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terça-feira, junho 21, 2016

Erros comuns ao testar eletricidade

Profissionais que trabalham com eletricidade rapidamente desenvolvem respeito saudável por qualquer coisa que tenha possibilidade remota de estar "viva". Entretanto, a pressão para terminar o trabalho dentro do prazo ou fazer com que um equipamento de missão crítica volte à atividade pode provocar descuidos e erros incomuns até mesmo de eletricistas mais experientes. É preciso estar atento para garantir e maximizar a segurança nas medições elétricas e, assim, otimizar o desempenho dentro do ambiente de trabalho.

■Ao executar uma medição elétrica, é fundamental que o eletricista não troque o fusível original por um mais barato. Se o multímetro digital cumpre os padrões atuais de segurança, esse dispositivo é um fusível especial de areia, projetado para estourar antes que a sobrecarga chegue às mãos do profissional. Ao trocar o fusível do Multímetro é necessário certificar-se de usar um fusível autorizado.

■Outro erro comum no teste de eletricidade é usar pedaço de fio ou metal para "desviar" a energia totalmente do fusível. Isso pode parecer um bom e rápido reparo para situações em que não há um fusível extra, mas é exatamente esse fusível que pode proteger o profissional de um pico de energia.

■Para garantir uma medição segura, também é necessária a utilização de ferramentas de teste adequadas. É importante que o Multímetro seja apropriado para o trabalho a ser feito. O ideal é assegurar-se de que o equipamento de teste tenha a classificação correta de categoria para cada trabalho que o eletricista desempenha, mesmo que isso exija a troca de Multímetros ao longo do dia.

■É comum utilizar-se multímetros mais baratos para fazer teste elétrico. Porém, caso ocorra um acidente, é sinal de que a ferramenta barata não tinha os recursos de segurança que afirmava ter. Dessa forma, o melhor a se fazer é procurar testes de laboratórios independentes.

■Equipamentos de segurança, como óculos, luvas e a vestimenta à prova de fogo são indispensáveis para que o eletricista esteja sempre protegido.

■Além disso, o circuito no qual o profissional está executando seu trabalho deve ser desenergizado sempre que possível. Caso a situação exija que o trabalho seja desempenhado em um circuito vivo, é essencial que o profissional utilize ferramentas com isolamento adequado, tire relógio e joias e permaneça sobre um tapete isolado.

■ Para uma medição sem riscos não se pode abrir mão de utilizar procedimentos adequados de lockout (bloqueio) e tagout (colocação de avisos). Ao trabalhar com circuitos vivos, um velho truque dos eletricistas pode ajudar e muito: ficar com uma das mãos no bolso. Isso diminui a possibilidade de fechar um circuito ao longo do tórax, passando pelo coração. O ideal é pendurar ou apoiar o medidor, evitando segurá-lo nas mãos para impedir a exposição aos efeitos dos transientes.

■ As pontas de prova são um componente importante da segurança do multímetro, portanto, menosprezá-las é inadmissível. As pontas de prova devem corresponder ao nível de categoria do trabalho, além de isolamento duplo, conectores de entrada reforçados, proteção para os dedos e superfície que não escorrega.

■ Não utilize indefinidamente uma ferramenta de teste antiga. As ferramentas de teste atuais contêm recursos de segurança que antes eram desconhecidos e que justificam o custo da atualização do equipamento, além de serem muito mais baratas do que uma ida ao pronto-socorro.

■Bons instrumentos possuem recursos de segurança como: proteção contra ligações erradas, certificação de órgãos independentes, fusível de ação rápida, ajuste de escala automático, entre outros.

Merece ser ressaltado que nenhuma ferramenta, por melhor qualidade e número de certificações que tenha, faz o trabalho sozinho. Cabe ao usuário aprender os regulamentos e padrões de segurança,  conhecer a norma ABNT NBR 5410 para instalações elétricas de baixa tensão.
 e usar com eficiência no trabalho. É a segurança do usuário que está em jogo.  

Fonte: @ZR, René Guiraldo, engenheiro elétrico com especialização em telecomunicações, com experiência de mais de dez anos no mercado de teste e medição.

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posted by ACCA@7:00 AM