Engenheiro cria robô-cobra para uso em espaços confinados
Você colocaria seu braço dentro de um equipamento que, a
qualquer movimento inesperado, pode esmagá-lo? A resposta deve ter sido que
"não". Muita gente, no entanto, trabalha fazendo exatamente isso, e
correndo riscos.
O engenheiro mecatrônico Lincoln Lepri, 34, resolveu criar
uma solução para esse tipo de problema durante seu mestrado no ITA (Instituto
Tecnológico de Aeronáutica), em São José dos Campos (SP). É o
"snake", um robô-cobra que tem o tamanho médio de um braço humano e a
flexibilidade de uma cobra.
Com 1,20 m de comprimento, o protótipo tem a capacidade de
entrar em espaços reduzido. Como bom robô, vai além da capacidade humana: ele
pode girar em espiral e formar uma circunferência perfeita, de ponta a ponta.
Tudo isso controlado, via cabo, por um software que o próprio Lepri
desenvolveu.
O protótipo, desenvolvido no Laboratório de Automação da
Manufatura do ITA em dois anos, é composto basicamente de um hardware –motor,
controlador, peças, braço e alumínio do robô.
O custo de produção saiu em torno de R$ 60.000. Os recursos
vieram do próprio ITA e da Finep, financiadora federal de estudos e projetos.
A ideia é que o snake possa substituir o humano em áreas da
indústria, como inspeção, em que o braço ainda é fundamental. A ponta do snake
pode ser o que a indústria quiser: câmera (para realizar inspeções), pinças,
sensores de temperatura, ultrassom, laser de corte etc.
O protótipo também pode ser adaptado para resistir a altas
temperaturas, se encapsulado em material de titânio e de aço. Isso é importante,
e mais ; serviços de "instalação, manutenção e reparos".
Capaz de entrar em áreas de até 80 mm de diâmetro,
equivalente a uma braço humano.
Como funciona
Braço robótico pode se flexionar como uma cobra para acessar
locais que são prejudiciais à ergonomia e à saúde humana. Ele faz movimentos em
espiral e forma uma circunferência fechada
Exemplos de onde ele pode ser usado
▪ Caldeiras de termelétricas (que registram mais de 1500ºC)
▪ Selagem de estrutura interna de avião
▪ Usina nuclear
▪ Tanque e reservatórios
Formado em engenharia mecatrônica na Poli-USP, com diploma
duplo pelo Politénico di Milano, na Itália, Lepri trouxe a ideia do robô de
fora da academia.
Quando começou a trabalhar na Embraer, há cinco anos, diz
ter reparado na dificuldade de realizar tarefas nos chamados "espaços
confinados". "Há espaços em que mal cabe um braço humano."
Para colocar a cobra-robô no mercado, o engenheiro criou uma
startup, a Intelectron. Agora, Lepri está em busca de um parceiro para testar o
snake na indústria e negocia com empresas brasileiras e até estrangeiras para
fazer seu teste. Uma delas é a sueca Saab, interessada no uso da snake para o
setor de defesa. Fonte: @ZR; Folha de São Paulo - 28/03/2016
Marcadores: segurança, Tecnologia

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