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terça-feira, novembro 25, 2025

TORNADO ARRASA A CIDADE RIO BONITO DO IGUAÇU NO PARANÁ

LOCALIZAÇÃO 

Rio Bonito do Iguaçu é um município localizado na região Centro-Sul do estado do Paraná, a aproximadamente 400 quilômetros de Curitiba (capital do estado). O município, com  população estimada de cerca de 14 mil habitantes segundo dados do IBGE de 2020, encontra-se próximo à cidade de Laranjeiras do Sul, localizada a apenas 18 quilômetros de distância.

Registros mostram que as rajadas provocaram destelhamento de residências, além de quedas de árvores e postes.  A cidade está sem energia elétrica e quase 50% das estruturas da área urbana   foram deterioradas.

Estima-se que mais de 50% da zona urbana foi afetada por destelhamentos. Houve inúmeros colapsos estruturais  de edificações comerciais, de órgãos públicos e residências. A malhas viária foi comprometida e a rede elétrica foi danificada. Informou a Defesa Civil.

TORNADO

O tornado atingiu a cidade por volta das 17h30 de sexta‑feira (7/11). Segundo meteorologistas, o fenômeno foi causado por um ciclone extratopical que atinge o sul do país.

Rio Bonito do Iguaçu foi a cidade mais atingida, mas outros municípios da região, como Laranjeiras do Sul e Guarapuava também sentiram os efeitos do tornado. O tornado atingiu a cidade com temporal, vento forte e granizo, deixando um rastro de destruição.

A tempestade que atingiu a cidade foi causada por um tornado formado dentro de uma supercélula, segundo o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná).

Na escala Fujita, que determina a intensidade dos tornados, a tempestade foi classificada inicialmente como um F2, quando são registrados ventos de 180 a 250 km/h. Horas depois, contudo, o Simepar alterou o diagnóstico, elevando o fenômeno para F3 (entre 250 e 330 km/h).

INFRAESTRUTURA

ENERGIA ELÉTRICA

Segundo a Copel, 280 postes e três torres de alta tensão da região foram derrubadas pelos ventos, deixando a cidade no escuro.

ESTRADAS

Diversas estradas e rodovias foram bloqueadas. As rodovias PRC-158, em Rio Bonito do Iguaçu, e PRC-466, em Guarapuava, tiveram o tráfego de veículos interrompidos  mas já estão liberadas. A desobstrução da PR-170, por outro lado, deve demorar cerca de 10 dias devido à intensidade dos estragos.

VÍTIMAS E RESGATE

Mortes – Ribeirão Bonito do Iguaçu (7); Guarapuava (1)

Feridos - o serviço médico e de socorro da região atendeu 835 pessoas. Mais de 30 pessoas  seguiam internadas, sendo quatro delas em UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

DEFESA CIVIL

A Defesa Civil enviou para a cidade 2.600 telhas, 1.200 cestas básicas, 565 colchões, 270 kits higiene, 204 kits limpeza, 150 kits dormitório e 54 bobinas de lona.

Mais de mil pessoas ficaram desalojadas e ainda dependem de abrigos ou da ajuda de vizinhos e parentes.

Na cidade, escolas, postos de saúde e centros comunitários estão sendo usados como abrigos temporários.

MEDIDAS DE EMERGÊNCIAS

Diversas corporações estaduais estão na região. Equipes dos bombeiros, da Polícia Militar, da Secretaria de Saúde e de outros órgãos prestam auxílio. Há suspeita de vítimas presas em escombros. Cães farejadores são usados nas buscas.

SAÚDE

Hospitais da região de Laranjeiras do Sul, Guarapuava e Cascavel estão mobilizados para o atendimento às vítimas.

Em Laranjeiras do Sul, os atendimentos estão sendo realizados em duas unidades hospitalares, uma unidade de saúde e uma faculdade. Em um dos hospitais, 216 atendimentos foram realizados até o momento. Desse total, 51 foram transferidos para outras unidades, três passaram por cirurgia de ortopedia, uma por cirurgia geral e dois pacientes estão em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em estado instável.

Em outro hospital, 100 atendimentos foram realizados, sendo que cinco deles cirúrgicos, cinco pessoas foram transferidas e duas crianças e cinco gestantes atendidas. Os demais casos são de pacientes clínicos estáveis. Na Unidade de Saúde foram 103 atendimentos e, na faculdade, 18 casos. Os pacientes que precisaram de transferências foram levados para o Hospital Universitário de Cascavel e o Hospital Regional de Guarapuava.

Mais de 30 ambulâncias da 5ª e 7ª Regionais de Saúde estão disponíveis para atendimento, com mais de 100 profissionais de saúde e voluntários envolvidos. Os Pronto Atendimentos de Nova Laranjeiras, Cantagalo e Saudade do Iguaçu também foram disponibilizados para receber as vítimas.

O Centro de Medicamentos do Paraná (Cemepar) foi acionado e enviou 1.000 unidades de soro 500 ml e 1.000 unidades de ringer (outro tipo de soro) para apoio aos hospitais de Laranjeiras do Sul. Municípios da região do desastre também estão doando medicamentos e insumos para as unidades que estão recebendo os pacientes.

A Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) também está enviando cerca de 10 mil unidades de 17 tipos de materiais diferentes, incluindo ataduras, seringas, compressas, agulhas, entre outros insumos, que auxiliarão os hospitais nos atendimentos das vítimas.

TESTEMUNHAS DO EVENTO

·      A dona de casa Kelly, que viu sua casa desabar diante dos olhos. "Tudo aconteceu muito rápido. O céu escureceu, começou a ventar e derrubou a janela. Só deu tempo de pegar um colchão pra colocar em cima da minha família pra proteger. Mesmo assim, duas tias ficaram feridas. Da casa não sobrou nada", contou ainda em choque.

·      Vendaval durou de 30 a 40 segundos e "detonou tudo", disse Adilson Camilo, morador de Rio Bonito do Iguaçu."Começou a voar tudo. Voaram telhas, parede. Tudo o que você imaginar", contou. Corremos para o banheiro e o banheiro voou, começou a rachar. Corremos para o quarto de visitas e começou a desabar. Corremos para o nosso quarto, nos abraçamos a pedimos a Deus: 'Deus, ajuda a gente, por favor', disse Adilson Camilo.

·      Na quadra ao lado, Eliandro Felan, dono de uma conveniência, também não sabe como será o futuro. O telhado do estabelecimento foi arrancado pelo vento, a fachada voou longe e o ar‑condicionado despencou sobre um cliente que estava no local e precisou ser levado ao hospital. "Agora, na verdade, vai ser tudo do zero. Vamos ver como será, como virão as ajudas e ver como vai ficar", afirma.

·      Roseli Pereira de Souza é dona de uma panificadora, conta que, no momento em que o tornado atingiu a cidade, estavam trabalhando. O vento destruiu o estabelecimento, mas os cinco funcionários e os clientes que estavam no local não se feriram. "A gente ainda não parou pra pensar como será daqui para frente. Primeiro estamos vendo os estragos, ver o que dá para aproveitar." Ela não sabe estimar os prejuízos, mas diz que a destruição foi total.

·      A técnica de enfermagem aposentada Glaci Tereza Merlak, 63, estava em casa com o marido, Vilmar, quando o tornado iniciou. Eles conversavam sobre a possibilidade de temporal quando foram surpreendidos pelo vento forte. O marido tentou segurar uma porta de vidro, que acabou estourando e o jogou contra uma geladeira, arrastada por vários metros. Ferida, ela procurou ajuda dos vizinhos. "Tentamos abrir a porta para pedir socorro, mas não havia a quem, porque todos estavam na mesma situação", relata.

·      A aposentada Tereza Bittu, 88, conta que um fogão salvou sua vida. A parede da casa desabou em sua direção, mas um fogão que estava em um local mais elevado da residência serviu como proteção. Socorrida por um vizinho, com apoio de policiais, ela foi levada para um hospital de Laranjeiras. O olho roxo e marcas pelo corpo mostram o impacto de objetos contra ela. "Eu acho que escapei foi pelo amor de Deus", afirma. A aposentada está na casa de uma filha em Laranjeiras do Sul.

LIMPEZA DA CIDADE

O coordenador da Defesa Civil do estado, afirmou que a cidade deve estar limpa em dois ou três dias, com a retirada de entulhos e escombros.  

PREJUÍZOS

A Confederação Nacional de Municípios (CNM) estimou que os prejuízos já ultrapassariam 114,5 milhões.

RECONSTRUÇÃO

Cerca de 40% dos imóveis da cidade precisarão ser totalmente reconstruídos, aponta relatório preliminar Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná) e da Cohapar (Companhia de Habitação do Paraná).

Os outros imóveis atingidos, 60%, ainda teriam condições de passar apenas por reformas, sem necessidade de demolição.

Segundo a concessionária de energia, Copel, cerca de 200 profissionais estão na cidade para restabelecimento de energia elétrica. Fontes: Correio do Povo-08/11/2025; Folha de São Paulo - 8.nov.2025; BBC News Brasil - 8 novembro 2025; UOL- 08/11/2025; UOL- 09/11/2025; Folha de São Paulo - 9.nov.2025; Folha de São Paulo - 10.nov.2025; Folha de São Paulo - 11.nov.2025



ATUALIZAÇÕES DAS INFORMAÇOES – 26/11/2025

·      Tornado em Rio Bonito do Iguaçu e Guarapuava, Paraná, foi classificado como F4 com ventos de até 418 km/h, conforme laudo do Simepar.

·      Onze cidades foram atingidas; Turvo teve ventos F2. Inicialmente, ventos foram estimados em F2, mas elevou-se para F3 antes de confirmar F4.

·      Destruição em 90% de Rio Bonito do Iguaçu deixou mais de mil desalojados e sete mortos, incluindo um caso de morte por estresse pós-traumático.

O laudo técnico elevou para categoria F4 os ventos em Rio Bonito do Iguaçu e Guarapuava. Nova avaliação foi divulgada hoje pelo Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná).

O que aconteceu

Um tornado de categoria F4 na escala Fujita, tem ventos estimados entre 332 km/h e 418 km/h. Simepar concluiu nesta semana o laudo técnico que detalha a trajetória e a classificação dos três tornados que atingiram 11 cidades do Paraná naquela data.

Ventos que atingiram cidade de Turvo foram mantidos na categoria F2. Neste caso, a velocidade do vento é estimada entre 180 km/h e 253 km/h.

Onze municípios foram atingidos: Rio Bonito do Iguaçu, Turvo, Guarapuava, Quedas do Iguaçu, Espigão Alto do Iguaçu, Nova Laranjeiras, Porto Barreiro, Laranjeiras do Sul, Virmond, Cantagalo e Candói.

Inicialmente, o Simepar estimou ventos de 250 km/h (F2), mas dias depois elevaram para 330 km/h (F3). A escala Fujita, sistema usado para classificar tornados, vai até o nível F5.

Escala de tornados:

F0 > ventos entre 65 km/h e 116 km/h;

F1 > ventos entre 116 km/h e 180 km/h;

F2 > ventos entre 180 km/h e 253 km/h;

F3 > ventos entre 253 km/h e 332 km/h;

F4 > ventos entre 332 km/h e 418 km/h;

F5 > ventos entre 418 km/h e 511 km/h.

Fonte: UOL, em São Paulo - 26/11/2025 

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sexta-feira, novembro 07, 2025

TUFÃO KALMAEGI DEIXA UM RASTRO DE DESTRUIÇÃO NAS FILIPINAS

 Em 2 de novembro de 2025, o ciclone tropical Kalmaegi  tocou o solo na Filipinas como uma tempestade tropical e rapidamente se intensificou para um tufão enquanto se deslocava para oeste através das Visayas. O ciclone tropical atingiu a costa diversas vezes – primeiro em Silago, Leyte do Sul, seguido por Borbon, Cebu, Sagay City, Negros Ocidental, Iloilo City e El Nido, Palawan – trazendo chuvas torrenciais, ventos destrutivos e inundações generalizadas em grande parte do país. O tufão saiu da Filipinas em 6 de novembro de 2025, mantendo sua força como tufão.

ATÉ 7 DE NOVEMBRO, ESTIMA-SE QUE;

 2,4 milhões de pessoas (680.431 famílias) foram afetadas em oito regiões. Destas, 302.008 pessoas (83.139 famílias) estão atualmente em 2.936 centros de evacuação, enquanto 75.325 pessoas (22.184 famílias) estão temporariamente abrigadas com parentes ou amigos.

MORTES E FERIDOS

O Conselho Nacional de Redução e Gestão de Riscos de Desastres (NDRRMC) registrou 153 mortes, 135 feridos e 86 desaparecidos, principalmente nas Regiões 6 (Visayas Ocidental), 7 (Visayas Central) e 8 (Visayas Oriental), devido a graves inundações e deslizamentos de terra.

IMPACTO E ÁREAS AFETADAS

As chuvas fortes a intensas causaram inundações em pelo menos 41 municípios e deslizamentos de terra em várias províncias. Mais de 12.600 casas foram danificadas (487 totalmente e 12.190 parcialmente).

As províncias de Cebu, Ilhas Dinagat, Leyte e Surigao del Norte estão entre as mais afetadas. Cebu registrou 111 mortes e mais de 87.000 famílias desabrigadas ainda em locais de evacuação após inundações urbanas generalizadas.

Nas Ilhas Dinagat, aproximadamente 36% da população foi deslocada, com danos significativos à infraestrutura e interrupções no fornecimento de água, saneamento e higiene Leyte e Biliran sofreram extensas inundações, contaminação da água e consequentes alertas de saúde devido ao saneamento precário e à água parada.

DANOS A INFRAESTRUTURA

Estimativas preliminares indicam danos à infraestrutura, perdas agrícolas afetando mais de 600 agricultores e pescadores e mais de 460 hectares de terras cultiváveis.

AS INSTALAÇÕES EDUCACIONAIS TAMBÉM SOFRERAM GRANDES DANOS.

Em cinco regiões, cerca de 1,9 milhão de alunos e 79 mil funcionários da educação foram afetados, com 3.478 escolas públicas relatando suspensão de aulas. Pelo menos 412 escolas em sete regiões foram convertidas em centros de evacuação, abrigando temporariamente famílias desabrigadas.

Uma avaliação rápida dos danos identificou 1.975 salas de aula com danos leves, 737 com danos graves e 548 totalmente destruídas.  

INTERRUPÇÕES NOS SERVIÇOS ESSENCIAIS

A tempestade causou graves interrupções nos serviços essenciais, deixando muitas áreas sem energia elétrica, água e comunicações, enquanto os centros de evacuação superlotados e os ambientes contaminados pelas enchentes continuam a aumentar os riscos à saúde e à segurança das populações afetadas.

 O Kalmaegi atingiu as Filipinas em um momento de fragilidade. O país lida com uma sucessão de desastres naturais nos últimos meses, entre eles, terremotos e tempestades. Em setembro, o supertufão Ragasa atingiu o norte de Luzon, provocando rajadas de ventos, chuvas torrenciais e a suspensão de atividades governamentais e escolares.


SITUAÇÃO NO VIETNÃ

Pelo menos cinco pessoas morreram no Vietnã depois que o tufão Kalmaegi atingiu regiões costeiras com ventos destrutivos e chuvas intensas, disseram autoridades nesta sexta-feira (7), após a passagem da tempestade pelas Filipinas.

 O tufão tocou o solo na noite de quinta-feira na costa central vietnamita —já devastada pela tempestade e de onde milhares de pessoas haviam fugido—, arrancando árvores, danificando casas e provocando blecautes, antes de enfraquecer ao avançar para o interior.

DANOS MATERIAIS

As autoridades locais ainda avaliavam os danos na manhã de sexta-feira, mas o governo informou que pelo menos cinco pessoas morreram e 57 casas foram destruídas em Gia Lai e na região vizinha de Dak Lak.

No país, cerca de 2.800 residências sofreram danos, e 11 embarcações afundaram, segundo as autoridades.

A empresa estatal de energia elétrica informou que 1,6 milhão de pessoas ficaram sem eletricidade quando o tufão atingiu a costa central, mas um terço do serviço foi restabelecido até a manhã de sexta-feira.

O governo mobilizou 268 mil soldados para operações de busca e resgate e emitiu alertas sobre possíveis inundações que poderiam afetar as chamadas Terras Altas Centrais —principal região produtora de café do país—, embora comerciantes tenham relatado que as plantações permaneceram intactas.

O tufão perdeu força ao avançar pelo interior, mas ainda são previstas chuvas fortes para grande parte da costa central, segundo o serviço meteorológico nacional.

O fenômeno atingiu o Vietnã enquanto o país se recuperava de uma semana de inundações e chuvas recordes que já haviam deixado 47 mortos.

O país asiático está localizado em uma das regiões tropicais mais ativas do planeta em termos de ciclones e registra, em média, dez tufões ou grandes tempestades por ano. O Kalmaegi, porém, foi o 13º de 2025, refletindo uma temporada mais intensa que o habitual. 

Fontes: OCHA  Posted 7 Nov 2025; Folha de São Paulo - 7.nov.2025 

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quarta-feira, novembro 05, 2025

FURACÃO MELISSA CAUSA DESTRUÇÃO NO CARIBE


O furacão Melissa atingiu o solo da Jamaica nesta terça-feira (28) como um fenômeno de categoria máxima, segundo o Centro Nacional de Furacões dos EUA. Mais cedo, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) afirmou que espera uma situação catastrófica no país caribenho, em decorrência das rajadas de vento superiores a 300 quilômetros por hora, sendo a pior tempestade a atingir a ilha neste século. A costa da cidade de New Hope, a oeste do país, foi a primeira região atingida pelos ventos.

Ondas de até quatro metros de altura são esperadas, com precipitação que deve ultrapassar 700 mm, cerca do dobro da quantidade normalmente esperada durante toda a estação chuvosa. "Isso significa que haverá inundações repentinas e deslizamentos de terra catastróficos".

A maioria dos jamaicanos ficou sem acesso à internet, e os principais aeroportos foram fechados, dificultando o trabalho das autoridades para avaliar a dimensão dos danos. O governo afirmou que o país é uma "zona de desastre" e que os moradores devem permanecer protegidos devido ao risco de inundações e deslizamentos de terra.

Fotos e vídeos compartilhados nas redes sociais mostravam estradas e carros destruídos, além de árvores e destroços de telhados arrancados pelos ventos. O aeroporto de Montego Bay ficou com áreas de espera alagadas, vidros quebrados e tetos desabados.

Os locais, importantes pontos turístico do país, foram severamente atingidos. Resorts foram parcialmente destruídos, assim como o aeroporto.

O furacão Melissa atingiu Cuba na madrugada de quarta-feira (29), com ventos chegando a 195 km/h, segundo o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC, na sigla em inglês), após deixar um rastro de destruição na Jamaica.

Segundo dados da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), o Melissa tornou-se o furacão mais forte a atingir o solo na costa do Atlântico em 90 anos.

Situação

Jamaica

As autoridades relataram 19 mortes, 96 feridos, confirmados, inundações generalizadas e danos significativos à infraestrutura,  05 hospitais afetados, deixando mais de 460.000 pessoas sem energia elétrica.

Haiti

No Haiti, o número de mortos relatados 23, e muitos ainda estão desaparecidos após chuvas torrenciais e inundações de rios, particularmente em Petit-Goâve.

República Dominicana,

Na República Dominicana, o furacão causou inundações e deslizamentos de terra que colocaram vidas em risco, afetando mais de 60.000 pessoas.

Foram registrados 13 estabelecimentos de saúde afetados por falhas elétricas, limitações de acesso e inundações em outras províncias.

32 sistemas de abastecimento de água potável fora de operação em nível nacional, por altos níveis de turbidez da água..

Cuba

Em Cuba, mais de 60.000 casas foram total ou parcialmente destruídas, enquanto milhares continuam sendo evacuadas devido ao alto risco de novas inundações e deslizamentos de terra.

Foram relatados danos em mais de 40.000 hectares de plantações, principalmente de banana. Mais de 40% da produção de hortaliças foi danificada, limitando a disponibilidade e o acesso a alimentos.

Pelo menos 287 instituições de saúde foram afetadas, com danos em telhados e estruturas internas, além da perda de equipamentos médicos essenciais.

Quase 600 centros educacionais (dos 2.729 localizados nos 29 municípios mais afetados) sofreram danos na infraestrutura.

Mais de 700 mil crianças em todo o Caribe, foram afetadas pelo furacão, segundo a UNICEF. Fonte - OCHA  Publicado1 de novembro de 2025; Cuba, Hurricane Melissa - Flash Update No. 4 November 2, 2025 

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domingo, julho 26, 2020

“CICLONE BOMBA” NA REGIÃO SUL DO BRASIL

Durante fortes temporais que atingiram a Região Sul do Brasil em 30 de junho de 2020, cidades registraram ventos com mais de 120 km/h em diversos pontos de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. Esse fenômeno é conhecido como "ciclone-bomba", pois nessa região foi registrada uma queda acentuada na pressão atmosférica em um período de 24 horas, provocando ciclones que não eram previsíveis pelos meteorologistas. O ciclone bomba, como foi batizado, nada mais é do que um intenso sistema de baixa pressão atmosférica, e é chamado de extratropical.

CICLONE - DESTRUIÇÃO
O vento provocou estragos em um terço das cidades do estado. O que aconteceu foi a consequência da formação de um ciclone, um fenômeno meteorológico comum, mas não com essa intensidade - por isso é chamado de "ciclone bomba". "O processo de formação dele foi muito rápido. Isso faz com que as nuvens fiquem carregadas e alinhadas, uma do lado da outra e, quanto mais intenso é o ciclone, mais rápido é o deslocamento desta linha de instabilidade, e cada vez o vento é mais intenso por onde ele passa", explica o meteorologista Leandro Puchalski.

ESTADOS QUE RELATARAM  DANOS INICAIS

SANTA CATARINA
Ao menos 35 municípios catarinenses comunicaram estragos pelo temporal. Conforme a Defesa Civil, os ventos chegaram a 120 km/h no Morro da Igreja, no Parque Nacional de São Joaquim, localizado na divisa entre os municípios de Bom Jardim da Serra, Orleans e Urubici. 
O temporal deixou 1,4 milhão de consumidores sem luz em SC, de acordo com as Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc). Além disso, o cabo de fibra ótica da operadora Oi foi rompido, o que deixou clientes sem internet e telefone, segundo a concessionária de energia.
Florianópolis e Balneário Camboriú, em Santa Catarina, a passagem do fenômeno deixou um rastro de destruição.

CHAPECÓ
A velocidade do vento chegou a 108 km/h por volta das 13h30 no município, segundo Marcelo Martins, que é o meteorologista da Epagri/Ciram, órgão que monitora as condições climáticas no estado. Segundo a Defesa Civil do município, foram registradas até as 15h mais de 350 registros de destelhamentos, quedas de árvores e galhos, ruas e avenidas bloqueadas.
Mias de 350 casas ficaram destelhadas e o vento deixou mais da metade dos moradores sem energia elétrica.

CONCÓRDIA
Segundo a Prefeitura de Concórdia, o Terminal Rodoviário Neudi Massolini perdeu quase toda a cobertura, o telhado ruiu devido à ventania e atingiu ambulâncias que ficam estacionadas no local.
Pelo menos 15 escolas e centros municipais de educação infantil tiveram algum tipo de danos devido ao vento. Os centros de convivência do bairro dos Estados e Frei Lency, também foram prejudicados pelo temporal.
Oito equipes dos Bombeiros Voluntários e Defesa Civil trabalham retirando árvores e distribuindo lonas aos atingidos.

XANXERÊ E REGIÃO

O mau tempo também causa transtornos em cidades da região. Em Xanxerê, o vento por volta das 10h chegou a 81,4 km/h, também houve queda de granizo. Nos bairros Pinheiro e Veneza foram registrados destelhamentos e lonas foram distribuídas aos moradores.
São Domingos, Mondaí, Caibi e Palmitos também tiveram casos de destelhamentos. Em São José do Cedro, os prejuízos foram no sistema de abastecimento de água na Linha 21 de Novembro, sendo que três das quatro caixas d´água do local foram danificadas.
Em Ponte Serrada e Concórdia, o temporal causou problemas com o fornecimento de energia elétrica por conta do temporal.

LAGES, NA REGIÃO SERRANA
O vento chegou como uma explosão, arrebentou os vidros do prédio e arrastou tudo o que estava pela frente.

EM TIJUCAS, NA GRANDE FLORIANÓPOLIS
Um galpão desabou e matou três pessoas. Na cidade vizinha, Governador Celso Ramos, 80% dos imóveis foram danificados. Uma van e uma ambulância tombaram. No mar, mais estragos; vários barcos afundaram.
"Veio aquela nuvem escura e pela nuvem já dava de ver que ele vinha girando. E quando chegou aqui, ele começou a pegar as coisas por baixo e levantar", conta o aposentado Antônio Alves.

FLORIANÓPLIS
Na capital, parte do telhado de um condomínio voou e foi parar no pátio de uma casa.Árvores foram arrancadas pela raiz, interditaram ruas, atingiram carros e casas.

INTERRUPÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
Mais de 1,5 milhão de unidades consumidoras sem fornecimento de energia elétrica. Na manhã de quarta-feira (1º), cerca de 668 mil ainda continuavam sem luz. A companhia espera que 80% do sistema seja reestabelecido até o fim do dia, mas explicou que alguns locais podem ter o problema prolongado pela dificuldade para retirar os materiais que atingiram a rede elétrica. Segundo a concessionária, esse foi o maior dano da história da rede elétrica estadual.

RETOMADA TOTAL NA ENERGIA EM SANTA CATARINA PODE DEMORAR ATÉ DOMINGO
Até as 10h de sexta-feira (3), 156.680 unidades consumidoras continuavam sem luz; Grande Florianópolis é a região mais afetada
A região de Florianópolis segue como a mais afetada, com 50.598 unidades consumidoras ainda sem energia. Em seguida, aparece a região de Lages, com 34.960 imóveis com interrupções.
A Celesc informou que a energia já foi restabelecida em 95% das áreas atingidas. A previsão é de que os trabalhos para a normalização total continuem até domingo (5).
Conforme o órgão, a demora é por conta das regiões de difícil acesso e dos locais onde a rede terá que ser completamente reconstruída.
As equipes que concluíram os trabalhos no Sul do Estado foram encaminhadas para Florianópolis para auxiliar na recuperação do sistema.

CORPO DE BOMBEIROS E EMERGÊNCIAS
Segundo a corporação, todos os batalhões registraram ocorrências, e mais de 1.450 bombeiros militares, 674 bombeiros comunitários, 402 viaturas, além de duas equipes de força-tarefa e um cão de busca, atuam nas ocorrências.

SAMU TEVE MAIS DE MIL CHAMADOS
Durante o ciclone Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) atendeu 1.257 chamadas nas oito macrorregiões. Destas chamadas, 503 foram atendimentos que precisaram de Unidades de Suporte Avançado e Suporte Básico.

VÍTIMAS E DESABRIGADOS
De acordo com Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, nove pessoas perderam a vida.
·    Chapecó: uma idosa, de 78 anos, vítima de queda de árvore;
·    Santo Amaro da Imperatriz: um homem, atingido por fiação elétrica;
·    Tijucas: três vítimas após desabamento de galpão;
·    Ilhota: um homem de 59 anos;
·    Governador Celso Ramos: um homem de 59 anos;
·    Rio dos Cedros: um homem de 73 anos;
·    Itaiópolis: mulher, 37 anos, vítima de queda de árvore.

DESAPARECIDAS
Ainda, segundo os bombeiros, duas pessoas seguem desaparecidas. Uma na cidade de Canelinha e outra em Brusque. Na cidade do Vale do Itajaí, mergulhadores do Corpo de Bombeiros atuam nas buscas por um homem que caiu de uma ponte pênsil, em Brusque.

DESABRIGADAS
Outras 1.402 pessoas foram afetadas, seis ficaram feridas, 24 estão desabrigadas e 26 estão desalojadas.

BALANÇOS PERDAS MATERIAIS PROVISÓRIOS
Fábrica - Ciclone danifica 70% da área de fábrica em SC; prejuízo supera R$ 2 milhões
Uma fábrica de produtos domésticos foi atingida em cheio pelo ciclone bomba na terça-feira (30), em Rio do Sul (SC), a 188 quilômetros de distância de Florianópolis. Os sete galpões tiveram danos e se estima que 70% da estrutura da empresa foi danificada. O gerente de exportações, Daniel Stolf, calcula um prejuízo na casa de R$ 2 milhões.
"Entre R$ 800 mil a R$ 1 milhão serão para consertar os galpões. Uns foram bastante danificados e outros muito poucos", conta Stolf, sobrenome que dá o nome à empresa.
O restante do valor deve ser utilizado para reconstruir a rede de painéis solares, que fornecia quase toda a energia à empresa. Em operação desde o final do ano passado, o sistema custou R$ 1,8 milhão. Estima-se que 60% das placas tenham sido danificadas ou destruídas pelo ciclone. Além disso, algumas máquinas estragaram e vão ter que passar por reforma ou serem substituídas. E parte do estoque da empresa acabou molhando e também foi perdido.
No momento da tempestade, cerca de 140 funcionários estavam trabalhando no local e tiveram que encontrar lugar seguro. Entretanto, dois deles acabaram feridos, tiveram escoriações leves e foram levados para o hospital. Após receberem atendimento, foram liberados e estão de atestado médico.
Segundo a direção da empresa, calcula-se que a fábrica só vai voltar a operar a pleno em 90 dias, devido aos estragos do ciclone.

MAIS DE 230 ESCOLAS ATINGIDAS
Conforme levantamento da secretaria de Infraestrutura do Estado, pelo menos 238 escolas foram danificadas. Em termos de prédios públicos, esse foi o segmento mais atingido segundo o secretário Thiago Vieira. Destelhamentos, queda de árvores sobre os prédios e danos à estrutura foram as principais ocorrências.

AGRICULTURA
Mais de 2,5 milhões de pés de bananas  foram destruídos pela força do vento em Corupá. Cidade é a maior produtora e exportadora da fruta no estado. O fenômeno foi classificado como o maior prejuízo da história
A fruta é a principal fonte de renda de 500 famílias no município. A diretora da Associação dos Bananicultores de Corupá, afirmou que o fenômeno prejudicou todas elas.
"Todas as localidades foram afetadas e todos os produtores perderam muita fruta. Nós temos relatos de produtores que perderam 40%, 50%, 60% e até 90% da área plantada", afirmou.

O cultivo da fruta também foi afetado em municípios do Vale do Itajaí e do Sul do estado. Em Luiz Alves, 50% das plantações de bananas também foram destruídas. O número equivale a cerca de 400 propriedades afetadas. Muitos pés da fruta também tombaram em Jacinto Machado, e a maioria deles sequer estava pronta para a colheita. Os municípios ainda calculam o valor dos prejuízos.

CIDADE QUASE DEVASTADA
Governador Celso Ramos, na Grande Florianópolis, foi uma das mais devastadas pelo "ciclone bomba" . O prefeito Juliano Duarte Campos afirmou que pelo menos 3 mil residências foram atingidas — a cidade tem 14.471 habitantes.
"De 30 a 40 residenciais foram implodidas, deixaram de existir. Só tem as fundações, a gente tá perplexo, porque não se acha nada. (...) Tem casas que não existem mais. É um cenário pós‑guerra", disse o prefeito.
De acordo com o prefeito, duas unidades de saúde e seis escolas ficaram destruídas pela força dos ventos e precisaram ser interditadas. Pelo menos 24 carros da prefeitura foram danificados e 11 barcos foram retirados do mar.
Outras repartições públicas também ficaram danificadas, como a Secretaria de Assistência Social, o Ginásio Municipal de Esportes, a delegacia e base da Polícia Militar. O prefeito afirmou que vai pedir recurso ao governo federal para reconstrução dos prédios.
"Nós estamos aguardando o apoio do governo do estado e do governo federal para restabelecer a vida normal dessas pessoas. Ficamos chocados com o tamanho do desastre que aconteceu", disse.

RIO GRANDE DO SUL
No Rio Grande do Sul, seis cidades registraram estragos, segundo último boletim da Defesa Civil .
Em Iraí, no norte do Estado, houve o destelhamento de cerca de 300 casas. Na cidade, mais de 3 mil metros quadrados de lonas já foram distribuídos e ao menos três pessoas ficaram feridas reparando danos nas moradias. Em Barracão, na mesma região, outras 100 residências e um hospital municipal também tiveram os telhados arrancados.
No RS, há falta de luz na noite de hoje em 145 mil moradias, segundo a RGE — desse total, 71 mil ficam em Erechim, no norte do Estado.
"A RGE está com suas equipes totalmente mobilizadas para restabelecer o fornecimento no menor tempo possível. No entanto, a complexidade dos danos, a dificuldade de acesso em alguns locais e, principalmente, a continuidade da chuva, dificultam o trabalho, impedindo informar uma previsão de retorno da energia", informou a empresa.
Já a CEEE, outra concessionária que atende o Estado, observou que o corte no fornecimento ocorre em pontos isolados.
A Defesa Civil do Rio Grande do Sul informou que 16 cidades do estado foram atingidas pelo ciclone.

PESSOAS DESALOJADAS
No total, 1.035 pessoas estão desalojadas, sendo que a maior parte se concentra em duas cidades: Vacaria (com 520 atingidos) e Ibiaçá (400). Ambos os municípios ficam na região norte do estado. Em Sebastião do Caí, 73 pessoas foram levadas para o ginásio municipal ainda na madrugada de hoje.

PARANÁ
Ventos de quase 100 km/h derrubaram árvores e deixaram imóveis de Curitiba sem energia elétrica na tarde de  terça-feira (30). De acordo com a Copel, 193 mil unidades consumidoras estavam sem luz por volta das 18h30, o que representa 22% da cidade.
A Copel informou que mobilizou 208 equipes para restabelecer o serviço em Curitiba e na região metropolitana.  .
A Prefeitura de Curitiba informou que, até as 21h30, registrou 513 ocorrências de quedas de árvores ou galhos e 57 destelhamentos, por meio da Central 156.
Na capital, pelo menos 37 bairros foram afetados.  .

ENTENDA O QUE É CICLONE BOMBA, FENÔMENO QUE ATINGIU SANTA CATARINA
Com rajadas de vento que ultrapassaram 130km/h, estragos em mais de 135 municípios e pelo menos nove mortos, o fenômeno que atingiu Santa Catarina na terça-feira (30) é chamado de ciclone bomba. A formação ganha esse nome pois é um tipo de ciclone que se intensifica rapidamente, explica o meteorologista da NSC Comunicação Leandro Puchalski.
Sempre que um ciclone ganha intensidade em poucas horas, é chamado de ciclone bomba, segundo Puchalski. O ciclone bomba que atingiu Santa Catarina essa semana se formou no Rio Grande do Sul.
A explicação para a formação de um ciclone é que o ar quente e úmido (menos denso), vai para as camadas superiores da atmosfera. Enquanto isso, o ar frio e seco (mais denso) é rebaixado para a superfície, o que gera a redução da pressão atmosférica. A condensação do ar quente libera calor e gera instabilidade na área. Por consequência, o ciclone se forma, explica Puchalski.
Os fênomenos climáticos que atingiram os municípios catarinenses ainda estão sob análise da Epagri/Ciram, que vai emitir um comunicado sobre o que aconteceu no Estado. A meteorologista Laura Rodrigues ressalta que, embora o fenômeno possa ser visto como uma coisa só, houve também a formação de vários temporais.
Além do ciclone, a frente fria que estava no Estado também gerou temporais. Foi a junção dessas duas coisas que fez com que o estrago fosse maior, segundo Laura. Ela explica que a ação do ciclone ficou mais concentrada na parte Sul do Estado, e que o Norte e no Oeste, os danos foram causados pela ação dos temporais.
O vento do ciclone é o vento Sul que se mantém. O temporal é aquele rapidinho, associado a nuvem de chuvas. Em geral, os ventos de temporal que causam mais estragos. Em alguns locais, temporais acabaram resultando em micro-explosões - explica Laura.

DECRETO DE SITUAÇÃO DE EMERGENCIA
Os municípios que tiveram danos causados pelo ciclone que atingiu Santa Catarina terão uma linha direta com a Defesa Civil Nacional. A intenção é agilizar o envio de informações sobre as necessidades de cada local, para que o Governo Federal definida os recursos a serem encaminhados para o Estado.
Após o levantamento dos danos, o governo federal deverá liberar recursos, que serão usados para a reconstrução de áreas afetadas e para restabelecimento de infraestruturas essenciais.
Até agora, em Santa Catarina, foram contabilizados estragos em 3,2 mil moradias. No Rio Grande do Sul, segundo as autoridades, cerca mil pessoas e 800 residências foram afetadas durante as chuvas.

PIOR DESASTRE PROVOCADO POR VENTOS, DIZ DEFESA CIVIL
Dos 295 municípios catarinenses, 185 foram atingidos pela 'ciclone bomba' no estado, conforme balanço divulgado pela Defesa Civil de Santa Catarina na manhã de sábado (4).
Em muitos deles, as rajadas passaram de 100 km por hora, conforme monitoramento de satélite. O maior registro ocorreu na cidade de Siderópolis, no Sul do estado, aonde o vento chegou a 134 km por hora.
"Dados preliminares indicam que este é o pior desastre provocado por ventos da história do estado, superando o Furacão Catarina que atingiu o Litoral Sul em 2004 e o Tornado de Xanxerê em 2015", afirmou o órgão estadual, por meio de nota.

BALANÇO FINAL DE VÍTIMAS
As mortes ocorreram nos municípios de Balneário Piçarras (01), Brusque (01), Canelinha (01), Chapecó (01), Garuva (01), Governador Celso Ramos (01), Ilhota (01), Itaiópolis (01), Itapoá (01), Rio dos Cedros (01), Santo Amaro da Imperatriz (01).
Durante os eventos, 11 pessoas perderam a vida devido a desmoronamentos, afogamentos, quedas de árvores e choque elétrico.
 Já três mortes foram pós os eventos, mas de pessoas que caíram por estarem consertando o telhado.

LEVANTAMENTO FINAL DOS IMPACTOS ECONÔMICOS
1-Danos materiais – R$ 96.636.568,19, sendo os maiores  prejuízos;
§Edificações – R$54.525.958,95
§Infraestrutura pública – R$ 20.152.986,59
2-Prejuízos econômicos públicos – R$99.653.825,94, sendo os maiores prejuízos;
§Geração e distribuição de energia elétrica –R$ 70.620.031,93
§Telecomunicações –R$ 11.286.000,00
3-Prejuízos econômicos privados – 485.733.368,70, sendo os maiores prejuízos;
§Agricultura –R$ 322.560.716,50
§Comércio e indústria – R$ 110.377.733,20
TOTAL DE PERDAS – R$ 682.023.762,83
Fonte: Boletim da Defesa Civil – 09/07/2020 ; 19h















Fontes: G1 SC e NSC TV-04/07/2020 18h14;G1 SC e NSC TV-03/07/2020 09h11;Por G1 SC e NSC TV-03/07/2020 11h56;ND - 03/07/2020 ÀS 11H26;;NSC Total - 03/07/2020 - 12h26; UOL, em Porto Alegre-02/07/2020 20h48; ND-01/07/2020 ÀS 22H19;NSC Total - 30/06/2020 - 16h44 ;Jornal Nacional-01/07/2020 21h57; G1 SC-30/06/2020 12h51;;UOL, de Porto Alegre-30/06/2020 20h47; G1 PR-30/06/2020 17h34;  Defesa Civil de Santa Catarina











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terça-feira, abril 23, 2019

Ciclone Idai arrasa Moçambique

ROTEIRO DO CICLONE
O ciclone Idai originou-se de uma depressão tropical que se formou na costa leste de Moçambique em 4 de março. A tempestade,  depressão tropical, chegou a terra firme em Moçambique no final do dia e permaneceu um ciclone tropical durante a sua caminhada de cinco dias por terra. No dia 9 de março, a depressão ressurgiu no Canal de Moçambique e fortaleceu-se em tempestade tropical moderada.
O ciclone  começou com um período de rápida intensificação, atingindo intensidade de pico inicial como um intenso ciclone tropical, com ventos sustentados de 175 km / h em 11 de março. Começou a enfraquecer, caindo para a intensidade do ciclone tropical. A intensidade permaneceu estagnada por aproximadamente um dia antes de começar a se intensificar novamente. Em 14 de março, o ciclone Idai atingiu seu pico de intensidade, com ventos máximos sustentados de 195 km / h e começou a enfraquecer à medida que se aproximava da costa de Moçambique, devido a condições menos favoráveis.
Em 15 de março, o ciclone  atingiu terra firme perto da Beira, em Moçambique, como um ciclone tropical intenso, enfraquecendo-se em 16 de março.
Os remanescentes do ciclone continuaram lentamente para o interior por mais um dia, antes de reverter o curso e virar para o leste em 17 de março. Em 19 de março, os remanescentes do ciclone Idai ressurgiram no Canal de Moçambique e se dissiparam em 21 de março.

CONSEQUENCIAS

IMPACTO
O ciclone Idai causou graves inundações em Madagascar, Malaui, Moçambique e Zimbábue, resultando em milhares de mortes. Mais de 3 milhões de pessoas foram afetados diretamente pelo ciclone, com centenas de milhares precisando de ajuda. Os danos de infra-estrutura totalizaram pelo menos US $ 1 bilhão.

Países
Fatalidades
Desaparecidos
Feridos
Afetados
Prejuízos ($US)
Madagascar
1
2
0
11

Malaui
60
3
577
923

Moçambique
602
Milhares
1.641
1.850.000

Zimbabue
344
257
>232
270

Total
1.007
> 2.262
> 2.450
3.044.000
> 1 bilhão

PRIMEIRO TOQUE A TERRAL
Enchentes  precursora da depressão tropical começaram em Moçambique em 6 de março, afetando principalmente as províncias do centro-norte. As províncias do Niassa, Tete e Zambézia foram afetadas, sendo estas últimas as mais atingidas. Enchentes da depressão tropical mataram 66 pessoas e feriram outras 111. Foi relatado que 5.756 casas foram destruídas, enquanto outras 15.467 casas foram afetadas. Além disso, oito hospitais e 938 salas de aula foram destruídos. As inundações também arruinaram 168.000 hectares (420.000 acres) de culturas.

SEGUNDO TOQUE A TERRA
Durante o seu segundo toque na terra, o ciclone Idai causou danos catastróficos através de uma grande área do centro e oeste de Moçambique. Os ventos devastadores devastaram as comunidades costeiras e as inundações repentinas destruíram as comunidades do interior, no que a Organização Meteorológica Mundial denominou "um dos piores desastres relacionados ao clima no hemisfério sul

CONSEQUENCIAS
Pelo menos 532 pessoas foram mortas devido aos efeitos combinados das inundações e do vento. Na cidade de Beira, os detritos transportados pelo ar causaram numerosas lesões; em alguns casos, as chapas metálicas dos telhados decapitaram as pessoas. Mais de 1.500 pessoas foram tratadas por ferimentos relacionados com tempestades, principalmente de detritos transportados pelo ar, em hospitais em Beira.

A partir de 7 de abril, as avaliações indicam a destruição de 111.163 casas, danos a outras 112.735 casas e a inundação de outras 15.784 estruturas.

Estima-se que 1,85 milhões de pessoas foram afetadas pelo ciclone. Juntamente com os danos à infraestrutura, aproximadamente 711.000 hectares de culturas foram danificadas ou destruídas em todo o país. Grande parte dessa terra perto da área de terra era quase colheita, aumentando o risco de escassez de alimentos e colocando o país sob alto risco de fome.

O ciclone tocando em terra em Moçambique perto de Beira, produziu  onda de tempestade de 4,4 m na cidade. Juntamente com as chuvas torrenciais, incluindo chuvas mais cedo, inundações desastrosas se seguiram na região. 
As autoridades chamavam as extensas áreas inundadas de "um oceano interior" visíveis até no espaço por satélite.

Mais de 500.000 pessoas na cidade, a maioria da população, ficaram sem energia elétrica. A precipitação na cidade excedeu a 200 mm , enquanto a precipitação mais pesada de mais de 600 mm caiu perto de Chimoio.

Cidade de Beira
A partir de 19 de março, 100.000 pessoas necessitavam de resgate na área da Beira. A Federal Internacional da Cruz Vermelha (IFRC) informou que 90% da área da Beira foi totalmente destruídas. As comunicações na cidade estavam destruídas e todas as estradas estavam intransitáveis.
Todos os 17 hospitais e centros de saúde da cidade sofreram danos A Federação Internacional da Cruz Vermelha descreveu os danos na região como “massivos e terríveis” e o Presidente de Moçambique declarou que mais de 1000 pessoas morreram, e corpos foram encontrados flutuando nas águas da Beira depois da tempestade.

Uma onda de água semelhante a um tsunami devastou Nhamatanda, varrendo muitas pessoas para a morte e destruindo a cidade. As pessoas correram para os telhados para sobreviver.
Dias após o toque a terra do ciclone, os rios Buzi e Pungoé, no centro de Moçambique, transbordaram. Inundações sem precedentes seguiram ao longo das margens do rio Buzi. Aldeias inteiras desapareceram ao longo dos rios Buzi e do Pungoé.

No dia 17 de março, os rios nas províncias ocidentais de Moçambique foram atingidos pelas enchentes devido a elevação dos rios.   A cidade de Búzi  permaneceu inundada, colocando em riscos os 200.000 habitantes.
Em 19 de Março, parte de 50 km  da cidade de   Buzi permanecia inundada. Milhares de pessoas ficaram presas nos telhados quatro dias depois da passagem do ciclone.
As águas das enchentes, estimadas em 6 m submergiram comunidades inteiras.

MALAUI
Após o primeiro toque a terra, o ciclone Idai trouxe chuvas torrenciais para o sudeste do Malaui como  depressão tropical. Essas áreas tiveram uma precipitação acima da média em janeiro, aumentando o risco de enchentes.  Inundações generalizadas começaram em 9 de março, destruindo  pontes, estradas e casas. Quatorze distritos sofreram efeitos diretos da tempestade, sendo Nsanje e Phalombe os mais atingidos. O aumento das águas sobrecarregou a infraestrutura de mitigação de enchentes, causando o colapso das barragens. Aproximadamente 1.400 casas foram destruídas em Blantyre.  Depois que o ciclone fez seu segundo toque a terra em Moçambique em 15 de março, a tempestade causou ainda mais danos na região. Duas usinas hidrelétricas ao longo do rio Shire sofreram danos e foram desligadas, causando uma perda de 270 MW da capacidade de energia hidrelétrica de 320 MW.
O desastre afetou diretamente 922.900 pessoas em todo o país - estima-se que 460.000 sejam crianças - 125.382 das quais foram deslocadas ou ficaram desabrigadas. Cerca de 60 pessoas foram mortas e outras 577 foram feridas como resultado de inundações. Outras três pessoas estão desaparecidas.

MADAGASCAR 
Enquanto o ciclone passava sobre Canal de Moçambique, o sistema trouxe fortes chuvas para o noroeste de Madagascar, com acumulações localizadas de aproximadamente 400 mm . Enchentes e deslizamentos de terra em Besalampy mataram uma pessoa, deixaram dois desaparecidos e afetaram outros 1.100, além de danificar 137 casas. Danos generalizados ocorreram em residências, hospitais e escolas. Sistema elétrico e telefone foram danificados ou destruídos.

ZIMBÁBUE
Chuvas fortes caíram em grande parte do leste do Zimbábue enquanto o ciclone passava ao longo da fronteira do país com Moçambique. As chuvas mais fortes caíram no distrito de Chimanimani, com acumulações atingindo de 200 a 400 mm.
Ocorreram inundações relâmpagos, provocando 344 mortes, com pelo menos 257 pessoas desaparecidas a partir de 7 de abril. Um número desconhecido de corpos foi varrido para as áreas vizinhas de Moçambique, e pelo menos 82 foram encontrados  a  40 km da fronteora.
Pelo menos 232 pessoas ficaram feridas em Chimanimani.  Estima-se que 270.000 pessoas foram afetadas pela tempestade.
Os distritos de Chimanimani e Chipinge sofreram danos extensos devido a inundações repentinas generalizadas. O rio Nyahonde transbordou e inundou numerosas comunidades. A destruição de numerosas pontes e estradas no leste de Chimanimani isolou muitos moradores. Na cidade de Chipinge, 600 casas foram destruídas e 20.000 danificadas. Em 19 de março, a água transbordou da represa de Marowanyati, em Murambinda, ao longo do rio Mwerahari.

TESTEMUNHA DA CATÁSTROLE
A situação que se vive na Beira e em Sofala é catastrófica e dantesca
Testemunho na primeira pessoa do italiano Fabrizio Graglia, diretor da Associação Esmabama em Sofala, sobre a destruição deixada pela passagem do ciclone Idai por Moçambique.

 [Nesta segunda-feira, 18 de março] consegui fazer a viagem de Beira para Nampula e depois para Maputo para poder aceder à internet e poder atualizar-vos sobre os últimos acontecimentos que atingiram a província de Sofala. Um ciclone devastador (Idai) massacrou Sofala na noite de quinta-feira, 14 de março. Desde aquele dia ficámos sem energia elétrica, comunicações telefónicas, combustível, comida, água potável, estradas, ATM e os bancos mantêm-se fechados. Este ciclone deixou para trás um rasto de morte e destruição como não há memória no país. As escolas, o nosso escritório, os hospitais que permaneceram em pé tornaram-se o refúgio de centenas de famílias que perderam tudo. O telhado do hospital central da Beira caiu e cinco recém-nascidos da enfermaria de neonatologia morreram, mais 160 pessoas morreram naquelas instalações devido principalmente à falta de energia que mantinha as máquinas hospitalares e à queda parcial da estrutura. Não há postes de luz em pé, as árvores tombadas bloqueiam as ruas, nenhuma loja ou mercado está operacional. Só comemos laranjas e abacates durante três dias e racionalizamos a água potável.

O vento era tão forte que arrancou os motores de ares condicionados atirando-os para os telhados circunvizinhos. Lendo as ultimas notícias online, verifico agora que o vento chegou a 230 quilómetros por hora naquela noite. Nenhuma janela ou porta resistiu à fúria da água do mar, areia, pedras e tudo o que encontrou no caminho. As chapas arrancadas aos telhados eram como punhais que entravam dentro das casas. Nossas casas tornaram-se piscinas e protegemo‑nos com colchões para não sermos atingidos por objetos e vidros estilhaçados das janelas. A casa que arrendei nos últimos cinco anos, localizada em frente à praia na Ponta Gea, caiu por terra como um baralho de cartas, restando apenas a parte traseira da mesma. Vários animais de pequeno porte literalmente voaram, ficando pendurados em árvores ou a apodrecer nos telhados e escombros. Tudo isso durou das 20 h até às quatro da manhã. A última hora foi a mais perigosa, o vento diminuiu por alguns minutos e depois atacou com mais força, destruindo as últimas casas que sobreviveram às horas anteriores.

No dia seguinte, pedi a dois de nossos marinheiros que fossem à missão de Barada para obter algumas informações, mas o mar e o vento não permitiram a navegação. Então eu pedi a um de nossos motoristas para tomar a rota terrestre, mas depois de 40 km ele teve de voltar para a cidade porque a estrada tinha sido engolida e em seu lugar havia um lago com crocodilos e pessoas presas nas árvores.

Pessoas que caminharam durante dois dias até à Beira disseram-me que aldeias inteiras com casas e pessoas desapareceram. O presidente da República de Moçambique anunciou que neste momento os distritos de Búzi (Barada e Estaquinha), Chibabava (Mangunde) e Marromeu estão completamente isolados. E segundo ele expressou, com preocupação, esperam-se centenas de mortes e doenças subsequentes, dado que também pelo que é observável pelas fotografias aéreas que começam a circular, dezenas de corpos flutuam nos rios Búzi e Pungue.

Na cidade à noite, grupos de pessoas andam a vaguear, ninguém sabe se cortam árvores ou cortam pessoas, pois os números de criminalidade violenta aumentaram consideravelmente, tendo-se registado vários ataques a pessoas e assaltos às casas danificadas e abertas.
"Grupos de pessoas andam a vaguear, ninguém sabe se cortam árvores ou cortam pessoas."
Enquanto isso, após quatro dias, tenho informações apenas parciais acerca das missões.

Machanga: a missão não tem mais telhados e os nossos alunos internos dormem sob as árvores, e perdemos completamente a criação de porcos.
Estaquinha: só tenho informações sobre o campo agrícola. Perdemos mais de cem toneladas de milho (alimento por quatro meses em nossos internatos), todas as máquinas agrícolas estão submersas. Um investimento de 200 mil euros engolidos pela água. Não tenho informações sobre a missão.
Mangunde: parte da escola, o internato e o centro de saúde estão sem teto. As comunidades circunvizinhas estão completamente inundadas.

Nossa missão na praia - Barada: ainda não tenho novidades e infelizmente temo o pior.
Nosso novo escritório da Beira está quase destruído e policiais armados, guardas e os nossos três cães ficam de guarda dia e noite.
Alguns dos nossos funcionários e estudantes foram feridos, mas até agora não tivemos notícias de mortes entre os nossos.

Continua a chover torrencialmente e prevê-se que se mantenha assim nos próximos dias e os rios continuam a aumentar seu nível de alerta. Os países vizinhos que estão também a ser afetados por chuvas torrenciais irão seguramente abrir as comportas das suas barragens para evitar a sua danificação, pelo que se espera ainda mais cheias na região de Sofala.

Estou consternado e destroçado com este cenário dantesco e com o pânico nos rostos de quem agora teme pela vida e dos seus. Precisamos de ajuda urgente." Fonte: DN-19 Março 2019- Fabrizio Graglia, diretor da da Associação Esmabama em Sofala

BALANCO PROVISÓRIO
■Em Moçambique, no Zimbabué e no Maláui aumentou hoje (23 de março)  para 727 mortos, com a confirmação de mais 124 vítimas mortais no lado moçambicano, para um total de 417.
■O ciclone afetou pelo menos 2,8 milhões de pessoas nos três países africanos e a área submersa em Moçambique é de cerca de 1.300 quilómetros quadrados, segundo estimativas de organizações internacionais.

OPERAÇÕES DE SOCORRO
Foi montado um centro de coordenação no aeroporto da Beira. Dezenas de organizações não governamentais, agências da ONU, organismos do governo. A UNICEF a um lado a "Air Operations Centre" do outro, o moçambicano Instituto Nacional de Gestão de Calamidades mais ao fundo.
Os meios alocados para as operações de socorro correspondem; especialistas em busca e resgate, helicópteros, barcos, aviões, caminhões e telefones via satélite.

SAÚDE
As pessoas correm perigo imediato de vida, há muitos deslocados devido às cheias e que vivem sem água potável, comida, abrigo e assistência médica.
As águas estagnadas que inundam toda a região deverão potenciar a propagação de doenças numa altura em que escasseia a água potável e há 109.000 pessoas deslocadas e albergadas em condições sanitárias deficientes nos centros de acolhimento temporários.
O ministro da Terra e Ambiente de Moçambique, disse que surtos de cólera e malária vão surgir nas próximas semanas na zona afetada pelo ciclone e pelas cheias no centro de Moçambique.
"É importante termos consciência de que vamos ter cólera, malária, já temos filária, e vai haver diarreias. O trabalho está a ser feito para mitigar" os surtos.

CÓLERA JÁ ATINGE MAIS DE MIL PESSOAS EM MOÇAMBIQUE
Média de novas infecções é de 200 por dia.  .
O surto de cólera em Moçambique,já atinge ao menos 1052 pessoas, comunicou nesta segunda-feira (01/04) o Ministério da Saúde do país. Os dados revelam um aumento alarmante em relação aos 139 casos registrados há apenas quatro dias, com uma média de 200 infecções diárias.
Apesar do alto número de infecções desde a semana passada, apenas uma morte foi registrada até o momento, segundo o ministério. Uma campanha de vacinação em massa deverá ser iniciada na  quarta-feira (03/04), com a chegada de cerca de 900 mil doses de vacina à cidade da Beira, de mais de 500 mil habitantes, que concentra 959 dos mais de mil casos registrados.

Os registros de casos de cólera, doença transmitida pela água ou alimentos contaminados, devem subir ainda mais em razão do grande número de pessoas que chegam aos centros de saúde apresentando os sintomas característicos, comunicou a Organização Mundial da Saúde (OMS). A destruição de fontes de água potável e a falta de saneamento básico nos abrigos superlotados criam um ambiente propício para a disseminação da doença.
"As próximas semanas serão cruciais, e a rapidez é fundamental se quisermos salvar vidas e aliviar o sofrimento", disse a chefe da OMS para a África.

ABRIGO E ACOMODAÇÃO
Segundo o INGC, 131.136 pessoas estão acomodadas em 136 centros de abrigo, e o total de indivíduos em situação vulnerável é de 7.422.

DESTRUIÇÃO MATERIAL
O número de casas totalmente destruídas aumentou para 62.153. Outras 34.139 foram parcialmente destruídas e 15.784, inundadas, sendo que a maioria destas são habitações precárias.
Danos em 3.344 salas de aulas, prejudicando 150.854 alunos.

OPERAÇÕES DE ASSISTÊNCIA
Trabalham nas operações de assistência e salvamento 945 especialistas humanitários que contam com a ajuda de 22 helicópteros, 42 barcos, 25 aviões, três fragatas, 15 caminhões, 30 telefones satélites e 17 drones.

BALANÇO PROVISÓRIO: 262/03
Malaui
868.900 pessoas afetadas,
86. 980 deslocadas,
59 mortes
672 feridas

Moçambique
1, 85milhão de pessoas afetadas,
129,000 deslocadas,
447 mortes
1.522  feridas

Zimbabue
270.000 pessoas afetadas,
4.500 deslocadas,
172 mortes
186 feridas

BALANÇO PROVISÓRIO: 02/04
■598 mortes
■ Mais de 198.300 casas foram destruídas 
■O total de feridos é de 1.641.
■A quantidade de pessoas afetadas aumentou de 843.723 para 967.014, o que corresponde a 195.287 famílias. As pessoas nessas condições são as que perderam as casas, precisam de alimentos ou de algum tipo de assistência. O número de famílias que recebe ajuda humanitária subiu de 29.291 para 32.290.
■ Pelo menos 131.100 pessoas estavam abrigadas em 136 locais, a partir de 3 de abril, segundo dados do governo, incluindo cerca de 28.000 pessoas vulneráveis identificadas pelas autoridades.
■ A Campanha de Vacinação da Cólera Oral começou como planejado em 3 de abril e 32.000 pessoas foram vacinadas no primeiro dia.
■ Pelo menos 1.741 casos de cólera e dois óbitos foram registrados a partir de 3 de abril, de acordo com o Ministério da Saúde.
■Aproximadamente 53.000 pessoas receberam assistência básica de abrigo - principalmente lençóis de plástico e cobertores - a partir de 3 de abril.
■ Mais de meio milhão de pessoas foram atendidas com assistência alimentar
■ Quase 89.000 pessoas serão atendidas nos próximos dias com distribuição de sementes e ferramentas. 715 mil hectares de culturas foram perdidas
■ Mais de 335.000 crianças  e 7.800 professores foram  afetados  pela inundação.
Fontes: DN/Lusa-19 a 25 Março 2019; Deutsche Welle – 02.04.2019; Relief Web-Report from UN Office for the Coordination of Humanitarian Affairs Published on 03 Apr 2019;  Relief Web-Report from International Organization for Migration Published on 11 Apr 2019 


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