EUA aprovam o primeiro salmão transgênico para consumo humano
A Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA)
aprovou na quinta-feira, 19 de novembro, a produção, venda e consumo de um salmão
geneticamente modificado para crescer na metade do tempo. É o primeiro animal
transgênico destinado a servir de alimento no mundo.
CRESCIMENTO RÁPIDO
A empresa de biotecnologia norte-americana AquaBounty,
criadora do salmão, aplaudiu em um comunicado a decisão do órgão regulador dos
EUA. Seu peixe, batizado de AquAdvantage, é um salmão atlântico que recebeu o
DNA do salmão real, uma espécie gigante do Oceano Pacífico. Graças a essa
modificação, os peixes produzem mais hormônio de crescimento e podem alcançar
em um ano e meio o tamanho típico dos três anos, que é o exigido pelo mercado.
A empresa anunciou em 2010 a aprovação iminente de seu produto, o que ainda
levou mais cinco anos em meio em meio a protestos de organizações
antitransgênicas.
NÃO HÁ NECESSIDADE RÓTULO DE TRANSGÊNICO
O órgão regulador dos EUA não exige que o salmão seja etiquetado
como transgênico
A FDA não exige que o salmão AquAdvantage seja etiquetado
como transgênico, já que “é tão seguro e nutritivo como o salmão atlântico não
modificado geneticamente” e “não é materialmente diferente”. Na Europa, a
empresa não pediu a aprovação de seu peixe, segundo informações de Josep
Casacuberta, cientista do CSIC (Conselho Superior de Pesquisas Científicas da
Espanha) e membro do grupo de transgênicos da Autoridade Europeia de Segurança
Alimentar. O salmão transgênico recebe o sinal verde depois de mais de 25 anos
de exames.
RECEIO QUE O PEIXE ESCAPE PARA O MEIO AMBIENTE
Um dos principais argumentos dos críticos do AquAdvantage é
o temor dos efeitos na natureza caso o peixe escape para o meio ambiente. A FDA
afirma que as instalações nas quais o animal será criado – tanques em terra na
ilha do Príncipe Eduardo (Canadá) e no Panamá – “dispõem de uma série de
barreiras físicas múltiplas e repetidas para evitar que os ovos e os peixes
escapem”. As instalações, explica a FDA, serão vigiadas com patrulhas com
cachorros e rodeadas de arame farpado. Além disso, só serão produzidas fêmeas
estéreis, segundo o órgão regulador, ainda que a técnica de esterilização não
seja infalível.
O peixe transgênico aprovado na quinta-feira para consumo
humano nos EUA tem um precedente em Cuba. Em 1999, cientistas do Centro de
Engenharia Genética e Biotecnologia de Havana anunciaram que não detectaram
“nenhum efeito em pessoas sãs voluntárias após consumirem tilápias (um grupo de
peixes de origem africana) transgênicas criadas em seu laboratório. Fonte: @ZR, El País - 19 Nov 2015
Marcadores: Ciência, Meio Ambiente, Tecnologia
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home