CELULARES PODEM INTERFERIR COM MARCAPASSOS E DESFIBRILADORES IMPLANTADOS
Aparelhos eletrônicos usados no nosso dia a dia - incluindo telefones celulares - podem produzir campos magnéticos fortes o suficiente para interferir com aparelhos médicos implantados, ainda que o efeito possa ser definido como "de baixo risco" se os pacientes tomarem os cuidados adequados.
Esta
foi a conclusão de um painel de especialistas reunidos pelo órgão de saúde
norte-americano, a FDA (Food and Drug Administration).
Os
pesquisadores mediram as variações na intensidade dos campos magnéticos e
elétricos em distâncias variadas a partir dos modelos mais recentes de
telefones celulares e relógios inteligentes.
Com
base nos resultados, a entidade sugere que esses aparelhos eletrônicos sejam
mantidos a pelo menos 15 cm de distância dos dispositivos implantados.
RISCO
DOS CELULARES PARA OS IMPLANTES: Marcapassos implantáveis e
desfibriladores-cardioversores fornecem pulsos elétricos que fazem com que as
câmaras do coração se contraiam e bombeiem o sangue a uma taxa apropriada,
salvando a vida de pacientes que sofrem de distúrbios do ritmo cardíaco.
Esses
aparelhos contam com um "modo de segurança", também chamado de
"modo magnético", no qual seu funcionamento é suspenso quando o
paciente precisa passar por algum exame ou procedimento que gera uma forte
interferência eletromagnética, para evitar que o aparelho faça medições
imprecisas da frequência cardíaca e acabe fornecendo pulsos elétricos
inadequados em resposta.
Esse
modo de segurança é ativado por um ímã com uma força de aproximadamente 9 Mt
(megatonelada), cerca de 200 vezes mais forte do que a força do campo magnético
da Terra.
O
problema é que o modo de segurança também pode ser disparado inadvertidamente
por qualquer campo magnético estático com que o paciente entre em contato e que
atinja uma força superior a cerca de 1 Mt (megatonelada), o que significa que o
paciente simplesmente não contará com o funcionamento do aparelho, voltando a
correr risco de vida por sua condição cardíaca original, antes do implante.
É
por isso que os aparelhos eletrônicos modernos, cada vez com maior potência,
geram preocupação entre médicos e pacientes. Ímãs de terras raras, por exemplo,
como os de neodímio, capazes de gerar campos muito fortes, estão presentes por
todo canto, de fones de ouvido a fechaduras de portas e alto-falantes de
celulares.
QUAIS
OS RISCOS DA RADIAÇÃO DOS CELULARES E COMO SE PROTEGER? Celulares podem
interferir com marcapassos e desfibriladores implantados
O
campo magnético gerado pelo celular pode ser maior do que o usado para desligar
os implantes.
MANTENHA
CELULARES LONGE DOS IMPLANTES: A equipe avaliou a influência desses campos
magnéticos colocando um iPhone 12 e um Apple Watch 6 a distâncias variáveis de
um detector de campo magnético. Eles descobriram que, em proximidades de menos
de 1 cm, o detector encontrou campos significativamente mais fortes do que 9 Mt
(megatonelda) - o que poderia facilmente
acionar o modo de segurança inadvertidamente.
Essa
força foi atenuada com o aumento da distância e caiu abaixo de 1Mt além de 2
cm.
A
partir de seus resultados, os especialistas concluíram que esses aparelhos
eletrônicos representam atualmente um risco baixo para pessoas com dispositivos
médicos implantados, desde que os pacientes não os coloquem sobre o peito - no
bolso da camisa, por exemplo.
Para o dia a dia, a recomendação final do painel de especialistas é que celulares e relógios inteligentes sejam mantidos a pelo menos 15 cm de distância de quaisquer dispositivos implantados. Fonte: Diário da Saúde-14/09/2021
Marcadores: gerenciamento de riscos, saúde
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