Cinco dicas para lidar com acidentes domésticos que podem salvar sua vida
Quem nunca se queimou na cozinha ou esqueceu uma assadeira
no forno que atire a primeira pedra. Principalmente se você mora sozinho,
acidentes caseiros corriqueiros como esses podem se tornar bem graves se os
primeiros socorros não forem aplicados rapidamente.
Além disso, soluções que parecem óbvias podem se tornar bem
difíceis caso você não possa contar com a ajuda de ninguém na hora. Por
exemplo, o que fazer se você engasgar e estiver sozinho em casa? Aquele
movimento básico de pressão nos pulmões que resolve rapidinho um problema
desses pode se tornar um grande desafio se não houve nenhuma pessoa por perto
para ajudar.
Listamos aqui algumas dessas dicas preciosas que podem até
salvar sua vida em situações de emergência:
1- ENGASGAR SOZINHO
Quando você come, o caminho correto do alimento seria passar
da boca para a faringe e dela para o esôfago. No entanto, para isso acontecer,
é preciso que a epiglote - uma espécie de "tampa" que veda a entrada
da laringe e que faz parte do sistema respiratório, e não do digestivo -
funcione corretamente e permita que o alimento desça pelo lugar certo.
Mas há situações em que a epiglote não age a tempo, e um
alimento (seja ele sólido ou líquido) desce pela laringe e obstrui a traqueia,
que é essencial para a passagem de ar até os pulmões.
É assim que a gente engasga - e, quando isso acontece, é
primordial que você tire de imediato o objeto ou líquido para liberar o caminho
para o ar e não causar um problema respiratório mais grave.
MAS E QUANDO VOCÊ ESTÁ SOZINHO?
É possível resolver isso gerando uma corrente de ar para
percorrer o caminho contrário e expelir o que quer que esteja obstruindo a
traqueia. Em geral, o que se pede é que uma outra pessoa ajude nisso,
pressionando sua barriga entre as costelas e o umbigo - isso comprime os
pulmões e expulsa o ar, o que criaria a corrente para desobstruir a traqueia.
Esse movimento é chamado "manobra de Heimlich" e costuma ser bastante
eficiente, mas o problema é quando você precisa fazê-lo sem a ajuda de ninguém.
"Dificilmente uma pessoa sozinha conseguiria fazer. A
saída neste caso é pegar uma cadeira ou algum outro objeto e aí você se joga no
objeto de um jeito que ele simule a compressão da manobra de Heimlich",
explicou o tenente André Elias Dos Santos, do Corpo de Bombeiros de São Paulo.
"É difícil conseguir fazer, porque o nosso instinto é
contrair o abdominal nessas situações", reiterou.
Outra dica dos bombeiros é estimular a tosse para conseguir
eliminar o líquido ou objeto que esteja obstruindo a traqueia.
"Se você começou a tossir, continue tossindo, forçando
a tosse para continuar o movimento para esse objeto sair", pontuou.
2 - INCÊNDIO
Quando acontece um princípio de incêndio em sua casa, é
possível que você mesmo consiga diminuir os danos seguindo as instruções que os
bombeiros recomendam.
A primeira coisa é identificar o foco do incêndio. Se houver
mais de um, a orientação é chamar imediatamente o Corpo de Bombeiros. Caso seja
um foco só e pequeno, você pode tentar apagá-lo de quatro formas:
- Usando o extintor, caso ele esteja por perto. "Ele é
de fácil manuseio e tem as instruções no próprio rótulo. Seria o método mais
fácil e eficiente", observou o tenente.
- Usando água ou outro líquido não combustível. "Posso
apagar esse foco de incêndio resfriando ele, com água, qualquer líquido que não
seja combustível", aconselhou André Elias.
- Usando um cobertor. "Outra técnica é o abafamento. Se
você tiver um cobertor grande, você consegue abafar esse fogo, porque se ele
não tem combustível, ele perde a força rápido", explicou.
- Isolando o objeto. "Quando tem um objeto pegando
fogo, como, por exemplo, uma cadeira, um banco, você consegue pegá-lo e levá-lo
para fora, isolando esse objeto. Isso se não tiver pegado fogo em todo ele.
Então se o fogo começou por cima da cadeira, você pega ela pelas pernas."
Mas o tenente ressalta que se o fogo aumentar ou se houver
mais do que apenas um foco de incêndio, o mais importante é checar se há uma
rota de fuga e deixar o ambiente imediatamente, acionando depois os bombeiros.
3 - SUFOCAMENTO
Uma das ocorrências mais comuns registradas pelo Corpo de
Bombeiros é o que eles chamam de "panela no fogo". Quando alguém
esquece o forno ligado ou deixa uma panela com fogo ligado e isso gera um
acúmulo imenso de fumaça na casa toda.
Em situações assim, além de apagar o fogo imediatamente, é
recomendável abrir todas as janelas e portas para possibilitar ventilação no
local.
"Você corre risco de intoxicação por causa da fumaça. Então
é preciso abrir tudo para a ventilação ocorrer. Pode até usar uma toalha pra
fazer uma ventilação forçada, mas isso se estiver totalmente seguro de
incêndio, ou seja, com o fogo já apagado", explicou André Elias.
Caso haja muita fumaça na casa, o ideal é abrir tudo e sair
dali, para não correr riscos de se intoxicar. Se a fumaça for tanta a ponto de
você não conseguir enxergar direito, o ideal é abaixar e ir se arrastando pelo
chão até a porta.
"A fumaça sobe pelo calor, então os gases da combustão
vão se acumular no teto. Por isso, há essa linha de plano neutro, se você fica
abaixado, você vai ter um resquício de atmosfera respirável. Aí você procura a
porta e deixa o local até que ele fique todo ventilado."
4- QUEIMADURA
Quando acontece uma queimadura, há muitas crenças que se
popularizaram, como, por exemplo, colocar pasta de dente no local atingido ou
mesmo carne crua.
Segundo o tenente André Elias, a única coisa recomendável
nesses casos é jogar água corrente. "Nada de pasta de dente, carne. Só água
na temperatura ambiente", reforça.
Caso forme alguma bolha em decorrência da queimadura, é
importante não estourá-la. E se a roupa tiver colado nela, também o ideal é não
mexer e ir para um hospital para que lá os cuidados ideais sejam feitos.
"O caso mais grave é se você notar que o tecido está
danificado. Dá para perceber até pela dor que você vai sentir. Quando é
queimadura de segundo grau (atinge uma camada mais profunda da pele, além da
epiderme), ou de terceiro grau, é recomendável que se procure atendimento
médico", explicou.
5 - CORTES E PERFURAÇÕES
Outro acidente comum de acontecer em casa é um corte ou
algum tipo de perfuração por ter pisado em um objeto pontiagudo. Nesse caso, a
orientação é sempre lavar, estancar o sangue e fazer um curativo limpo para
eventualmente passar em um médico e buscar o tratamento mais adequado.
"Se houver sangramento no corte, a primeira coisa é
estancar esse sangue, fazendo um curativo simples para isso", explicou
André Elias.
Em caso de perfuração, é aconselhável lavar apenas com água
e sabão neutro, sem passar qualquer tipo de produto. "Em uma situação
assim, especialmente se o objeto perfurante estiver sujo, é importante tomar os
cuidados para prevenir o tétano. Verifique se você tomou a vacina recentemente
e, se não, procure um médico".
Fonte: BBC Brasil - sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018
Comentário:
Índices de acidentes envolvendo crianças de zero a 14 anos.
Os dados estão classificados tipo de acidente.
Tipo de acidente
|
Faixa etária
|
2.011
|
2.012
|
2.013
|
2.014
|
2.015
|
2.016
|
Trânsito
|
Total
|
14.729
|
14.720
|
14.977
|
14.150
|
12.979
|
12.288
|
Menor de 1 ano
|
469
|
487
|
528
|
467
|
421
|
326
|
|
2 a 4 anos
|
2368
|
2324
|
2.510
|
2.350
|
2.071
|
2.028
|
|
5 a 9 anos
|
5152
|
5178
|
5.018
|
4.651
|
4.284
|
4.024
|
|
10 a 14 anos
|
6740
|
6731
|
6.921
|
6.682
|
6.203
|
5.910
|
|
Afogamento
|
Total
|
293
|
254
|
157
|
200
|
200
|
232
|
Menor de 1 ano
|
11
|
7
|
6
|
8
|
7
|
13
|
|
2 a 4 anos
|
84
|
79
|
70
|
92
|
86
|
110
|
|
5 a 9 anos
|
100
|
86
|
31
|
51
|
54
|
48
|
|
10 a 14 anos
|
98
|
82
|
50
|
49
|
53
|
61
|
|
Sufocação
|
Total
|
720
|
625
|
447
|
488
|
500
|
470
|
Menor de 1 ano
|
103
|
88
|
59
|
67
|
67
|
36
|
|
2 a 4 anos
|
271
|
261
|
190
|
220
|
266
|
266
|
|
5 a 9 anos
|
172
|
147
|
110
|
95
|
119
|
121
|
|
10 a 14 anos
|
174
|
129
|
88
|
106
|
48
|
47
|
|
Intoxicações
|
Total
|
3.995
|
3.636
|
3.425
|
3.349
|
3.182
|
3.213
|
Menor de 1 ano
|
175
|
133
|
150
|
158
|
112
|
128
|
|
2 a 4 anos
|
1.201
|
1.176
|
1.065
|
1.068
|
1.055
|
1.148
|
|
5 a 9 anos
|
1.178
|
1.050
|
1.020
|
1.037
|
951
|
896
|
|
10 a 14 anos
|
1.441
|
1.277
|
1.190
|
1.086
|
1.064
|
1.041
|
|
Queimaduras
|
Total
|
20.178
|
20.187
|
19.564
|
19.970
|
20.573
|
21.390
|
Menor de 1 ano
|
934
|
890
|
1.029
|
930
|
964
|
941
|
|
2 a 4 anos
|
5.718
|
5.513
|
5.411
|
5.577
|
5.730
|
6.026
|
|
5 a 9 anos
|
6.794
|
6.727
|
6.435
|
6.327
|
6.637
|
7.133
|
|
10 a 14 anos
|
6.732
|
7.057
|
6.689
|
7.136
|
7.242
|
7.290
|
|
Armas
de fogo
|
Total
|
82
|
149
|
154
|
148
|
127
|
133
|
Menor de 1 ano
|
8
|
14
|
8
|
8
|
12
|
4
|
|
2 a 4 anos
|
7
|
15
|
24
|
18
|
13
|
7
|
|
5 a 9 anos
|
24
|
16
|
26
|
22
|
13
|
24
|
|
10 a 14 anos
|
43
|
104
|
96
|
100
|
89
|
98
|
|
Quedas
|
Total
|
61.110
|
59.451
|
57.404
|
58.081
|
57.089
|
54.258
|
Menor de 1 ano
|
2.500
|
2.606
|
2.605
|
2.691
|
2.703
|
2.483
|
|
2 a 4 anos
|
11.413
|
11.314
|
10.972
|
11.333
|
11.492
|
11.310
|
|
5 a 9 anos
|
23.094
|
21.971
|
21.222
|
21.421
|
21.462
|
20.265
|
|
10 a 14 anos
|
24.103
|
23.560
|
22.605
|
22.636
|
21.432
|
20.200
|
|
Outros
|
Total
|
23.463
|
23.609
|
24.369
|
26.204
|
23.030
|
25.593
|
Menor de 1 ano
|
961
|
986
|
901
|
1.050
|
1.020
|
1.217
|
|
2 a 4 anos
|
5.591
|
5.955
|
6.084
|
6.754
|
6.208
|
6.987
|
|
5 a 9 anos
|
8.221
|
8.179
|
8.301
|
8.951
|
7.782
|
8.313
|
|
10 a 14 anos
|
8.690
|
8.489
|
9.083
|
9.449
|
8.020
|
9.076
|
|
Total
|
Total
|
124.570
|
122.631
|
120.497
|
122.590
|
117.680
|
117.577
|
Menor de 1 ano
|
5.161
|
5.211
|
5.286
|
5.379
|
5.306
|
5.148
|
|
2 a 4 anos
|
26.653
|
26.637
|
26.326
|
27.412
|
26.921
|
27.882
|
|
5 a 9 anos
|
44.735
|
43.354
|
42.163
|
42.555
|
41.302
|
40.824
|
|
10 a 14 anos
|
48.021
|
47.429
|
46.722
|
47.244
|
44.151
|
43.723
|
Fonte: Dados do Ministério da Saúde, Datasus
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