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sexta-feira, julho 01, 2011

Acidentes com motociclistas: As seqüelas

De 3 motociclistas internados, 1 fica com sequela
Pesquisadores acompanharam 255 motoqueiros em instituto do HC; de 84 que precisaram de internação, 69 ficaram inativos por mais de seis meses

Oito em cada dez motociclistas internados no Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) do Hospital das Clínicas de São Paulo permaneceram mais de seis meses afastados do emprego, inativos, vítimas de lesões limitadoras como fraturas, problemas neurológicos e até amputações.

De acordo com dados do levantamento médico do IOT, que acompanhou durante seis meses 255 motociclistas atendidos pelo Instituto;
■ mais da metade dos 84 pacientes que precisaram de internação após acidente de moto apresentou fratura exposta,
■ um terço teve sequela permanente e
■ 15%, paraplegia ou amputação.
Nesse universo, o trabalho do IOT estima em R$ 3 milhões os gastos do Instituto para tratamento das lesões graves dos motociclistas - na média, esse grupo ficou 18 dias internado.

ALERTA MÉDICO
Para os médicos do IOT, os números servem como mais um alerta sobre os riscos que envolvem a rotina dos motoqueiros no trânsito de São Paulo.
"O foco do nosso trabalho não é o acidente fatal, mas aquele em que a vítima sobreviveu. Constatamos que o tempo de inatividade é grande e o grau de lesões graves e complexas, alto, com casos de invalidez", afirma o médico Marcelo Rosa de Rezende.

ACIDENTES - EPIDEMIA
A maioria dos acidentes ocorreu em colisões com carro e mais de 70% dos acidentados disseram conhecer as leis de trânsito e não terem sido imprudentes. Sessenta e seis por cento dos acidentes aconteceram no horário comercial e 71% dos envolvidos são jovens no auge da produtividade.

Dos pacientes acompanhados, 12% tiveram lesões neurológicas periféricas. "Além de gerar um alto custo para o Estado, muitos desses pacientes terão consequências para o resto da vida", destaca o médico Marcelo Rosa, acrescentando que os acidentes de moto já devem ser vistos como uma epidemia. "É necessária uma ampla mobilização, envolvendo a sociedade civil, autoridades e, inclusive, as fabricantes de motocicletas", completa.

MORTES
Em 2010, segundo dados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), ocorreram 478 mortes de motociclistas na capital, número 11,7% maior do que o registrado no ano anterior.

AS SEQÜELAS SOCIAIS
O acidente com motocicleta gera grandes danos para o acidentado, seus familiares e para toda a sociedade. Além das vultosas despesas financeiras para tratamento e reabilitação, os acidentes trazem conflitos emocionais para todos os envolvidos, inclusive com mudanças drásticas nas condições de uma vida ativa para uma condição de dependência.

DADOS DE 2008
Levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Segurança do Trânsito, com base em registros policiais e hospitalares, estimou;
■ em mais de 10 mil o número de mortes e
■ em cerca de 500 mil o número de feridos e mutilados em acidentes com motos no país.

Além das tragédias humanas e familiares por trás dessa assustadora estatística, esses acidentes, a maioria dos quais decorre, diretamente, da imprudência e total desrespeito às leis do trânsito dos condutores desses veículos, tiveram um custo público de R$ 8 bilhões. Os dados referem-se a 2008. As estatísticas do massacre crescem com rapidez cada vez maior. Nos últimos 10 anos, este tipo de acidente aumentou 1.000%. Atualmente, a cada minuto, uma pessoa morre ou é mutilada em decorrência desses eventos no país.

Para Dirceu Rodrigues, diretor da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), as soluções urbanas passam pela criação de corredores exclusivos. "Veículos leves necessitam de locais próprios. Pedestres, ciclistas e motociclistas são os três grupos mais desprotegidos em nosso trânsito."

Conseqüências
Dos 255 acidentados acompanhados durante seis meses, 84 precisaram de internação, em boa arte com lesões sérias
■82% ficaram mais de seis meses afastados
■71% dos internados tinham até 30 anos
■54% dos internados tiveram fratura expostas
■35% tiveram seqüelas temporárias
■32% tiveram seqüelas permanentes
■15% ficaram paraplégicos ou sofreram amputações
R$ 3 milhões foi o custo aproximado de internação dos acidentes de moto acompanhados pela equipe médica. Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clinicas

Fonte: Estadão - 30 de junho de 2011

Comentário
Levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Segurança do Trânsito, com base em registros policiais e hospitalares, estimou;
■ em mais de 10 mil o número de mortes e
■ em cerca de 500 mil o número de feridos e mutilados em acidentes com motos no país.
Além das tragédias humanas e familiares por trás dessa assustadora estatística, esses acidentes, a maioria dos quais decorre, diretamente, da imprudência e total desrespeito às leis do trânsito dos condutores desses veículos, tiveram um custo público de R$ 8 bilhões. Os dados referem-se a 2008. As estatísticas do massacre crescem com rapidez cada vez maior. Nos últimos 10 anos, este tipo de acidente aumentou 1.000%. Atualmente, a cada minuto, uma pessoa morre ou é mutilada em decorrência desses eventos no país.
A frota estimada é de 10,6 milhões de unidades, das quais 62% têm até cinco anos de idade. Na última década, o número de motocicletas cresceu pelo menos 325% (Denatran)

PROBABILIDADE DE MORTE
Pesquisas do Denatran e do Ipea indicam;
■ que a chance de um acidente com moto levar a óbito é de 71%, dez vezes mais do que o automóvel.
■ para a geração de sequelas. Ainda que sob suspeita de estimativa, o consenso é que 70% dos sobreviventes venham a carregar por toda a vida os efeitos de sua queda.

NOS ESTADOS UNIDOS
Frota estimada de motocicletas: 9.500.000
Mortes em 2009: 4.762, dado Governors Highway Safety Association (GHSA)
■ Custo de tratamento durante o período de 12 meses, acompanhados em média 20 meses de tratamento de reabilitação ou retorno para tratamentos agudos. Cerca de 63% da despesa é paga por fundos públicos. Cerca de 23% dos custos são para reabilitação. - US$ 48.933,00 (Jama - Journal of the American Medical Association)

QUEM PAGA?
Todos pagam quando um motociclista é ferido gravemente. Você pode falar sobre a liberdade de escolha, mas quando outras pessoas têm de pagar pelas conseqüências dessa escolha, então não é liberdade de escolha. James Champagne Executive Director, Louisiana Highway Safety Commission

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Atenção: São cenas fortes e chocantes

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