Robô Curiosity pousa em Marte
O jipe-robô Curiosity pousou na superfície de Marte por volta das 2h33 (horário de Brasília) de segunda-feira, 6 de agosto,segundo a agência espacial americana (Nasa). A aterrissagem ocorreu após uma viagem de 567 milhões de quilômetros e quase nove meses.
A missão, que investiu cerca de US$ 2,5 bilhões (mais de R$ 5 bilhões) no projeto que pretende saber se o planeta vermelho já reuniu condições favoráveis à vida, foi declarada completa e um sucesso 1 minuto depois.
A Nasa confirmou que a nave, de 1 tonelada, entrou na atmosfera do planeta a 20 mil km/h e pousou na Cratera Gale, ao sul do equador, após uma complexa manobra que se chamou de "sete minutos de terror'. Isso, porque a atmosfera marciana é bem menos densa que a da Terra, o que torna mais difícil frear uma nave lá do que aqui.
Como havia sido planejado, a cápsula abriu um gigantesco pára-quedas para frear a queda. A cerca de 20 metros do solo, um sistema baixou o Curiosity, que abriu suas seis rodas e iniciou a aventura em Marte.
O robô está equipado com ferramentas que podem, entre outras coisas, perfurar rochas e coletar amostras de materiais do solo para analisar a composição mineral local.
ESTRATÉGIAS DE DESCIDA
O Curiosity é maior e mais pesado que os jipes que a Nasa já mandou para Marte, razão pela qual exige uma nova estratégia de descida. Não bastaria usar apenas pára-quedas e retrofoguetes: desta vez, foi criado um novo mecanismo – um guindaste em que o robô desce, pendurado na nave Mars Science Laboratory, até tocar o solo.
"Sabemos que parece maluco", afirmou Adam Steltzner, do Laboratório de Propulsão de Jatos da Nasa (JPL, na sigla em inglês), líder da equipe que projetou o Curiosity. "Mas é, na verdade, o resultado de decisões cautelosas", completou.
Se qualquer parte do plano desse errado, o Curiosity se esborracharia no chão e a missão terminaria imediatamente. A Nasa só soube se o pouso foi ou não um sucesso 14 minutos após o ocorrido, porque esse é o tempo que o sinal levou para chegar à Terra.
MISSÃO
O veículo deve executar a primeira fase de sua missão em 1 ano, 10 meses e 2 semanas, mas a expectativa é de que continue suas pesquisas por cerca de uma década. Geradores de plutônio têm capacidade de fornecer calor e eletricidade à missão por pelo menos 14 anos. É um sistema de geração de energia diferente de outras missões que contaram com painéis para geração de energia solar.
Os estudos do robô começarão em uma montanha localizada no interior da Cratera Gale. O Curiosity vai subir a montanha e estudar as pedras ali sedimentadas ao longo de bilhões de anos. Indícios da presença de água no passado de Marte foram detectados em estudos anteriores, feitos a partir de imagens do local.
COMUNICAÇÃO
O sinal, aliás, não veio direto do veículo para a Terra. Ele foi rebatido pela sonda Odissey, que orbita o planeta vermelho desde 2001. Da perspectiva do Curiosity, a Terra está abaixo do horizonte, e a manobra foi a maneira que a Nasa encontrou para fazer o sinal chegar o mais rápido possível.
LOCAL DE POUSO
O local de pouso foi escolhido de acordo com o objetivo da missão. A Cratera Gale oferece um alvo seguro para a aterrissagem, com uma área de cerca de 140 km² – maior que o município de Niterói (RJ). Dali, o veículo está relativamente próximo ao Monte Sharp, onde sondas na órbita já visualizaram minerais que podem ter sido formados na água.
CURIOSITY E SEUS ANTECESSORES
Do tamanho de um carro, o novo robô é cinco vezes mais pesado que os jipes Spirit e Opportunity, precursores na exploração de Marte. Mesmo sem tripulação, ele chega a ser maior até que o jipe lunar que carregava dois astronautas por vez nas missões americanas Apollo, que exploraram a Lua nas décadas de 1960 e 1970.
O Curiosity é tão grande porque traz dentro de si um laboratório inteiro. Os instrumentos científicos incluem uma carga 15 vezes maior do que a levada por seus antecessores.
A missão está programada para durar um ano marciano, mas isso não quer dizer muita coisa. Quando o Spirit e o Opportunity chegaram ao planeta, em 2004, tinham como missão apenas três meses de explorações. O Opportunity é usado até hoje, e o Spirit só foi inutilizado porque perdeu contato com a Terra, em 2010.
Os primeiros objetos feitos pelo homem a pousarem em solo marciano foram as sondas Viking 1 e 2, lançadas pela Nasa em 1975 – a chegada foi em 1976. Em 1997, o Mars Pathfinder levou os EUA de volta ao planeta vermelho e inaugurou a era dos jipes, seguida pelo Spirit, pelo Opportunity e, agora, pelo Curiosity. A União Soviética também tentou lançar veículos para lá, mas não obteve sucesso.
Do G1, com agências internacionais -06/08/2012 02h37 - Atualizado em 06/08/2012 10h38
DADOS TÉCNICOS DA MISSÃO
Avaliar o potencial de Marte para abrigar vida no presente e no passado
Descrever a geologia e analisar a composição da superfície
Investigar o papel da água na evolução do planeta e determinar o estado atual do ciclo da água em Marte
Detectar o nível de radiação na superfície
Peso: 899 kg
Custo: US$ 2,5 bilhões
ROBÔ CURIOSITY UTILIZA LASER EM ROCHA DE MARTE
Antes dar início a sua primeira missão de prospecção em Marte, o robô Curiosity utilizou no domingo, 19 de agosto, pela primeira vez seu raio laser para destruir uma rocha do tamanho de um punho e testar a funcionalidade do aparato.
Segundo a Nasa, o Curiosity utilizou o laser da chamada ChemCam na rocha N165, apelidada como "Coroação". Neste teste, o robô Curiosity disparou 30 vezes seu laser por um período de 10 segundos.
O objetivo era aquecer a rocha até um ponto que suas moléculas se transformassem em uma bola de fogo (um plasma ionizado, brilhante) para que o telescópio e os três espectrômetros do Curiosity pudessem analisar os elementos que compõe a mesma.
Com esta primeira prova, a equipe queria comprovar como funciona o instrumento e também fazer algumas práticas de disparo, mas, ao mesmo tempo, o teste também seria usado para estudar se houve alguma mudança na composição da rocha à medida que os disparos eram feitos.
O diretor adjunto do projeto cientista da ChemCam, Sylvestre Maurice, do Instituto de Pesquisa Astrofísica e dos Planetas (IRAP) em Toulouse (França ), também fez questão de ressaltar a nitidez dos sinais recebidos.
Imagem divulgada pela Nasa nesta segunda-feira (27) mostra o Monte Sharp, destino final do robô Curiosity, que se encontra em Marte. As partes mais baixas do monte formam uma sucessão de estratos tão espessos como os do Grand Canyon, nos EUA. A principal diferença é que os estratos do Grand Canyon são expostos ao longo de um grande vale, enquanto os estratos do Monte Sharp são expostos ao longo dos flancos de uma grande montanha. A foto, que mostra a diversidade de cores do monte, foi tirada pelo Curiosity
"É surpreendente que os dados (recebidos) são inclusive melhor dos que tinham recebido antes, durante as provas na Terra", indicou Maurice, que espera grandes descobrimentos na missão do Curiosity. "Podemos esperar grandes descobrimentos científicos investigando os milhares de alvos da ChemCam nos próximos dois anos", assegurou o cientista.
CURIOSITY REALIZA PRIMEIRO PERCURSO E DEIXA "MARCAS" EM MARTE
O robô explorador Curiosity na quarta-feira, 22 de agosto, iniciou os seus primeiros passos em Marte e já deixou "marcas" sobre a superfície do Planeta Vermelho, após um percurso de aproximadamente 4,5 metros , indicaram os engenheiros da Nasa (Agência Espacial Americana).
O Curiosity enviou centenas de fotografias em preto e branco e coloridas que proporcionaram a visão de Marte mais nítida conhecida até agora.
A missão está funcionando extremamente bem, descreveu Peter Theisenger, diretor da missão em entrevista coletiva no Laboratório de Propulsão, em Pasadena, na Califórnia (EUA).
O equipamento andou aproximadamente 4,5 metros esta madrugada e fez vários giros entre 90 e 180 graus sobre a superfície de Marte conforme esperado, confirmou Theisenger. Para as manobras, o explorador precisou de cerca de 16 minutos, e enviou, em seguida, novas fotografias em preto e branco.
Fontes: G1 - 06/08/2012; UOL Noticias - 19/08/2012; UOL Ciência - 22/08/2012
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Marcadores: Ciência, Tecnologia
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