Housekeeping na indústria alimentícia- parte III
UMA AMOSTRA DA
INDÚSTRIA DE ALIMENTOS
As normas de órgãos governamentais exigem que as instalações
de processamento de alimentos mantenham os agentes contaminantes patogênicos e
outras doenças fora do processo. A competitividade exige que as instalações
mantenham as substâncias nocivas fora dos alimentos e que prejudique a cor,
textura, cheiro e aroma.
Entretanto, para manter o nível de limpeza exige
conhecimentos das normas vigentes e isso não implica necessariamente que as
instalações que estejam limpas vão produzir alimentos saborosos. O pó de
farinha pode impregnar nas estruturas das edificações, líquidos inflamáveis podem derramar nas áreas
com pouca movimentação de pessoal ou de acesso controlado, resíduos de óleo
pode acumular no interior de dutos; todos esses problemas podem ocorrer sem
contaminar ou afetar a qualidade dos alimentos que estão sendo produzidos. Mas
estes fatores podem conduzir as perdas graves.
PÓS
As fontes comuns da poeira na indústria de processamento de
alimentos são; grão, farinha, amido, açúcar, cacau e matérias-primas granuladas
ou em pós.
O pó escapando do sistema de esteira pode‑se acumular em equipamentos de processo e em
partes das estruturas das edificações. E
o pó normalmente acumula no sistema de esteira (correias, rolamentos,etc). Uma
camada fina de pó pode iniciar a ignição ou um flash.. Pó em suspensão no ar
pode explodir.
Uma explosão inicial envolve geralmente somente uma pequena
quantidade de pó, mas faz com que todo pó restante entre em suspensão. As
explosões de pós-secundários são devastadores. As instalações envolvidas no
processamento de grãos, farinha, açúcar, soja e leite em pó e derivados, possuem experiências em explosões de pós.
Acidente: Uma explosão ocorreu numa fábrica de creme, quando
partículas (pó) ficaram em suspensão muito tempo em contato com ar aquecido por
um secador de calor. As perdas totalizaram U$ 2,5 milhões de dólares.
Controlando o acúmulo de pó que é uma etapa crítica está ajudando controlar
este potencial de perda
LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS
Os líquidos inflamáveis usados na indústria de processamento
de alimentos incluem; álcool como aromatizante e solventes usados para a
extração de óleo.
Vazamentos e derramamentos destes líquidos são facilmente
inflamados. Eliminado as fontes de vazamento e limpando imediatamente as áreas
afetadas, auxiliam no controle do potencial de incêndios para os líquidos inflamáveis.
ÓLEOS
O óleo é usado como ingrediente em alimentos assados e como
lubrificante para manter os alimentos soltos (não grudar) nas esteiras
transportadoras e dourar a superfície do alimento.
O óleo pode acumular na esteira transportadora, na bandeja
coletora de óleo, no interior de fornos e em dutos de exaustão.
O óleo quente é usado fritar muitos produtos alimentícios,
rosquinha, batata do tipo “chips”, milho, cebola e batata frita.
O sistema de coifa é
necessário para remover o vapor
de óleo da fritura, pois o vapor esfria e condensa no interior da coifa e dos
dutos.
O óleo pode também acumular próximo a equipamentos e nas
partes da estrutura da edificação. O acúmulo de óleo apresenta um grave risco
de incêndio.. A limpeza freqüente e contínua de resíduo de óleo ajuda controlar
este potencial da perda.
PROCESSAMENTO DE ALIMENTOS -
CADA RISCO É UMA AMEAÇA AO NEGÓCIO
Quando o sistema de extinção opera como foi projetado, eles
controlam o fogo e mantém as perdas para mínimas. Após uma pequena limpeza , a
maior parte das instalações industriais pode voltar as atividades com pequeno
prejuízo. Mas isto não é verdade na indústria de processamento de alimentos.
POTENCIAL DE INTERRUPÇÃO DE NEGÓCIOS (LUCROS CESSANTES)
O sistema de extinção é importante nas instalações de
processamento de alimentos para proteger equipamentos de processo, armazenagem
e edifícios e para deter o fogo para não se propagar para outras áreas. Mas
eles não podem impedir os prejuízos dos produtos alimentícios, que são
extremamente susceptíveis de contaminação
dos produtos da combustão.
Acidente: Incêndio na correia transportadora, provocado por sobreaquecimento, na indústria
de armazenagem de grãos Hansen Muller, USA, em 15 de julho de 2003. Os
prejuízos foram de US$ 200.000,00.
Após cada foco de incêndio, os prejuízos dos produtos
alimentícios devem ser avaliados. As matérias primas contaminadas podem
paralisar a produção, até o recebimento de novas matérias primas. Produtos
acabados contaminados pode retardar pedidos até que novos produtos sejam
produzidos.
Os produtos de combustão não os únicos possíveis de
contaminação, mas também a liberação de amônia e derramamento de líquidos podem
contaminar os alimentos. A perda ou quebra de equipamentos podem estragar
alimentos. Os sistemas, elétrico, de refrigeração e de aquecimento não são
somente necessários para produzir alimentos, mas também conservar os alimentos
para não se estragarem. Conseqüentemente, estes sistemas devem ser altamente
confiáveis e em alguns casos com equipamentos em stand-by (reserva)
Exemplos de instalações de processamento de alimentos com
potencial grave de interrupção de negócios são a fabricação industrial de pães
e envasamento em geral. Os clientes de padaria necessitam de pão fresco
todos os dias. Quando uma panificação está paralisada, os clientes devem
comprar o pão em outro lugar. Após o retorno da empresa a atividade, ela não
pode recuperar a perda da produção. A empresa pode também perder pontos
preciosos no mercado.
O enlatamento, como outras instalações de processamento de
alimentos, que inicia com alimentos frescos, pode receber matéria-prima somente
durante a estação do produto (época da colheita) . Se as matérias primas são
perdidas, eles não podem repor até a próxima estação.
Fabricante de baunilha tem ainda outro atraso; a fava da baunilha leva três a cinco meses para
cura antes de ser processada. Essas características de problemas devem ser consideradas
quando está projetando e protegendo as instalações de processamento de
alimentos.
As instalações de processamento de alimentos que operam com
três turnos também apresentam graves potenciais de interrupção de negócios.
Para cada dia de paralisação, os três dias de produção estão perdidos. Quando a
instalação está funcionando novamente, a perda de produção é difícil de
recuperar. Além disso, a operação com três turnos deixa menos tempo disponível
para limpeza e manutenção.
Permanecendo nas atividades de processamento de alimentos,
exigem conhecimentos destes potenciais de interrupção destes negócios e o que
fazer sobre eles. A proteção de riscos e prevenção de perdas tem papéis importantes nestas atividades.
PROTEÇÃO DAS INSTALAÇÕES DE PROCESSAMENTO DE ALIMENTOS
Determinando o tipo de proteção necessária para a instalação
de processamento de alimentos, é necessária a avaliação dos riscos nessa
instalação e calculando o seu potencial de impacto no negócio.
As medidas de proteção para as instalações de processamento
de alimentos incluem;
■ Sistema de sprinkler para os edifícios,
■ Sistema extinção de CO2 para riscos de óleo e
■ Supressão da explosão ou sistemas de alívio para riscos de
pó
Outras medidas de proteção dependem dos processos de cada
instalação.
Acidente:
1- Em uma indústria, um elevador de grãos transportando
milho sofreu múltipla explosão de pó, resultando numa perda de US$ 2,75
milhões. Os fatores na severidade desta perda foram à acumulação excessiva de
pó e dispositivo de alivio inadequado.
2- Em outra instalação houve ruptura do tanque de fermentação de
etanol, devido à falha elétrica, que causou a perda de agitação (oxigenação). A
agitação é necessária para manter a pressão do CO2 controlada, caso contrário, poderá provocar a
ruptura do tanque. A perda foi de 400
mil dólares
3- Um intenso e rápido incêndio na Indústria de
processamento de Alimentos Imperial, no Hamlet, Carolina do Norte (USA), em
setembro (1991) resultou em trágica mortalidade; 25 dos 90 funcionários e 54
ficaram feridos. O incêndio começou aproximadamente às 8 h 15 min, da manhã, do
dia 03 de setembro de 1991 e devido à
velocidade de combustão, rapidamente,
alastrou-se totalmente na indústria.O incêndio começou na área de
processamento, uma área crítica, pois está no centro do espaço ocupado
(edifício). A causa do incêndio foi à ignição do óleo hidráulico, provocado
pela ruptura de uma linha próxima ao equipamento de cozinhar a gás, usado na
preparação do frango. A ruptura ocorreu
durante a operação de reparo
PROGRAMAS PARA PREVENÇÃO DE PERDAS
Porque os sistemas proteção não podem impedir os danos aos
produtos alimentícios, as empresas de processamento de alimentos devem
estabelecer programas de gerenciamento para prevenção de perdas, que teriam graves conseqüências para
os seus negócios.
A empresa deve procurar assessoria de empresas
especializadas em prevenção de perdas ou consultores para auxiliar na
implantação de um programa de prevenção e controle de perdas adequado para empresa. É importante
o comprometimento da diretoria da empresa na implantação do programa para
atingir o seu objetivo
A importância dos programas de gerenciamento para
instalações de processamento de alimentos, incluem;
■ Avaliação de riscos
■ Plano de emergência
■ Manutenção,
■ Controle de fumos (cigarros)
■ Organização e limpeza (housekeeping)
A avaliação de risco ajuda determinar;
■ Como dispor de um sistema de coleta de pó
■ Como projetar tubulação e válvulas para líquidos
inflamáveis
■ Programa de limpeza de fornos
■ Onde o equipamento elétrico é exigido para áreas perigosas
(equipamento à prova de explosão ou a prova de respingo)
Embora o plano de pré-emergência não preveni perdas, ele é capaz rapidamente recuperar tais
perdas, devido às disposições do pleno que serão tomadas diante de um
acidente .
O plano de pré-emergência deve levar em conta os turnos de
operação, os equipamentos de produção que não podem fabricar outros produtos,
equipamentos de difícil reposição e equipamentos de refrigeração.
Este plano ajuda determinar, quais os equipamentos deverão ter em reserva operacional. e quais os
sobressalentes (peças em reservas) que devem possuir em estoque e também quais
as empresas de assistência técnica possam ser utilizadas na emergência.
A manutenção é importante nos equipamentos, pois reduz o
potencial para contaminar ou danificar um produto, em caso de avaria mecânica
ou elétrica.A política de proibição ou restrição de cigarro reduz a chance de
contaminação do produto.
Fonte: Tradução e adaptação do artigo “Food Processing” , da
revista “IRI” Industrial Risk Insurers.
Marcadores: gerenciamento de riscos, housekeeping

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