Robô mata funcionário na Volkswagen na Alemanha
A Volkswagen revelou que um robô matou um funcionário que
prestava serviço na empresa. O acidente fatal aconteceu em Baunatal fábrica da
VW, ao norte de Frankfurt na
segunda-feira, 29 de junho.
O funcionário fazia parte de uma equipe que instalava um robô
estacionário. Ele estava dentro da gaiola de segurança ao redor da máquina,
quando foi atingido no peito e pressionado contra placa de metal. Equipes de emergência fizeram
o primeiro atendimento e levaram para o hospital local, onde morreu mais tarde.
Outro funcionário estava fora da área
Muito provável que
foi um erro humano e não uma falha do robô, disse o porta-voz VW Heiko Hillwig
na noite de quarta-feira.
A planta Baunatal fica
na região central de Hesse produz principalmente transmissões e motores
elétricos e emprega cerca de 15.500 trabalhadores. O funcionário trabalhava para
empresa Meissen do Estado de Saxônia.
A instalação, embora esteja sendo feita na fábrica, ainda
não havia sido entregue à empresa automobilística.
ROBÔ E TRABALHADOR JUNTOS?
O robô em si faz parte de uma geração antiga de máquinas
usadas para automação industrial. A Volks fez questão de esclarecer isso, já
que tem uma nova geração de robôs-assistentes. Eles trabalham lado a lado com
seres humanos. Não há notícias de acidentes graves com máquinas de gerações
mais recentes e mais inteligentes.
Os robôs mais novos costumam ter sistemas de segurança que
evitam choques diretos com seres humanos. Mas a notícia não deixa de alimentar
o debate sobre o futuro da automação nas empresas. Os robôs serão
suficientemente inteligentes para não cometer erros capazes de causar
ferimentos em humanos? Conseguirão se esquivar de eventuais erros dos
funcionários?
ACUSAÇÕES, CONTRA QUEM?
Tais robôs operam normalmente dentro de áreas confinadas na
fábrica, segurando e agarrando autopeças para manipulá-las.
O promotor local abriu uma investigação para apurar se houve
qualquer negligência envolvida e estava considerando a possibilidade de
apresentar acusações, e se assim for, contra quem.
REGRAS DE SEGURANÇA MAIS RÍGIDAS
Regras de trabalho e de segurança recentemente ficaram mais rígidas, exigindo
avaliações de riscos antes da introdução de novos equipamentos.
ROBÔS INDUSTRIAIS NÃO SÃO AMEAÇA, DIZEM ESPECIALISTAS
Morte de um técnico em fábrica da Volks nesta semana causou
temores sobre a segurança na era da robótica
A morte de um técnico por um robô industrial em uma fábrica
da Volkswagen na Alemanha deflagrou uma série de temores sobre a segurança na
era da robótica que se inicia.
Mas especialistas em inteligência artificial e automação
dizem que o incidente deveria ser entendido como acidente industrial
extremamente raro, e não como alerta sobre futuras ameaças.
O acidente, no qual o robô esmagou um homem contra uma placa
metálica, ocorreu durante a instalação da máquina e envolvia um robô de alta
velocidade e de primeira geração projetado para operar dentro de uma gaiola,
bem separado dos trabalhadores humanos.
CULPA DO ROBÔ?
"Com a presente tecnologia, não podemos 'culpar' o
robô", disse Blay Whitby, especialista em inteligência artificial da
Universidade de Sussex. "Os robôs ainda não estão em um nível no qual seu
processo decisório nos permita tratá-los como culpados. Esse infeliz acidente é
técnica e moralmente comparável a um operador de máquina ser esmagado por não
ter usado o sistema de segurança", acrescentou.
"Esse caso é mais complexo e, portanto, mais perdoável,
porque o sistema de segurança era oferecido por software, e o trabalhador
estava em meio à instalação."
PRÓXIMA GERAÇÃO DA ROBÓTICA
A próxima geração da robótica foi projetada para que os
robôs trabalhem fora de gaiolas e ao lado de pessoas. Eles incorporam sensores
e outros recursos de segurança para limitar a força que podem exercer e para
impedir que escapem ao controle.
"Infelizmente, as pessoas têm expectativas e medos
exagerados quanto aos robôs", disse o professor Alan Winfield, do
Laboratório de Robótica de Bristol. "Sua sensibilidade foi exacerbada por
filmes e histórias na mídia."
ACIDENTES COM ROBÔS
O professor Sandor Veres, diretor do Grupo de Pesquisa de
Sistemas Autônomos e Robótica da Universidade de Sheffield, apontou que houve
poucos acidentes fatais com robôs industriais instalados em gaiolas desde que a
indústria começou a utilizá-los, nos anos 1970.
Desde o primeiro incidente de morte causada por um robô, em
uma fábrica da Ford nos EUA, em 1979, esses casos vêm ocorrendo em razão de
menos de um ao ano --o que responde por uma fração minúscula das mortes em
acidentes industriais. E a automação via robótica provavelmente reduziu o
número de mortes nas fábricas porque mais pessoas teriam sido mortas em uma
série de outros acidentes se estivessem fazendo o trabalho no qual foram
substituídas por robôs. Mas mortes continuam a ocorrer. "Eles se
movimentam de maneira rápida e silenciosa", disse Veres.
Se o sistema de segurança falhar e alguém estiver dentro da
gaiola com um robô que não tenha sido desativado da maneira devida, as
consequências podem ser fatais.
ROBÔS INDUSTRIAIS
A Federação Internacional da Robótica estima que um recorde
de 225 mil robôs industriais tenham sido vendidos em 2014, 27% a mais do que em
2013. A indústria automobilística continua a ser o maior usuário.
Fonte: Deutsche Welle, 2015/02/07; Folha de São Paulo;
Financial Times – 4 de julho de 2015
Comentário:
Robôs industriais são geralmente considerados muito
perigosos para aproximação durante a operação. Eles são normalmente concebidos
para um determinado conjunto de funções e não são capazes de detectar
obstáculo, como um homem de pé no raio de operação, por exemplo, o robô
manipulando um braço.
Por esse motivo robôs industriais requerem áreas de
segurança no raio do perímetro de sua operação para impedir a entrada do
elemento humano enquanto estiver em funcionamento.
A maioria dos acidentes ocorre durante a programação do
robô, reparação, ou treinamento de processos de aprendizagem de um novo
procedimento, quando técnicos estão na zona de risco e as ações do robô são
menos previsíveis do que em condições normais.
Marcadores: acidente, Tecnologia

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