Segurança: Pare, escute e olhe!
Todos nós já vimos os avisos, mostrados à direita, num
cruzamento com uma linha férrea que não esteja protegido por cancelas ou luzes
de advertência. Os avisos lembram-nos que devemos PARAR antes do cruzamento,
OLHAR em todas as direções e ESCUTAR algum sinal de um trem que se aproxime. Só
depois disso podemos ter certeza de que é seguro atravessar a via férrea.
Quando trabalhamos uma fábrica, também devemos ter tempo para PARAR
por alguns minutos, OLHAR em redor e ESCUTAR. Os equipamentos sempre enviam informações
sobre o seu estado, mas estamos a "prestar atenção"? Alguns exemplos:
■ Um operador olhou para um tanque de aço não isolado e
pensou que a parede do tanque parecia estar em movimento ou a vibrar. Isso não
parecia estar certo. Ele relatou ao seu supervisor e o tanque foi esvaziado.
Verificou-se que estava severamente corroído e a parede do tanque estava muito
fina.
■ Um eletricista a caminho do trabalho parou e olhou para
alguns painéis elétricos em outra área. Viu que um não estava corretamente
fechado e corrigiu o problema.
■ Um operador, passando por uma bomba de recirculação de um
reboiler (refervedor) de uma coluna de
destilação, observou que a bomba produzia ruídos estranhos. A bomba foi
inspecionada e constatou-se que continha fragmentos de metal que eram partes do
suporte de bandeja da coluna que estavam corroídas e falhando.
■ Um engenheiro observou uma nuvem de poeira e pó acumulado nos
equipamentos que continha combustíveis sólidos. Havia potenciais fontes de
ignição (equipamentos elétricos e eletricidade estática) na área. O equipamento
foi parado, o ambiente foi limpo e ações corretivas foram implementadas para
eliminar o pó.
O QUE VOCÊ PODE FAZER?
■ Durante o seu trabalho, observe e ouça a sua fábrica.
Alguma coisa parece ou soa diferente? Há coisas que você vê ou escuta que
precisam ser investigadas, mas as pessoas simplesmente pararam de prestar
atenção? Isto chama-se “normalização do desvio” – aceitando como “normal”
coisas que deveriam ser corrigidas e não executando nenhuma ação para corrigir.
Relate qualquer coisa que não pareça ou soe correta e faça o acompanhamento lembrando
ao responsável para investigar.
■ Altere o seu percurso habitual quando caminha pela
instalação fazendo inspeções de rotina a fim de obter uma visão diferente dos
equipamentos por onde passa.
Você pode observar
bastante apenas olhando. Lawrence
Peter "Yogi" Berra (Baseball Hall of Fame catcher, 1925-2015)
Fonte:
Process Safety Beacon December 2015
Comentário: Quando o errado parece certo ocorre a normalização
do desvio. Na maioria das vezes o desvio normaliza e torna-se padrão.
Normalização do desvio foi um termo cunhado pela socióloga
Diane Vaughan ao analisar o desastre do ônibus espacial Challenger. Vaughan
observou que a causa raiz do desastre do Challenger estava ligada à decisão
repetida das autoridades da NASA de lançar o ônibus espacial, apesar de uma
perigosa falha de projeto relacionada aos anéis de vedação dos foguetes.
Vaughan afirma que esse fenômeno ocorre quando as pessoas de uma organização se
tornam tão insensíveis a uma prática irregular que esta passa a não parecer
errada. A insensibilidade surge de forma insidiosa, às vezes ao longo de anos,
pois os desastres não acontecem até que outros fatores críticos estejam
alinhados. Fonte: When Doing
Wrong Feels So Right: Normalization of Deviance
Qualquer trabalhador com conhecimento é um agente de mudança em virtude de sua
posição e conhecimento, ele atua como elemento responsável ou de contribuição
na redução ou prevenção de acidentes.
Vantagens:
■Redução de condições inseguras, com a conseqüente
diminuição de acidentes.
■Redução dos riscos de doenças funcionais
■Prevenção de quebras.
■Aumento da vida útil de máquinas, ferramentas e
equipamentos.
■Padronização e melhoria de processos.
■Eliminação ou redução da poluição.
■Melhoria das relações interpessoais.
■Autodisciplina e incentivo à criatividade.
■Desenvolvimento do espírito de equipe.
■Melhoria da comunicação.
■Melhoria do aspecto visual dos ambientes.
■Construção de uma base sólida para qualidade em segurança
Marcadores: acidente, gerenciamento de riscos, segurança

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