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terça-feira, junho 15, 2010

Eletricistas morrem em acidentes em rede de alta tensão

Dois eletricistas de Umuarama, a 170 quilômetros de Maringá, Paraná, morreram, na tarde de quarta-feira, 21 de abril de 2010, em um acidente de trabalho em uma rede de alta tensão. Os dois estavam em cima de um poste e receberam uma descarga elétrica de 34 mil volts. Um terceiro trabalhador, que estava no chão, se feriu e está hospitalizado

Resgate
Companheiros de trabalho foram quem prestaram os primeiros socorros às vítimas, porém, Valter e Jair já chegaram mortos ao hospital.

Vítimas:
Os dois eletricistas Valter e Jair tiveram mortes instantâneas. Freitas que trabalhava no solo e também foi atingido na perna, foi levado para o Hospital Cemil, mas passa bem.
Levados para o Instituto Médico Legal (IML), os corpos das vítimas passaram por necropsia ainda durante a tarde. “A causa da morte de ambas às vitimas foi uma parada cardio-respiratória por eletroplessão. No caso do Valter, constatamos que a descarga entrou pela axila e saiu pelo pé, e nesses dois locais ele teve uma queimadura de 2º grau.Já durante o exame do Jair, observamos que o choque entrou pelo dedo médio e saiu na coxa, e ele teve uma queimadura de 3º grau”, explicou o IML.

O acidente
Cerca de 40 funcionários de empresas terceirizadas que prestam serviços à Copel, trabalhavam desde cedo na instalação de uma rede de alta tensão, de um novo bairro situado às margens do Lago Aratimbó quando o acidente ocorreu. Para que o trabalho fosse executado, a energia de bairros vizinhos e até da zona rural foi cortada e seria religada após o comando de um fiscal.
Segundo informações, o religamento da rede estava programado para as 15h, e seria realizado pela central da Copel, em Maringá. Porém, a rede foi religada antes, quando os trabalhadores ainda prestavam serviços na rede. De acordo com Antonio Silva Pereira, dono da empresa Hagap onde as vítimas trabalhavam, a única certeza é que a rede elétrica foi energizada antes do horário programado e pegou os operários de surpresa.

Investigações
Apesar de muita especulação sobre os culpados pelo acidente, as informações ainda são escassas e cautelosas. Após o fato, a Polícia Civil abriu inquérito para apurar as causas do acidente e de acordo com a delegada Ana Cristina Ferreira da Silva, testemunhas serão intimadas nos próximos dias para sabermos ao certo o que aconteceu.

O gerente da Copel em Umuarama, Gilberto Nagano informou que a empresa iniciou uma investigação interna para apurar o que ocorreu. Nós não temos intenção nenhuma de esconder a verdade, porém precisamos investigar ao certo o que ocorreu lá no local. Ainda de acordo com Nagano, técnicos da Copel de Maringá virão à cidade nos próximos dias para realizar uma perícia no local e verificar onde ocorreu a falha. Não é algo simples, ocorreram mortes, feridos. É algo mais complexo. Como sempre, em qualquer tipo de acidente, estamos iniciando uma investigação para apurar os fatos, concluiu.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Eletricistas em Umuarama, Marcos Antônio Beraldo, o caso também será acompanhado de perto pela entidade, do qual uma das vítimas, Jair, era diretor. Nós queremos saber as causas do acidente, que matou dois companheiros nossos. Precisamos saber se foi negligência das empresas ou se o erro foi humano. Porém, nós sabemos que as empresas investem muito em segurança, então nós acreditamos numa falta de comunicação entre alguém daqui e alguém da central, em Maringá, opinou.

Fontes: A Tribuna do Povo - Umuarama, 23 de abril de 2010, Umuarama Ilustrada - 23 de abril de 2010, Gazeta do Povo – 22 de abril de 2010

Comentário
A certeza: O dono da empresa onde as vítimas trabalhavam a Hagap, Antonio Silva Pereira, diz que a “única certeza é que a rede elétrica foi energizada antes do horário programado e pegou os operários de surpresa”. O horário previsto para religar a rede era às 15h, porém, ela foi religada as 14h50. Os trabalhadores já haviam informado que o serviço iria atrasar uns 15 minutos do horário previsto.

Houve falha na permissão de trabalho e checagem de religamento do sistema de energia: A central da Copel não poderia ser o elemento de autorização final de religamento do sistema de maneira automática. O pessoal de campo sabia que as 15 h a central religaria o sistema.

Poderemos analisar esse acidente quanto à permissão de trabalho, isto é, programas de bloqueio.
O que diz um programa de bloqueio: São programas indicados para identifica, isolar e controlar fontes perigosas de energia e material que pode desfavoravelmente afetar a segurança pessoal durante a operação de equipamentos, manutenção ou modificações.
Como o serviço era amplo, com 40 trabalhadores, em áreas distintas e distantes, a Concessionária funcionaria como a Central de Controle de Segurança do Serviço
Este tipo de controle é geralmente nas instalações de energia nuclear, onde o sistema altamente integrado e riscos significativos exigem que as atividades da instalação sejam controladas por um grupo de operação ou outro grupo com conhecimento da operação.

A principal característica da central de controle do sistema de bloqueio de segurança é a autorização de etiquetagem, tipicamente de operação em grupo. Para ser efetivo, esse grupo dever ter conhecimento de todas as atividades de bloqueio/travamento e etiqueta/sinalização, incluindo a remoção do serviço e a restauração do sistema e componentes.

A central de controle etiquetagem/sinalização é essencial para essas instalações, porque a omissão para entender e considerar a interface do sistema, a inter-relação e a exigência da operacionalidade, quando isolando e restaurando sistemas de segurança indicados e componentes, podem resultar na redução na margem de segurança dos limites aceitáveis e fracassa em manter seguro as áreas limites de trabalho.
Procedimento correto
■ Cada trabalhador de campo é responsável liberar o seu serviço,
■ O supervisor de campo é responsável para checar o serviço para restabelecer a energia elétrica.
■ A concessionária é responsável pelo sistema redundante de segurança, checar e verificar com os responsáveis se todos os serviços foram liberados pelos respectivos trabalhadores de campo.

Quase todos os eventos de bloqueio e etiqueta são evitáveis. Segundo o Departamento de Energia, Segurança e Saúde dos Estados Unidos, a principal causa freqüente destes eventos foi atribuída ao controle de procedimentos (67 por cento).

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posted by ACCA@4:38 PM

1 Comments:

At 6:24 PM, Blogger Unknown said...

eu espero justisa pois eles mataro meu marido meus fihlos ficaron sem opai que eles tanto amava como é difisio viver sem ele mas acredito na justisa de deus

 

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