Uso do álcool ou de outras substâncias eleva os riscos de acidente de trabalho
O consumo de álcool e outras drogas tem afetado a vida de boa parte dos 82 milhões de trabalhadores
Estatísticas
apontam o Brasil entre os cinco primeiros do mundo em número de acidentes no
trabalho. São em média 500 mil por ano, totalizando 4 mil óbitos
O
consumo de substâncias químicas lícitas e ilícitas hoje é mais do que um
problema dentro das empresas. Antes apenas relacionado aos mais jovens, o uso
de drogas agora atinge o alto escalão até de multinacionais. Desde funcionários
terceirizados até executivos podem tornar-se dependentes por fatores como
estresse, pressão por resultados, sobrecarga de trabalho, falta de
reconhecimento e de “feedback” dos chefes.
O
consumo de álcool e outras drogas tem afetado a vida de boa parte dos 82
milhões de trabalhadores brasileiros, com prejuízos enormes para as empresas.
Segundo cálculos do Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID), o Brasil
perde por ano US$ 19 bilhões por absenteísmo, acidentes e enfermidades causadas
pelo uso dessas substâncias.
Estatísticas
recentes apontam o Brasil entre os cinco primeiros do mundo em número de
acidentes no trabalho. São em média 500 mil por ano e 4 mil deles resultam em
mortes. Os setores em que mais ocorrem são: construção civil, indústrias de
metal e mecânica, eletroeletrônica, moveleiras e madeireiras.
O uso
abusivo de drogas torna o candidato a uma vaga de emprego um fator de risco à
comunidade laboral. O usuário de substâncias psicoativas lícitas e ilícitas tem;
■ 500%
mais risco de acidente no trabalho,
■ 900%
de causar acidente com carro e
■ 360%
de causar acidentes envolvendo colegas,
segundo
dados da FIESP - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.
Mesmo
diante de todas essas estatísticas, o Conselho Federal de Medicina - através do
relator conselheiro Hermann Alexandre Vivacqua von Tiesenhausen - resolveu
alertar os médicos quanto à realização de exames para detectar drogas no sangue
de candidatos a vagas de emprego. A alegação é de que “não é eticamente
aceitável a solicitação de exames de monitoramento de drogas ilícitas, em urina
e sangue, para permitir acesso ao trabalho, pois isso contraria os postulados
éticos”.
Anthony
Wong, chefe do Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clínicas da
FMUSP, contesta essa argumentação. Para o médico, os exames reforçam os anseios
morais da população brasileira, que repudia a disseminação das drogas. “Os
exames são instrumentos essenciais para diminuir os riscos de acidente e o
‘contágio’ dos demais trabalhadores ao impor uma barreira à entrada de drogas”,
avalia o toxicologista.
O médico
rebate ainda que os exames não são discriminatórios, porque obedecem ao artigo
168 da CLT, aplicado independente de raça, sexo, religião e idade, e atendem às
recomendações da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em suas
intervenções e recomendações sobre drogas no ambiente de trabalho.
Fonte: Jornal Cidade – Rio Claro, 9 de dezembro de 2012
Fonte: Jornal Cidade – Rio Claro, 9 de dezembro de 2012
Comentário: O médico
toxicologista Anthony Wong tem razão; os
exames são instrumentos essenciais para diminuir os riscos de acidente e o
‘contágio’ dos demais trabalhadores ao impor uma barreira à entrada de drogas.
A empresa tem responsabilidade quanto a integridade de segurança dos demais trabalhadores, isto é,
tem garantir o local de trabalho seguro. A privacidade do trabalhador termina
quando ele pode colocar em risco a terceiros.
Dados
dos EUA
■10% dos
trabalhadores têm problemas com álcool ou drogas
■De
todas as fatalidades ocorridas nos locais de trabalho, 15 a 30% dos casos são devidas
ao álcool ou drogas.
Marcadores: acidente, responsabilidade civil, saúde

0 Comments:
Postar um comentário
<< Home