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sábado, abril 24, 2010

Riscos emergentes e novas formas de prevenção

Riscos emergentes e novas formas de prevenção num mundo de trabalho em mudança

“Riscos emergentes e novas formas de prevenção num mundo de trabalho em mudança” é o título do relatório produzido pelo Bureau Internacional do Trabalho (BIT) da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho 2010, que se comemora em 28 de Abril.

Riscos emergentes no trabalho
A questão dos riscos novos e emergentes, no mundo do trabalho, tem sido alvo de uma atenção especial nos últimos anos. Diversos especialistas efetuaram estudos e previsões sobre as novas tendências dos acidentes relacionados com o trabalho e mais especialmente aqueles relacionados com problemas de saúde, com o intuito de melhorar a prevenção. Assim, o Observatório europeu de riscos publicou recentemente um estudo sobre riscos novos e emergentes no trabalho na União Européia (UE).

Os riscos profissionais novos e emergentes podem ser causados por inovações técnicas ou por mudanças sociais ou organizacionais, tais como:
■ Novas tecnologias e novos processos de produção, por exemplo, nanotecnologias e
biotecnologias
■ Novas condições de trabalho, por exemplo, cargas de trabalho mais elevadas, intensificação das tarefas devido à restrição de contratação de trabalhadores, más condições associadas à migração laboral, empregos numa economia informal
■ Formas emergentes de emprego, por exemplo, emprego independente, outsourcing, contratos temporários.
Estes riscos podem ser mais amplamente reconhecidos graças a uma melhor compreensão científica, por exemplo, dos efeitos dos riscos ergonômicos sobre as lesões músculoesqueléticas.
Estes podem ser influenciados por mudanças de percepção da importância de certos fatores de risco, tais como os efeitos dos fatores psicossociais sobre o stress ligado ao trabalho.

Novas tecnologias
Os riscos – antigamente desconhecidos – ocasionados pelas novas tecnologias, os novos processos de trabalho e as alterações organizacionais suscitam preocupações em escala mundial. Habitualmente, as novas descobertas e a sua aplicação na indústria intervêm mesmo antes de os seus efeitos sobre a segurança e a saúde serem bem conhecidas. Devido à expansão mundial das redes de cadeias de fornecimento e ao crescimento do setor de transformação nos países em desenvolvimento, as mudanças tecnológicas têm simultaneamente um impacto sobre estes países e sobre os países desenvolvidos. Assim, utilizam-se no mundo inteiro, e com uma freqüência cada vez maior, processos de fabricação modernos que recorrem às nanotecnologias e às biotecnologias.

Nanotecnologias e nanomateriais manufaturados
As nanotecnologias têm aplicações em muitas áreas, como os cuidados de saúde, entre outras, as biotecnologias, a produção de energia não poluente, a informação e a comunicação, as indústrias química, eletrônica e militar, a agricultura e a construção.
Prevê-se que daqui até 2020, aproximadamente 20% de todos os produtos fabricados no mundo usarão as nanotecnologias. Trata-se, no entanto, de uma tecnologia emergente e os riscos associados à fabricação e à utilização de nanomateriais são ainda muito pouco conhecidos. Existem lacunas importantes ao nível das evoluções conseguidas na aplicação das nanotecnologias e o seu impacto sobre a saúde. Dada a utilização em grande escala e a diversificação dos nanomateriais na indústria, é difícil de calcular o número de trabalhadores expostos. Embora se saiba pouco sobre o impacto destes novos materiais, sobre a saúde e o ambiente, é provável, em qualquer caso, que os trabalhadores estejam entre as primeiras pessoas a sofrer elevados níveis de exposição.

Riscos biológicos e biotecnológicos
Os riscos biológicos decorrentes da aplicação das novas tecnologias podem afetar os trabalhadores de diversos setores, desde os trabalhadores da saúde e dos serviços de emergência e socorro aos que trabalham na agricultura, na gestão de resíduos e nas biotecnologias.
Alguns riscos biológicos tornaram-se mais importantes ao longo das últimas décadas, nomeadamente;
■ doenças infecciosas emergentes (SRAS, gripe H1N1),
■ tipos de doenças infecciosas resistentes aos fármacos (tuberculose, malária) e
■ a epidemia do vírus da imunodeficiência humana (VIH, em inglês, HIV), (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, AIDS, em espanhol SIDA) que se mantém presente.
Estes fatores de risco são particularmente graves para os trabalhadores do setor da saúde, que emprega mais de 35 milhões de pessoas em todo o mundo. Estes trabalhadores estão particularmente ameaçados, uma vez que os modos de transmissão de uma doença não são perceptíveis e que os equipamentos de segurança individual não estão adaptados, nem disponíveis.

Resíduos infecciosos
A gestão de resíduos infecciosos pode igualmente constituir um sério problema para os trabalhadores do setor da saúde, que manipulam objetos contaminados perfurantes ou cortantes, como seringas ou bisturis.

Riscos biológicos
Os riscos biológicos podem igualmente afetar os agricultores e criadores de gado. A exposição a agentes biológicos tais como;
■ micobactérias, leptospiros,
■ o bacilo do carvão e os alérgenos biológicos (os alérgenos são substâncias que, em algumas pessoas, o sistema imune reconhece como "estranhas" ou "perigosas", mas que não causam reação na maioria das pessoas.), em locais de trabalho agrícolas, é freqüente nos países em desenvolvimento.
■ a exposição a organismos resistentes aos antibióticos, a resíduos animais e às endotoxinas associadas a diversos modos de confinamento dos animais é também corrente no meio agrícola.

Doenças endêmicas
Aliás, as doenças endêmicas como a malária e a tuberculose são comuns nos locais de trabalhos agrícolas nos países em desenvolvimento.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), metade da população mundial corre o risco de ser infectada pela malária e esta doença encontra-se entre as dez principais causas de morte nos países de baixo rendimento econômico. Segundo as estimativas, 243 milhões de casos terão provocado 863 000 mortes em 2008. A região africana foi a mais afetada por este flagelo, com 89% dos casos.

Biotecnologia
Na indústria da biotecnologia, as pessoas que trabalham na elaboração de novos produtos e de organismos geneticamente modificados podem correr riscos específicos.
Diversas autoridades nacionais encarregadas da regulamentação impõem sistemas rigorosos de aprovação prévia no início dos trabalhos, mas estes são negligenciados em países cujas regulamentações são menos rigorosas – uma tendência que pode vir a desenvolver-se no futuro – os riscos podem não ser controlados com rigor suficiente.
De um modo geral, é conveniente implementar avaliações e medidas de controle adequadas aos riscos, assim como melhores ferramentas para a detecção dos riscos biológicos, a fim de melhorar a sua prevenção.

Riscos químicos
Os produtos químicos são muito utilizados, com conseqüências positivas e negativas para a saúde e para o ambiente. Apesar dos importantes progressos alcançados na regulamentação e na gestão dos produtos químicos, a nível internacional e nacional, estes produtos constituem sempre um motivo de preocupação para a saúde dos trabalhadores.
A utilização de substâncias alergênicas, sensibilizantes, carcinogênicas e mutagênicas bem como de substâncias tóxicas para o sistema reprodutivo tornou-se uma fonte de preocupação crescente. Um grande número de pesticidas pode causar cancro, ameaçar a reprodução e ter efeitos nocivos sobre o sistema nervoso, imunitário ou endócrino.

O chumbo, o mercúrio e outros metais pesados, assim como os pesticidas, continuam a ser pouco controlados em muitos países em desenvolvimento.

Crescimento de produtos químicos
Nos últimos 20 anos, o número de produtos químicos utilizados no ambiente industrial cresceu muito e muitos deles não foram corretamente testados. Dada a impossibilidade de testar sistematicamente todos os novos materiais, bastantes riscos poderão continuar desconhecidos até se conseguir demonstrar que eles representam uma ameaça para a saúde, ou para o ambiente. Existem diversos exemplos de efeitos das múltiplas exposições já conhecidas, como, por exemplo, a exposição a vários pesticidas, a gases emitidos por motores diesel e de outros combustíveis, assim como a misturas de solventes. Ainda não se entendeu bem – e ainda falta bastante para tal – o impacto que podem ter as exposições a misturas de produtos químicos e a forma como elas podem interagir com exposições de origem não profissional, como o fumo do tabaco.

FISPQ, MSDS – Informações de produtos químicos
A fim de garantir uma segurança química, é importante estabelecer um sistema nacional de avaliação e de classificação dos produtos químicos e fazer com que as informações dos fabricantes e dos importadores sejam adequadamente comunicadas aos utilizadores no seu local de trabalho, através de uma rotulagem adequada e de fichas de informações de segurança (FISPQ, MSDS). Para melhorar a prevenção no local de trabalho, tais informações deverão incidir sobre os perigos e as precauções de segurança (nomeadamente as medidas de controle de emergência) e também sobre as prescrições legais estabelecidas em termos nacionais. Os trabalhadores deverão ser corretamente informados e formados sobre os perigos potenciais, deverão ainda ser executados meios de prevenção técnica para limitar a exposição. Sempre que se revelar necessário, deve ser fornecido e utilizado equipamento de proteção individual, embora essa seja geralmente considerada uma solução de último recurso, após terem sido tomadas as restantes precauções. É conveniente instaurar uma gestão eficaz dos produtos químicos para evitar os seus efeitos nocivos. Cada produto químico terá de ser corretamente identificado antes de ser comercializado. Deve ser efetuada uma avaliação profunda das eventuais propriedades perigosas e devem ser aperfeiçoados métodos de manipulação não perigosos que evitem a exposição, ou que, pelo menos, reduzam os riscos ao mínimo.

Trabalhadores idosos e novas tendências
A maior parte dos países desenvolvidos conhece um envelhecimento da população sem precedentes, que é acompanhado por um aumento do número de trabalhadores idosos. Prevê-se uma evolução análoga para muitos países em desenvolvimento. Os trabalhadores idosos estão mais expostos a certos riscos, tais como doenças infecciosas
e lesões músculo-esqueléticas. Entre os acidentes e lesões encontrados com mais freqüência nas pessoas, podemos citar;
■ quedas causadas por falta de equilíbrio,
■ tempos de reação mais lento e
■ por problemas visuais, e
■ entorses e luxações devidas à diminuição da sua força, resistência e flexibilidade. Estes trabalhadores apresentam ainda, em geral, mais elevada taxa de incidência de doenças com um longo período de latência, como nexo causal entre doença profissional e acidente do trabalho. Quando um trabalhador idoso tem um acidente, as suas lesões são freqüentemente mais graves e a sua recuperação é mais demorada. Conseqüentemente, é necessário adotar políticas e práticas rigorosas em questões de segurança e saúde no trabalho que prevejam investimento na segurança, saúde e bem-estar dos trabalhadores ao longo da sua vida ativa de modo a mantê-los mais tempo no emprego e a garantir o seu bem-estar.

Condições de trabalho de trabalhadores jovens
Os trabalhadores jovens exercem freqüentemente empregos perigosos e precários, que a longo prazo terá conseqüências para a saúde e qualidade de vida. Quando são novos num local de trabalho, os jovens nem sempre têm a maturidade física e psicológica desejada e a sua falta de competências, de formação e de experiência, pode levá-los a negligenciar os riscos que ocorrem. Por sua vez, os empregadores podem não ter consciência da vulnerabilidade específica dos jovens. É possível remediar esta situação oferecendo aos jovens trabalhadores um emprego que corresponda às suas capacidades, assegurando-lhes formação em matéria de SST, um enquadramento adequado e prevendo medidas de segurança específicas.

Considerações relativas a perfis de lesões e doenças
A concentração de trabalhadoras em certas profissões leva ao estabelecimento de perfis específicos de lesões e de doenças. As medidas gerais de SST, concebidas para a totalidade dos trabalhadores, nem sempre oferecem as vantagens desejadas para o tratamento das condições de trabalho específicas das trabalhadoras. Exposições de substâncias perigosas podem ter diferentes efeitos em função do sexo, particularmente os efeitos dos agentes biológicos sobre a saúde reprodutiva, tanto das mulheres como dos homens. Existem diferenças bem conhecidas ligadas ao sexo, quanto à exigência física dos trabalhos que requerem força, à concepção ergonômica dos locais de trabalho e à duração dos dias de trabalho.
Relativamente à SST, a análise da especificidade entre homens e mulheres tem implicações na elaboração das políticas e estratégias de prevenção. É essencial reconhecer as diferenças entre os sexos para promover os locais de trabalho mais seguros e saudáveis para todos os trabalhadores. As incidências dos papéis dos homens e das mulheres sobre a saúde devem ser mais cuidadosamente estudadas, no sentido de alcançar um melhor conhecimento da relação entre a saúde no trabalho e os papéis socioeconômicos das mulheres e dos homens.

Fatores psicossociais e de stress relacionados com o trabalho
Os fatores psicossociais são já reconhecidos como sendo problemas à dimensão mundial, que afetam todos os países, todas as profissões e todos os trabalhadores.

O aumento da flexibilidade e da precariedade do emprego, a intensificação do trabalho
e os problemas de relações no meio de trabalho, tais como;
■ humilhação (bullying) e
■ assédio psicológico (mobbing), são alguns dos fatores que estão na origem de um aumento do stress relacionado com o trabalho. Se é necessário continuar as investigações para compreender perfeitamente as implicações destes fatores, admite-se, no entanto, que estes podem desempenhar um papel importante no que diz respeito à saúde, ao absentismo e ao desempenho dos trabalhadores.

A longo prazo, o stress relacionado com o trabalho pode também originar;
■ lesões músculo-esqueléticas e
■ outras formas de doenças como a hipertensão, úlceras digestivas e doenças cardiovasculares. Pode ainda contribuir para uma incapacidade de fazer face
às exigências do trabalho.

Fatores pessoais
Alguns fatores ligados ao modo de vida individual podem ter igualmente uma importante repercussão sobre os desempenhos profissionais e as relações de trabalho. O stress relacionado com o trabalho pode ter influência sobre os problemas existentes fora do local de trabalho, como a violência, o abuso de drogas, de tabaco e de álcool e uma tensão ao nível das relações familiares e pessoais. Pode também ser exacerbado pelos mesmos fatores. O stress pode ser um fator importante de depressão, ou mesmo de suicídio. Tudo isso representa um custo que pode ser considerável do ponto de vista do sofrimento humano e do peso econômico que este representa para o indivíduo e para a sociedade.
Devemos fazer com que os fatores psicossociais sejam corretamente avaliados e geridos, como acontece com outros riscos. É necessário executar medidas de prevenção específicas com vista à redução das potenciais conseqüências do stress relacionado com o trabalho.

Novas formas de prevenção
Novas abordagens da partilha de conhecimentos
A necessidade de partilhar conhecimentos sobre os riscos emergentes é vital, tanto no plano nacional, como internacional. De fato, o ritmo do desenvolvimento socioeconômico mundial, ao longo dos últimos vinte anos, traduziu-se por muitos progressos científicos e técnicos na investigação e conhecimentos no plano da gestão de riscos. A grande acessibilidade da Internet e de outros sistemas de comunicação facilitou a partilha de conhecimentos no mundo inteiro. O estudo dos nanomateriais, por exemplo, ilustra a importância desta partilha para o desenvolvimento e a aplicação de novas tecnologias: com efeito, é necessário identificar e avaliar os perigos e riscos associados e comunicar os dados inerentes antes de aplicar estas tecnologias na indústria e em grande escala.
É importante procurar sinergias e estimular a criação e o reforço de parcerias entre as instituições e as redes nacionais e internacionais competentes nesta matéria. Os especialistas, universitários e pesquisadores, assim como os governos e as organizações de trabalhadores e de empregadores devem adotar uma abordagem global para enfrentar os desafios dos riscos emergentes e novas formas de prevenção.

Avaliação e gestão de riscos
A avaliação e a execução de medidas de prevenção destinadas a fazer face aos riscos emergentes no futuro deveriam inscrever-se num processo complexo, devido aos múltiplos fatores anteriormente referidos. As ferramentas de prevenção e de controle tradicionais continuam a ser eficazes se forem corretamente aplicadas no caso de perigos e de riscos bem conhecidos, tais como os que são originados, entre outros, por substâncias químicas, máquinas e utensílios, manutenções e agentes biológicos perigosos.
No entanto, tais ferramentas terão de ser complementadas por estratégias e ferramentas
concebidas para antecipar, avaliar e controlar os riscos emergentes provocados quer pelas mudanças ocorridas no mundo do trabalho, quer pelas tecnologias inovadoras.

Só será possível adotar uma abordagem global da gestão de riscos através da execução de sistemas de gestão da SST no plano nacional e da empresa. As políticas nacionais em matéria de SST deveriam promover estratégias de gestão de riscos que incluam, nomeadamente, investigações que avaliem e entendam o impacto das ações da mudança. O sistema estabelecido de gestão da SST engloba a identificação dos perigos, a avaliação dos riscos, a implementação de medidas de prevenção, o acompanhamento e a revisão.
É necessário, por outro lado, incentivar a cooperação e a troca de informações entre as partes participantes no que diz respeito aos riscos emergentes. As empresas multinacionais estão bem posicionadas para transferir as boas práticas de um país para outro e assim estabelecer normas de segurança comuns a todas as suas operações. Podem também promover as boas práticas entre os seus fornecedores e subcontratados. Quando os fornecedores se encontram em países em vias de desenvolvimento, a revisão da legislação e da sua aplicação efetiva, assim como a realização de auditorias regulares, podem permitir a promoção de uma forma mais ampla das boas práticas no mundo do trabalho, graças a uma colaboração estreita entre as multinacionais, os fornecedores, os serviços de inspeção da SST e outros organismos públicos.

Promoção de uma cultura nacional de prevenção em matéria de segurança
e saúde é:
■ Uma cultura onde o direito a um ambiente de trabalho seguro e saudável é respeitado
a todos os níveis, onde os governos e os trabalhadores se empenham ativamente em assegurar um ambiente de trabalho seguro e saudável através da implementação de um sistema de direitos, de responsabilidades e de obrigações bem definido, e onde o princípio da prevenção tem a mais elevada prioridade.

Para desenvolver e sustentar uma cultura de prevenção em matéria de segurança e saúde, é preciso recorrer a todos os meios disponíveis para melhorar;
■ a consciencialização,
■ o conhecimento e
■ a compreensão de todos os perigos e riscos, assim como o modo de os prevenir e controlar, e
■ é necessário permitir uma troca de informações sobre a experiência e as boas práticas no domínio da SST.
O desenvolvimento progressivo de uma cultura da prevenção teria uma incidência notável sobre o reforço das capacidades nacionais em matéria de segurança e saúde no trabalho e sobre a mobilização dos recursos nacionais e internacionais. Uma total colaboração no plano nacional e internacional é determinante, se pretendemos que os esforços futuros conduzam à elaboração de estratégias de prevenção eficazes e integradas em matéria de SST.

O envolvimento da empresa e a participação dos trabalhadores são essenciais para promover uma cultura da segurança e saúde no local de trabalho. As empresas que aderem aos valores sociais e que respeitam conscienciosamente a sua política de SST criam – ao que parece – um ambiente positivo e suscitam uma importante participação de todos os intervenientes nelas integrados. Uma política coerente aplicada através de ações e de programas concretos pode contribuir para a execução dos compromissos assumidos pela direção e pelos trabalhadores, o que influencia positivamente a cultura da segurança e saúde na sua totalidade. A prevenção e redução de riscos particulares não devem constituir o único critério para se poder afirmar que uma sociedade faz uma gestão dos riscos. Seria necessário também ter em conta o modo como ela age para enfrentar os riscos e assegurar a segurança a todos.

Comentário
Em minha opinião, o grande problema para a futura geração de trabalhadores é a doença pré-existente, devido ao estilo de vida e o consumismo. Hoje as crianças e adolescentes já sofrem doenças de adultos tais como; obesidade, diabetes, pressão alta, problema de audição, (escutar música com fones), games e troca de mensagens (SMS) (problema de LER), problema de coluna, etc. O futuro da empresa é aumentar a despesa de exames que eram desnecessários, porém tornam-se importantes devido a esse fatores indicados, para prevenir o aumento da potencialidade dessas doenças provocados por trabalhos ou tarefas que induzem o aparecimento desses problemas.
No Brasil, imaginamos crianças e jovens como futuros trabalhadores já apresentando hipertensão. São 3,5 milhões de crianças com doenças pré-existentes que poderão ser agravadas por outros fatores de trabalho. Além disso são 30 milhões de pessoas com pressão alta no Brasil, das quais apenas 50% buscam tratamento. Quantas dessas pessoas trabalham e apresentam pressão alta que poderão ser agravadas por fatores de trabalho ou podem desencadear acidentes de trabalho.
Alguns sintomas que podem ser dissimulados por outros fatores de trabalho; dor de cabeça, fadiga, tontura, rubor da face, zunido no ouvido e freqüentes sangramentos no nariz.
No futuro será muito difícil separar a doença pré-existente do individuo que entra no mercado do trabalho e algumas doenças de trabalho desencadeadas por problemas ambientais que influem na própria doença pré-existente.
Finalmente essa data é mais um dia de reflexão do que buscar ações na redução dos acidentes e doenças profissionais no Brasil. Lembra muito desastre em estradas, os motoristas passam devagar, olham o desastre, fazem reflexões por alguns segundos, alguns metros depois pisam no acelerador, continuam a desrespeitar as leis de trânsito.

Vídeo:
Na década de 50 os cientistas abriram a Caixa de Pandora da energia nuclear indicando inúmeros benefícios, mas ao longo dos anos defrontamos com desastres nucleares e vazamentos radioativos com falhas humanas e confiabilidades de materiais e agora novamente os cientistas estão abrindo a Caixa de Pandora da nanotecnologia como um material de múltiplas utilização tais como; materiais e dispositivos semicondutores, materiais plásticos (polímeros), cerâmicas, materiais isolantes e materiais metálicos de alta resistência e confiabilidade, materiais biológicos, alimentos, cosméticos, entre outros, etc. A Caixa de Pandora está aberta e não sabemos as conseqüências para o ser humano, ao meio ambiente, a interação dos materiais e/ou substâncias de nanotecnologia com outras substância e materiais com potencialidades de contaminação. Por exemplo, a contaminação cruzada, contaminação de determinada matéria-prima, produto intermediário, produto a granel ou produto acabado com outra matéria-prima, durante o processo de produção ou no meio ambiente

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posted by ACCA@4:28 PM