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quinta-feira, setembro 23, 2010

Incêndio atinge fábrica de tapetes em São Carlos

A fábrica de tapetes São Carlos pegou fogo na madrugada de quarta-feira, 24 de agosto de 2005, na cidade de São Carlos (231 km a noroeste de São Paulo).
O fogo começou por volta da 0h, em uma área aberta da empresa, onde fica estocada a matéria prima, derivada do petróleo. O vento ajudou a aumentar as chamas, que chegaram a 30 metros de altura.

ISOLAMENTO DA VIZINHANÇA
Quarteirões inteiros foram isolados e os moradores foram retirados às pressas das casas. A rede elétrica foi desligada para evitar maiores problemas, mas um poste acabou pegando fogo.

COMBATE AO INCÊNDIO
O tenente Márcio Campos, responsável pelo comando do Corpo de Bombeiros, afirma “que as primeiras viaturas chegaram ao local do incêndio cerca de um minuto depois de acionadas e já começaram a colocar em prática as estratégias de combate às chamas.As principais preocupações da equipe eram não permitir que o fogo atingisse os prédios da empresa e manter resfriados alguns setores onde havia material inflamável. Só para se ter uma idéia, as placas próximas aos tanques de gás industrial derreteram”, declarou.

CORPO DE BOMBEIROS E REFORÇOS
Cerca de 40 bombeiros de três cidades da região conseguiram controlar o fogo depois de 5 horas, com o apoio de mais de 100 homens de brigadas de outras empresas da cidade, que integram o plano de auxílio mútuo de combate a incêndios de São Carlos. Foram gastos 100.00 litros de água.
Equipes do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) e Defesa Civil também foram acionadas para atuar de madrugada e ao longo de toda a quarta-feira. Segundo o Corpo de Bombeiros, foi um dos maiores incêndios já registrados na cidade.

Foto: Em vermelho, área afetada pelo incêndio. Nota-se que a fábrica fica em região urbana.

VITIMAS
Não houve.

DANO MATERIAL
Cerca 1.200 toneladas de fibra sintética foram consumidas pelo fogo. A matéria prima estava armazenada ao livre em aproximadamente em uma área de 2 mil metros quadrados.

CAUSA PROVÁVEL
Há suspeita de que fagulhas de queimada em algum terreno próximo da fábrica possam ter iniciado o foco de incêndio.

SEGURO E PREJUÍZO
A empresa ainda não sabe os prejuízos mas garantiu que o material estava segurado.

MATERIAL DERRETIDO ENTUPIU A GALERIA DE ESGOTO E ÁGUA RESIDUAL DO INCÊNDIO
Devido à queima da fibra sintética, todo material escorreu para a rede de esgotos que, com o contato com a água, endureceu.
“Aproximadamente 250 metros da rede ficaram entupidos com o material derretido durante o incêndio” diz José Carlos Vieira, engenheiro do serviço de água e esgoto. Nas ruas vizinhas, o material derretido pelo calor brotava dos bueiros. Funcionários jogavam água para resfriar o local.

REPARO NA GALERIA DE ESGOTO
O Serviço Autônomo de Água e Esgoto de São Carlos (Saae) trocou diversos coletores da rede de esgoto situada na rua Miguel Giometti, na Vila Costa do Sol. Outros 120 metros da rede foram desentupidos.

COMUNICADO DA EMPRESA
A empresa informou que o incêndio ficou restrito à área externa (pátio de estoque de pequena parte de matéria prima usada na produção de forrações não tecidas), e que a capacidade produtiva (máquinas e equipamentos), estoques e logística foram não foram afetadas.

INQUÉRITO
A perícia da Polícia Civil esteve no local. O Corpo de bombeiros informou que a corporação vai esperar o resultado da perícia para confirmar as causas do fogo .

FÁBRICA
A fábrica ocupa uma área de 100 mil m2 e possui 70 mil m2 de área construída. Trabalha com várias linhas de carpetes, tapetes, para a linha automotiva e também com grama sintética.
A empresa emprega 500 funcionários e exporta para países do Mercosul como Argentina, Chile e Paraguai, além do México e Alemanha. .

Fontes: Cosmo São Carlos, Folha Online, São Carlos News, no período de 24/08 a 30/08/2005.

Comentário:
Nas situações onde os incêndios em instalações químicas, depósitos, ou grandes instalações comerciais são combatidos, os perigos e os riscos a vizinhança e ao ecossistema são muito maiores, tais como;
■ Em 13 de setembro de 2010, na cidade de Araras, houve incêndio numa indústria química, onde havia 16 tanques, todos com produtos químicos utilizados como matéria prima. Houve vazamento de matéria prima para vizinhança, queimando vinte veículos
■ Em março de 2009, uma grande explosão ocorreu numa indústria química em Diadema, São Paulo. Houve vazamento de produtos químicos que atingiu a vizinhança. Diversos imóveis na região também foram atingidos pelo fogo e material incandescente escoou pela rua..
Em primeiro lugar, é vital executar a identificação e a priorização dos respectivos perigos. A identificação e a priorização dos perigos de vazamento de produtos químicos e água residual de incêndio incluem três componentes:
■ O tipo e a quantidade dos produtos químicos armazenados ou no uso na instalação ,
■ Na proximidade de áreas humanas, e
■ Na proximidade de ecossistemas sensíveis.
É importante a avaliação do ecossistema da vizinhança para instalações de depósitos ou que usam volumes elevados de substâncias perigosas ecologicamente, especificamente, nas proximidades de vizinhança, canais, costa litorânea , devido a risco de incêndio químico. Algumas instalações podem armazenar ou usar volumes elevados de produtos químicos perigosos distantes dos locais ecologicamente sensíveis, porém devido ao vazamento e escoamento de água tóxica poderá atingir esses locais.

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posted by ACCA@11:13 AM