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quinta-feira, agosto 09, 2012

Trabalhador é soterrado por toneladas de milho e soja

Um trabalhador de um silo em Montividiu, no sudoeste de Goiás, (279 km de Goiânia) foi soterrado após parte da estrutura onde era estocado o produto desabar, na tarde de quarta-feira, 25 de julho.

CENÁRIO
O trabalhador estava fazendo a limpeza do silo quando uma parede de contensão desabou. Ele fazia o procedimento de rotina. A função era verificar se os grãos estavam fazendo o trajeto até o fundo do silo corretamente. Porém, a parede que separa o milho da soja não suportou a pressão e desabou.

CORPO DE BOMBEIROS E RESGATE
De acordo com o Corpo de Bombeiros, cerca de 60 homens foram deslocados, para realizar o resgate juntamente com a ajuda de socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e funcionários da empresa.

CORPO DE TRABALHADOR É ENCONTRADO
O Corpo de Bombeiros encontrou no final da tarde, 26 de julho, o corpo do trabalhador JS, 25 anos, que estava soterrado em um silo de Montividiu.
De acordo com o sargento Carvalho, foram mais de 30 horas de buscas no local, onde estavam armazenadas cerca de 50 mil toneladas de milho e soja.

Fonte: G1 26 de julho e Diário do Interior, 27 de julho de 2012

Comentário:

Principais Tipos de Acidentes
■ Afogamento e Sufocamento na massa de grãos
■ Intoxicações causadas por gases
■ Explosões

Afogamento e Sufocamento
■ Afogamento:  a vítima é arrastada ou dragada pela massa de grãos.
■ Sufocamento: a vítima é encoberta pela massa de grãos.

Para um fluxo de grãos de 54 toneladas por hora, uma pessoa de 1,70 m pode ser dragada pela massa de grãos em menos de 11 segundos.  

TIPOS DE ACIDENTES EM SILOS
As ocorrências mais comuns são afogamento e sufocamento. As vítimas são submetidas à asfixia mecânica por ação da massa de grãos. Sendo que no primeiro caso as vitimas são arrastadas enquanto no segundo as vitimas são encobertas.

No Brasil há tanto acidentes em silos, muito provável que o Ministério do Trabalho não tem controle desses acidentes para maior divulgação da prevenção e boas práticas de segurança.

Segundo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) os silos para grãos apresentaram 47.101.060 toneladas de capacidade útil total no país. Podemos estimar a existência de 10.000 silos no país.

O padrão de acidentes no Brasil segue as ocorrências registradas nos EUA, tais como;
■ Caminhar na superfície de grãos
■ Limpeza ou retirar massa de grãos nas laterais do silo
■ Não adotar boas práticas de segurança
■ Entrar no silo com operação de carga/descarga





A figura mostra 4 situações graves
1- O trabalhador entrou sozinho no silo
2- O trabalhador estava sem cinto de segurança e linha de vida  monitorada por outro trabalhador
3- O trabalhador desconhece o histórico de acidentes em silos. Ele tem de ser cauteloso
4- O trabalhador não bloqueou e identificou o equipamento de  movimentação de grãos para impedir o seu acionamento.
  

O padrão de instalações de operações de grãos da OSHA inclui;
■ exigência de que os empregadores forneçam aos trabalhadores que entram em silos ou tanques com equipamento de proteção individual, tais como cinto de segurança tipo paraquedista com fixação peitoral e dorsal para facilitar a remoção em caso de uma emergência.
■ fornecendo proteção adequada e não permitindo que os trabalhadores andem em superfície de grãos ou permanecem em cima de produtos empilhados maior do que a altura da cintura, reduzindo assim o risco de trabalhadores de afundar e sufocar.

OSHA TAMBÉM RECOMENDOU AS SEGUINTES ORIENTAÇÕES:
Quando os trabalhadores entrarem em depósitos de armazenamento, silos, tanques, e armazenamento, os proprietários devem (entre outras coisas):
1. Desligar e bloquear todos os equipamentos de força associado ao silo, incluindo roscas sem fim, usadas para ajudar a mover o grão, de modo que o grão não esteja sendo movimentado para fora ou dentro do silo. Permanecendo em movimento o grão é mortal; o grão age como 'areia movediça' e pode enterrar um trabalhador em segundos. Movimentando grãos em silo, enquanto um trabalhador estiver no seu interior cria uma sucção que pode puxá-lo em segundos.
2. Proibir andar sobre a superfície de grãos e práticas similares, com função de criar fluxo, para que ele possa fluir.
3. Fornecer a todos os trabalhadores cinto de segurança tipo paraquedista com fixação peitoral e dorsal com linha de vida ou uma cadeira de segurança e garantir que é seguro antes do trabalhador entrar no silo.
4. Providenciar um observador ou vigia postado fora do silo, quando da entrada de um trabalhador. Garantir que o observador/vigia esteja equipado para prestar auxílio e que sua tarefa é apenas rastrear continuamente o empregado no interior do silo
5. Proibir a entrada de trabalhadores m depósitos ou silos sob a condição de ponte (caminhar sobre a superfície aparentemente firme de grãos), ou quando há acúmulo de produtos de grãos nas laterais e que podem desmoronar e soterrar.
6. Garantir a comunicação (visual, voz ou linha de sinal) é mantida entre o observador/vigia e os trabalhadores que entraram no silo.
7. Antes de entrar, testar o ar no interior do silo quanto à presença de gases inflamáveis e tóxicos, e determinar se há oxigênio suficiente.
•Fornecer, ventilação contínua até que quaisquer condições atmosféricas perigosas são eliminadas
•Se a toxicidade ou deficiência de oxigênio não podem ser eliminadas, trabalhadores devem usar respiradores apropriados.
8. Assegurar que a permissão de trabalho é emitida para cada etapa de serviço do trabalhador durante sua entrada no silo, certificando que as precauções acima referidas foram implementadas.

Outras recomendações
1. fixar avisos sobre a existência de pessoas trabalhando;
2. Usar carretilhas mecânicas que permitam a rápida elevação dos indivíduos em casos de acidentes;
3. evitar o acesso de pessoas estranhas, principalmente, crianças, desacompanhadas de pessoas que conheçam as normas de segurança; e
4. fixar avisos alertando sobre os perigos de afogamento e sufocamento na massa de grãos. 
Fonte: University of Arkansas – Division of Agriculture

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posted by ACCA@10:11 PM