Zona de Risco

Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

quinta-feira, outubro 03, 2013

O nível de ruído afeta a saúde dos trabalhadores

O termo ruído é usado para descrever sons indesejáveis ou desagradáveis. Quando o ruído é intenso e a exposição a ele é continuada, em média 85 decibéis (dB) por oito horas por dia, ocorrem alterações estruturais no aparelho auditivo que determinam a ocorrência da Perda Auditiva Induzida por Ruído (Pair). Essa doença é a mais freqüente à saúde dos trabalhadores, estando presente em diversos ramos de atividade, principalmente na siderurgia, metalurgia, gráfica, têxteis, papel e papelão, vidraria, etc..

Os sintomas mais comuns incluem:
■ perda auditiva,
■ dificuldade de compreensão de fala,
■ zumbido, e intolerância a sons intensos,

Os trabalhadores portadores da Pair também apresentam queixas, como;
■ cefaléia,
■ tontura,
■ irritabilidade e
■ problemas digestivos, entre outros.

Quando a exposição ao ruído é de forma súbita e muito intensa, pode ocorrer o trauma acústico, lesando, temporária ou definitivamente, diversas estruturas do ouvido. Outro tipo de alteração auditiva provocado pela exposição ao ruído intenso é a mudança transitória de limiar, que se caracteriza por uma diminuição da acuidade auditiva que pode retornar ao normal, após um período de afastamento do ruído.

A Norma Regulamentadora nº 15 (NR-15), da Portaria do Ministério do Trabalho nº 3.214/1978, estabelece os limites de exposição a ruído contínuo, conforme a tabela ao lado:
Limites de Tolerância para ruído contínuo ou intermitente

Os especialistas listam várias consequências relacionadas com problema. Em relação à percepção ambiental, há dificuldades;
■ para ouvir sons de alarme, sons domésticos,
■ dificuldade para compreender a fala em grandes salas (igrejas, festas),
■ necessidade de alto volume de televisão e rádio.

Alguns problemas de comunicação em grupos, lugares ruidosos, carro, ônibus, telefone. Esses fatores podem provocar os seguintes efeitos:
■ esforço e fadiga: atenção e concentração excessiva durante a realização de tarefas que impliquem a discriminação auditiva;
■ ansiedade: irritação e aborrecimentos causados pelo zumbido,
■ intolerância a lugares ruidosos e  a interações sociais, aborrecimento pela consciência da deterioração da audição;
■ dificuldades nas relações familiares: confusões pelas dificuldades de comunicação, irritabilidade pela incompreensão familiar;
■ isolamento; auto-imagem negativa, pois a pessoa se vê como surdo, velho ou incapaz.

PREVENÇÃO
Quanto à prevenção, sendo o ruído um risco presente nos ambientes de trabalho, as ações de prevenção devem priorizar esse ambiente. Existem limites de exposição preconizados pela legislação, bem como orientações sobre programas de prevenção e controle de riscos, os quais devem ser seguidos pelas empresas.
 Em relação ao risco ruído, existe um programa específico para seu gerenciamento:
■ designação de responsabilidade: momento de atribuição de responsabilidades para cada membro da equipe envolvido;
■ avaliação, gerenciamento e controle dos riscos: etapa na qual, a partir do conhecimento da situação de risco, são estabelecidas as metas a serem atingidas; gerenciamento audiométrico para estabelecer os procedimentos de avaliação audiológica e acompanhamento dos trabalhadores expostos aos ruídos;
■ proteção auditiva: análise para escolha do tipo mais adequado de proteção auditiva individual para o trabalhador; treinamento e programas educacionais: desenvolvimento de estratégias educacionais e divulgação dos resultados de cada etapa do programa; auditoria do programa de controle: garante a contínua avaliação da eficácia das medidas adotadas.

PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO (Pair)
Segundo alguns médicos, não existe até o momento tratamento para Pair. O fundamental, além da notificação que dará início ao processo de vigilância em saúde, é o acompanhamento da progressão da perda auditiva por meio de avaliações audiológicas periódicas. Essas avaliações podem ser realizadas em serviço conveniado da empresa onde o trabalhador trabalha ou na rede pública de saúde, na atenção secundária ou terciária, que dispuser do serviço. A reabilitação pode ser feita por meio de ações terapêuticas individuais e em grupo, a partir da análise cuidadosa da avaliação audiológica do trabalhador. Esse serviço poderá ser realizado na atenção secundária ou terciária, desde que exista o profissional capacitado, o fonoaudiólogo.

CONFORTO ACÚSTICO
Na verdade, o conforto acústico é um dos aspectos relevantes na qualidade de vida dos trabalhadores, que influencia na produtividade industrial. Dessa forma, há a necessidade de um tratamento acústico e isolamento em alguns pontos críticos nas empresas. É preciso maior conscientização dos empresários sobre a necessidade de investimento nas questões de segurança e saúde no trabalho, trazendo para esses serviços a mesma qualidade conquistada na produção.
As medidas de proteção individuais, as únicas reconhecidas pelos empresários para o controle do ruído, são insuficientes, pois elas interferem e dificultam o exercício da atividade, especialmente em locais com exigências de comunicação, interação e altas concentrações como é o caso da operação de máquinas de controle numérico, em processos produtivos que cobram dos operadores a realização de tarefas múltiplas e cada vez mais complexas. Fonte: Banas Qualidade - 16/09/2013 

Marcadores: ,

posted by ACCA@11:40 PM