Instituto detecta glifosato na cerveja alemã
Lúpulo, malte, fermento e água são os quatro ingredientes
permitidos na cerveja alemã, segundo a famosa Lei de Pureza da Baviera, datada
de 23 de abril de 1516.
O Instituto Ambiental de Munique anunciou na quinta-feira
(25/02) que encontrou um quinto ingrediente: o glifosato, o herbicida mais
usado no mundo e amplamente difundido também no Brasil, principalmente em
lavouras de soja.
Segundo o Instituto, testes em amostras de 14 das cervejas mais
populares do país constataram, em todos os casos, traços do herbicida. A
quantidade varia de 0,46 a 29,74 microgramas por litro.
Não há um limite legal para a presença de glifosato na
popular bebida, mas o instituto afirma que a quantidade máxima de herbicidas
permitida na água potável é de 0,1 micrograma por litro.
O Instituto Federal Alemão de Avaliação de Riscos (BfR),
órgão responsável por examinar potenciais ameaças à saúde pública, afirmou que
a presença de glifosato na cerveja é esperada devido à aplicação nas lavouras e
que os níveis detectados não representam riscos à saúde humana, segundo o que
se sabe até o momento sobre o herbicida.
Sobre a quantidade detectada pelo instituto de Munique, no
caso mais extremo de cerca de 30 microgramas por litro, o BfR declarou que
seria necessário consumir mil litros de cerveja por dia para que o produto
oferecesse riscos à saúde de um adulto.
"Eu ainda não vi ninguém na Baviera que beba mil
litros. E se alguém beber tudo isso, a morte não vai chegar por causa do
herbicida, mas por outros motivos que você e eu podemos imaginar", afirmou
o ministro alemão da Alimentação, Christian Schmidt, à emissora N-TV.
"Em termos absolutos, a quantidade é pequena",
afirma a instituição. "Mas, para substâncias carcinogênicas e que afetam
os hormônios, não há limite inferior de segurança."
Para os ambientalistas, o glifosato provavelmente chega até
a cerveja pelo trigo ou pela cevada, já que nas lavouras convencionais o
herbicida é amplamente usado. A instituição pediu às cervejarias que realizem
testes nos ingredientes que utilizam.
A Associação dos Agricultores da Alemanha (DBV) afirmou que
cerca da metade da cevada consumida no país é importada de locais onde as
exigências para a aplicação de glifosato são menos rígidas.
Na Alemanha, o produto não é aprovado para o uso antes da
colheita. No caso do lúpulo, o herbicida não é utilizado, afirmou o DBV.
A Associação Alemã dos Fabricantes de Cerveja rebateu as
críticas do instituto ao controle de qualidade das matérias-primas, afirmando
que elas são "absurdas e totalmente infundadas".
O glifosato é o herbicida mais utilizado em todo o mundo. Na
Alemanha, ele é aplicado em cerca de 40% das terras usadas na agricultura.
Críticos afirmam que ele é cancerígeno, mas a empresa americana
Monsanto, fabricante do produto, afirma que nenhum teste comprovou a
periculosidade do herbicida.
A lista das cervejas avaliadas:
Krombacher Pils (2,99 microgramas (μg) por litro)
Oettinger
Pils (3,86 μg/l)
Bitburger
Pils (0,55 μg/l)
Veltins
Pilsener (5,78 μg/l)
Beck's Pils
(0,50 μg/l)
Paulaner
Weissbier (0,66 μg/l)
Warsteiner
Pils (20,73 μg/l)
Hasseröder
Pils (29,74 μg/l)
Radeberger
Pilsner (12,01 μg/l)
Erdinger
Weissbier (2,92 μg/l)
Augustiner
Helles (0,46 μg/l)
Franziskaner
Weissbier (0,49 μg/l)
König
Pilsener (3,35 μg/l)
Jever Pils (23,04 μg/l)
Fonte: @ZR,
Deutsche Welle - Data 25.02.2016
Comentário:
Resumo: Um dos herbicidas que mais tem causado danos ao meio
ambiente e também para o ser humano é o glifosato. Ele é uma molécula química
sintetizada, desenvolvido para matar qualquer tipo de planta, principalmente
perenes. Assim, muitas plantas culturais geneticamente modificadas são
simplesmente alterações genéticas para resistir ao glifosato. Em relação à
saúde humana, ele mimetiza certos hormônios. Por exemplo, ele pode entrar no
cordão umbilical durante a gestação e afetar o desenvolvimento do bebê. Além
disso, ele é considerado um desruptor endócrino, ou seja, ele vai acionar genes
errados, no momento errado, no órgão errado. Ele altera a situação de controle
dos genes.
O que é o glifosato?
O glifosato é uma molécula química que foi sintetizada e que
tem a capacidade de produzir um caminho alternativo para as plantas que recebem
esse produto. E esse caminho alternativo acaba sufocando a planta quando
ocorre, portanto, a interrupção da produção de três aminoácidos. Com isso, as
proteínas que são formadas são defeituosas, e as plantas acabam morrendo porque
não conseguem sintetizar as proteínas adequadas.
O glifosato é uma molécula que causa diferentes tipos de
problemas para a saúde humana e também para o meio ambiente. Em relação à saúde
humana, ele mimetiza certos hormônios. Por exemplo, ele pode entrar no cordão
umbilical durante a gestação e afetar o desenvolvimento do bebê. Além disso,
ele é considerado um desruptor endócrino, ou seja, ele vai acionar genes
errados, no momento errado, no órgão errado. Então, ele altera a situação de
controle dos genes.
O glifosato também causa, por exemplo, diminuição da
produção de espermas, conforme vimos em experimentos feitos em ratos, ou produz
espermas anormais. No caso do sistema endócrino, ele pode, por exemplo, inibir algumas
enzimas. Ele vai alterar os hormônios que entram na regulação da expressão
gênica.
Geralmente, ele atua na regulação de genes e na expressão de
certas substâncias. Existem relatos bastante significativos de ocorrências que
associam o câncer a pessoas que aplicam o glifosato. Um agricultor, por
exemplo, não aparenta de imediato que vai adoecer, ter um câncer, pois o
glifosato age dessa forma com exposições repetidas.
A maioria dos agrotóxicos vai envenenando aos poucos as
pessoas e o meio ambiente. Às vezes, não são coisas perceptíveis. Obviamente,
quando alguém é submetido a uma grande exposição ao glifosato, sente em seguida
irritação nos olhos, na pele, algum sintoma no estômago. Quando as doses são
pequenas, é impossível perceber que se está sendo intoxicado aos poucos.
No meio ambiente, ele é considerado mortal a alguns anfíbios
e répteis. Ele também favorece algumas bactérias de solo e prejudica a outras.
Ele altera a dinâmica da vida, da biota do solo.
Fonte: Rubens Onofre Nodari é graduado em agronomia pela
Universidade de Passo Fundo e mestre em Fitotecnia pela Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, doutorado pela
University of California, Davis
(UC Davis).
Marcadores: Meio Ambiente, responsabilidade civil

1 Comments:
oLÁ TUDO BEM? eU GOSTARIA de saber se há mais casos de POluição do SOlo no Braisl , no seu blog, são muitos posts para procurar um por um.. vc sabe dizer se há e se há algum jeito de eu descobrir em qual ano e mes está? hahah obrigada se for possível ajudar.
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