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segunda-feira, junho 23, 2025

A GESTÃO DOS NANOMATERIAIS NO LOCAL DE TRABALHO

 Os nanomateriais são partículas minúsculas, invisíveis ao olho humano. Ainda assim, estão presentes no nosso dia-a-dia, em produtos como os alimentos, os cosméticos, os produtos eletrônicos e os medicamentos.

Alguns nanomateriais são naturais, outros são produtos derivados de atividades humanas ou são fabricados para fins específicos. Apesar de os nanomateriais possuírem muitas propriedades benéficas, os riscos dos mesmos para a saúde ainda são muito desconhecidos. Sendo assim, é importante gerir com especial precaução estes materiais durante o decorrer das investigações.

O QUE SÃO OS NANOMATERIAIS?

Em termos gerais, as organizações definem como nanomateriais os materiais que contêm partículas com uma ou mais dimensões externas na gama de tamanhos compreendidos entre 1 e 100 nanômetros (nm).  .

Até 10 000 vezes menor do que um cabelo humano, os nanomateriais são, no que diz respeito às dimensões, comparáveis aos átomos ou moléculas, indo buscar o nome às suas estruturas diminutas (um nanômetro equivale a 10–9 de um metro). Não só devido às suas dimensões diminutas, mas também devido a outras características físicas ou químicas que incluem, entre outras, o seu formato e área de superfície, os nanomateriais diferem, em termos de propriedades, dos mesmos materiais utilizados em maior escala.

Devido a estas diferenças, os nanomateriais oferecem novas oportunidades interessantes em áreas como a engenharia, a tecnologia da informação e da comunicação, a medicina e a farmácia, para referir apenas algumas. Contudo, essas mesmas características que conferem propriedades únicas aos nanomateriais também são responsáveis pelos seus efeitos na saúde humana e no ambiente.

ONDE PODEMOS ENCONTRAR OS NANOMATERIAIS?

Os nanomateriais estão naturalmente presentes nas emissões vulcânicas, ou podem ser produtos derivados da atividade humana como, por exemplo, gases de escape dos motores diesel ou fumo de tabaco.  Mas aqueles que suscitam maior interesse são os nanomateriais fabricados. Esses já se encontram presentes num amplo leque de produtos e aplicações.

Alguns desses nanomateriais são já usados há décadas, tais como a sílica sintética amorfa, em concreto, pneus e produtos alimentares. Outros só há pouco tempo foram descobertos, tais como o dióxido de nanotitânio, usado como agente bloqueador de raios UV em tintas ou protetores solares; a nanoprata, usada como agente antibacteriano em aplicações têxteis e medicinais; ou os nanotubos de carbono, frequentemente utilizados pela sua resistência mecânica e leveza, e pelas suas propriedades de dissipação do calor e de condutividade elétrica em aplicações como a eletrotecnia, o armazenamento de energia, as estruturas de aeronaves espaciais e veículos e a fabricação de equipamento desportivo. Estamos a assistir a um contínuo e rápido desenvolvimento de novas gerações de nanomateriais, o qual deverá ser acompanhado pelo crescimento do mercado para estes produtos.

QUE PREOCUPAÇÕES DE SAÚDE E SEGURANÇA ESTÃO ASSOCIADAS AOS NANOMATERIAIS?

Os riscos para a saúde são uma preocupação significativa da utilização dos nanomateriais. O Comité Científico dos Riscos para a Saúde Emergentes e Recentemente Identificados (SCENIHR) descobriu que alguns nanomateriais fabricados implicavam riscos concretos para a saúde. No entanto, nem todos os nanomateriais têm necessariamente um efeito tóxico, sendo necessária uma abordagem caso a caso à medida que a investigação prossegue.

Os efeitos dos nanomateriais que suscitam maior preocupação ocorrem;

·        Nos pulmões e incluem, entre outros, inflamação e lesões nos tecidos, aparecimento de fibroses e tumores.

·        O sistema cardiovascular também pode ser afetado. Alguns tipos de nanotubos de carbono podem ter os mesmos efeitos que o amianto.

·        Além dos pulmões, descobriu-se que os nanomateriais podem afetar também outros órgãos e tecidos, incluindo o fígado, os rins, o coração, o cérebro, os ossos e os tecidos moles.

RISCO DE EXPLOSÃO

Devido às suas dimensões diminutas e à sua grande área de superfície, as nanopartículas em pó podem apresentar risco de explosão, ao contrário do que acontece com os respetivos materiais mais grossos.

GESTÃO DE RISCOS DOS NANOMATERIAIS NO LOCAL DE TRABALHO

Cabe ao empregador avaliar e gerir os riscos dos nanomateriais no local de trabalho. Se a utilização e produção de nanomateriais não puder ser eliminada ou substituída por materiais e processos menos perigosos, a exposição dos trabalhadores deve ser minimizada através da adoção de medidas preventivas e hierarquizadas, estabelecendo-se a seguinte ordem de prioridades:

·        Apesar das muitas incertezas, existem também muitas preocupações sobre os riscos dos nanomateriais para a saúde e a segurança. Como tal, os empregadores devem, juntamente com os trabalhadores, estabelecer medidas de prevenção baseadas numa gestão prudente dos riscos.

·        A identificação dos nanomateriais, das suas fontes de emissão e dos níveis de exposição pode não ser tarefa fácil.

·        Descubra que outras medidas de gestão de nanomateriais foram adotadas por outras empresas. Boas práticas empresariais relativas a uma gestão eficiente de nanomateriais no local de trabalho.

Fonte: Agência Européia para a Segurança e Saude no Trabalho

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quarta-feira, junho 18, 2025

PRÉDIOS COM VIDRAÇAS NAS CIDADES AMEAÇAM AVES

PRÉDIOS COM VIDRAÇAS NAS CIDADES AMEAÇAM AVES, APONTA PESQUISA


Um estudo publicado nesta semana no periódico Ecology mostrou que 4.103 aves colidiram com janelas de vidro em um período de sete décadas em 11 países das Américas Central e do Sul.

Segundo a pesquisa, coordenada por dois pesquisadores brasileiros e por um cientista da Universidade de Helsinque (Finlândia), observou que mais de 500 espécies sofreram acidentes com essas estruturas, algumas ameaçadas de extinção, entre 1946 e 2020.

O levantamento mostrou que 2.537 aves morreram imediatamente após as colisões, e 1.515 foram encontradas vivas e encaminhadas a centros de reabilitação. As épocas em que ocorreram os acidentes provavelmente coincidem com períodos de migração e reprodução das espécies, de acordo com o estudo.

Apenas no Brasil, foram analisados os registros de 1.452 incidentes, incluindo indivíduos de espécies ameaçadas de extinção, como gavião-pombo-pequeno (Buteogallus lacernulatus), cigarrinha-do-sul (Sporophila falcirostris) e saíra-pintor (Tangara fastuosa), endêmicas da Mata Atlântica.

A pesquisa foi liderada por Augusto João Piratelli, da Universidade Federal de São Carlos, Bianca Ribeiro, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, e por Ian MacGregor-Fors (Universidade de Helsinki, Finlândia). Também colaboraram com o estudo mais de 100 pesquisadores, incluindo vários brasileiros.

Pesquisadora do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA), Flávia Guimarães Chaves, foi uma das colaboradoras do estudo. Segundo ela, o levantamento mostra que janelas e outras estruturas urbanas de vidro ameaçam as aves, já que elas não enxergam essa barreira.

"Na cidade de São Paulo, foram 629 colisões de aves. Não havia muita diferença se o vidro dessas residências ou prédios era translúcido ou reflexivo", explica a pesquisadora.

De acordo com a pesquisadora, o estudo poderá subsidiar políticas públicas, normas de construção e campanhas de conscientização voltadas à redução das colisões com vidros, um passo importante para tornar as cidades mais amigáveis à biodiversidade.

"Um passo importante para tornar as cidades mais amigáveis [para as aves] são ações simples como a aplicação de adesivos nos vidros, como bolinhas numa distância entre dez e 15 centímetros, de forma simétrica, que fazem com que as aves possam enxergar esses vidros. Outra possibilidade é utilizar cortinas antirreflexo e persianas nas janelas. No período da construção ou reforma, pode-se optar por vidros que sejam serigrafados, que possuem faixa UV na sua composição e são enxergadas pelas aves". Fonte: Agência Brasil - Publicado em 15/06/2025

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quarta-feira, junho 11, 2025

JUNDIAÍ APURA VAZAMENTO DE CORANTE QUE TINGIU AVES EM PARQUE


 A prefeitura de Jundiaí, São Paulo, informou que estão sendo apuradas as causas da contaminação de um córrego e do rio que banha a cidade por um corante químico que causou o tingimento de animais (patos e gansos) no Parque das Tulipas.

Segundo a prefeitura, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) fará análises ambientais ao longo de todo o curso do córrego e do rio, para verificar os níveis de contaminação e a qualidade da água.

ACIDENTE

O incidente ocorreu na tarde de terça-feira (13/05),  após o motorista de uma carreta descer do veículo, que começou a se mover sozinho e colidiu com um poste, danificando os recipientes que armazenavam o líquido, que foi derramado na rua.

CORANTE ATINGE O CÓRREGO

"Devido à grande quantidade derramada, o produto escoou até uma boca de lobo localizada a cerca de 50 metros do local do impacto. Essa boca de lobo tem ligação direta com o córrego do Jardim das Tulipas, que atravessa o parque do bairro e deságua no Rio Jundiaí", explicou a prefeitura.

DEFESA CIVIL E GRUPOS DE APOIOS

Ainda de acordo com a prefeitura, equipes da Defesa Civil, da Divisão Florestal da Guarda Municipal, da organização não governamental (ONG) Mata Ciliar, do Departamento de Bem-Estar Animal e do Grupo de Apoio e Defesa dos Animais atuaram de forma conjunta para resgatar e preservar a vida dos patos e gansos atingidos. Alguns estão sob os cuidados da Mata Ciliar e outros foram colocados em uma área isolada do parque.

Segundo a prefeitura, a Defesa Civil de Jundiaí e uma força-tarefa da prefeitura estão prestando suporte às ações, envolvendo diversos órgãos municipais desde o início da ocorrência.

ANALISE DA CONTAMINAÇÃO NO CÓRREGO

"No momento, os esforços estão concentrados na análise da contaminação no córrego, no Parque das Tulipas e no Rio Jundiaí. A Cetesb deverá realizar análises ambientais ao longo de todo o curso do córrego e do rio, para verificar os níveis de contaminação e a qualidade da água".

A Cetesb informou que, como medidas de controle, orientou a diluição do corante em água e está fazendo o monitoramento contínuo, para garantir a saúde dos organismos aquáticos e animais no local.

"O produto vazado é à base de água, não classificado como inflamável ou reagente, usado em fazendas de peixes e camarões, para tratar fungos e parasitas", acrescentou a companhia.

MULTA

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) informou ter multado a fabricante e a transportadoras envolvidas no vazamento de corantes que atingiu um córrego e chegou ao Rio Jundiaí. Cada empresa foi autuada em R$ 370,2 mil.

“Além das multas, o fabricante deverá adotar medidas de segurança para prevenir novos acidentes, incluindo sistemas de contenção e protocolos de carga e descarga, processo que será acompanhado pela Companhia”, diz a nota da empresa. Fontes: Agência Brasil-Publicado em 15/05/2025; Agência Brasil - Publicado em 04/06/2025

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quinta-feira, junho 05, 2025

PASSAGEIRO MORRE NA PLATAFORMA DA ESTAÇÃO CAMPO LIMPO

PASSAGEIRO MORRE AO FICAR PRESO ENTRE METRÔ E PORTA DE PLATAFORMA DA ESTAÇÃO CAMPO LIMPO

Um passageiro morreu na manhã de terça-feira (6) depois de ficar preso entre o trem e a porta da plataforma da estação Campo Limpo da linha 5-lilás, na zona sul de São Paulo.

O acidente ocorreu por volta das 8h, quando as estações têm grande fluxo de passageiros.

TESTEMUNHA

Um passageiro disse que a cena foi desesperadora.

"A porta fechou, a primeira porta do desembarque dos passageiros e a porta do trem, junto com o rapaz. O trem passou por cima dele. Todo mundo começou a chorar na hora, foi desesperador. Não sei nem como mencionar na verdade, não tenho nem cabeça pra isso. Ele ficou preso entre o trem e a porta", afirmou o gestor comercial Bruno Moreira Costa, em entrevista à TV Globo.

VIA MOBILIDADE RESPONSÁVEL PELA VIA

"Mesmo após todos os alarmes visuais e sonoros, ele tentou entrar no trem e acabou ficando preso entre as portas. Neste momento, todos os esforços da concessionária estão concentrados na identificação da vítima, que não portava documentos, e de seus familiares para prestar o suporte necessário", afirmou a ViaMobilidade, que lamentou o acidente.

A empresa ressaltou que está colaborando com as autoridades e que está registrando boletim de ocorrência.

ESPECIALISTA APONTA FALHA

Luis Kolle, presidente da AEAMESP (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô), afirmou que mesmo o passageiro tendo responsabilidade no acidente, houve falha no sistema.

"A atitude do passageiro foi indevida, mas a gente não pode culpar a vítima. Houve uma fatalidade, mas é preciso pensar na melhoria do sistema, porque se aconteceu de uma pessoa ficar presa, alguma coisa no sistema falhou", afirmou.

De acordo com Kolle, em uma situação de risco o trem não deveria ter conseguido partir.

"O trem não deveria ter conseguido partir. Ali tem que ter um sensor, tem que detectar que tem uma pessoa ali. A porta de plataforma teria de abrir de novo. A porta do trem até poderia permanecer fechada, mas a porta de plataforma deveria abrir para a pessoa sair dali da zona de risco. Algum erro de procedimento, alguma falha aconteceu", afirmou.

Apesar da avaliação, o presidente da associação reforçou que somente a perícia técnica vai poder afirmar as causas do acidente.


PLATAFORMA

A porta da plataforma funciona como uma proteção que bloqueia o acesso ao trilho e impede a queda de algum passageiro quando o trem não está no local. Quando o trem para na plataforma e fecha as portas, fica um espaço entre a porta da plataforma e a do trem. Foi nesse vão que o passageiro ficou preso.

NOTA DA  CONCESSIONÁRIA

Em nota, a concessionária diz que a linha 5-lilás dispõe de um sistema, utilizado nacional e internacionalmente, de sensores de obstrução de portas para impedir que os trens partam com as portas abertas, mas não de presença.

"No caso em questão, mesmo após os alarmes visuais e sonoros, ao tentar entrar no vagão, o passageiro acabou ficando no espaço entre o trem e a plataforma, onde não há sensores. Como tanto as portas de plataforma quanto as do vagão estavam fechadas, o trem partiu", afirma trecho da nota da empresa, que diz realizar regularmente campanhas para alertar os passageiros sobre a importância de não entrar nem sair do trem após os alarmes nem tentar segurar as portas.

Mesmo após os alarmes visuais e sonoros, ao tentar entrar no vagão, o passageiro acabou ficando no espaço entre o trem e a plataforma, onde não há sensores. Como tanto as portas de plataforma quanto as do vagão estavam fechadas, o trem partiu

A plataforma tem aviso sonoro e luminoso, mensagem por alto-falantes, faixa amarela de sinalização de segurança, e sensores de movimento nas portas do vagão.

EMPRESA INSTALARÁ SENSORES NOS VÃOS DA PLATAFORMA

O vão entre o trem e a porta da plataforma das estações da Linha 5-Lilás do metrô, administradas pela ViaMobilidade, não tem sensores de presença, que evitam esmagamento. A tecnologia pode detectar a presença de uma pessoa nesse espaço e impedir que o trem continue viagem.

A empresa instalará sensores de presença nesses espaços, entre a porta do trem e a porta da plataforma. Com isso, qualquer objeto, qualquer pessoa, qualquer coisa que esteja ali, será detectado e a porta não fechará. Fonte: Folha de São Paulo - 6.mai.202;g1 SP - 07/05/2025;UOL - 07/05/2025  

Comentário de Rodrigo Leal da Veiga

Vamos falar de clareza, coerência, lógica, discernimento, de bom senso. Obviamente sentimos pela morte de qualquer pessoa nessas condições, é lamentável. Dito isso, sejamos no mínimo lúcidos. Os trens não saem dos trilhos, o sistema é fixo, os acessos, as portas, os sinais sonoros, visuais, luminosos, tudo que orienta o passageiro sempre esteve lá, o sistema está ativo a vários anos, todo o processo de embarque e desembarque é visual, uns podem ver os outros usando o sistema. Os acidentes desse tipo quase sempre ocorrem por imprudência, do usuário, principalmente em SP, com milhões de pessoas usando o transporte e se colocando em risco por pressa, irresponsabilidade, falta de atenção, por brincadeira, por não ter amor a própria vida. Li uma matéria surpreendente a respeito dos metros de Londres e NY, fiquei surpreso com a quantidade de passageiros retirados sem vida dos trilhos, pelos mais diversos motivos, falta de segurança é o menor deles.

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