Zona de Risco

Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

terça-feira, setembro 29, 2015

Danos da natureza – vendaval e inundação

RISCOS DE VENDAVAL
A maioria dos acidentes ocorre em construção de grandes vãos livres, tais como; hangares, galpões industriais, armazéns, supermercados, painéis de publicidade, ginásios de esportes, etc.
O acidente típico é o destelhamento parcial ou total da cobertura. Em outros casos, paredes inadequadas construídas por painéis de vedação (metálica ou plástico) com ancoragem inadequada na estrutura.

Durante o vendaval, se uma parte do edifício se rompe (cobertura, destelhamento, arremessando às vezes a grande distância, telhas, como se fosse um míssil, podendo atingir outras edificações), o vento penetra para o interior do edifício, arrancando as outras paredes externas e telhados sucessivamente, causando grandes danos (geralmente o vendaval é acompanhado por chuvas de granizo ou chuvas fortes).

Por outro lado, a água da chuva penetra pela parte destelhada, causando  prejuízos  nos  equipamentos,  mercadorias  (matéria  prima, produto acabado, etc), provocando interrupção na produção ou no retorno da atividade normal de trabalho (limpeza, revisão dos equipamentos, etc).

MEDIDAS CONTRA VENDAVAL
A empresa  deve  obter  junto  aos  órgãos  públicos (serviço  de meteorologia) a incidência de ventos na região ou através de empresa especializada em climatologia, efetuar uma análise da caracterização do regime de ventos fortes para a região.
 ■ A empresa deve ter disponível ou obter imediatamente lonas plásticas para que possa se utilizada na proteção do telhado (aberturas causados pelo vendaval) ou na proteção de equipamentos e mercadorias (matéria prima, produtos acabados, etc)
■ Manutenção da estrutura do telhado, inspecionando se as telhas estão com fixadores (ganchos ou parafuso) em perfeitas condições.

RISCOS DE INUNDAÇÃO

Podemos indagar por que as inundações acontecem e as técnicas que podem ser usadas para diminuírem os prejuízos das edificações e pessoas que vivem nos locais inundados.

■ O que provoca uma inundação? Por que elas ocorrem sempre nos mesmos lugares? As inundações estão associadas com o desenvolvimento econômico? Os moradores da região têm parte na culpa?
■ O que acontece com o  solo quando recebe água por um tempo prolongado?
■ Que atitudes artificiais poderiam prevenir ou poderiam protelar as inundações?
■ De que forma poderia resolver o problema das inundações num certo local?  O que podemos fazer? 
■ Que locais geográficas são mais propícios a inundações?
■ Deveria existir um método de vigilância nos locais onde costuma ocorrer inundações? Como ele funcionaria?
■ De que forma as pessoas podem se prevenir contra inundações?
■ Que aspectos da infra-estrutura de um da região podem ser afetados por uma grande inundação?
■ Em que época do ano acostuma ocorrer inundações na sua cidade?
Essas indagações são importantes para que a empresa possa delinear através de um plano de emergência, quais as medidas a serem tomadas diante de um alagamento ou inundação.

ORIGEM DA INUNDAÇÃO
A área propensa à inundação é uma área geralmente na proximidade de um rio, córrego, lago, baía ou mar, a qual pode ser inundada sob condição adversa. Uma condição adversa pode originar de várias causas, capaz de danificar estruturas ou edifícios.
A inundação ocorre quando o nível d´água eleva-se acima do nível normal, tal como; inundação de um rio, inundação de áreas não normalmente alagáveis (áreas secas sujeitas à inundação).
O rio é o principal cenário quando a vazão da água ultrapassa o nível normal. Quando a água do mar ultrapassa o nível mais baixo da costa litorânea, geralmente não coberta pela ação da maré, ocorre a inundação da costa. A maioria das causa de inundação é a incidência de chuva, quando os fatores propícios combinam-se e interagem para maximizar a superfície de escoamento.

Podemos dividir os danos causados por água em:
■ transbordamento de rio, próximos a empresa.
■ refluxo de água através do sistema de esgoto e água pluvial, devido ao transbordamento de córregos e rios.
■ transbordamento conjugado de maré alta e rio (índice pluviométrico elevado)

No caso de região urbana podemos considerar dois fatores: 
■ Drenagem Urbana e
■ Inundações Ribeirinhas.
O escoamento pluvial pode produzir inundações e impactos nas áreas urbanas devido a dois processos, que ocorrem isoladamente ou de forma integrada:

INUNDAÇÕES DE ÁREAS RIBEIRINHAS:
Os rios geralmente possuem dois leitos, o leito do rio onde a água escoa na maioria do tempo e a várzea o leito maior, que foi ocupado por população ou por obras viárias.  

INUNDAÇÕES DEVIDO À URBANIZAÇÃO:
As enchentes aumentam a sua freqüência e magnitude devido à ocupação do solo com superfícies impermeáveis e rede de condutos de escoamentos. O desenvolvimento urbano pode também produzir obstruções ao escoamento como aterros e pontes, drenagens inadequadas e obstruções ao escoamento junto a condutos e assoreamento; 
A quantidade de chuva por unidade de tempo (intensidade) e o total do tempo da chuva (duração) são importantes para determinar a intensidade da inundação.
Chuvas localizadas, intensos temporais podem criar condições de inundação em pequenas bacias de drenagem. Locais próximos aos rios, riachos ou litorais são geralmente susceptíveis para inundação, particularmente se a elevação do solo é quase próxima ou a mesma da fonte de inundação ameaçadora (exemplo, as várzeas dos rios que foram extintas nas grandes cidades pela construção de avenidas ou edificações).

Um local com superfície relativamente plana, independente se está acima da elevação de um volume de água, pode facilmente tornar-se alagado por chuvas intensas. Quando, riacho ou rio  transborda após uma chuva intensa ou prolongada, a extensão dos danos da inundação depende principalmente da topografia, da característica do curso d´água e a extensão da inundação. Deslizamento de terra, canal obstruído ou precipitação pesada pode causar somente inundação em local montanhoso e fundo de vale.

Essas condições anormais combinada com elevada precipitação de chuva que provoca aumento do  nível d'água  próxima à foz do rio e do córrego.
Os índices elevados de precipitação pluviométrica saturam o solo e  a água controla o percurso d`água anormal existente (a água flui para o leito anteriormente existente, rios temporários).  O transbordamento de rios e córrego resulta em alagamentos.

O histórico anterior de inundação de uma certa área indica fortemente a susceptibilidade de inundação.

MEDIDAS CONTRA INUNDAÇÃO
A empresa  deve  obter  junto  aos  órgãos  públicos (serviço  de meteorologia) os  meses  onde  ocorrem  as maiores  precipitações pluviométricas, para que possa tomar as medidas necessárias durante a época dessas ocorrências.

Se esta situação for previsível pelo serviço meteorológico ou pela constatação que o  sistema de escoamento de água pluvial está demorando em escoar a água da chuva, a empresa deve estar preparada para acionar o sistema de emergência contra inundação.

Algumas medidas que podem minimizar os  danos :
1. Caso haja córrego, próximo à empresa, solicitar ao órgão público, a limpeza e a dragagem do córrego ou a sua canalização.
2. Tomar cuidado com “ralos" ou caixa de gordura no interior do prédio, que em caso de transbordamento, poderá haver refluxo de água. É necessário colocar um dumper nas caixas.
3. Colocar barreiras contra inundação (porta elevatória com guia e contrapeso),  que em caso de transbordamento,  poderá ser acionada,  funcionando como barreira (comporta), principalmente nas aberturas (portas).

À PROVA DE INUNDAÇÃO
Á prova de inundação inclui projeto ou modificação do edifício ou característica do local para reduzir o potencial de danos de inundação. As proteções passivas podem incluir construção de diques secos, barreiras de contenção e comportas.
As barreiras de contenção e diques geralmente são utilizadas para grandes áreas, entretanto, eles também podem ser práticos e econômicos para um pequeno número de estruturas ou uma única estrutura.
As barreiras de contenção são geralmente construídas de alvenaria ou de concreto. Os diques geralmente são aterros de terra com inclinação baixa ou moderada.
A vantagem dos diques e paredes de contenção é que eles podem proteger algum tipo de estrutura, se forem construídas adequadamente (piscinão).
A vedação em porta ou em qualquer outro tipo de abertura com material resistente a água (existe no mercado internacional, dispositivos apropriados, denominados de flood barriers, para esse tipo de proteção).  
As medidas de controle de contingência para alagamento exigem algum tipo de instalação ou outra preparação antecipada. As proteções de alagamento, portas com vedação ou outro dispositivo de proteção deve ser colocado imediatamente ou antes do alagamento (adotar procedimento quando a empresa encerrar o expediente a obrigatoriedade de todos os sistemas existentes de proteção contra alagamento esteja ativado).

A principal desvantagem com esse tipo de proteção é confiar na intervenção humana durante a situação de emergência extremamente grave.

Se uma nova instalação está sendo construída ou projetada em uma área de provável alagamento, a empresa deveria levar em consideração esse problema, construindo ou projetando o piso inferior para ser o piso acima do nível da base do alagamento, isto é, elevação do piso acima do nível máximo de alagamento existente. Aterros, pilares e estaqueamento podem ser usados para elevar a estrutura.

As necessidades de proteção de emergência contra alagamento devem ser capaz de colocar imediatamente avisos nas áreas de riscos. As atividades devem ser cuidadosamente antecipadas e planejadas.

As medidas de emergência incluem a construção de diques com sacos com areia ou com terra e execução de aterro (ensecadeira de terra). Os diques de contenção são construídos de terra ou areia, utilizando sacos plásticos ou de aniagem que seriam enchidos durante o alagamento (os sacos seriam enchidos durante a iminência do alagamento ou transbordamento).

As proteções com aterro e barreiras de contenção (modular flood barrier) são paredes provisórias executadas com  placas de madeira, que pode ser deixada ao longo de canais tal como “slot” de concreto (estrutura de concreto, onde será fixada ou encaixadas as placas de madeira).

As condições de alagamento são impostas quase sempre  pela ação imediata. Por esta razão é essencial que todo material e plano para operação preventiva adequada deve ser colocado em prática antecipadamente.

Os principais problemas provocados pela inundação  são:
1.prejuízos de perdas materiais e humanas, 
2.interrupção da atividade econômica das áreas inundadas, 
3.contaminação por doenças de veiculação hídrica como leptospirose, cólera, entre outros, 
4.contaminação da água pela inundação de depósitos de material tóxico, estações de tratamentos entre outros. 

PERDAS MATERIAIS
No caso de inundação, a água contaminada provoca danos corrosivos em máquinas e em equipamentos elétricos que ficaram imersos.
A fim minimizar os danos da corrosão, é necessário que se faça imediatamente à ação preventiva (manutenção e limpeza) dos equipamentos e máquinas afetadas.
Os elementos mais comuns causadores da oxidação e corrosão  são o equipamento exposto à água e ao oxigênio.

Os principais danos provocados pela inundação: 
1.motores, os geradores, os controladores, os acionadores de partida, os switchboards, etc.
2.motores diesel, as engrenagens de redução,  máquinas girantes, sistema hidráulico, etc
3.matéria prima  e mercadoria (dependendo do tipo, perda total)
O processo de ação preventiva (limpeza e manutenção)  deve ser imediato para reduzir as perdas devido à exposição a sais ácidos ou da água contaminada  aos metais e/ou equipamentos elétricos.

MEDIDAS DE SEGURANÇA
O desastre natural, diferente do incêndio é impossível de evitá‑lo previamente. Portanto, quanto à medida é essencial minimizar os danos e mesmo havendo danos, restaurar o mais rápido possível.
O comitê  de segurança (responsável pela elaboração de normas relacionadas a segurança e sua execução), deve preparar as normas de medidas de segurança, com relação a desastres naturais  (vendaval e inundação)  e manual de procedimentos dos funcionários.
Nos manuais devem ter regras como se preparar caso haja a possibilidade de ocorrência de vendaval, tromba d'água, inundação, etc.
Por outro lado é essencial diminuir o tempo de paralisação de operação e  minimizar  seu  prejuízo,  deixando  em  alerta  os  funcionários, encarregados da execução  do plano de restauração de operação após desastre e mantendo o material necessário para esta emergência (bomba de sucção, lonas plásticas, materiais utilizados na secagem de equipamentos).

Curiosidades sobre chuva, meio ambiente e vazamento de água

■ Intensidade de chuva de 1mm/h – equivale a 1.000 litros por metro quadrado
■ Dependendo o tipo de árvore e vegetação existente no local -  de 40% a 50%  da precipitação de água é absorvida pela vegetação.
  
Torneira em gotejamento
46 litros
Torneira com abertura de 1mm
2.068 litros
Torneira com abertura de  2mm
4.512 litros
Torneira com abertura de 6mm
16.400 litros
Torneira com abertura de 9mm
25.400 litros
Torneira com abertura de 12mm
33.984 litros
Fonte : Sabesp - SP

Fonte : @ZR, Tokyo Marine Insurance, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Impactos devido as inundações ribeirinhas, IRI Sentinel – Third Quartier – 1997 - “Flood”

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posted by ACCA@7:00 AM