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domingo, abril 28, 2013

O perigo em duas rodas

Sete em cada dez indenizações pagas nos últimos nove meses de 2012 pelo Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores (DPVAT) destinaram-se a vítimas de acidentes com motos. Dados do Ministério da Saúde, divulgados em junho, mostra­ram que no primeiro semestre de 2012, 77.113 motociclistas foram internados, o que representou um custo de R$ 96 milhões ao sistema público de saúde. 

 NÚMERO DE MOTOS CRESCEU 
Segundo estimativas do Denatran, o número de motos no País quadruplicou em uma década, passando de 5 milhões para 20 milhões, o que representa 27% da frota nacional de veículos. São muito grandes as dificuldades para adequar a saturada malha viária a esse modo de transporte, o que favorece o aumento dos índices de violência no trânsito. E a disputa cada vez mais acirrada por cada centímetro de asfalto prevalece sobre os esforços de conscientização de motoristas e motociclistas a respeito de uma conduta mais prudente. 

VÍTIMAS 
Por morte, invalidez permanente ou reembolso de despesas médicas ou hospitalares decorrentes de acidentes de trânsito, foram pagas 355.647 indenizações, entre janeiro e setembro de 2012, o que representa aumento de 39% em relação ao mesmo período de 2011, num total de R$ 1,6 bilhão. 

Segundo dados do Ministério da Saúde; 
 ■ aproximadamente 40% dos óbitos de motociclistas ocorrem na faixa etária de 20 a 29 anos. 
 ■ O porcentual sobe para 62% na faixa ampliada de 20 a 39 anos e 
 ■ chega a 88%, na de 15 a 49 anos. Quase 90% são homens. 

 ESTATÍSTICAS DO GOVERNO 
■ O último levantamento do governo federal mostra que em 2010 o número de mortos no trânsito chegou a 40.989.0 total de motociclistas que perderam a vida em acidentes em todo o País chegou a 13.452, o que representa 32,81% do total registrado.
■ Nos últimos 15 anos, a taxa de mortalidade de quem dirige moto aumentou quase nove vezes. 
■ Enquanto a venda de motos aumentou 559% entre 1996 e 2010, as mortes causadas por acidentes com esse veículo cresceram 1.358%, segundo estudo feito pela Volvo. 

 EDUCAÇÃO E CAPACITAÇÃO 
 O Conselho Nacional de Trânsito (Contran), por sua vez, instituiu no início de agosto d 2012, o treinamento obrigatório para motofretistas e mototaxistas. Campanhas educativas também foram desenvolvidas pelos governos em vários Estados e municípios. O elevado número de acidentes com morte, porém, indica que ainda há muito a fazer. É preciso adotar medidas destinadas a melhorar a educação e a capacitação de condutores. Intensificar os treinamentos de pilotagem defensiva e tornar mais efetivos os processos de reciclagem para infratores são também ações recomendadas pelos especialistas em segurança no trânsito. A isso deveriam se somar uma fiscalização mais rigorosa e o desenvolvimento da engenharia de tráfego, para facilitar a circulação de motos Desenvolver a cultura da segurança no trânsito, desde a pré-escola, é tão importante quanto a inclusão dos empresários do setor de motofrete e mototáxi e seus clientes entre os protagonistas desse esforço. 

 DEFENSAS METÁLICAS OU GUAR-RAILS: PERIGOSOS 
Os guard-rails utilizados em avenidas de grande movimento e estradas brasileiras, por exemplo, são responsáveis por mais de 15% das mortes em acidentes com motos por causa dos ferimentos provocados nos motociclistas que se chocam ou são lançados contra essas estruturas. É preciso colocar em prática, com urgência, medidas capa­zes de reduzir essa matança. Fonte: O Estado de S. Paulo - 17/12/2012
 

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sexta-feira, julho 01, 2011

Acidentes com motociclistas: As seqüelas

De 3 motociclistas internados, 1 fica com sequela
Pesquisadores acompanharam 255 motoqueiros em instituto do HC; de 84 que precisaram de internação, 69 ficaram inativos por mais de seis meses

Oito em cada dez motociclistas internados no Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) do Hospital das Clínicas de São Paulo permaneceram mais de seis meses afastados do emprego, inativos, vítimas de lesões limitadoras como fraturas, problemas neurológicos e até amputações.

De acordo com dados do levantamento médico do IOT, que acompanhou durante seis meses 255 motociclistas atendidos pelo Instituto;
■ mais da metade dos 84 pacientes que precisaram de internação após acidente de moto apresentou fratura exposta,
■ um terço teve sequela permanente e
■ 15%, paraplegia ou amputação.
Nesse universo, o trabalho do IOT estima em R$ 3 milhões os gastos do Instituto para tratamento das lesões graves dos motociclistas - na média, esse grupo ficou 18 dias internado.

ALERTA MÉDICO
Para os médicos do IOT, os números servem como mais um alerta sobre os riscos que envolvem a rotina dos motoqueiros no trânsito de São Paulo.
"O foco do nosso trabalho não é o acidente fatal, mas aquele em que a vítima sobreviveu. Constatamos que o tempo de inatividade é grande e o grau de lesões graves e complexas, alto, com casos de invalidez", afirma o médico Marcelo Rosa de Rezende.

ACIDENTES - EPIDEMIA
A maioria dos acidentes ocorreu em colisões com carro e mais de 70% dos acidentados disseram conhecer as leis de trânsito e não terem sido imprudentes. Sessenta e seis por cento dos acidentes aconteceram no horário comercial e 71% dos envolvidos são jovens no auge da produtividade.

Dos pacientes acompanhados, 12% tiveram lesões neurológicas periféricas. "Além de gerar um alto custo para o Estado, muitos desses pacientes terão consequências para o resto da vida", destaca o médico Marcelo Rosa, acrescentando que os acidentes de moto já devem ser vistos como uma epidemia. "É necessária uma ampla mobilização, envolvendo a sociedade civil, autoridades e, inclusive, as fabricantes de motocicletas", completa.

MORTES
Em 2010, segundo dados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), ocorreram 478 mortes de motociclistas na capital, número 11,7% maior do que o registrado no ano anterior.

AS SEQÜELAS SOCIAIS
O acidente com motocicleta gera grandes danos para o acidentado, seus familiares e para toda a sociedade. Além das vultosas despesas financeiras para tratamento e reabilitação, os acidentes trazem conflitos emocionais para todos os envolvidos, inclusive com mudanças drásticas nas condições de uma vida ativa para uma condição de dependência.

DADOS DE 2008
Levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Segurança do Trânsito, com base em registros policiais e hospitalares, estimou;
■ em mais de 10 mil o número de mortes e
■ em cerca de 500 mil o número de feridos e mutilados em acidentes com motos no país.

Além das tragédias humanas e familiares por trás dessa assustadora estatística, esses acidentes, a maioria dos quais decorre, diretamente, da imprudência e total desrespeito às leis do trânsito dos condutores desses veículos, tiveram um custo público de R$ 8 bilhões. Os dados referem-se a 2008. As estatísticas do massacre crescem com rapidez cada vez maior. Nos últimos 10 anos, este tipo de acidente aumentou 1.000%. Atualmente, a cada minuto, uma pessoa morre ou é mutilada em decorrência desses eventos no país.

Para Dirceu Rodrigues, diretor da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), as soluções urbanas passam pela criação de corredores exclusivos. "Veículos leves necessitam de locais próprios. Pedestres, ciclistas e motociclistas são os três grupos mais desprotegidos em nosso trânsito."

Conseqüências
Dos 255 acidentados acompanhados durante seis meses, 84 precisaram de internação, em boa arte com lesões sérias
■82% ficaram mais de seis meses afastados
■71% dos internados tinham até 30 anos
■54% dos internados tiveram fratura expostas
■35% tiveram seqüelas temporárias
■32% tiveram seqüelas permanentes
■15% ficaram paraplégicos ou sofreram amputações
R$ 3 milhões foi o custo aproximado de internação dos acidentes de moto acompanhados pela equipe médica. Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clinicas

Fonte: Estadão - 30 de junho de 2011

Comentário
Levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Segurança do Trânsito, com base em registros policiais e hospitalares, estimou;
■ em mais de 10 mil o número de mortes e
■ em cerca de 500 mil o número de feridos e mutilados em acidentes com motos no país.
Além das tragédias humanas e familiares por trás dessa assustadora estatística, esses acidentes, a maioria dos quais decorre, diretamente, da imprudência e total desrespeito às leis do trânsito dos condutores desses veículos, tiveram um custo público de R$ 8 bilhões. Os dados referem-se a 2008. As estatísticas do massacre crescem com rapidez cada vez maior. Nos últimos 10 anos, este tipo de acidente aumentou 1.000%. Atualmente, a cada minuto, uma pessoa morre ou é mutilada em decorrência desses eventos no país.
A frota estimada é de 10,6 milhões de unidades, das quais 62% têm até cinco anos de idade. Na última década, o número de motocicletas cresceu pelo menos 325% (Denatran)

PROBABILIDADE DE MORTE
Pesquisas do Denatran e do Ipea indicam;
■ que a chance de um acidente com moto levar a óbito é de 71%, dez vezes mais do que o automóvel.
■ para a geração de sequelas. Ainda que sob suspeita de estimativa, o consenso é que 70% dos sobreviventes venham a carregar por toda a vida os efeitos de sua queda.

NOS ESTADOS UNIDOS
Frota estimada de motocicletas: 9.500.000
Mortes em 2009: 4.762, dado Governors Highway Safety Association (GHSA)
■ Custo de tratamento durante o período de 12 meses, acompanhados em média 20 meses de tratamento de reabilitação ou retorno para tratamentos agudos. Cerca de 63% da despesa é paga por fundos públicos. Cerca de 23% dos custos são para reabilitação. - US$ 48.933,00 (Jama - Journal of the American Medical Association)

QUEM PAGA?
Todos pagam quando um motociclista é ferido gravemente. Você pode falar sobre a liberdade de escolha, mas quando outras pessoas têm de pagar pelas conseqüências dessa escolha, então não é liberdade de escolha. James Champagne Executive Director, Louisiana Highway Safety Commission

Vídeos:
Atenção: São cenas fortes e chocantes

Vídeo:


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