Com trabalho em altura, erros podem ser fatais
Queda de telhado é uma preocupação específica na construção civil e é a causa mais frequente de acidentes fatais.
Identificar
riscos de quedas e decidir como melhor proteger os trabalhadores é a primeira
etapa na redução ou eliminação de riscos de quedas. A OSHA determina que sempre
que um trabalhador está a uma altura de 1,20 m ou mais, o trabalhador corre risco e
precisa ser protegido. No Brasil, a norma regulamentadora exige proteção a
partir de 2m.
PROTEGER
TRABALHADORES
Há um
número de maneiras de proteger os trabalhadores contra quedas, incluindo
sistemas convencionais como:
■sistema
de retenção de queda,
■sistema
de posicionamento e
■sistema
de restrição (PFAS), bem como a utilização de práticas e treinamento de segurança no trabalho.
A
utilização de linhas de advertência, áreas designadas, zonas de controle e
sistemas similares são permitidos pela OSHA em algumas situações e podem
oferecer proteção limitando o número de trabalhadores expostos e instituindo
métodos e procedimentos de segurança no trabalho. Estes sistemas alternativos
podem ser mais adequados que sistemas de proteção de queda convencionais ao
realizar determinadas atividades.
Ao
realizar uma análise de risco ou ao desenvolver um plano abrangente de
desenvolvimento de proteção de queda, devemos identificar os riscos envolvidos antes
de iniciar o trabalho e concentrar a
atenção em prevenção. Se sistemas pessoais de proteção de queda são utilizados,
atenção particular deve ser dispensada ao identificar pontos de ancoragem e
garantir que os trabalhadores saibam como utilizar adequadamente e inspecionar
o equipamento.
DICAS DE
PROTEÇÃO DE QUEDA DA OSHA
■Identificar
todos os potenciais riscos de queda no
mesmo nível e de queda de altura antes de iniciar o trabalho.
■Procurar
por riscos de queda como aberturas no piso não protegidas/ bordas, cabos,
clarabóia, poços de escadas e aberturas no telhado/bordas.
■Inspecionar
o equipamento de proteção de queda para identificar defeitos antes da
utilização.
■Selecionar,
vestir e usar o equipamento de proteção de queda adequado para a tarefa.
■Prender
e estabilizar todas as escadas antes de subir nelas.
■Jamais
subir no último degrau de uma escada.
■Utilizar
os corrimões ao subir ou descer escadas.
■ Exercitar
boas práticas em manutenção adequada.
■ Manter
cordas, cabos de solda e mangueiras de ar afastadas de passagens ou áreas de
trabalho próximas.
COMPONENTES
DOS SISTEMAS PESSOAIS DE RETENÇÃO DE QUEDA
Há três componentes principais
(ancoragem/dispositivo de ancoragem, cinturões e dispositivo de conexão) de um
Sistema Pessoal de Proteção de Queda (PFAS) que devem ser implementadas e
adequadamente utilizadas para oferecer a máxima proteção ao trabalhador.
Individualmente,
estes componentes não oferecerão proteção contra uma queda. No entanto, quando
utilizados adequadamente e em conjunto com os demais , estes formam um PFAS que
se torna de importância vital para a segurança no trabalho.
Seis
principais erros recorrentes na proteção de queda foram identificados. Do menos
importante ao mais importante, estes são:
ERRO No1: NÃO UTILIZAR EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO
DE QUEDA
O
conjunto de proteção adequada é frequentemente
ignorada. É importante possuir um plano e implementá-lo, e isto significa
utilizar o equipamento de proteção de queda diariamente. O plano deve incluir
identificação e avaliação dos riscos de queda e sua eliminação, se possível; a
utilização dos sistemas de proteção de queda para prevenir ou controlar quedas
quando os riscos não podem ser eliminados; garantindo que os trabalhadores
recebam treinamento de proteção de quedas; e inspecionar e manter o
equipamento.
ERRO No2: QUAL A POSIÇÃO CORRETA DE INSTALAÇÃO?
Embora
mais trabalhadores atualmente estão utilizando mecanismo de proteção de quedas,
estes nem sempre são utilizados corretamente. Em muitos casos, os trabalhadores
utilizam os cinturões muito soltos.
A
utilização inadequada dos cinturões é um grande erro, muitas empresas também
compram equipamento incorreto para aplicações específicas. Um exemplo comum é
que muitas empresas compram talabartes para absorção de choque e os utilizam em
áreas com zona de livre queda insuficiente. Uma linha de vida retrátil ou um
limitador de queda deve ser utilizado em determinadas circunstâncias.
ERRO No3: SABER QUANDO A VIDA ÚTIL EXPIROU
Saber
quando um produto deve ser retirado de serviço é essencial para a segurança, do
trabalho. O equipamento deve ser inspecionado regularmente e retirado de
serviço se este apresentar desgaste.
Utilizar
equipamento cuja vida útil expirou, especialmente linhas de vida, é um
potencial erro fatal.
Adotar
uma “Política Inteligente”: Se estiver em dúvida, descarte-o. O benefício de
uma semana ou mês extra de serviço não vale o risco.
Uma das poucas coisas a serem incluídas na
inspeção são desgastes, cortes e partes metálicas deformadas. Também, a
exposição ao calor e a produtos químicos podem causar danos. Sinais de desgaste
significam que o equipamento de segurança não poderá ser utilizado por muito
mais tempo.
ERRO No4: FALTA DE COMUNICAÇÃO/ TREINAMENTO
Falta de
instruções – no idioma adequado – é a principal razão para o equipamento ser
utilizado de maneira inadequada ou não ser utilizado. Os profissionais de
segurança devem verificar as instruções fornecidas com o equipamento, e
garantir treinamento adequado.
Como
empregador, é possível determinar o formato do treinamento. O importante é que
através de treinamento, os trabalhadores podem reconhecer riscos de queda e
conhecer procedimentos para minimizá-los. É importante que os instrutores
conheçam os riscos no local de trabalho, saibam como eliminar ou controlar os
riscos e saibam ensinar aos trabalhadores a se protegerem. É por isto que o
instrutor deve ser uma pessoa competente.
Uma
pessoa competente é aquela que pode identificar riscos no local de trabalho e
que possui autoridade administrativa para controlá-los. O instrutor deve
conhecer e ser capaz de explicar o seguinte:
■A
natureza dos riscos de queda no local de trabalho.
■Os
procedimentos de instalação, manutenção e desmontagem dos sistemas de proteção
de quedas e sistemas pessoais de impedimento de queda.
■Como
utilizar e operar sistemas de proteção antiqueda e sistemas pessoais de
retenção de queda.
■O papel
de cada colaborador que pode ser afetado por um sistema de gestão de segurança.
■As
restrições que se aplicam ao equipamento mecânico utilizado durante o trabalho
no telhado.
O
procedimento de manuseio e armazenagem de materiais e de instalações de
proteções contra objetos em queda.
■ Normas
de proteção antiqueda
ERRO No5: ANCORAGENS EM QUE FALTAM MARCAÇÕES
Selecionar
ancoragens inadequadas é um grande problema.
O melhor cinturão com o melhor talabarte ou
linha de vida não pode impedir a queda se ancoragens inadequadas forem
selecionadas. Segundo a NR 35 o sistema de ancoragem deve ter resistência para
suportar a carga máxima aplicável e o respectivo fator de segurança em caso de
eventual queda. A NR 18, alterada pela Portaria SIT n.º 318, de 8 de maio de
2012, determina condições específicas para construção civil onde uma ancoragem
deve suportar pelo menos 1.500 kgf . De
acordo com a ANSI Z 359.1 e OSHA 1926.500 e 1910.66 o sistema de ancoragem deve
suportar 2.264 kgf por usuário. Em caso de posicionamento e salvamento a força
mínima deve ser de 1.356 kgf e no caso de trabalhos de restrição de acesso, 459
kgf. A distância de queda livre deve ter no máximo 1,83 metros segundo
recomendações da OSHA.
Sempre que possível, recomenda-se que a
ancoragem seja feita verticalmente acima da cabeça do usuário de modo a
diminuir o fator de queda e evitar uma lesão mais grave ou o efeito pêndulo em
caso de queda. A seleção do melhor ponto de ancoragem deve antever um eventual
resgate.
ERRO No6: ESPERAR QUE A QUEDA OCORRA.
Não
esperar que uma queda ocorra antes de tomar as medidas para modernizar seu
plano de proteção de quedas.
Ao
identificar um risco de queda, analisar a probabilidade de lesões fatais ou
graves, bem como a quantidade de vezes que os trabalhadores estarão expostos ao
risco. Basicamente, você deve tentar eliminar a queda alterando o processo ou
ambiente de trabalho.
Se você aplicar as três etapas da proteção de quedas adequadas;
■evitar
totalmente um risco de queda,
■prevenir
a ocorrência de uma queda e fornecer equipamento de impedimento de queda
■você
salvará vidas e prevenirá lesões graves.
TORNE A
PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS PARTE DO PROGRAMA DE SEGURANÇA E SAÚDE DO SEU LOCAL DE
TRABALHO:
■Estar
comprometido com a prevenção e controle dos riscos de quedas.
■Identificar
e avaliar riscos de queda.
■Evitar
riscos de queda, se possível.
■Utilizar
sistemas de proteção de queda adequados para prevenir ou controlar quedas
quando os riscos não podem ser evitados.
■Relatar
os riscos de queda e sugerir como controlá-los.
■Garantir
que os colaboradores recebam o treinamento de proteção de queda.
■Inspecionar
e manter o equipamento.
■Saber
como responder imediatamente à emergências.
■Compreender
as regulamentações relacionadas às exigências de proteção de queda.
■Implantar
procedimentos e práticas de segurança no trabalho.
■Investigar
todas as quedas e incidentes.
■Avaliar
regularmente procedimentos de proteção de queda. Fonte:
Oregon OSHA
Fonte: Fall Protection: Failure is Not an Option
EHS
Today - Mar. 1, 2009, Ed
Bickrest
Adaptado
por: Mayra Villaboim – Especialista de Produtos – América Latina e Marcos Amazonas, Gerente Técnico -
Honeywell Produtos de Segurança
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