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quarta-feira, abril 19, 2017

Equipamento de proteção contra queda é um risco silencioso?

A cada ano, milhares de trabalhadores sofrem acidentes fatais e não-fatais resultantes de quedas no trabalho nos Estados Unidos. Segundo o Conselho Nacional de Segurança Americano, quedas são uma das principais causas de mortes no local de trabalho.  Além de ferimentos permanentes e perda de vidas devido a quedas, perdem-se a cada ano bilhões de dólares por aumento significativo em pagamento de seguros, indenizações a trabalhadores, custos de responsabilidade pelo produto e outras despesas relacionadas

É POSSÍVEL NOTAR QUE:
Nos Estados Unidos a fabricação e as vendas de produtos de proteção de queda cresceram de forma estável na década passada, embora o número de ferimentos e mortes associadas a quedas em altura também tenha aumentado.



Figura 1 – Trama do cinto e protetor de  absorvedor de energia

Figura 2 - Dano de abrasão adjacente ao absorvedor de energia: manga protetora deslocada sobre o absorvedor de energia

Figura 3- Desgaste no final do laço de absorção de conexão

Figura 4- Fibras de superfície danificadas por abrasão
   
QUAL É O PROBLEMA?
Diversos fatores contribuíram para estas estatísticas alarmantes:
os equipamentos de proteção de queda se deterioram com o uso, independentemente da marca e/ou fabricante.
os equipamentos não são inspecionados com a devida frequência quanto  o desgaste e danos.
não é dado treinamento adequado - frequentemente, é selecionado o equipamento incorreto para determinada situação e o equipamento é colocado de modo incorreto.

Os que especificam ou usam equipamentos de proteção de queda sabem que estes fatores são válidos (ao menos em âmbito subliminar). Ainda assim, é muito provável que uma alta porcentagem dos equipamentos usados no local de trabalho na América do Norte não cumpra as normas de segurança quando expostos a uma queda. O que significa que alguém pode se ferir gravemente ou morrer.



Figura 5 - Dois produtos similares com história desconhecida – o cinto superior está muito sujo

Figura 6 - Contaminação por tinta

Figura 7 – gatilho  do mosquetão danificado

Figura 8 – Falta de etiqueta: danos na manga protetora de absorção de energia


COMO SABEMOS?
Uma visita a qualquer local de trabalho em todo o país irá revelar que o equipamento de proteção de queda utilizado é potencial mente perigoso devido ao desgaste, negligência, mau uso ou idade/exposição. São fatores que os envolvidos com a proteção de queda têm deixado passar enquanto divulgam as muitas normas e regulamentos pelos quais seus produtos são testados e aprovados.
100% não passaram nos critérios de inspeção visual (resíduos de solda, cortes/abrasões, costuras rompidas, cinturões desgastados/queimados, danos químicos, descoloração, deformações (rachaduras/cantos ásperos ou vivos) e/ou itens soltos, proteções torcidas ou rompidas, etc.)
6% tinham fitas (cadarço) que se romperam
6% tinham sido descartados, mas ainda estavam em serviço
42% tinham suas partes metálicas com defeitos visíveis
9% tinham conectores que se abriram durante os testes
9% tinham fitas (cadarço) amarrados com nós

Os responsáveis por questões de segurança têm de reconhecer  estes fatos e tomar uma atitude proativa. Há trabalhadores sofrendo ferimentos graves em quedas com equipamentos que inicialmente  passaram nas normas de segurança. Equipamentos perigosos,  gastos e danificados continuam acessíveis, mesmo sabendo que  não irão funcionar conforme projetado no caso de uma queda.



Figura 9 - Comparação do tamanho dos cortes nas cintas.  

QUANDO A VIDA ÚTIL EXPIROU
Saber quando um produto deve ser retirado de serviço é essencial para a segurança, do trabalho. O equipamento deve ser inspecionado regularmente e retirado de serviço se este apresentar desgaste.
Utilizar equipamento cuja vida útil expirou, especialmente linhas de vida, é um potencial erro fatal.
Adotar uma “Política Inteligente”: Se estiver em dúvida, descarte-o. O benefício de uma semana ou mês extra de serviço não vale o risco.
Uma das poucas coisas a serem incluídas na inspeção são desgastes, cortes e partes metálicas deformadas. Também, a exposição ao calor e a produtos químicos podem causar danos. Sinais de desgaste significam que o equipamento de segurança não poderá ser utilizado por muito mais tempo.

AS MELHORES INTENÇÕES
Os diretores e supervisores de segurança têm de fazer um esforço concentrado para manter os equipamentos inseguros, que representam riscos potenciais à vida, longe daqueles que trabalham em altura. Os trabalhadores, através de treinamento apropriado e inspeção diária, estarão mais seguros e livres de ferimentos. Descartar um equipamento precocemente é uma alternativa melhor do que explicar à família do trabalhador que houve um acidente grave... adote uma política de segurança inteligente - se estiver em dúvida, tire de uso! Fonte: Honeywellsafety, Health and Safety Executive

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posted by ACCA@7:00 AM