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Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

terça-feira, abril 03, 2018

Lembrança: Tornado atinge Indaiatuba e várias cidades

Parte do município de Indaiatuba (102 km de São Paulo) foi devastada por um tornado com ventos que atingiram mais de 250 km/h no início da noite de terça-feira, 24 de maio de 2005.. A prefeitura da cidade decretou estado de calamidade pública.
Uma câmera de vídeo da concessionária Colinas, instalada no km 47 da rodovia Santos Dumont (SP-75), registrou momentos da passagem do tornado pela cidade. O grande rodamoinho acinzentado passou ao lado dos carros e foi em direção à área industrial. Foram dezenas de descargas elétricas. Uma mais forte interrompeu a gravação.
Foto- Seqüência da gravação da câmera de vídeo da concessionária – Após o clarão, queda da linha de transmissão, cessou a gravação 

O Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura) confirmou o tornado em Indaiatuba devido ao registro das imagens em vídeo.
Em Itatiba (84 km de São Paulo), um tornado atingiu a cidade por volta das 23h30 de terça-feira, 24 de maio de 2005. No caso de Itatiba, como não houve imagens, o Cepagri informou que a cidade foi possivelmente também atingida por um outro tornado. "Com certeza o tornado que atingiu Indaiatuba não foi o mesmo que pode ter atingido Itatiba", disse Ana Ávila, pesquisadora do Cepagri.

REGISTRO DO TORNADO PELOS INSTITUTOS METEOROLÓGICOS 
O meteorologista e coordenador do grupo de previsão do tempo do Cptec (Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos), Gustavo Escobar, informou que o tornado que atingiu Indaiatuba não chegou a ser registrado pelos satélites do órgão. Ele disse que a formação do fenômeno está relacionada com a forte chuva que atingiu o Estado.
De acordo com o meteorologista Eugênio Hackbart, da Rede de Estações de Climatologia Urbana de São Leopoldo (RS), as fortes chuvas registradas em São Paulo são resultado do encontro entre uma massa polar forte oriunda do Rio Grande do Sul com o ar úmido tropical originado na Amazônia. Isso provocou uma extensa faixa de tormenta.
Segundo informações do pesquisador do Instituto Tecnológico do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), Ernani de Lima Nascimento, o tornado foi um dos mais intensos do País,  atingiu o nível F3 (com velocidade de 252 a 331 quilômetros por hora), em uma escala que vai de F0 (64 a 116) a F5 (420 a 511 quilômetros por hora),
Seqüência da gravação da câmera de vídeo da concessionária – Após o clarão, queda da linha de transmissão, cessou a gravação

BALANÇO DOS DANOS PROVOCADOS PELOS TORNADOS

INDAIATUBA
O caos provocado pelo tornado fez o prefeito decretar estado de calamidade pública na cidade. O fenômeno afetou direta e indiretamente os 170 mil habitantes, que mantiveram as atividades comerciais e industriais paradas pela falta de energia elétrica, telefone fixo e água em todo o município durante todo o dia.

RASTRO DE DESTRUIÇÃO
■Três torres de alta tensão foram retorcidas pelo tornado na região próxima à Toyota.
■Ao todo, 220 postes de energia elétrica foram derrubados e danificados.
■Escolas, postos de saúde e parte da prefeitura também foram destruídos.
■Pelo menos 400 casas foram destelhadas.
■Os fortes ventos  derrubaram muros, telhados, estruturas metálicas, postes, galpões e árvores.
■Houve prejuízo em pelo menos 400 empresas do distrito industrial, das quais 15 ficaram totalmente destruídas. Além disso, todas as 720 empresas que existem na região mantiveram-se paradas pela falta de energia elétrica.
■A força do vento derrubou e descarrilou 18 vagões que estavam vazios e estacionados nas linhas da Ferroban, no bairro Pimenta. Cada vagão pesa aproximadamente 25 toneladas.
■Os prédios do Serviço Nacional da Indústria (Senai) foram destruídos pelo fenômeno, que desmantelou a portaria, causou destelhamento. quebrou vidros, arrancou árvores e derrubou os alambrados.
Seguindo um rastro destruidor pela cidade, o tornado atingiu os bairros Esplanada, Pau Preto, Remulo Zoppi, Cecap, Jardim Renata, Mercedes, Oliveira Camargo e Pimenta. Porém, o Distrito Industrial foi o bairro mais atingido. O vento arremessou partes das coberturas de vários galpões, que foram encontradas a uma distância de até três quilômetros. Algumas estruturas atravessaram, inclusive, a rodovia Santos Dumont.

VÍTIMAS
Pelo menos 60 pessoas ficaram desabrigadas, das quais 35 encaminhadas pela Prefeitura à Escola Municipal Maria Benedita, no Jardim Morada do Sol. As demais foram para casas de familiares.

ENERGIA ELÉTRICA RESTABELECIDA
A energia elétrica foi restabelecida em 99% da cidade no início da madrugada de quinta-feira, depois de quase 30 horas de apagão.

DIA SEGUINTE
Moradores e funcionários públicos municipais aproveitaram o feriado de quinta-feira, para limpar os estragos e estimar os prejuízos provocados pelo tornado.
Os moradores aproveitaram o dia de sol e organizaram mutirões para trabalhar na reconstrução de casas e prédios públicos destruídos. "Perdi todos os mantimentos que tinha em casa, além de alguns objetos eletrônicos como rádio e a geladeira", disse a dona-de-casa Maria da Glória Visconti,  moradora do Jardim Renata, em Indaiatuba.
O tornado atingiu os bairros da zona sul da cidade, onde estão localizadas residências de classe média baixa. "Foi assustador por causa das explosões e do barulho do vento, que ia aumentando com a aproximação do redemoinho", disse o comerciante Amadeu Albuquerque, que diz ter pedido para sua neta de seis anos se esconder embaixo da cama.
Cerca de 1.800 árvores já foram recolhidas das áreas urbana e rural da cidade, segundo o titular da Secretaria dos Serviços Urbanos e Meio Ambiente (Semurb), Nilson Alcides Gaspar. O total, junto com os galhos, pesa 600 toneladas. “Acredito que vamos chegar a duas mil árvores”, diz.

ITATIBA EM ESTADO DE EMERGÊNCIA
O temporal e vendaval à noite desabrigou cerca de 230 pessoas em Itatiba. As famílias que tiveram que abandonar as suas casas passaram a noite no Ginásio de Esportes Municipal e posteriormente foram levadas para o Centro Comunitário do N.R. João Corradini.
Segundo o coordenador da Defesa Civil de Itatiba, Valdir Nardi, a cidade deve entrar em estado de emergência, devido à gravidade dos estragos.
 “Em todos os bairros da cidade tivemos problemas, porém os mais atingidos foram o Jardim Leonor, Vivendas do Engenho d’Água, Bairro da Ponte e Moenda”, explicou Nardi.
A preocupação no momento é o socorro de todas as vítimas da chuva e também tentar prevenir mais estragos, já que a previsão de chuva e ventos para a cidade continua.

JARDIM LEONOR FOI O BAIRRO MAIS PREJUDICADO
Mais de 70% das casas foram pelo menos destelhadas, e algumas perderam até paredes. Além disso, postes e árvores caíram, e a rede de eletricidade do bairro foi comprometida.

VIVENDAS DO ENGENHO D’ÁGUA
Diversas casas foram destelhadas, algumas completamente destruídas, e dezenas de famílias ficaram desabrigadas.

VÍTIMAS
A Defesa Civil de Itatiba não constatou nenhum ferido, apenas danos materiais.


RELATO DE TESTEMUNHAS

O CARRO FOI JOGADO FORA DA GARAGEM
No Jardim Leonor, um dos mais prejudicados foi o aposentado Roque de Deus Branco, e sua esposa. O casal contou que estava em sua residência, na Rua Franklin Cunha, 42, procurando velas porque a energia tinha acabado. De repente, começou um vendaval, e as telhas da casa começaram a voar. A força do vento fez até com que o carro, um Uno azul, que estava na garagem, fosse jogado para fora do limite do terreno.
A garagem da casa de Roque se desfez. A casa foi completamente destelhada, e parte do teto e algumas paredes cederam. O casal perdeu a maioria dos móveis e eletrodomésticos.

O TETO DO QUARTO CAIU
A dona-de-casa Antonia Biajoni, e o marido Luis Antonio Biajoni, por pouco não foram atingidos pelo teto do quarto. Eles estavam se preparando para dormir, quando a casa começou a ser destelhada pelo vento. “Meu marido parece que pressentiu que alguma coisa iria acontecer, e me puxou para a cozinha. Em seguida, o teto do quarto, justamente onde estávamos, caiu”.
Antonia perdeu diversos móveis e demais pertences, inclusive o portão eletrônico recém instalado, que teve as grades abertas pela força do vento.

O VENTO ARRANCOU TUDO
''Primeiro o vento arrancou a porta e o teto. Depois levou todas as paredes e tudo desabou de uma vez. Tudo durou um minuto. Nunca vi nada igual", disse a dona-de-casa Roseli Nascimento Fabrício, moradora de Itatiba, que estava dormindo na casa no momento do desabamento com o marido e quatro filhos. Uma filha dela de seis anos sofreu escoriações nas costas.

VI O REDEMOINHO
"Só tinha visto algo parecido com isso no cinema. Vi quando um redemoinho cruzou o bairro levando tudo o que tinha pela frente", disse o aposentado Francisco Alves, que também teve parte do telhado de sua casa arrancada.

BRAGANÇA PAULISTA
Ventos de até 135 km/h e 97 mm atingiram a noite de terça-feira cidade de Bragança Paulista. A região foi varrida pelo vendaval e as chuvas.

De acordo com a Defesa Civil do Município, o balanço dos danos foi;
■duas casas destelhadas, queda de muros e arvores
■redes de cabos de telefone arrebentadas,
■tombamento de dois ônibus de estudantes na Rodovia Bragança/Itatiba e
■uma colisão entre cinco veículos na Rodovia Bragança/Socorro (provocado pelo vendaval), somados a quedas de muros e árvores.

VENTO DERRUBA DOIS ÔNIBUS NA ITATIBA – BRAGANÇA
O forte vento derrubou dois ônibus de Campinas, que transitavam pela Rodovia Alkindar Monteiro Junqueira, a Itatiba – Bragança. Os veículos, da Viação Santa Cruz, vinham da Universidade São Francisco de Bragança Paulista, transportando estudantes.
Ao todo, 17 pessoas ficaram feridas. No mesmo horário, um outro ônibus teve os vidros estourados pela ação do vento, que segundo a Defesa Civil de Bragança, passou dos 140 km/h.

Os motoristas dos ônibus, que também ficaram feridos, relataram a Polícia Rodoviária que retornavam para Campinas, quando no km 28 + 500 da rodovia, próximo ao Bairro Moenda, pararam no acostamento, pois a tempestade impedia que continuassem o trajeto. Após alguns instantes, o vento começou a ficar mais forte, fazendo com que os veículos tombassem na pista.
Os feridos foram socorridos pelo Corpo de Bombeiros de Itatiba e populares, e levados para o PS da Santa Casa, e para hospitais de Campinas e Bragança.

CAPIVARI
A cidade também teve 1.200 casas destelhadas e dezenas de árvores arrancadas.

VITIMAS
A ventania arrancou um pedaço de madeira de uma obra e atingiu a motorista de um carro. Ela foi socorrida na Santa Casa da cidade, mas não resistiu os ferimentos no tórax..

IARAS
Em Iaras, a força do vento virou três carretas que estavam estacionadas num posto de combustíveis.

DIVERSAS CIDADES ATINGIDAS PELO VENDAVAL
O vendaval e o temporal ainda provocaram prejuízos em pelo menos outras 11 cidades: Campinas, Cabreúva, Cosmópolis, Americana, Sumaré, Bragança Paulista, Atibaia, Valinhos, Vinhedo, Hortolândia e Pedreira, entre outras.

BALANÇO DOS PREJUÍZOS EM INDAIATUBA

EMPRESAS DESTRUÍDAS
A empresa, a Mil Maní Ingredientes Ltda, foi totalmente destruída, com prejuízo de R$ 2 milhões.  A empresa é nacional, mas integra a rede do Grupo Lorenzati Rusch, da Argentina, a maior exportadora de amendoins para a Europa e tem como principal cliente no Brasil a Elma Chips. Rubens Carvalho, gerente da empresa, disse que os 30 funcionários que estavam no local foram dispensados do trabalho às 16h com a falta de energia e que salvaram-se de uma tragédia, pois às 17h30, o galpão ruiu totalmente e ninguém conseguiria se salvar se continuasse no local.
Tiveram perda total os proprietários da Metalúrgica G 16, do Restaurante Casa Blanca e de diversas empresas que integram o Condomínio Industrial NR. Os prejuízos iniciais estimados são de pelo menos R$ 10 milhões no condomínio.

Dentre as empresas mais prejudicadas estão;
■Quality Parts Indústria Metalúgica com um dano de R$ 6,2 milhões;
■General Motors do Brasil, R$ 5 milhões;
■Transportadora Riopardense, R$ 3,6 milhões;
■NR Construção e Incorporação, R$ 3 milhões 
■Refri Cylan, os danos causados chegam a R$ 2 milhões

PREJUÍZOS ESTIMADOS
Os prejuízos foram estimados pela prefeitura foi de R$ 97,2 milhões, sendo;
■R$ 90 milhões nas indústrias,
■R$ 6 milhões em prédios e mobiliários públicos, e
■R$ 1,2 milhão em 445 casas atingidas.

RETORNO ÀS ATIVIDADES INDUSTRIAIS E PREJUÍZOS ECONÔMICOS PARA A CIDADE
O rastro do tornado que devastou parte de Indaiatuba ainda pode ser visto, mas os empresários da cidade estão agora empenhados na reestruturação de suas empresas, atividades que podem demorar de cinco dias a três meses.
Segundo o secretário de Desenvolvimento de Indaiatuba, é difícil avaliar o impacto econômico do desastre,  mas as empresas estão empenhadas de  retornar as atividades, que pode demorar de cinco a três meses, dependendo da gravidade dos danos sofridos pelas empresas.
“O nível de dano e o tempo para retomada das atividades varia de uma empresa para outra. As próprias empresas ainda estão avaliando o montante do prejuízo”, ponderou o secretário. Ele informou que numa varredura realizada na manhã de quita-feira no Distrito Industrial, constatou-se que 36 empresas foram diretamente atingidas pelo tornado e tiveram danos materiais variáveis. Dessas, 15 foram praticamente destruídas.
As empresas afetadas empregam de 800 a mil funcionários, que manterão seus empregos, segundo o secretario. Indaiatuba concentra um total de 730 empresas em quatro distritos industriais. O local que foi atingido pelo tornado abriga 420 empresas. Mas, indiretamente, toda a produção da cidade foi afetada devido à falta de energia elétrica que impediu o funcionamento das empresas até quinta-feira. “Só funcionaram em esquema emergencial algumas indústrias que dispõem de gerador próprio”, disse o secretário.

SEGUROS
A maior parte das empresas do distrito que sofreu prejuízos estimados em R$ 90 milhões não possui seguro contra acidentes naturais.

RESIDÊNCIAS
Segundo relatório da Defesa Civil de Indaiatuba, 445 casas foram atingidas, envolvendo 2.351 pessoas. As famílias que tiveram prejuízos poderão sacar parte do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para reconstrução das casas. O trabalhador poderá retirar até R$ 2.600,00. A decisão foi tomada pelo Ministério da Integração Nacional.

Relação dos municípios atingidos pelo tornado

Danos humanos
Danos materiais
Outros
Indaiatuba
Pelo menos 60 pessoas ficaram desabrigadas,
445 casas foram atingidas, envolvendo 2.351 pessoas
36 empresas com danos, sendo 15 destruídas. 
Interrupção total de energia elétrica  com queda de torres de transmissão e postes
Itatiba
230 pessoas desabrigadas
Centenas de casas destelhadas

Bragança Paulista
Sem vitimas
Duas casas destelhadas
Tombamento de ônibus  e queda de postes
Capivari
01 morte
 1.200 casas destelhadas
Dezenas de árvores arrancadas
Iaras


Duas carretas tombadas

Fontes: Folha de São Paulo, Jornal de Itatiba, Bragança Jornal Diário, Cosmo Online, Araras Virtual Noticias, Jornal Tribuna de Indaiá -  Indaiatuba,  e Agência Indusnet Fiesp, no período de 25 de maio de 2005 a 6 de junho de 2005.

Mapa – Rota dos tornados
Indicações em verdes – rota dos tornados em 24 de maio de 2005, cidade mais atingida  Indaiatuba
Indicações em vermelho – rota dos tornados em 30 de setembro de 1991, cidade mais atingida Itu           

O IMPACTO DOS TORNADOS NA ECONOMIA DE UMA REGIÃO OU PAÍS

O que  significa o impacto econômico de um tornado?  Bem, certamente  desejamos transmitir a magnitude das perdas líquidas à economia porque os tornados provocam impactos negativos, causando perdas aos setores tais como;
■ infraestrutura,
■ empresas de serviços,  empresas em geral,
■ construção, serviços de governo.

E os serviços profissionais recebem um impulso na conseqüência ou antes do impacto.  Naturalmente este impulso é principalmente  devido a reconstrução,  o restabelecimento de serviços essências e à provisão de outros serviços de apoio.
As perdas econômicas são relacionadas definitivamente a economia e a área de vulnerabilidade. Mas, algumas coisas são evidentes e são os impactos de um tornado na  economia que depende de vários fatores  incluindo;
■ a  orientação da economia, da estrutura da economia,
■ da sofisticação da infraestrutura, do valor do ambiente  natural da região,
■ da intensidade do tornado, da duração do tornado, do trajeto do tornado,
■ das medidas de minimização e provavelmente o mais importante da preparação da população.

O impacto econômico do tornado  depende de  uma série de fatores inter-relacionados,  relativo a preparação de desastre (medidas tomadas para atenuar os danos), as estruturas econômicas, a orientação econômica e a atitude da população.

Principais perdas existentes;
■ Dias perdidos de produção
■ Danos e destruição de mercadorias
■ Perdas devidas a interrupção de negócios
■ Perdas de salários dos trabalhadores (horistas)
■ Perda de salários dos trabalhadores (mensalistas)
■ Perdas na agricultura
■ Perdas de serviços (turismo, financeiro)

A estrutura e orientação da economia são fatores críticos no nível de danos e perdas que uma região poderia esperar.
Os tornados afetam a produção de mercadorias e serviços  da região. Como mencionado anteriormente, a infraestrutura, incluindo; eletricidade, água, telecomunicação,  estradas, etc  estão  expostos a vendavais e tornados.  A vulnerabilidade  da infraestrutura traduz freqüentemente em perdas potenciais.  Maior vulnerabilidade física,  implica em maiores perdas econômicas  que a região/ cidade pode esperar.
Fonte: Development Planning Unit of the British Virgin Islands – adaptação do texto - The Impact of Hurricanes on the BVI Economy

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quarta-feira, outubro 14, 2015

Tornado atinge Cafelândia no Paraná

O Sistema Tecnológico Simepar confirmou no fim da tarde de sexta-feira, 9 de outubro, que um tornado atingiu a região oeste do Paraná por volta das 15h30. Os ventos entre 65 e 115 km/h atingiram o distrito  rural de Palmitópolis, em Cafelândia.
O meteorologista do Simepar, Samuel Braun, explica que o órgão recebeu imagens que mostram árvores retorcidas e pinheiros cortados ao meio, o que é característico desse tipo de fenômeno. Vídeos também mostram “um funil tocando o solo. A velocidade é difícil precisar, mas, pelas imagens, acreditamos que se trate de um tornado de categoria F0, o mais fraco, com ventos de 65 km/h a 115 km/h”, diz.
Um tornado é uma coluna de ar que gira em redemoinho em uma velocidade que pode ultrapassar os 400 km/h. A Escala Fujita, de classificação dos ventos, começa em 65 km/h e chega a mais de 500 km/h. O F0, que pode ter sido registrado no oeste, é o mais fraco e o F5 é considerado o mais intenso.


TESTEMUNHAS
O supervisor operacional Gilmar Volpato estava trabalhando e viu o momento em que o tornado se formou. Começou bem pequeno. Eu vi aquele funil. Anderson Viera da Rosa, que é agricultor, disse que trabalhava durante a tarde quando presenciou a formação do tornado.

DANOS MATERIAIS
Houve destruição de aviário com perda de 15 mil aves e barracões na região rural.

DANOS HUMANOS DECORRENTES DE DESASTRES
Não houve
Fonte: @ZR; G1-09/10/2015; Jornal Integração‑Cafelândia, 10 de Outubro de 2015





Vídeo

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terça-feira, setembro 29, 2015

Danos da natureza – vendaval e inundação

RISCOS DE VENDAVAL
A maioria dos acidentes ocorre em construção de grandes vãos livres, tais como; hangares, galpões industriais, armazéns, supermercados, painéis de publicidade, ginásios de esportes, etc.
O acidente típico é o destelhamento parcial ou total da cobertura. Em outros casos, paredes inadequadas construídas por painéis de vedação (metálica ou plástico) com ancoragem inadequada na estrutura.

Durante o vendaval, se uma parte do edifício se rompe (cobertura, destelhamento, arremessando às vezes a grande distância, telhas, como se fosse um míssil, podendo atingir outras edificações), o vento penetra para o interior do edifício, arrancando as outras paredes externas e telhados sucessivamente, causando grandes danos (geralmente o vendaval é acompanhado por chuvas de granizo ou chuvas fortes).

Por outro lado, a água da chuva penetra pela parte destelhada, causando  prejuízos  nos  equipamentos,  mercadorias  (matéria  prima, produto acabado, etc), provocando interrupção na produção ou no retorno da atividade normal de trabalho (limpeza, revisão dos equipamentos, etc).

MEDIDAS CONTRA VENDAVAL
A empresa  deve  obter  junto  aos  órgãos  públicos (serviço  de meteorologia) a incidência de ventos na região ou através de empresa especializada em climatologia, efetuar uma análise da caracterização do regime de ventos fortes para a região.
 ■ A empresa deve ter disponível ou obter imediatamente lonas plásticas para que possa se utilizada na proteção do telhado (aberturas causados pelo vendaval) ou na proteção de equipamentos e mercadorias (matéria prima, produtos acabados, etc)
■ Manutenção da estrutura do telhado, inspecionando se as telhas estão com fixadores (ganchos ou parafuso) em perfeitas condições.

RISCOS DE INUNDAÇÃO

Podemos indagar por que as inundações acontecem e as técnicas que podem ser usadas para diminuírem os prejuízos das edificações e pessoas que vivem nos locais inundados.

■ O que provoca uma inundação? Por que elas ocorrem sempre nos mesmos lugares? As inundações estão associadas com o desenvolvimento econômico? Os moradores da região têm parte na culpa?
■ O que acontece com o  solo quando recebe água por um tempo prolongado?
■ Que atitudes artificiais poderiam prevenir ou poderiam protelar as inundações?
■ De que forma poderia resolver o problema das inundações num certo local?  O que podemos fazer? 
■ Que locais geográficas são mais propícios a inundações?
■ Deveria existir um método de vigilância nos locais onde costuma ocorrer inundações? Como ele funcionaria?
■ De que forma as pessoas podem se prevenir contra inundações?
■ Que aspectos da infra-estrutura de um da região podem ser afetados por uma grande inundação?
■ Em que época do ano acostuma ocorrer inundações na sua cidade?
Essas indagações são importantes para que a empresa possa delinear através de um plano de emergência, quais as medidas a serem tomadas diante de um alagamento ou inundação.

ORIGEM DA INUNDAÇÃO
A área propensa à inundação é uma área geralmente na proximidade de um rio, córrego, lago, baía ou mar, a qual pode ser inundada sob condição adversa. Uma condição adversa pode originar de várias causas, capaz de danificar estruturas ou edifícios.
A inundação ocorre quando o nível d´água eleva-se acima do nível normal, tal como; inundação de um rio, inundação de áreas não normalmente alagáveis (áreas secas sujeitas à inundação).
O rio é o principal cenário quando a vazão da água ultrapassa o nível normal. Quando a água do mar ultrapassa o nível mais baixo da costa litorânea, geralmente não coberta pela ação da maré, ocorre a inundação da costa. A maioria das causa de inundação é a incidência de chuva, quando os fatores propícios combinam-se e interagem para maximizar a superfície de escoamento.

Podemos dividir os danos causados por água em:
■ transbordamento de rio, próximos a empresa.
■ refluxo de água através do sistema de esgoto e água pluvial, devido ao transbordamento de córregos e rios.
■ transbordamento conjugado de maré alta e rio (índice pluviométrico elevado)

No caso de região urbana podemos considerar dois fatores: 
■ Drenagem Urbana e
■ Inundações Ribeirinhas.
O escoamento pluvial pode produzir inundações e impactos nas áreas urbanas devido a dois processos, que ocorrem isoladamente ou de forma integrada:

INUNDAÇÕES DE ÁREAS RIBEIRINHAS:
Os rios geralmente possuem dois leitos, o leito do rio onde a água escoa na maioria do tempo e a várzea o leito maior, que foi ocupado por população ou por obras viárias.  

INUNDAÇÕES DEVIDO À URBANIZAÇÃO:
As enchentes aumentam a sua freqüência e magnitude devido à ocupação do solo com superfícies impermeáveis e rede de condutos de escoamentos. O desenvolvimento urbano pode também produzir obstruções ao escoamento como aterros e pontes, drenagens inadequadas e obstruções ao escoamento junto a condutos e assoreamento; 
A quantidade de chuva por unidade de tempo (intensidade) e o total do tempo da chuva (duração) são importantes para determinar a intensidade da inundação.
Chuvas localizadas, intensos temporais podem criar condições de inundação em pequenas bacias de drenagem. Locais próximos aos rios, riachos ou litorais são geralmente susceptíveis para inundação, particularmente se a elevação do solo é quase próxima ou a mesma da fonte de inundação ameaçadora (exemplo, as várzeas dos rios que foram extintas nas grandes cidades pela construção de avenidas ou edificações).

Um local com superfície relativamente plana, independente se está acima da elevação de um volume de água, pode facilmente tornar-se alagado por chuvas intensas. Quando, riacho ou rio  transborda após uma chuva intensa ou prolongada, a extensão dos danos da inundação depende principalmente da topografia, da característica do curso d´água e a extensão da inundação. Deslizamento de terra, canal obstruído ou precipitação pesada pode causar somente inundação em local montanhoso e fundo de vale.

Essas condições anormais combinada com elevada precipitação de chuva que provoca aumento do  nível d'água  próxima à foz do rio e do córrego.
Os índices elevados de precipitação pluviométrica saturam o solo e  a água controla o percurso d`água anormal existente (a água flui para o leito anteriormente existente, rios temporários).  O transbordamento de rios e córrego resulta em alagamentos.

O histórico anterior de inundação de uma certa área indica fortemente a susceptibilidade de inundação.

MEDIDAS CONTRA INUNDAÇÃO
A empresa  deve  obter  junto  aos  órgãos  públicos (serviço  de meteorologia) os  meses  onde  ocorrem  as maiores  precipitações pluviométricas, para que possa tomar as medidas necessárias durante a época dessas ocorrências.

Se esta situação for previsível pelo serviço meteorológico ou pela constatação que o  sistema de escoamento de água pluvial está demorando em escoar a água da chuva, a empresa deve estar preparada para acionar o sistema de emergência contra inundação.

Algumas medidas que podem minimizar os  danos :
1. Caso haja córrego, próximo à empresa, solicitar ao órgão público, a limpeza e a dragagem do córrego ou a sua canalização.
2. Tomar cuidado com “ralos" ou caixa de gordura no interior do prédio, que em caso de transbordamento, poderá haver refluxo de água. É necessário colocar um dumper nas caixas.
3. Colocar barreiras contra inundação (porta elevatória com guia e contrapeso),  que em caso de transbordamento,  poderá ser acionada,  funcionando como barreira (comporta), principalmente nas aberturas (portas).

À PROVA DE INUNDAÇÃO
Á prova de inundação inclui projeto ou modificação do edifício ou característica do local para reduzir o potencial de danos de inundação. As proteções passivas podem incluir construção de diques secos, barreiras de contenção e comportas.
As barreiras de contenção e diques geralmente são utilizadas para grandes áreas, entretanto, eles também podem ser práticos e econômicos para um pequeno número de estruturas ou uma única estrutura.
As barreiras de contenção são geralmente construídas de alvenaria ou de concreto. Os diques geralmente são aterros de terra com inclinação baixa ou moderada.
A vantagem dos diques e paredes de contenção é que eles podem proteger algum tipo de estrutura, se forem construídas adequadamente (piscinão).
A vedação em porta ou em qualquer outro tipo de abertura com material resistente a água (existe no mercado internacional, dispositivos apropriados, denominados de flood barriers, para esse tipo de proteção).  
As medidas de controle de contingência para alagamento exigem algum tipo de instalação ou outra preparação antecipada. As proteções de alagamento, portas com vedação ou outro dispositivo de proteção deve ser colocado imediatamente ou antes do alagamento (adotar procedimento quando a empresa encerrar o expediente a obrigatoriedade de todos os sistemas existentes de proteção contra alagamento esteja ativado).

A principal desvantagem com esse tipo de proteção é confiar na intervenção humana durante a situação de emergência extremamente grave.

Se uma nova instalação está sendo construída ou projetada em uma área de provável alagamento, a empresa deveria levar em consideração esse problema, construindo ou projetando o piso inferior para ser o piso acima do nível da base do alagamento, isto é, elevação do piso acima do nível máximo de alagamento existente. Aterros, pilares e estaqueamento podem ser usados para elevar a estrutura.

As necessidades de proteção de emergência contra alagamento devem ser capaz de colocar imediatamente avisos nas áreas de riscos. As atividades devem ser cuidadosamente antecipadas e planejadas.

As medidas de emergência incluem a construção de diques com sacos com areia ou com terra e execução de aterro (ensecadeira de terra). Os diques de contenção são construídos de terra ou areia, utilizando sacos plásticos ou de aniagem que seriam enchidos durante o alagamento (os sacos seriam enchidos durante a iminência do alagamento ou transbordamento).

As proteções com aterro e barreiras de contenção (modular flood barrier) são paredes provisórias executadas com  placas de madeira, que pode ser deixada ao longo de canais tal como “slot” de concreto (estrutura de concreto, onde será fixada ou encaixadas as placas de madeira).

As condições de alagamento são impostas quase sempre  pela ação imediata. Por esta razão é essencial que todo material e plano para operação preventiva adequada deve ser colocado em prática antecipadamente.

Os principais problemas provocados pela inundação  são:
1.prejuízos de perdas materiais e humanas, 
2.interrupção da atividade econômica das áreas inundadas, 
3.contaminação por doenças de veiculação hídrica como leptospirose, cólera, entre outros, 
4.contaminação da água pela inundação de depósitos de material tóxico, estações de tratamentos entre outros. 

PERDAS MATERIAIS
No caso de inundação, a água contaminada provoca danos corrosivos em máquinas e em equipamentos elétricos que ficaram imersos.
A fim minimizar os danos da corrosão, é necessário que se faça imediatamente à ação preventiva (manutenção e limpeza) dos equipamentos e máquinas afetadas.
Os elementos mais comuns causadores da oxidação e corrosão  são o equipamento exposto à água e ao oxigênio.

Os principais danos provocados pela inundação: 
1.motores, os geradores, os controladores, os acionadores de partida, os switchboards, etc.
2.motores diesel, as engrenagens de redução,  máquinas girantes, sistema hidráulico, etc
3.matéria prima  e mercadoria (dependendo do tipo, perda total)
O processo de ação preventiva (limpeza e manutenção)  deve ser imediato para reduzir as perdas devido à exposição a sais ácidos ou da água contaminada  aos metais e/ou equipamentos elétricos.

MEDIDAS DE SEGURANÇA
O desastre natural, diferente do incêndio é impossível de evitá‑lo previamente. Portanto, quanto à medida é essencial minimizar os danos e mesmo havendo danos, restaurar o mais rápido possível.
O comitê  de segurança (responsável pela elaboração de normas relacionadas a segurança e sua execução), deve preparar as normas de medidas de segurança, com relação a desastres naturais  (vendaval e inundação)  e manual de procedimentos dos funcionários.
Nos manuais devem ter regras como se preparar caso haja a possibilidade de ocorrência de vendaval, tromba d'água, inundação, etc.
Por outro lado é essencial diminuir o tempo de paralisação de operação e  minimizar  seu  prejuízo,  deixando  em  alerta  os  funcionários, encarregados da execução  do plano de restauração de operação após desastre e mantendo o material necessário para esta emergência (bomba de sucção, lonas plásticas, materiais utilizados na secagem de equipamentos).

Curiosidades sobre chuva, meio ambiente e vazamento de água

■ Intensidade de chuva de 1mm/h – equivale a 1.000 litros por metro quadrado
■ Dependendo o tipo de árvore e vegetação existente no local -  de 40% a 50%  da precipitação de água é absorvida pela vegetação.
  
Torneira em gotejamento
46 litros
Torneira com abertura de 1mm
2.068 litros
Torneira com abertura de  2mm
4.512 litros
Torneira com abertura de 6mm
16.400 litros
Torneira com abertura de 9mm
25.400 litros
Torneira com abertura de 12mm
33.984 litros
Fonte : Sabesp - SP

Fonte : @ZR, Tokyo Marine Insurance, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Impactos devido as inundações ribeirinhas, IRI Sentinel – Third Quartier – 1997 - “Flood”

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posted by ACCA@7:00 AM

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