Strava, as ocorrências pluviais registradas nas nascentes demoram até 10 dias para chegar em Porto Velho. Há uma previsão de chuva forte nas nascentes que deverá refletir em um aumento do nível das águas, o chamado repiquete, depois do carnaval.

CONSEQUENCIAS
O rio Madeira está continua fora da calha e várias regiões foram alagadas e moradores foram retirados de suas casas e levados para abrigos improvisados em escolas.
Em 20 de fevereiro,  a estrada BR-364 está interditada para carretas que fazem o transporte de gêneros alimentícios, gás de cozinha e combustíveis desde Porto Velho até o Estado do Acre. O rio atingiu sua marca histórica, em 21 de fevereiro,  18,01 m, segundo aferição da Defesa Civil do Estado. Há 30 dias, não há sinal de estabilização ou diminuição da cota, que aumentou 45 centímetros em menos de uma semana.

ÁGUAS DE RIOS BOLIVIANOS QUE NÃO PARAM DE SUBIR PODEM INUNDAR RONDÔNIA
Os rios Madeira, Mamoré, Araras e Guaporé, que já estão transbordando em Rondônia, vão subir ainda mais. A imagem feita pelo satélite AQUA da Agência Espacial Americana (NASA) de 20 fevereiro,  mostrou a dimensão da enchente dos rios Beni e Madre de Dios, na altura de Riberalta, no departamento boliviano de Beni.
Os rios estão totalmente fora de seus leitos e com áreas alagadas que variam de 50 e 400 quilômetros de distância das margens. Comunidades, aldeias e cidades estão completamente isoladas, principalmente em Beni. A chuva volumosa de até 150 milímetros que caiu nas cabeceiras do rio Beni deve aumentar ainda mais a enchente e como consequência, os rios Mamoré e Madeira, principalmente, tendem a subir até domingo, 23 de fevereiro.

CENARIO DA CHEIA EM MARÇO
A cheia dos rios na região Norte do país já afeta cidades no Amazonas, Pará, Rondônia e Acre. Mais de 22 mil famílias estão desalojadas, desabrigadas ou ilhadas em casa.
Em Porto Velho, o nível do rio Madeira bateu novo recorde histórico (19,04 m) e afeta diretamente 2.256 famílias. Desde o fim de fevereiro, a capital de Rondônia está em estado de calamidade pública.
A cheia também obstrui as principais rodovias federais da região, como a BR-364 (a água está acima de 1 metro) ,  único acesso por terra ao Acre, que sofre com a falta de abastecimento de alimentos e combustível. Além de alta nos preços, há escassez de determinados alimentos em alguns estabelecimentos do Estado.

PREJUIZOS ESTIMADOS E DESABRIGADOS
Segundo o governo de Rondônia;
■ perdas com a agropecuária somam quase R$ 1 bilhão,
■40 mil pessoas estão desabrigadas
■e 31 prédios públicos foram danificados, gerando um prejuízo de R$ 300 milhões.

DOENÇAS
O diretor-geral do Laboratório Central de Rondônia (Lacen), Luiz Tagliari afirmou houve um aumento de mais de 300% de casos de leptospirose nos primeiros 72 dias deste ano, comparando mesmo período de 2013. "Certamente teremos um surto da doença em no máximo 60 dias”, enfatizou Tagliari.
Já a Agência Estadual em Vigilância em Saúde (Agevisa) diz que está realizando ações de prevenção de doenças desde o início de fevereiro, mas ressalta que ainda não é possível saber se houve aumento de casos de malária, diarreias, dengue, entre outros, por causa da cheia. "Estamos trabalhando em parceria com a Funasa e o município de Porto Velho e todos estão sendo atendidos, com prioridade para prevenção de leptospirose, leishimaniose, dengue e toda a enchente de um modo geral", explica Arlete Baldez, coordenadora da Agevisa.

DIFICULDADE DE ABASTECIMENTO
A Defesa Civil informa que não foi registrada falta contínua de produtos nos municípios afetados pela enchente. Apenas em Guajará-Mirim e Nova Mamoré que há dificuldade por causa do tráfego pela rota alternativa criada após o isolamento dos dois municípios. A BR-425, que liga Porto Velho até a fronteira com a Bolívia está coberta pela água do Madeira.
Alimentos e água mineral estão sendo armazenados pela  Defesa Civil para dar assistência aos desabrigados. Foram distribuídos mais de 300 mil litros de água e mais de 8 mil toneladas de alimentos para os desabrigados, diz a Defesa Civil Municipal.

RIO MADEIRA NÃO PARA DE SUBIR E REGISTRA NOVO RECORDE
O Rio Madeira não para de subir em Porto Velho, e atingiu a marca recorde de 19,42 m  na parte da manhã, 22 de março, segundo aferição da Agência Nacional de Águas (ANA). O recorde histórico havia sido registrado em 1997, quando ficou 17,52m acima do nível normal.

DESABRIGADOS EM 22 DE MARÇO
Segundo a Defesa Civil estadual, mais de 12 mil pessoas foram afetadas pelas cheias em Rondônia, principalmente na capital, Porto Velho, e entorno, onde há 1.752 famílias desalojadas e 873 desabrigadas. Outras cidades bastante afetadas são Guajará-Mirim e Nova Mamoré.

NA MANHÃ DE SEGUNDA-FEIRA, 24 DE MARÇO, O RIO ATINGIU A COTA DE 19,54 METROS.
O número de famílias atingidas (desabrigadas e a desalojadas) aumentou de 2.702 para 3.311, informou o comandante do Corpo de Bombeiros de Rondônia, que coordena a Defesa Civil Estadual. O acesso ao Acre pela BR-364 permanece fechado, com lâminas de águas que chegam a 1,5 metro na altura da comunidade de Nova Mutum (RO), a 128 quilômetros da capital.
Estimamos em 16.555 o número de pessoas afetadas diretamente e que foram obrigadas a deixarem suas casas em Porto Velho e 11 distritos; Nova Mamoré; Guajará-Mirim; e Rolim de Moura, calcula a Defesa Civil. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) trabalha com uma média de 5 pessoas por família

RIO MADEIRA SOBE AINDA MAIS E ENCOBRE 50% DE HUMAITÁ (AM)
O Rio Madeira atingiu na sexta-feira, 28 de março, o nível de 25,35 metros, o maior em mais de cem anos, e já encobriu quase 50% da área urbana da cidade de Humaitá, no sul do Amazonas, a 600 km de Manaus. É a cota mais alta do rio ao longo de todo o percurso amazônico. Em Porto Velho (RO), que também está alagada, o nível do rio estava a 19,66 metros.

Humaitá tem 46 mil habitantes e contabiliza mais de 20 mil desabrigados. Nove dos 13 bairros estão tomados pela água e a população sofre com a falta de combustível - pelo menos dois postos estão submersos -, alimentos e apagões de energia elétrica. As escolas que não estão alagadas foram transformadas em abrigo para os flagelados, por isso o ano letivo ainda não começou. A maior parte do comércio está paralisada e os barcos se transformaram no único meio de locomoção. Com as rodovias de acesso tomadas pela água, a cidade está ilhada.
Na cidade, multiplicam-se os casos de doenças transmitidas pela água. Os poços artesianos foram encobertos e contaminados. O Hospital Regional está superlotado com 600 pacientes acometidos de virose, febre e diarreia, além de 60 casos de dengue e pelo menos um já confirmado de leptospirose. A Marinha enviou um navio-hospital para atender a população ribeirinha. Segundo o prefeito da cidade, comunidades rurais estão completamente isoladas e sem combustível para chegar de barco à cidade.  

OUTROS MUNICÍPIOS AMAZONENSES DA CALHA DO MADEIRA ESTÃO EM ESTADO DE EMERGÊNCIA.
Estado de Amazonas
■Manicoré, Novo Aripuanã, Borba e Nova Olinda do Norte, que tiveram a situação de emergência reconhecida pelo Estado.
■A rodovia Transamazônica está alagada em um trecho de trinta quilômetros entre Humaitá e Apuí.
■As ligações com Porto Velho e Lábrea também são precárias.
■Guajará, Ipixuna, Canutama e Boca do Acre tiveram decretado estado de emergência. 

Estado de Rondônia
 As cidades de Guajará-Mirim, Nova Mamoré, Rolim de Moura, Ji-Paraná, Extrema, Mutum e Cacoal também foram atingidas pelas águas do Madeira e de seus afluentes. Mais de 20 mil pessoas estão desabrigadas ou desalojadas. O tráfego em algumas das principais rodovias do Estado, como a BR-364 e a BR-319, está interrompido. Nas regiões alagadas, surgem surtos de doenças. Foram diagnosticados casos de leptospirose, febre tifoide e há dois casos suspeitos de cólera em Jacy-Paraná, distrito de Porto Velho.

EM RONDONIA, O RIO MADEIRA APRESENTA SINAIS DE BAIXA APÓS ATINGIR 19,74 METROS
O Rio Madeira começa a dar os primeiros sinais de baixa após atingir 19,74 m, no domingo, dia 30 de março, conforme aferição da Agência Nacional de Águas (ANA). Segundo o Sipam (Sistema de Proteção da Amazônia), as chuvas que ainda caem sobre a região na bacia dos rios Bene, Madre de Dios, Guaporé, Mamoré foi o que mais influenciou este aumento histórico do nível do Madeira.

DESABRIGADOS
Com a enchente do Rio Madeira, cerca de 25 mil pessoas foram atingidas e estão espalhadas entre abrigos, casas de parentes e amigos. No Baixo Madeira, muitos distritos de Porto Velho foram inundados e milhares de pessoas abandonaram suas casas. O distrito São Carlos foi 100% atingidos e várias famílias passaram a viver em casas flutuantes.
 A estrada BR-364, única via de acesso ao Acre, continua bloqueada por apresentar seis pontos de alagamento e por causa da forte correnteza, as balsas não têm força para subir o rio na região da comunidade Palmeiral, distante cerca de 130 quilômetros de Porto Velho. Próximo a essa região, em Velha Mutum, a água chegou a ultrapassar 1,5 metro da rodovia, o que deixou vários motoristas ilhados.

DECRETADO ESTADO DE CALAMIDADE PUBLICA EM RONDÔNIA
O governador de Rondônia decretou estado de calamidade pública devido à cheia do Rio Madeira que atinge a capital, Porto Velho, e pelo menos outros seis municípios no norte do Estado. O decreto, publicado na sexta-feira, 4 de abril, autoriza o governo a contratar serviços emergenciais com dispensa de licitação e convocar voluntários para frentes de trabalho nos cenários de desastres. 

De acordo com novos números da Defesa Civil, 25 mil pessoas foram atingidas pela cheia no Estado. Pelo menos cinco mil estão desalojadas ou desabrigadas. Várias rodovias da região estão interditadas ou com trânsito precário. A BR-364, única ligação com o Estado do Acre, está encoberta pelas águas. A forte correnteza dificulta a navegação das balsas, que se converteram no principal meio de transporte.

Homens da Força Nacional de Segurança devem permanecer mais 60 dias em ações de defesa civil e segurança nas áreas atingidas pela cheia do Madeira. O novo prazo foi estabelecido em portaria do Ministério da Justiça, publicada na edição desta sexta-feira do Diário Oficial da União. As tropas ajudam no controle e segurança das rodovias e no resgate e transferência de famílias que estão ilhadas.

BALANÇO PARCIAL DA CHEIA  
Cerca de 30 mil pessoas foram atingidas e estão espalhadas entre abrigos, casas de parentes e amigos. No Baixo Madeira, muitos distritos de Porto Velho foram inundados e milhares de pessoas abandonaram suas casas. O distrito São Carlos foi 100% atingido e várias famílias passaram a viver em flutuantes.
As cidades atingidas pela cheia histórica do Madeira nas últimas semanas são: Nova Mamoré, Cacoal, Candeias do Jamari, Guajará Mirim, Jaru, Costa Marques e Pimenta Bueno. Nestas regiões, exceto Porto Velho e seus distritos, o Corpo de Bombeiros e a Força Nacional contabilizam 1.625 famílias diretamente afetados, sem condições de permanecer em suas casas.
A BR-364 foi parcialmente liberada para passagem de caminhões na quarta-feira, 9 de abril. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Rondônia e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) fiscalizam o trecho alagado da rodovia, em Jacy-Paraná, distrito de Porto Velho distante cerca de 90 quilômetros.
Representantes dos dois órgãos percorreram a região e constataram que a lâmina d’água, que chegou a 1,60 m o acima da pista em março, reduziu consideravelmente e está em 66 centímetros, em um trecho de três quilômetros. A cheia histórica do Rio Madeira bloqueou o único acesso terrestre ao Acre no dia 26 de março.

APÓS QUASE TRÊS MESES DE CHEIA, RONDÔNIA COMEÇA A CONTABILIZAR PREJUÍZOS
Após quase três meses de cheia, o Rio Madeira baixa mais de um metro e a população  Rondônia começa a contabilizar os prejuízos. O pico histórico foi registrado no dia 30 de março, com 19,74 m.

Em 16 de abril, a cota do Rio Madeira atingiu 18,67 m.  No total, já são quase 30 mil pessoas atingidas pela enchente e que devem continuar vivendo em abrigos por pelo menos, mais 90 dias. No Baixo Madeira, São Carlos, distrito de Porto Velho, continua submerso e deve desaparecer, segundo a Defesa Civil Estadual.

A estrada BR-364, única via de acesso terrestre ao Acre, o trânsito está fluindo com restrições, segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit). O local passou mais de 60 dias interditado. Para verificar os prejuízos e as ações que deverão ser feitas, equipes do órgão juntamente com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) fazem uma avaliação da pista. Na região de Mutum Velha e Palmeiral, entre os quilômetros 861 e 877 da rodovia, ainda há uma lâmina d’água de cerca de 40 centímetros. Fabiano Cunha, superintendente do Dnit em Rondônia informa que o órgão está monitorando a rodovia e pede que os motoristas só tentem a travessia para o Acre em caso de extrema necessidade. "Nós ainda não podemos garantir a segurança durante o dia, muito menos a noite", afirma.

Com a baixa no nível do rio, a preocupação é o período pós-cheia. Técnicos da Força Nacional do SUS devem chegar ao estado para montar hospitais de campanha nos sete principais distritos atingidos: Calama, São Carlos, Nazaré, Jacy-Paraná, Abunã, Cuniã e Nova Califórnia. A data da chegada ainda não foi divulgada pela Secretaria Municipal de Saúde.
De acordo com dados da secretaria, até o dia 10 de abril, dos 106 casos suspeitos de leptospirose dentro de Porto Velho, 24 foram confirmados, sendo três mortes registradas. De janeiro a março de 2014 a incidência de malária atingiu 933 pessoas

ABRIGOS
Cerca de 63 abrigos no estado entre escolas municipais, estaduais e igrejas estão sendo utilizados para abrigar atingidos, segundo o governo. Foram montadas, no Parque dos Tanques, 500 barracas no chamado Abrigo Único, que foram cedidas pelo governo federal. Cerca de 100 famílias foram transferidas para o abrigo. A transferência está sendo realizada por etapas.
Nos municípios de Guajará-Mirim e Nova Mamoré, que ficaram parcialmente isolados por cerca de 60 dias, a água começou a baixar. Em Guajará-Mirim 60 famílias estão desabrigadas e 843 desalojadas. Em Nova Mamoré são 24 desabrigadas  e 77 desalojadas.

RECONSTRUÇÃO DE RONDONIA APÓS CHEIA RECORDE
O Governo de Rondônia estima em mais de R$ 5 bilhões o custo para reconstrução das áreas atingidas pela cheia histórica do Rio Madeira, que afetou, principalmente, os municípios de Porto Velho, Nova Mamoré e Guajará-Mirim. As três cidades têm estado de emergência reconhecido pelo governo federal. A projeção leva em conta custos com infraestrutura, saúde e ações sociais – mais de 30 mil pessoas foram atingidas, entre desabrigados e desalojados.

PREJUIZOS ECONÔMICOS
Os prejuízos econômicos são estimados em mais de R$ 3,6 bilhões com perdas, principalmente, na agropecuária e comércio.
Os dados da Secretaria de Estado de Assuntos Estratégicos (Seae) revelam que mais de 4,5 mil instalações públicas foram afetadas, como escolas, repartições, ginásios, entre outros. Os prejuízos econômicos do estado representam, até o momento, mais de R$ 642,2 milhões.
Segundo o governo, os dados divulgados, até o momento, são projeções e estimativas levantadas no período de cheia do rio para o decreto de estado de calamidade pública. Estes números devem sofrer alterações com a redução do nível do rio, deixando mais visíveis os prejuízos, principalmente com relação à infraestrutura.
De acordo com a Seae, os prejuízos privados (comércio e indústria) apenas dos municípios de Porto Velho e Nova Mamoré correspondem a R$ 1,2 bilhão.
Com relação a Guajará-Mirim, onde o setor de hotelaria e comércio movimenta grande parte da economia local, tendo em vista o grande número de turistas que atravessam a fronteira para a Bolívia, este dado ainda não foi contabilizado.

AGRICULTURA E PECUÁRIA
Segundo  levantamento, somente na agricultura e pecuária dos municípios de Porto Velho, Guajará-Mirim e Nova Mamoré, os prejuízos somaram mais de R$ 613,3 milhões. Laticínios, rebanhos e lavouras inteiras foram perdidos. Com relações aos danos ambientais  – áreas devastadas e contaminadas – o governo informou que o prejuízo é "incalculável".

FOTOS: vejas ruas alagadas por causa da cheia do Rio Madeira
http://g1.globo.com/ro/rondonia/fotos/2014/04/fotos-vejas-ruas-alagadas-por-causa-da-cheia-do-rio-madeira.html#F1170848
Fontes: Diário da Amazônia, O Guaporé, G1 RO, UOL Noticias, Estadão, Agencia Brasil,  Globo News, Folha de São Paulo, no período de 20 de fevereiro a 22 de maio de 2014 e Wikipédia.

Comentário: O PIB do Estado em 2012 –  28 bilhões de reais (Seplan, RO). Os prejuízos  equivale a 30% do PIB.  É uma catástrofe e deve afetar por vários anos o crescimento econômico  do Estado.

O RIO MADEIRA CONTINUA BAIXAR
Em 3 de maio, o Rio Madeira baixou  registrou a cota de 17,46 m,  de acordo com aferição da Agência Nacional de Águas (ANA), mais de dois meses após superar a marca histórica de 17,52 m, registrada em 1997. A limpeza das áreas afetadas segue conforme a água vai baixando e ruas e avenidas bloqueadas também estão sendo liberadas, de acordo com as condições da pista.

VÍDEO:

FOTOS: 

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posted by ACCA@7:54 PM