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segunda-feira, abril 13, 2015

Incêndio em tanque de 15 milhões de litros na Replan em 1993

Um reservatório com 15 milhões de litros de óleo diesel pegou fogo por 12 horas, desde a madrugada, às 3h30min, 8 de janeiro de 1993, na Replan, Refinaria de Paulínia. O maior incêndio da história da refinaria foi provocado por um raio.  

CORPO DE BOMBEIROS  E BRIGADAS
Foi acionado o PAM (Plano de Auxílio Mútuo de Paulínia) e cerca de 100 bombeiros das guarnições de Bombeiros de Paulínia e Campinas e além da equipe da Replan, estavam no local, equipes das Refinarias de S. J. dos Campos, Cubatão, da empresa Rhodia.  Cerca de 100 homens e 14 carros de bombeiros foram mobilizados para tentar apagar o fogo.  

TANQUE
Característica: 43 m de diâmetro e 12 m de altura


CAUSA
Segundo o engenheiro Luiz Gonzaga de Medeiros, chefe do setor de engenharia,  os reservatórios tem uma válvula de pressão e vácuo. No espaço interno do tanque onde não ao há diesel, forma-se uma mistura inflamável de óleo diesel e gás. A medida que o tanque vai se enchendo, os gás escapa pela válvula e depois se dissipa no ar. O raio caiu sobre esse gás que estava ao redor do reservatório.
Todos os tanques e equipamentos são aterrados, para evitar explosões.Também há pára-raios em todoas as unidades da refinaria.

COMBATE AO FOGO
As labaredas do incendio chegaram a 40 m de altura, envolvidas por um cogumelo de fumaça preta de 200 m. A nuvem pretapode ser vista dos bairros mais altos de Campinas até a regiao de Americana.
O combate ao incêndio foi difícil porque a tampa do tanque foi atirada sobre as válvulas do reservatório. Isso impediu a retirada do combustível armazenado. A tubulação externa também ficou danificada. A alternativa foi lançar espuma química em cinco jatos simultâneos, mas o vento forte fez fracassar duas tentativas. Na terceira tentativa os bombeiros obtiveram sucesso. Caso falhassem, eles iriam manter o resfriamento e deixar o fogo consumir o óleo, o que demoraria de três a quatro dias.
Para extinguir totalmente o fogo foram utilizados seis canhões de lançamentos de espuma com uma vazão média por canhão de 500 GPM  que juntos lançaram cerca de 25 mil litros de espuma. O fogo foi extinto em 45 min. O fogo começou às 3h 30min (madrugada) e só foi debelado às 15h 30min.

MEIO AMBIENTE
Segundo a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), não houve prejuizos ao meio ambiente e serão feitas análises da qualidade do ar.

PREJUIZOS
Os prejuízos serão de cerca de 2 milhões de dólares (hoje, 4 milhões de dólares), segundo o chefe do setor de engenharia da Replan, Luiz Gonzaga de Medeiros. É o custo do tanque, mais os 7,5 milhões de litros de diesel queimados, disse. 
O combustível queimado corresponde ao consumido por 25% da frota nacional de veículos a diesel durante 24h. O prejuízo será coberto pela Seguradora. A construção do novo tanque vai demorar 24 meses. Esse foi o terceiro incêndio do tipo na refinaria e o segundo provocado por raios.


PRODUÇÃO
Com o incêndio a Replan deixou de processar 200 mil barris de petróleo. A produção de diesel, nafta, óleo e querosene também foi interrompida. A produção de gasolina e GLP ( gás de cozinha) não parou. A distribuição não será afetada. O estoque de diesel costuma variar entre 100  e 130 milhões  de litros e o de gasóleo para produção de gasolina e gás de cozinha devem durar vários dias, disse o engenheiro Luiz Gonzaga de Medeiros.

REPLAN
A Replan, Refinaria de Paulinia é a maior refinaria do país. Ela produz 300 mil barris de derivados por dia, 25% da produção nacional. Folha de São Paulo 09 de janeiro de 1993
Fontes: Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo, 9 de Janeiro de 1993

Comentário: Na madrugada do dia 08 de janeiro de 1993 um raio atingiu uma emanação de gás num respiro na tampa de um dos tanques de óleo diesel da Replan, Refinaria da Petrobrás em Paulínia no Estado de São Paulo. Deste incidente decorreu um dos maiores incêndios já registrados em instalações semelhantes no Brasil.

ANÁLISE DO RISCO:
Diâmetro do Tanque: 46 metros (maior que a largura mínima de um campo de futebol que é de 45 metros) Altura do tanque: 11 metros (equivalente a um prédio de 3 andares)
Conteúdo – Combustível: óleo diesel refinado
Área Superficial: 1662 m2

EQUIPAMENTO UTILIZADO:
Os equipamentos abaixo foram usados na extinção propriamente dita, à exceção dos utilizados no resfriamento, e representam os canhões efetivamente aplicados, assim como seus caminhões de abastecimento:
Canhão monitor tipo SW 16-24; 2 unidades
Canhão monitor tipo Hydro Foam HF 500: 2 Unidades
Canhão monitor tipo GFM 200 2000 LPM: 1 unidade
Canhão monitor tipo Big Body LW 700: 1 unidade
Canhão monitor tipo Big Body LW 1000: 1 unidade
Caminhão Autobomba Tanque, capacidade 1500 GPM: 4 unidades


ATAQUE
O primeiro ataque não contou com a ajuda da direção do vento, tornando insatisfatório  o alcance a conseqüente abordagem ao tanque.
Na segunda tentativa, os canhões se encontravam alinhados no interior do dique de contenção e seguiam a tática traçada originalmente, ou seja, os canhões de maior volume seriam utilizados para a entrada e formação do tapete inicial, cabeça de ponte, para que o conteúdo dos demais canhões pudesse ser distribuído afim de se obter a densidade adequada de solução água e extrato.

O sucesso da operação só pôde ser constatado após 25 minutos de aplicação contínua, pelo fato de, a nosso ver, as bombas de deslocamento positivo de extrato de espuma não estarem dosando de forma correta, pois elas trabalharam a uma pressão superior em 2 bar da pressão da bomba de abastecimento de água. Estando as bombas principais operando a pressões de 14 a 15 bar, certamente as válvulas de retorno das bombas de dosagem estavam em operação, retomando o excedente ao tanque de extrato
Pela ausência da correta proporção, passamos a introduzir extrato de espuma diretamente nos monitores, enriquecendo se assim a mistura final e acelerando a extinção do incêndio, mantendo-se a taxa média de aplicação.
As chamas que já haviam se abalado neste período, finalmente se arrefeceram a partir dos 35 minutos  e foram extintas totalmente em 40 minutos. Gifel Engenharia de Incêndio

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quinta-feira, abril 09, 2015

Incêndio de grande proporção em tanque de etanol na Austrália

Um grande incêndio em um tanque de etanol de sete milhões  de litros, provocado por uma explosão em um local próximo a uma siderúrgica em Port Kembla, Austrália, esperava queimar-se completamente durante a madrugada, disseram os bombeiros.
O fogo, irrompeu aproximadamente às 10 h de quarta-feira, 28 de Janeiro de 2004,  no tanque de propriedade de Manildra Group. A explosão sacudiu a área num raio de 25 km e provocou  um grande incêndio, que está lançando chamas e fumaça negra a 100 metros de altura .

EVACUAÇÃO DA ÁREA
O sargento John Klepczarek, do comando da área policial da região sudeste disse, que a explosão e as chamas colocaram em risco limitado às áreas circunvizinhas.
"A localização do incêndio no meio de uma área industrial pesada, e apenas alguns quilômetros da costa leste, indica que não existe perigo real," disse o sargento Klepczarek. Foram evacuadas mais de 200 pessoas logo após a explosão, às 10 h,  quando uma zona da exclusão de 500 metros foi estabelecida, por receio que as chamas poderiam propagar-se para os tanques adjacentes, contendo milhões de litros de óleo cru e óleo diesel marítimo.

TESTEMUNHAS DA EXPLOSÃO
Um zumbido agudo podia ser ouvido a distância  de 500 metros, momento antes da grande explosão. Diversos trabalhadores foram vistos caminhando no local, no instante em que o tanque explodiu. Jim Cergovski, 35, trabalhando no escritório da National Hire, localizado a 50 metros do tanque quando sentiu a explosão."Parecia como um avião a jato aproximando para aterrissar," ele disse."Corri para ver que ruído era, então o teto do tanque voou quase 40 metros. Quando veio abaixo todos começaram a debandar. Eu não sabia o que estava acontecendo, a temperatura do meu corpo mudou, era como receber um jato de ar  quente instantâneo. Literalmente tremi dos pés a cabeça.  Para ser honesto, pensei que o mundo estava chegando ao fim" ele disse. Cergovski, e as demais pessoas próximas, correram para salvar suas vidas.

COMBATE AO FOGO
As brigadas de incêndio estavam no local em questões de minutos e concentravam seus esforços para controlar o incêndio e evitar a sua propagação para os demais tanques.
Os bombeiros combatiam o incêndio com uma estratégia defensiva, protegendo os tanques circunvizinhos do calor radiante. Os bombeiros estavam apenas lançando água, formando uma “cortina d’água” em volta das chamas, disse o superintendente dos bombeiros, Robert Comerford.
"Se a situação mudasse em termos de direção e força do vento, consideraríamos utilizar  a espuma para abafar as chamas.Entretanto ele disse que a estratégia de procedimento em relação ao calor radiante era atualmente suficiente” ele disse. Foram enviados de Sidney a Port Kembla 100.000 litros de espuma
O inspetor Bob Brown, coordenador de resposta de incêndio do Corpo de Bombeiros, disse que era necessária uma grande quantidade de espuma. "Porque é um incêndio com base a álcool e colocamos um cobertor de espuma sobre o fogo para eliminar o oxigênio e quebrar o ciclo da combustão,” ele disse.

ATAQUE INICIAL AO INCÊNDIO
No final da tarde, 30.000 litros de espuma retardante ao fogo foi despejada por um helicóptero especial de combate ao fogo, porem não extinguiu as chamas, devido a sua intensidade. O superintendente Robert Comerford,  disse: "Deixaremos queimar-se agora."
Mais de 100 bombeiros estão controlando o incêndio. “Uma outra tentativa para extinguir o incêndio será  feita  amanhã. Neste estágio prevemos que o incêndio por toda à noite e à medida que o combustível diminui, nas primeiras horas de manhã, restabeleceremos um ataque com espuma,” Robert Comerford disse.
 “A velocidade de resposta das equipes de incêndio e decisão de concentra se no resfriamento dos dois tanques de combustíveis distante 15 metros do tanque em chamas, tinha contido as chamas e impediu danos em grande escala na infraestrutura da área.. Havia aproximadamente seis tanques próximos.Estaríamos olhando uma catástrofe, um desastre em grande escala (se o tanque explodisse)," disse o superintendente Comerford. Os carros estacionados a 60 metros de distância,  além da rodovia tiveram suas lanternas traseiras derretidas.

DESCONHECIMENTO DO CONTEÚDO DOS TANQUES ADJACENTES
Não sabíamos exatamente quais as substâncias que estavam nos tanques adjacentes ao tanque de etanol em chamas, embora a brigada de incêndio confirmasse que havia pelo menos um tanque cheio com óleo diesel marítimo e outro com óleo cru.

A EXPLOSÃO DANIFICOU AS INSTALAÇÕES DE INCÊNDIO DO TANQUE
"Quando o teto do tanque foi arremessado devido à explosão, ele caiu exatamente nas instalações de proteção contra incêndio do tanque, que imediatamente tornou-se inoperante, assim como ocorreu parcialmente com o sistema de água," disse Mullins, comissário do Corpo de Bombeiros.

ATAQUE FINAL
Às 6 h , 29 de janeiro de 2004,  iniciou um ataque intensivo com espuma lançado pelos bombeiros e por helicóptero.
Mais de 20.000 litros da espuma foram usados cobrir o tanque de etanol em chamas  Esta cobertura de espuma sufocou as chamas e interrompeu a queima do restante do etanol .
O comissário do Corpo de Bombeiros, Greg Mullins, declarou que o ataque de espuma foi um sucesso completo.
"O calor das chamas era tão intenso que os bombeiros tiveram que utilizar auto-escadas, usadas normalmente para incêndio em edifícios altos e potentes esguichos reguláveis para aplicar a cobertura de espuma que abafou o fogo. Esta estratégia complexa de ataque foi executada sob condições adversas," disse o comissário Mullins.
Mais de 150 bombeiros foram envolvidos na operação que durou 18 horas. O comissário Mullins elogiou os esforços dos bombeiros para confinar o fogo inicialmente no tanque de etanol e impedindo o que poderia ter sido um desastre econômico e ambiental.
“As chamas apagou se aproximadamente as 6 h 30 min, porém  14 equipes de bombeiros continuariam jogando água no tanque para  garantir a operação  rescaldo. As equipes ainda estarão no local trabalhando o dia inteiro para manter o tanque resfriado até reduzir a sua temperatura, que impedirá a sua reignicao," Greg Mullins disse. Seriam ainda muitas horas antes que a temperatura do tanque fosse  baixa suficiente  para que os peritos começassem a investigação sobre a causa do incêndio

CONTAMINAÇÃO DO MEIO AMBIENTE
A Agência de Proteção do Meio Ambiente disse que as emissões do incêndio não eram tóxicas e não causavam impacto na comunidade local. O gerente regional da Costa Sul da agência , Trevor Jones , disse que uma equipe de cinco funcionários foram ao  local após a explosão para monitorar as emissões.
"A temperatura está favorável, o vento está razoavelmente calmo e as emissões do incêndio  não estão causando impacto na comunidade local e o calor extremo do incêndio  significou que os hidrocarbonetos provenientes do fogo e da combustão do etanol não eram tóxicos. A agência recebeu inúmeras chamadas dos moradores preocupados com a fumaça produzida pelo incêndio, mas poderia assegurar que as emissões não eram tóxicas” Trevor Jones disse.

CAUSA PROVÁVEL
O superintendente do Corpo de Bombeiros Gary Hodson disse que a origem do incêndio era desconhecida. "O incêndio não é suspeito (criminoso) o que temos visto neste estágio," ele disse. "Um relatório está sendo preparado para o responsável pela investigação e a ação criminosa foi descartada"
 “Os  incêndios como este que ocorreu era provavelmente resultante de uma faísca ou chama aberta próxima ao tanque. Na realidade o teto foi arremessado nesta explosão,  sugere que uma chama aberta  foi conduzida próxima a uma abertura,"  Trevor Jones disse. Momento antes da explosão dois trabalhadores que estavam no teto do tanque já tinham descido quando ocorreu  a explosão e saíram ilesos.

MULTAS E PENALIDADES
O porta voz da agência de proteção do meio ambiente, Dengate, disse que um inquérito começará para determinar o que causou a explosão e o incêndio e se alguma ação legal será tomada contra a empresa.
"O faremos é investigar precisamente o que aconteceu no local com o propósito de solucionar algo que tenha ocorrido que seja desfavorável, que justificaria promover uma ação legal, ou é um desses incidentes muito improváveis de acontecer novamente e a companhia tinha proteções apropriadas e controles adequados",  Dengate disse.
Os proprietários do tanque, a empresa Manildra Group, poderiam enfrentar acusação e multas no valor de até US$1,5 milhão se forem culpados das infrações cometidas  em relação  às normas  ambientais e de segurança.

VITIMAS
Ninguém morreu na explosão, embora um trabalhador de 56 anos, foi levado ao hospital  com queimaduras leves e escoriações. Um trabalhador que foi considerado como desaparecido, foi localizado posteriormente.

POSIÇÃO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES
Em conseqüência da explosão, o sindicato está exigindo uma força tarefa nacional  para investigar a segurança  dos locais de armazenamento de gás e combustíveis.
O sindicato dos trabalhadores australianos disse que foi um milagre, ninguém morreu na explosão espetacular, uma vez que 5000 pessoas trabalham na siderurgia BHP Bluescope, próxima ao local do incêndio.
"Incidentes tais como; este em Port Kembla, a explosão da planta do gás de Santos em Moomba e o incidente em Longford em 1998 não deveriam acontecer"  disse o secretario nacional do sindicato Bill Shorten.
"Centenas de trabalhadores foram colocados em risco. Agora necessitamos determinar porque isto aconteceu”.

ESTIMATIVA DE PREJUÍZOS
Valor do tanque estimado em US$ 2,5 milhões.

INVESTIGAÇÃO
Os peritos do Corpo de Bombeiros junto com polícia e da agência de segurança e saúde  ocupacional começarão a investigação sobre a causa do incêndio.

MANILDRA GROUP
O grupo Manildra é a principal força em agroindústria na Austrália. O grupo Manildra é o maior usuário do trigo para finalidades industriais e o principal refinador de açúcar da Austrália.É o principal fornecedor de matéria prima para as industrias alimentícias e de bebidas.
A empresa tem uma presença forte no mercado mundial, operando principalmente nos Estados Unidos. A empresa procura manter a competitividade internacional como vital e estrategicamente continua expandir suas operações internacionais  já substanciais  para conseguir penetração progressiva no mercado mundial 

PORT KEMBLA
Port Kembla está situado a 88 km ao sul de Sidney, Austrália. Encontra-se numa área industrial de Wollongong , que contém as principais indústrias da Austrália, tais como; siderurgias, processamento de metais (estanho e cobre) e indústrias  químicas.
Fontes: The Daily Teelegraph – January 28/29, 2004 ; The Sydney Morning Herald.-January 28/29, 2004, Herald Sun - 29 January 2004 ; NSW Fire Services - 29 January 2004 ; ABC News  - Last Update: Thursday, January 29, 2004 ; Yahoo News - Wednesday January 28, 2004 ; NEWS- 29, January 2004 

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quinta-feira, dezembro 11, 2014

Lembrança: Explosão na Refinaria Duque de Caxias (Reduc)

A  explosão de um reservatório de GLP da  Petrobrás, devido a vazamento, atingiu dois outros,  provocando um incêndio  na Refinaria Duque de Caxias,  com chamas de até 300 metros de altura. Ocorreu, por volta de uma hora da madrugada, quinta-feira, 30 de março de 1972, deixando em pânico os moradores das proximidades, que abandonaram suas residências, sobressaltados com o clarão das labaredas e o forte calor.
No momento em que começaram as explosões, com intervalos de cerca de uma hora, somente estavam trabalhando na refinaria  as equipes de turno e o pessoal de segurança. O operador de plantão recebeu um comunicado do centro de segurança, informando que havia um vazamento num dos reservatórios de gás.
Uma equipe foi deslocada para reparar o vazamento, isolando-o dos demais, pois ele ocupava com mais outros três uma área de cerca de 1 km2. As manobras de reparo não chegaram a ser concluídas, antes que fosse dado o alarme de incêndio e o fogo começasse a dominar os reservatórios, ocorrendo logo em seguida a primeira explosão.

PÂNICO
Chapas metálicas de três toneladas foram atiradas,  a  distância e alguns funcionários foram jogados ao chão, com o deslocamento de ar da primeira explosão, enquanto outros eram inteiramente envolvidos pelas chamas, ficando com as roupas queimadas e perdendo os sentidos.
No mesmo momento, nas localidades próximas a refinaria,  no município Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, milhares de pessoas que acordaram com a explosão deixavam suas casas, com apenas com a roupa do corpo, dirigindo-se para o centro do município e procurando afastar-se o mais possível da rodovia Washington Luis (Rio Petrópolis),  que passa junto àquele parque de refinação da Petrobrás.
Minutos depois da primeira explosão, os guardas da Policia Rodoviária interditaram a rodovia Washington Luis,  impedindo o acesso a Petrópolis e Duque de Caxias. Muitas pessoas, que àquela hora  estavam deixando o Rio,  para aproveitar os feriados da semana santa, abandonaram seus carros a beira da estrada, procurando um local onde ficassem a salvo das explosões, do fogo e do intenso calor desprendido pelas chamas.
O clarão da primeira explosão, a mais forte, que chegou a ser vista por moradores do Leblon e outros bairros distantes muitos quilômetros, fez com que os moradores da Ilha de Governador, próxima do terminal da refinaria, saíssem correndo para a rua  em pânico.
Na avenida Brasil, que dá acesso à rodovia Washington Luis, e nos subúrbios vizinhos, grandes número de pessoas saiu às ruas, pois acordaram com as portas e janelas de suas casas sacudidas pela explosão. 

CORPO DE BOMBEIROS
A guarnição do Corpo de Bombeiros de Campinho foi  a primeira a chegar à refinaria, alguns minutos  depois da primeira explosão, pedindo imediatamente reforços ao Quartel Central, pois não puderam combater o fogo, devido à impossibilidade de se aproximarem do local sem o  risco de serem atingidos por novas explosões.
A dificuldade maior consistia na temperatura elevada que impedia os bombeiros se aproximar dos focos de explosão. Os reforços chegaram logo depois, com cinco guarnições do Méier, duas de Ramos, sete do Quartel Central e todo o contingente da própria refinaria que se juntaram as cinco guarnições de Campinho.
Os bombeiros lançavam jatos de espuma contra as chamas e gritavam para as pessoas mais próximas se afastarem do fogo, recomendando que elas se jogassem ao chão caso notassem qualquer elevação súbita das labaredas.
A maioria das pessoas se afastava do local cega com o clarão do fogo e surdas com os estrondos das explosões, além de quase sufocadas com o intenso calor.

SOCORRO
Logo depois da primeira explosão, foram enviadas  ao local, ambulâncias e socorros de todos os ambulatórios do INPS (Instituto Nacional de Previdência Social.), nas redondezas e dos hospitais Carlos Chagas e Getulio Vargas. As equipes de médicos e enfermeiros começaram logo a dar os primeiros socorros aos feridos. Cerca de 40 ambulâncias estavam estacionadas do lado de fora da refinaria.

EXPLOSÕES SEGUIDAS
Foto-Um pedaço da esfera caiu a 1 km da refinaria. Toda parte superior de um dos tanques (esfera) de GLP,  com diâmetro de 25 m, foi encontrada a quase 1 km do local da explosão, no bairro de Campos Elíseos, em Caxias. O pedaço caiu no centro de um terreno vazio, a 15 m de prédio de apartamentos e a menos de 100 m de um conjunto de tanques com material inflamável da própria refinaria. Funcionários da Petrobrás estiveram no local e verificaram ser impossível remover a peça por inteiro. Terá de ser cortada a maçarico para ser transportado por caminhão.

O trabalho dos bombeiros e das equipes médicas foi  interrompido pelas duas explosões seguintes, que ocorreram por volta de 1h 30 e 2h 30. O local ficou totalmente dominado pelo clarão do fogo e as explosões ensurdecedoras. Médicos, enfermeiros, bombeiros e populares correram para todos os lados, desorientadamente, procurando algum lugar para se proteger, enquanto as ambulâncias e os carros de bombeiros deixavam em disparada o interior da refinaria.
 A última explosão foi seguida de um violento tremor de terra,  que causou ainda mais sobressalto as pessoas que tentavam uma forma de prestar algum socorro aos feridos que, nesse momento, saiam da refinaria aos gritos. Muitos deles caiam ao chão, contorcendo-se de dores das queimaduras e em desespero.

ISOLAMENTO
Alguns minutos após a última explosão começaram a chegar à refinaria 150 soldados da 1ª Cia da Policia do Exercito, que se juntaram aos do VII Batalhão da Policia Militar. A área da refinaria foi imediatamente interditada, sendo afastados do local,  médicos, enfermeiros e bombeiros.
O isolamento foi determinado pelo comandante do I Exército, que esteve no local, acompanhado de outras autoridades civis e militares, por ser a refinaria área de segurança nacional.
O transito na rodovia Washington Luiz já estava totalmente interditado, sendo desviado para as ruas dos subúrbios da Leopoldina.

PARQUE DE ARMAZENAMENTO
O local do incêndio, parque de armazenamento, tinha 26 tanques de petróleo com capacidade total de 5.616 mil barris, 37 tanques de produtos intermediários capazes de guardar 1.292 mil barris, 37 reservatórios para 2.730 mil barris de produtos finais e com instalações suficientes para armazenamento de 7.803 toneladas de gás liquefeito, o parque era o maior da América do Sul.

VÍTIMAS
As vítimas são da Reduc e da Fabor (Fábrica de Borracha Sintética, Petroquisa).
■Em 02 de abril, a  Petrobras informou, informou oficialmente que os mortos eram 25. Feridos são 46, distribuidos em vários hospitais, mas a maioria, os mais graves estão internados na Casa de Saude Santa Teresinha. Essa relação ainda não computa as pessoas desparecidas, estando-se procedendo a um levantamento de todos os operários que estavam trabalhando na hora das explosões, o que pode elevar ainda mais a lista.
■Em 03 de abril, a Petrobrás informou que mais três feridos  morreram aumentando a lista de mortos para 28 e diminuindo o total de feridos para 43, número que tende a baixar porque muitos têm pouca chance de sobrevivência.
Na Casa de Saúde Santa Teresinha estão internados 23 pessoas, das quais 7 em estado grave, ou seja, com mais de 60% do corpo queimado e condições mínimas de sobrevivência.
Nos hospitais da Lagoa, do Andaraí e na Casa de Saúde Santo Antonio, em Caxias, mais 15 feridos têm poucas chances de viver.
Na Casa de Saúde Santa Teresinha, especializada em tratamento de queimados e que recebeu o maior número de feridos, 8 já morreram e apenas um recebeu alta.
Nota de informação da Petrobras de 11/04/1972
■O número de vítimas fatais elevou-se para 38
■Há ainda 35 trabalhadores hospitalizados sendo 2 deles em estado grave.

Obs: As informações sobre as vítimas fatais e feridos finais  diferem de jornais
■ 37 mortes e 53 feridos
■ 42 mortes e deixaram 40 feridos.

PROBLEMA NA RECUPERAÇÃO DOS FERIDOS
Apesar de não terem chegado a ficar com 60%  do corpo atingido, os feridos segundo os médicos estão em estado regular, encontram-se bastante traumatizados com o choque sofrido. Depois que as partes queimadas cicatrizarem, estes homens serão submetidos a banhos esterilizantes, a balneoterapia em tanques de Hubbard, a exercícios de realização e cirurgias plásticas, nas quais serão utilizados enxertos de pele do próprio doente e de outras pessoas.Além de 60 dias hospitalizados, os sobreviventes passarão por um tratamento de recuperação de cerca 120 dias, dependendo do caso. O problema é que este tratamento físico de reabilitação não vai ser suficiente para que eles voltem a ter uma vida normal. Será preciso um longo tratamento psicológico que os faça esquecer o desespero e o choque no momento da explosão.

TESTEMUNHA DO VAZAMENTO
Num leito do hospital, traumatizado com o acidente, Manoel Egidio Filho, auxiliar de segurança da turma contra incêndios, da refinaria Duque de Caxias, diz que estava na área de vazamento do gás quando ocorreram as explosões. Ele disse;
■ Não contava com a explosão. Havia vazamento de gás sim, mas normalmente a válvula vaza, só que desta vez vazou mais forte. Era normal vazar.
■ Eu estava na área quando houve a explosão. Alguns funcionários correram. Não me lembro de mais nada. Acho que fui levado para o posto médico.
■ Os vazamentos de gás são frequentes na refinaria e de hoje, era mais forte que as anteriores, embora não esperassem as explosões.
Manoel Egidio Filho disse que sua equipe entrou no plantão normal, a meia noite e ficou por lá de sobreaviso.
As declarações de Manoel Filho comprovam o vazamento de gás, que provocou as explosões, restando agora se definir se o vazamento que começou na tarde de quarta-feira, quando a equipe da Petrobras tentou controlar o defeito, sem êxito ou se vinha sendo notado há vários meses, sem que os técnicos da empresa soubessem como detê-lo, conforme as versões dadas para o acidente.

OUTRA VERSÃO NÃO OFICIAL
A explosão teve inicio quando um grupo de técnicos tentava descongelar a válvula que era a principal responsável pelo vazamento dos tanques de gás. Até os primeiros minutos da madrugada de quinta-feira, as equipes de emergência tentavam aumentar a umidade do ar em torno do reservatório para diminuir as possibilidades de acidente. 

NOTA DA PETROBRAS SOBRE O ACIDENTE
1-A Petrobras distribuiu a seguinte nota oficial: O incêndio ocorrido na Refinaria Duque de Caxias, iniciado às 24 horas de quinta-feira, 30 de março, foi circunscrito a área de armazenamento de gás liquefeito de petróleo, não atingindo as instalações industriais, o sistema de utilidades, área administrativa, nem o parque de armazenamento de petróleo bruto e de outros produtos. A refinaria está operando normalmente e a Petrobras se empenha em manter a normalidade no abastecimento de gás liquefeito. Houve mortos e os feridos estão hospitalizados, recebendo tratamento adequado.
2-Em 03 de abril, a Petrobras emite outra nota;
No final da jornada de 29/03, durante a operação de drenagem de uma das esferas de armazenamento de GLP, ocorreu, por congelamento, o emperramento de uma das válvulas, provocando vazamento de gás.
O gás difundiu-se no ar, onde, por causa ainda não definida, inflamou-se, levando o fogo para a base da esfera e, logo em seguida, para o seu topo, já nos primeiros minutos do dia 30/03/72. Na ocasião processava-se a passagem de turno de pessoal na refinaria, e, assim, o combate ao incêndio passou a ser realizado por duas brigadas da Reduc, pertencentes a turnos diferentes, auxiliadas, ainda, por um contingente da unidade vizinha, a Fabor, da Petrobras Química S.A, Petroquisa.
Aos 30 minutos de 30/03/72 teve inicio uma serie de explosões, a partir da esfera que se havia incendiado, estendendo-se a vários cilindros de armazenamento de gás existentes na proximidade.
O acidente foi circunscrito a área de armazenamento de GLP, não tendo sido afetados os demais tanques de produtos líquidos, ou as unidades de processamento. Estas últimas foram paralisadas na ocasião, por medida de precaução. Os edifícios administrativos vizinhos á área, sofreram apenas danos de pequena monta. As perdas materiais foram circunscritos praticamente as instalações de armazenamento de GLP.
As perdas são de grande vulto. Até a expedição dessa nota, 3 de abril, o número de mortos se eleva a 28.
Foi constituída, no Departamento Industrial da Companhia (Depin), uma Comissão de Inquérito destinada a esclarecer as causas, circunstâncias e consequências do acidente.
O abastecimento de GLP e dos demais derivados de petróleo não será afetado, uma vez que a própria Reduc  e as outras refinarias da Petrobras possuem condições de atender integralmente a demanda de consumo do País.

PREJUÍZO INICIAL
As 7.800 toneladas de gás destruídas pela explosão deram a Petrobras, num calculo inicial, o prejuízo de CR$ 4.797.000,00.
Obs: Atualização de R$4.797.000,00 de 30-Março-1972 e 30-Novembro-2014 pelo índice IGP-DI - Índice geral de preços (01-02-1944 a 30-11-2014) – R$ 16,5 milhões.
Os tanques de GLP só poderão  ser reconstruídos no prazo de um ano, tempo em que a Refinaria Duque de Caxias terá dar solução de emergência ao problema de armazenamento.
Cada uma das esferas de aço, (reservatórios)  destinadas ao armazenamento  do GLP custa três milhões de dólares e todas são importadas. Valor atualizado – 17 milhões de dólares
A Petrobras, segundo informações,  deverá calcular os novos investimentos a serem feitos para recuperar os danos materiais causados pela explosão, mas já foram tomadas providencias para assegurar normalidade no abastecimento de gás liquefeito.

SEGURO
 A Petrobrás tem seguro contra incêndio que cobre as do parque de tanques e as demais unidades da refinaria afetadas pelas explosões.
Fontes: Folha de São Paulo, 31 de março, 01 a 05 de abril de 1972, Jornal do Brasil, 01 a 12 de abril  de 1972, O Estado de São Paulo, 01 a 05 de abril de 1972.

Comentário
O acidente que ocorreu na Reduc  foi similar o que ocorreu na Refinaria de Feyzin, França em 1996, 15 a 18 mortos, 80 feridos. A válvula congelou-se e emperrou.  Houve ocorrência de Bleve, (Boiling Liquid Expanding Vapour Explosions).
Segundo Trevor Kletz, engenheiro químico, autor do livro What went wrong?
■ Havia apenas uma válvula de dreno. Se os operadores queriam, de fato, reduzir  a pressão pela drenagem da água,  esqueceram de que a pressão da câmara de vapores acima de um liquido é sempre a mesma, não importando a quantidade de liquido presente.
■ Deve instalar na linha de dreno uma válvula de bloqueio de emergência remotamente operada. A válvula de bloqueio de emergência deve ser instalada em tubulações e equipamentos, os quais por experiência são suscetíveis  a vazamentos.

Como ocorre o BLEVE ?
Um BLEVE ocorre quando há ruptura de um tanque sob pressão.
Mas que fenômeno físico ocorre?
Para compreender o fenômeno, devemos levar em consideração os seguintes fatores:
1.A pressão interior do reservatório
Quando o reservatório está aquecido, há um aumento de pressão no seu interior.
2.Quantidade de líquido
Quando o reservatório está aquecido, a substância em seu interior se transforma do estado líquido em estado gasoso. Há uma diminuição da quantidade de líquido no reservatório, aumentando bruscamente a temperatura bem acima do ponto de ebulição.
3.Superfície exposta
O líquido no interior do tanque pode absorver uma parte do calor das paredes do reservatório e diminui a velocidade de seu enfraquecimento. Porém a quantidade de líquido diminui e a superfície do reservatório, exposta e sem defesa, aumenta a sua temperatura.
4.Resistência material do reservatório
A superfície  do reservatório superaquece gradativamente, a resistência do reservatório diminui cada vez mais. A 400o C  o aço perde 30% de sua resistência . A 700o C o aço perde 90% de sua resistência. Em geral a superfície do reservatório superaquece e perde suas propriedades mecânicas, levando à ruptura. Quando a pressão interior aumenta além do que pode suportar o tanque, ele se rompe e o BLEVE ocorre. É  preciso igualmente compreender quanto menor o tanque, mais rapidamente ocorrerá o BLEVE, devido à facilidade de aquecimento, a pressão aumentará no seu interior e as paredes do tanque enfraquecerão.

O BLEVE pode ocorrer em pequenos reservatórios:
           
Dimensões do reservatório
Tempo de resistência do reservatório antes que ocorra o BLEVE
400 litros
3 – 4 minutos
4000 litros
5 – 7 minutos
40.000 litros
8 – 12 minutos

1.Bola de fogo
Se o conteúdo do tanque é inflamável, há nesse caso uma ignição da substância e o resultado será uma bola de fogo. Dos ensaios experimentais efetuados com reservatório contendo propano foram produzidas bolas de fogo com as seguintes características:

Dimensões do reservatório
Raio da bola de fogo
400 litros
18 metros
4000 litros
38 metros
40.000 litros
81 metros
Fonte : Université Queen’s, Kingston – Ontário – Canadá –  A.M. Birk

É igualmente  possível que uma substância não se inflame, após o BLEVE e se disperse sob a forma de nuvem na direção do vento. Ela pode se inflamar, subitamente, a qualquer momento, com conseqüências catastróficas. Se o conteúdo do reservatório não é inflamável (por exemplo, um cilindro de oxigênio líquido) não haverá bola de fogo.

2.Radiação térmica
Se uma bola de fogo for gerada durante o BLEVE, uma importante radiação térmica será produzida. Os intervenientes devem respeitar as distancias mínimas em relação ao reservatório a fim de evitar a radiação. Esta distancia é estabelecida quatro vezes o raio da bola.

Dimensões do reservatório
Raio da bola de fogo
400 litros
Mais ou menos 90 metros
4000 litros
150 metros
40.000 litros
320  metros

3.         Onda de choque
O BLEVE sendo uma explosão é acompanhada de uma detonação e  deslocamento de ar. A única maneira de não ser afetado pela onda de choque é manter se afastado mais longe possível do local da explosão. Respeitando as normas mínimas de aproximação, os intervenientes permanecem fora de alcance dos efeitos da detonação.

4.         Projeção  de fragmentos
Uma das conseqüências mais perigosas do BLEVE é a projeção ou lançamento de fragmentos ou estilhaços. A única constatação que os testes podem estabelecer em face de projeção de fragmentos é que estes são impulsionados principalmente para o lado das extremidades do reservatório. Esta projeção é tão imprevisível  e poucas vezes atingem grandes proporções. Mas nesses ensaios, os fragmentos podem atingir a cerca de 230 metros  do local do BLEVE. Um acidente que ocorreu no Texas – USA, os fragmentos foram encontrados a mais de 1 quilômetro.  É necessário lembrar, mesmo que os intervenientes respeitem as distancias mínimas de aproximação, os fragmentos podem atingí los. A melhor solução é  portanto proceder à evacuação para uma zona estabelecida como segura a 22 vezes o raio da bola de fogo.

Dimensões do reservatório
Raio de evacuação
400 litros
400  metros
4000 litros
800 metros
40.000 litros
1800 metros

Em resumo, as conseqüências de um BLEVE são devastadores. A melhor solução de se proteger dos seus efeitos é afastar, quanto mais longe possível.

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Como ocorre o BLEVE

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terça-feira, novembro 18, 2014

Explosão de líquidos inflamáveis

Pesquisa realizada pela Universidade de Queen’s, Kingston – Ontário – Canadá, sobre explosão de líquidos inflamáveis .  A.M. Birk – pesquisador
Pesquisa financiada por Transport Canadá, direction du transport dês marchandises dangereuses - 1996

1.Bola de fogo
Se o conteúdo do tanque é inflamável, há nesse caso uma ignição da substância e o resultado será uma bola de fogo. Dos ensaios experimentais efetuados com reservatório contendo propano foram produzidas bolas de fogo com as seguintes características:
Dimensões do reservatório
Raio da bola de fogo
400 litros
18 metros
4000 litros
38 metros
40.000 litros
81 metros

2.Radiação térmica
Se a bola de fogo for gerada, uma importante radiação térmica será produzida. Os intervenientes devem respeitar as distancias mínimas em relação ao reservatório a fim de evitar a radiação. Esta distância é estabelecida quatro vezes o raio da bola.   
Dimensões do reservatório
Raio da bola de fogo
400 litros
Mais ou menos 90 metros
4000 litros
150 metros
40.000 litros
320  metros

3.Onda de choque
A explosão é acompanhada de uma detonação e deslocamento de ar. A única maneira de não ser afetado pela onda de choque é manter se afastado mais longe possível do local da explosão. Respeitando as normas mínimas de aproximação,  os intervenientes permanecem fora de alcance dos efeitos da detonação.

4.Projeção  de fragmentos
Uma das conseqüências mais perigosas da explosão é a projeção ou lançamento de fragmentos ou estilhaços. A única constatação que os testes podem estabelecer em face de projeção de fragmentos é que estes são impulsionados principalmente para o lado das extremidades do reservatório. Esta projeção é tão imprevisível  e poucas vezes atingem grandes proporções. Mas nesses ensaios, os fragmentos podem atingir a cerca de 230 metros  do local . Um acidente que ocorreu no Texas – USA, os fragmentos foram encontrados a mais de 1 quilômetro.  É necessário lembrar, mesmo que os intervenientes respeitem as distâncias mínimas de aproximação, os fragmentos podem atingi‑los. A melhor solução é  portanto proceder à evacuação para uma zona estabelecida como segura, 22 vezes o raio da bola de fogo.
Dimensões do reservatório
Raio de evacuação
400 litros
400  metros
4000 litros
800 metros
40.000 litros
1800 metros


Análise de vulnerabilidade
Fonte: Prof. César  Leal – Universidade Federal do Rio Grande do Sul

1.Danos físicos : avaliação de morte e ferimentos
Causas predominantes: radiação térmica,  onda de choque e efeitos tóxicos
2.Danos materiais : danos a equipamentos, instalações, etc
Causas predominantes: ondas de choque e radiação térmica

Cálculo teórico da explosão baseado no propano

Distancia, medida desde o centro da explosão de uma nuvem de gás contendo 25.000 kg de propano,  com as seguintes sobrepressões: 0,03, 0,05 e 0,1 bar.  
Para o nível de sobrepressão  
Distância  calculada
0,1   bar
140 m
0,05 bar
280 m
0,03 bar
466 m

Avaliação dos danos causados por efeitos físicos de sobrepressão
Uma sobrepressão de 0,03 bar, equivale a 3000 N/m2, ultrapassando o valor suportável para o ser humano (200 N/m2).
O que acontece para o ser humano, uma sobrepressão superior a 200 N/m2 (0,002 bar).
Efeitos para o ser humano:
■ morte por hemorragia
■ morte por impacto
■ ruptura dos tímpanos
■ ferimentos por impacto

Por exemplo, uma sobrepressão de 0,5 bar é suficiente para causar ruptura dos tímpanos (61% das pessoas estariam expostas a ruptura de tímpanos. Uma sobrepressão de 1 bar, todas as pessoas expostas,  teriam ruptura dos tímpanos.

Faixa de pressão sonora para o ser humano
O limiar da dor do ouvido humano, encontra-se na faixa de 200 N/m2 .
A faixa audível está entre  2 x 10-5  N/m2   a 200 N/m2

Danos às instalações devido a sobrepressão
Os efeitos para as edificações
■ danos estruturais
■ quebra de vidros

Por exemplo, uma sobrepressão de 0,5 bar, todos  os prédios entrariam em colapso. 

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