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segunda-feira, outubro 13, 2014

História do Sistema Cantareira

A história do aproveitamento dos mananciais da Cantareira, ao norte da Capital, remonta ao final do século passado, quando foram construídos os primeiros tanques de reservação. A água proveniente da serra abastecia precariamente o centro da cidade através do antigo reservatório da  Consolação. A capacidade do primitivo sistema implantado no local foi posteriormente ampliada. Entretanto, com a entrada em funcionamento de outros sistemas, o seu papel no abastecimento da cidade tornou-se pouco significativo.
Em 1966, teve início a construção do atual Sistema Cantareira destinado a desempenhar um papel fundamental na solução do problema do abastecimento da Grande São Paulo. O conjunto dessas obras permitirá a utilização dos  recursos hídricos de uma grande área ao Norte da Capital,

As obras de aproveitamento dos rios  Juqueri, Cachoeira e Atibainha   já estão concluídas.   Nesta primeira etapa, o sistema tem capacidade para produzir 11 mil litros de água por segundo. As represas dos rios Jaguari e Jacareí, a 70 quilômetros de São Paulo, serão construídas posteriormente completando o conjunto. O Sistema Cantareira deverá fornecer então 33 mil litros de água por segundo.
Desde o início de 1974, com a  entrada do sistema em operação, está sendo possível normalizar progressivamente o abastecimento dos bairros das Zonas Norte e Leste da Capital, antes submetidos a racionamentos, e ainda abastecer novas áreas. Com os 33 mil litros a serem produzidos após o represamento dos rios Jaguari e Jacarei, o Sistema Cantareira estará capacitado a suprir as necessidades de 10 milhões de pessoas.







Quatro grandes represas; 48 km de túneis e canais; uma elevatória de 80.000 HP, quatro conjunto de moto-bomba, com motor de 20.000 HP/cada. A maior estação de tratamento de água da América Latina

A ÁGUA DO CANTAREIRA JÁ ESTÁ CHEGANDO
O Cantareira, quando completo, será um dos maiores sistemas produtores de água do mundo. Os seus reservatórios estarão situados em diferentes níveis e serão interligados. De tal maneira que, desde o Jaguari e o Jacarei, as águas passarão por gravidade pelos reservatórios do Cachoeira, Atibainha e Juqueri, e chegarão à Estação Elevatória de Santa Inês, onde todo o volume produzido será bombeado para o Reservatório de Águas Claras, construído no alto da Serra da Cantareira.
Desse reservatório as águas passarão, por gravidade, à Estação de Tratamento do Guaraú.

RESERVATÓRIOS
As barragens do Jaguari e Jaca rei darão origem ao maior reservatório do Sistema Cantareira, que será também o mais distante e localizado em maior altitude, a 848 metros acima do nível
do mar. Este reservatório contribuirá para a vazão do sistema com 22 mil litros de água por segundo.
O Reservatório do Cachoeira tem seu nível a 821,5 metros acima do nível do mar e foi projetado tendo em vista uma produção de 5 mil litros de água por segundo, enquanto que o Atibainha, a 787 metros, tem capacidade para 4 mil litros por segundo.
Finalmente, o Reservatório do Juqueri, formado pela Barragem Engo Paulo de Paiva Castro e com nível a 745 metros, é capaz de fornecer 2 mil litros de água por segundo.

TÚNEIS E CANAIS
As interligações entre os reservatórios serão feitas por túneis e canais. Entre o Reservatório do Jaguari e o do Jacareí haverá um canal de 1 quilômetro de extensão. O Jacareí e o Cachoeira serão ligados por um túnel de 5,6 quilômetros. Outro túnel, este de 5 quilômetros, já faz,a
ligação entre os reservatórios do Cachoeira e Atibainha. Mais dois túneis, de 10 e de 1 quilômetro, ligam, respectivamente,o Reservatório do Atibainha ao do Juqueri, e este à Estação Elevatória de Santa Inês.

ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE SANTA INÊS
A Serra da Cantareira era o grande obstáculo natural entre as fontes produtoras de água e a Estação de Tratamento do Guaraú. Para vencer esse obstáculo foi construída a Estação Elevatória de Santa Inês, com quatro grupos de recalque de 20.000 HP. Três desses grupos já estão prontos e capacitados a bombear os 33 mil litros de água por segundo a serem produzidos ao final da construção do Sistema Cantareira. O quarto grupo, a ser instalado, ficará como unidade de reserva. Impulsionada pelas bombas a água proveniente dos reservatórios é elevada a 120 metros, até o alto da serra. Por gravidade, através de um canal de 950 metros e um túnel de 800 metros, atinge o Reservatório de Aguas Claras.

RESERVATÓRIO DE ÁGUAS CLARAS
Trata-se de reservatório de segurança, cujo nível está a 860 metros: Em caso de paralisação da Estação Elevatória de Santa Inês, o Reservatório de Águas Claras pode manter um fluxo contínuo de 33 mil litros por segundo durante três horas. Esse reservatório está ligado à Estação de Tratamento de Água do Guaraú (ETA-Guaraú) por um túnel de 4,8 quilômetros.

ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DO GUARAÚ
Dotada da mais moderna tecnologia de purificação de água, a ETA-Guaraú tratará eficientemente toda a água produzida pelo Cantareira. Com os equipamentos já instalados está capacitada a purificar 16 mil litros por segundo.

CONTROLANDO OS RIOS
Além de possibilitar um radical aumento na adução de água para a Grande São Paulo, o Sistema Cantareira trará outros benefícios. A regularização da vazão dos rios à jusante é um exemplo. O represamento do Juqueri, Atibainha, Cachoeira, Jaguari e Jacareí permitirá o controle do fluxo das águas desses rios, mantendo-o num volume constante na estiagem, evitando enchentes na época das chuvas, beneficiando assim a população e favorecendo a agropecuária de uma grande região que abrange setores dos municípios de Campinas, Piracicaba, Americana, Bragança Paulista, Atibaia, Paulínia, Franco da Rocha, Caieiras, Perus, Santa Bárbara d'Oeste. Piracaia, Bom Jesus dos Perdões, Jari nu, Morungaba, Pedreira, Cosmopolis e Jaguariuna.

MANANCIAIS PROTEGIDOS
Para assegurar a pureza natural dos mananciais do Sistema Cantareira e de seus reservatórios, a área que envolve as nascentes dos rios será protegida. Nessa área não será permitido o estabelecimento de indústrias ou residências. Com isso, ficará livre de detritos ou quaisquer agentes poluidores.

REFLORESTAM ENTO
A vegetação existente será preservada, o que transformará o Cantareira numa grande reserva florestal. Os terrenos das antigas propriedades rurais serão reflorestados. Há um projeto preparado por especialistas em paisagismo e ecologia que prevê a reposição, nesses setores, de espécies vegetais da região.

LAZER
Os locais próximos às represas receberão tratamento paisagístico, terão parques, "play-qrounds" e áreas para pique-niques. Desta forma, o Sistema Cantareira não será apenas um elemento importante da infra-estrutura da metrópole, mas também um centro de lazer e de atração turística.
Fonte: Prospecto técnico da Sabesp da época da construção
Comentário:
DESMATAMENTO HÁ 30 ANOS AINDA PREJUDICA SISTEMA
O desmatamento na bacia hidrográfica do sistema Cantareira, que passa atualmente por sua maior crise, alcançou 78% de sua cobertura florestal nativa há 30 anos, prejudicando a capacidade de produção de água de seus reservatórios, segundo levantamento da Fundação SOS Mata Atlântica.
Nas últimas três décadas, diz a ONG, pouco se fez para recuperar as áreas degradadas de mata atlântica dessa região. Hoje restam 48,8 mil hectares, ou 21,5% do que havia em oito municípios paulistas e oito mineiros.
Essa área original de floresta cobria 64,3% dos municípios de Camanducaia, Extrema, Sapucaí Mirim e Itapeva, em Minas Gerais; e Franco da Rocha, Joanópolis, Mairiporã, Nazaré Paulista, Piracaia, Bragança Paulista, Caieiras, e Vargem, em São Paulo.
As bacias que compõem o Sistema Cantareira ocupam uma área total de 2.270 quilômetros quadrados. Desta forma, as áreas com cobertura vegetal somam apenas 488 quilômetros quadrados. Da área total do sistema, 75 quilômetros quadrados correspondem a áreas inundadas dos reservatórios e 18 quilômetros quadrados à ocupação urbana consolidada.

PAPEL DE PREVENÇÃO
"A floresta tem papel essencial na prevenção de secas, pois reabastece os lençóis freáticos e impede a erosão do solo e o assoreamento de rios", afirmou Marcia Hirota, diretora-executiva da ONG e responsável pelo mapeamento que a entidade elabora desde 1986 em parceria com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Em todo o Brasil, restaram 16,4 mil hectares de mata atlântica, ou seja, 12,5% de todos os 130,9 mil hectares do domínio original, segundo a fundação.
Nas últimas décadas, São Paulo foi um dos Estados que mais preservaram o bioma.

MUNICÍPIOS PAULISTAS
A Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo contestou a estimativa da SOS Mata Atlântica, afirmando que a cobertura vegetal nativa aumentou de 41,8 mil hectares para 64,6 mil hectares de 2005 a 2010 nos oito municípios paulistas, segundo o Instituto Florestal.
Desse modo, a área desmatada seria 74,5%.
A ANA (Agência Nacional de Águas) informou que promove em várias regiões, inclusive na do sistema Cantareira, o programa Produtor de Água, que apoia, orienta e certifica iniciativas de recuperação e preservação florestal de produtores rurais, com previsão de remuneração por resultados. Fonte: Folha de São Paulo- 9 de outubro de 2014

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posted by ACCA@7:00 AM

1 Comments:

At 7:22 AM, Blogger José M. Sousa said...

Muito interessante!

 

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