Carro feito no Brasil é mortal
O jornal americano The New York Times publicou
em seu site ampla reportagem da agência Associated Press intitulada
"Carros feitos no Brasil são mortais".
A
reportagem afirma que os veículos produzidos no País são feitos com soldas mais
fracas, poucos itens de segurança e materiais de qualidade bem inferior aos dos
fabricados nos Estados Unidos e na Europa
"O
que acontece quando esses veículos vão para as ruas está se transformando numa
tragédia nacional", afirma a reportagem.
A alta
taxa de mortalidade no trânsito no Brasil seria quatro vezes superior à
americana, resultado da fragilidade dos modelos brasileiros. O artigo aponta que
de cada cinco carros analisados no País, quatro não passariam em testes de
colisão feitos por empresas independentes.
Em
resposta ao polêmico artigo, as montadoras declararam que os automóveis
brasileiros respeitam normas de segurança vigentes no Brasil. O número de
mortes de motoristas e passageiros é atribuído por elas à má conservação de
ruas e estradas.
Outro
número levantado chama à atenção: da última década para esta, subiu em 72% o índice
de mortes no trânsito do Brasil. O artigo relaciona esse dado ao boom da classe
média brasileira.
Em dez
anos, 40 milhões de pessoas ascenderam das classes D e E à classe C. Nessas
condições, a quantidade de gente comprando o primeiro automóvel aumentou.
Assim, com mais motoristas de carros inseguros nas ruas, as mortes tendem a ser
cada vez mais frequentes.
A
reportagem da Associated Press ouviu Alexandre Cordeiro, representante do
governo brasileiro, que admitiu a falta de equipamento de testes de impacto
(crash-test) no governo federal e a necessidade de aperfeiçoamento da
legislação relativa à segurança veicular.
Fonte: Estadão - 13 de maio de 2013
Comentário:
Os
testes de impacto (test-crash) foram
efetuados pela Latin NCAP. A Latin NCAP
é uma iniciativa conjunta da Federação Internacional do Automóvel (FIA), a
Fundação FIA, a Global New Car Assessment Programme (GNCAP), a Fundação Gonzalo
Rodríguez, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e a International Consumer
Research & Testing (ICRT). E tem
como objetivo:
■ oferecer
aos consumidores da América Latina e do Caribe avaliações independentes e
imparciais de segurança dos carros novos;
■estimular
os fabricantes a melhorarem o desempenho em segurança de seus veículos à venda
na região da América Latina e do Caribe;
■ incentivar
os governos da América Latina e do Caribe a aplicarem as regulamentações
exigidas pelas Nações Unidas quanto aos testes de colisão para os veículos de
passageiros.
Para
analisar com mais detalhes os testes de impacto
LatinNCAP
Comentário: ESTATÍSTICA DE ACIDENTE DE TRÂNSITO NO MUNDO
Comentário: ESTATÍSTICA DE ACIDENTE DE TRÂNSITO NO MUNDO
a) na
China, as mortes chegaram a 70.000, para uma frota de 53.990.000 veículos, um
total de 1.296 mortes para cada um milhão de veículos;
b) na
Índia, em 2009, havia uma população de 1.144.734.000 e uma frota de veículos de
mais de 121 milhões, apresentando um índice de mortes de 135.000, 1.109 mortes
por cada 1 milhão de veículos, ficando atrás apenas da China. Porém, cabe notar
que seus números são de 2009 (enquanto os da China são de 2010).
c) na
Rússia foram 26.600 mortes, para uma frota de 38.010.000 veículos, ou seja, 699
mortes para cada 1 milhão de veículos;
d) já o
Brasil, que tinha em 2010 uma frota de 64.817.974 veículos e registrou 42.844
mortes, no mesmo período, teve 661 mortes para cada 1 milhão de veículos.
e) nos
Estados Unidos, o número de mortes foi de 32.885, 134 mortes para cada 1 milhão
de veículos;
f) o
trânsito europeu matou 31.030 pessoas, ou seja, 113 para cada 1 milhão de
veículos;
g) o
Japão é, dentre esses países, o que ostenta o menor número de mortes no
trânsito: 4.863 mortes, em uma frota de 75.420.000 veículos, 64 mortes para
cada 1 milhão de veículos.
Comparando-se
os EUA, a Europa e o Brasil, nosso país é o que mais mata, registrando uma
morte a cada 12 minutos em 2010, enquanto na Europa e Estados Unidos uma morte
ocorreu a cada 16.9 minutos e 16 minutos (respectivamente).
Nos
Estados Unidos, em 2010, a população de 308.745.538 habitantes fazia uso de uma
frota de 244.970.000 veículos, quase 794.000 mil veículos para cada 1 milhão de
habitantes.
A Europa
tinha uma população estimada de 501,79 milhões em 2010 e contava com uma frota
de mais de 273 milhões de veículos, entre veículos de passageiros e de
transporte, cerca de 544.000 para cada 1 milhão de habitantes.
O
Brasil, no trânsito, é o 4º país mais violento do mundo. Portanto, mesmo
alterando o critério do anúncio dessas mortes, não há como deixar de enfatizar
que estamos diante de uma tragédia de proporções hecatômbicas. De outro lado,
enquanto no Brasil esse número cresce 4% ano, na Europa acontece exatamente ao
contrário (5% menos, a cada ano).
Não
estamos percorrendo o caminho correto da prevenção, que passa pela Educação,
Engenharia, Fiscalização, Primeiros socorros e Punição. Fonte: Instituto Avante
Brasil
Marcadores: transito

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