Porta corta-fogo para saídas de emergência
INTRODUÇÃO
Um
equipamento comum em nossa vida – quer estando em casa (para aqueles que
residem em apartamentos) quer em nossos momentos de lazer, a porta corta-fogo
não costuma chamar muito nossa atenção, salvo quando em um teatro ou cinema
somos informados de que “...nas laterais há portas corta-fogo destravadas e com
barras antipânico...”.
Utilizamos
como passagem no dia-a-dia e muitas vezes ignoramos sua importância. Mais
ainda: estando em um shopping center, não preocupamos em localizar a saída de
emergência mais próxima do local que estamos com nossa família?
DEFINIÇÃO
Seu
papel é o de conter as chamas e o calor provenientes do fogo, razão pela qual
ela é o equipamento aplicado nas saídas de emergência e nas escadas de
incêndio, oferecendo um caminho seguro tanto para a fuga das pessoas quanto para o acesso dos bombeiros que irão
combater o fogo.
Por definição a porta corta-fogo é do tipo de
abrir com eixo vertical, composta de batente, ferragens e da porta i, com a
função de impedir ou retardar a propagação do fogo e calor. (NBR 11742, 3.1).
APLICAÇÃO
Há uma
combinação entre a capacidade de resistência ao fogo (classe da porta) e sua
aplicação nas edificações. Embora a norma técnica de referência (Norma ABNT NBR
11742) classifique as portas corta-fogo (P-30, P-60, P-90 e P-120) e até seu
emprego (4,1 e 4,9), cada Corpo de
Bombeiros Estadual estabelece um dos quatro tempos de resistência ao fogo (P)
que a porta deve proporcionar, levando em conta a existência ou não de
antecâmara e o cálculo de risco da edificação.
É
exigência da norma que a porta seja
instalada com três dobradiças. Elas podem variar de modelo (fechamento por
gravidade ou por dispositivo hidráulico – mola), mas nunca de quantidade.
Também é determinado o uso da fechadura de sobrepor com trinco, item gerador de
interpretações equivocadas. Devemos lembrar que a porta corta-fogo oferece duas
condições de segurança ao usuário: a primeira conter e impedir a propagação do
fogo, a segunda: oferecer um caminho de fuga para as pessoas e fácil acesso aos bombeiros.
A fim de
garantir o desempenho satisfatório da porta corta-fogo – conter as chamas e o
calor – ela deve estar fechada e não trancada. Erro muito comum é a colocação de
fechaduras de chave não previstas na norma ou cadeados. Em caso de incêndio
quem irá buscar a chave no almoxarifado? Barras antipânico são acessórios
previstos para situações de grande público.
MANUTENÇÃO
Diferentemente
de um extintor de incêndio ou de um sprinkler, a porta corta-fogo é utilizada
em nosso dia-a-dia como passagem, quando subimos ou descemos um andar. Sendo
assim, ela não fica inerte aguardando o momento de “entrar em cena”, pelo
contrário: é manuseada diversas vezes em movimentos de abrir e fechar. São os
dispositivos que garantem a abertura e o fechamento da porta que devem ser preocupação
de manutenções mensais. Semestralmente, deve ser avaliada a condição da folha
da porta e a lubrificação das dobradiças e fechadura com graxa.
Tão importante quando a manutenção da porta
corta-fogo é o estado da saída de emergência. É comum que sejam utilizadas como
depósitos temporários de diversos objetos ou mercadorias.
Acontece que emergências não têm o hábito de
marcar hora, e no caso de um incêndio, dificultará a passagem das pessoas, além
de ser extremamente combustível.
CUIDADOS
Deve-se
observar também o uso de agentes corrosivos na limpeza das escadas de
emergência, uma vez que água sanitária e cloro reagem com o material externo da
porta (aço galvanizado) provocando sua oxidação (ferrugem). Sintoma comum do
uso de tais agentes corrosivos é a presença de ferrugem ou “casca de laranja”
na parte inferior da porta corta-fogo.
SEGURANÇA
DO PRODUTO
As empresas de portas corta-fogo submetem seus
produtos a um processo de certificação, com o objetivo de atestar, assegurar o cumprimento de exigências de Normas
Técnicas, uma vez que o desempenho de um equipamento está diretamente
relacionado às matérias-primas empregadas na sua confecção e no controle do
processo produtivo.
Desde
1940 a ABNT atua no segmento de segurança contra incêndio, e por consequência
junto aos fabricantes de portas corta-fogo, garantindo o desempenho mediante o
acompanhamento de ensaios, e o controle das etapas de fabricação e do produto
no mercado em auditorias.
Para portas corta-fogo foi criado o selo de marca
de conformidade ABNT, fixado em cada porta, contendo um número de série e
informando a classe (tempo de resistência ao fogo). Junto à esta etiqueta
metálica deve haver outra com informações do nome do fabricante, e em conjunto
estes dois selos são capazes de garantir a rastreabilidade do produto, isto é,
chegar aos lotes originais de matéria-prima empregados na confecção daquela porta.
Em cada lote de portas fornecido, o fabricante
deve enviar um Manual de Instruções contendo informações sobre dimensões e
massas nominais, cuidados de transporte, embalagem, armazenamento, instalação,
funcionamento, manutenção e garantia. Fonte: ABNT
Comentário:
Para que
as portas apresentem bom desempenho durante um possível incidente, é necessário
realizar manutenções preventivas e reparadoras.
Verificar
o funcionamento automático e de todos os acessórios, realizar a limpeza dos
alojadores de trinco, do piso e do batente e remover resíduos e objetos
estranhos que dificultem o funcionamento das partes móveis, são consideradas
ações preventivas e devem ser feitas mensalmente.
É
importante ressaltar que, o conjunto porta corta-fogo e o piso ao redor não
devem ser lavados com água ou qualquer tipo de produto químico. A limpeza da
superfície da porta e do batente deve ser feita com pano umedecido com água e
em seguida com pano seco. No piso ao redor não devem ser utilizados produtos químicos (água sanitária, cloro,
removedores de todos os tipos, produtos de caráter ácido), pois são agressivos
à pintura e ao aço que compõe o conjunto porta corta-fogo.
A
verificação das condições gerais da porta quanto à pintura ou revestimento, à
lubrificação ou desgaste das partes móveis, são medidas reparadoras, pois no
caso de alguma irregularidade no funcionamento, deve ser providenciada,
imediatamente, a regulagem e /ou substituição dos elementos. Essas ações devem
ser feitas semestralmente junto com a verificação da legibilidade dos
identificadores das portas.
Todos os
serviços que envolvam substituição de peças devem ser executados pelo
fabricante ou por empresas por ele recomendadas, a fim de garantir a qualidade
e a eficiência do conjunto porta corta-fogo.
Lembre-se,
a manutenção das portas corta-fogo é tão importante quanto à sua implantação,
pois a simples presença física da porta corta-fogo não garante a segurança
contra incêndio. Para proteger a vida e o patrimônio das pessoas é fundamental
que as portas corta-fogo estejam em perfeito estado de funcionamento.
Check-list de inspeção de porta corta-fogo
Check-list de inspeção de porta corta-fogo
SEMANALMENTE
1-O vão livre de deslocamento da porta encontra-se
livre de obstruções? Sim Não
2-A
porta corta-fogo encontra-se em bom estado de conservação (pintura), não apresentando
sinais de corrosão, batidas e empenamentos? Sim Não
3-Os
batentes estão adequadamente instalados e em bom estado de conservação? Sim Não
4-O
sistema de automatismo constituído pelos contrapesos, elemento fusível, cabos
de aço e roldanas estão adequadamente instalados e em bom estado? Sim Não
5-O pino
guia do chão que limita a movimentação lateral está adequadamente instalado?
Sim Não
6-A
folga máxima entre a porta e a soleira corresponde no máximo, 10 mm? Sim Não
SEMESTRALMENTE
Foi
efetuada a lubrificação das partes móveis com graxa e do trilho com grafite?
Sim Não
ANUALMENTE
1-Foi
realizado o ajuste dos mecanismos de fechamento, encontrando-se em boas condições
de conservação/ operação? Sim Não
2-Foi
realizada a lubrificação de todo o sistema de acionamento automático da porta
corta-fogo, estando em condições normais de operação? Sim Não
3-Foi
realizado o teste de fechamento da porta corta-fogo (desconectando-se os fusíveis),
tendo operado satisfatoriamente vedando totalmente o vão livre da parede? Sim Não
OBSERVAÇÕES
Recomenda-se
que, a cada dez anos, seja substituído o elemento fusível ou feito ensaio por
amostragem para certificar quanto ao seu funcionamento.
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