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sábado, março 24, 2012

Tragédia silenciosa na estrada – sonolência e doenças crônicas

Sonolência

O alerta do SOS Estradas é baseado em estudos fundamentados, como o realizado pela Universidade Federal de São Paulo, em que ficou constatado, em entrevistas e exames de 400 motoristas de linhas longas, que 55% desses profissionais cochilam ao volante.

Seria interessante, que o efetivo dos motoristas das empresas envolvidas em acidentes graves fossem examinados em laboratório do sono, por médicos especializados e as conclusões divulgadas.

LOCAL DE DESCANSO INADEQUADO
O cansaço dos motoristas de ônibus foi denunciado recentemente por motoristas, em matéria veiculada na mídia. Inclusive motoristas admitiram tomar medicações proibidas para manterem-se acordados. Denunciaram ainda que, em algumas garagens, chegam a dormir 16 motoristas no mesmo alojamento. Enquanto os pilotos de linhas comerciais dormem em quartos individuais em bons hotéis, os motoristas de ônibus dormem em garagens, com vários colegas, com todos os inconvenientes de um local onde ocorre permanente movimentação de pessoas e veículos. Por dormirem, muitas vezes na garagem, estão à disposição da empresa para serem acordados quando surgir necessidade. Não se tem conhecimento, por exemplo, de que companhias aéreas coloquem pilotos dormindo nos hangares.

Algumas empresas de ônibus já perceberam problemas relacionados às condições de sono dos motoristas, e estão desenvolvendo ações práticas, tratando os motoristas clinicamente, inclusive visitando as residências dos mesmos, para ver em que condições dormem, e até financiando a compra de colchões adequados.

É bom salientar, que os estudos da Unifesp têm recebido reconhecimento internacional.

Em estudo realizado pelo SOS Estradas, denominado: "Morte no Trânsito: Tragédia Rodoviária", em 216 acidentes de ônibus, divulgados pela mídia entre janeiro de 2002 e março de 2004 concluiu;
■ ocorreram 99 acidentes com ônibus sozinho, sem envolvimento de nenhum outro veículo que provocaram, no local, a morte de 337 pessoas e ferimentos em 1.964 pessoas.
■ os demais 117 acidentes, incluindo os que ocorreram com envolvimento de outros veículos, provocaram 305 mortes.
■ os acidentes, sem envolvimento de outro veículo, indicam dois fatores principais: cansaço ou excesso de velocidade.

COCHILO
Quando o motorista cochila ao volante, ele não reage e sai da pista ou colide na velocidade em que estiver, aumentando a gravidade do acidente, número de feridos e mortos. Nesses casos podem ser incluídos, por exemplo, os acidentes com invasão de pista contrária e colisão traseira.

HISTÓRICO DE ACIDENTES
Caso as autoridades públicas estudassem os acidentes de ônibus, teriam indícios, pelo histórico dos acidentes dessa empresa e de tantas outras, regulares ou não, de que o cansaço e possível excesso de jornada acumulado podem ser os fatores que contribuem para esses acidentes.

CANSAÇO- ACIDENTES MAIS VIOLENTOS
Os acidentes causados por cansaço estão sendo objeto de vários estudos e campanhas nos últimos anos, em vários países, onde ficou apurado que são acidentes mais violentos que os demais e provocam mais vítimas, pela falta de reação dos motoristas que cochilam ao volante ou que, pelo cansaço, demoram a reagir.

ACIDENTES NO BRASIL
No Brasil ocorrem, todos os anos, aproximadamente 17.000 acidentes com ônibus e microônibus, apenas nas rodovias.

ACIDENTES NOS EUA
Nos EUA, país que possui frota de veículos 10 vezes maior que a brasileira, morrem em média de 4 a 8 passageiros por ano em acidentes de ônibus nas estradas. No Brasil, nossa estimativa entre os que morrem em decorrência dos acidentes e os feridos graves que acabam falecendo, indicam que cerca de 2.400 pessoas perdem a vida em acidentes de ônibus e microônibus.

Portanto, é preciso que o poder público fiscalize o transporte regular, investigue os acidentes, combata com rigor o transporte clandestino, estimule o uso do cinto de segurança nos ônibus.

É preciso que o passageiro de ônibus e os motoristas sejam tratados com o mesmo respeito e atenção das autoridades que é dado aos passageiros de avião.

Fonte: SOS Estradas


Direção sob prescrição médica
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O ato de dirigir um veículo exige de seu condutor reflexo rápido e respostas imediatas. Por isso, o uso de certos medicamentos pode aumentar o risco de acidentes automobilísticos, uma vez que alteram a atenção, os reflexos e a coordenação.

Não se pode dizer que determinado medicamento gerará a mesma reação em pessoas diferentes. De acordo com o chefe do Departamento de Medicina Ocupacional da ABRAMET (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), Dr. Dirceu Rodrigues Alves Júnior, “cada organismo tem uma sensibilidade própria. Para algumas pessoas, por exemplo, a dipirona pode causar sonolência e torpor; para outras, não”, diz.

Há medicamentos, entretanto, que agem diretamente no sistema nervoso, como os antidepressivos e calmantes (benzodiazepínicos). Esses, segundo Alves, “têm uma ação efetiva no sistema nervoso central e são contra-indicados para quem vai dirigir ou fazer outra atividade que requer atenção e concentração”.

CONTRA-INDICAÇÕES
Ansiolíticos, antidepressivos, antialérgicos, antigripais e medicamentos para diabetes merecem cuidado especial

ANSIOLÍTICOS, ANTIDEPRESSIVOS
Em seu artigo Psicofármacos e direção, a Mestre-Doutora em Psiquiatria pelo Departamento de Psiquiatria da FMUSP, Doris Hupfeld Moreno, chama atenção para o fato de, apesar de as bulas de psicofármacos alertarem para o risco de dirigir, pacientes e psiquiatras falam pouco sobre o assunto. “Tanto as doenças mentais como o uso de psicofármacos podem comprometer a capacidade de dirigir. O crescente aumento do número de pacientes diagnosticados e tratados com tais medicamentos, aliado ao abuso e/ou dependência de álcool e outras substâncias, eleva consideravelmente o risco de acidentes automobilísticos”.

Em sua pesquisa, Moreno constata também que “entre os psicotrópicos mais prescritos estão os ansiolíticos. O uso de benzodiazepínicos relaciona-se com maior risco de lesões e morte por acidentes automobilísticos, mas significativamente apenas quando associados ao álcool e na fase aguda do tratamento. Deve-se proibir a direção, pelo menos até desaparecer a sedação, e sempre evitar a associação com álcool”.

Segundo Alves, não são apenas pacientes com problemas mentais que utilizam calmantes, mas também executivos que vivem sob pressão. “Devido ao uso prolongado, o organismo fica até resistente à substância, adaptando-se a ela”, relata.

ANTIALÉRGICOS
Igual atenção merece todos os antialérgicos, que, segundo Alves, agem de forma secundária no sistema nervoso. “Eles estimulam a produção de melatonina, que induz ao sono. O ideal é dirigir 12 horas após a ingestão do remédio”, orienta. Nessa lista entram também os antigripais, pois levam substância antialérgica em sua composição.

DIABETES
Os condutores que passam por tratamento de diabetes devem ter atenção máxima, pois correm o risco de perder a atenção de forma abrupta enquanto dirigem. “Esse risco é maior principalmente no início do tratamento, quando não se sabe a dose ideal para o paciente. Ele pode ter uma hipoglicemia (baixo nível de glicose no sangue) e simplesmente ‘apagar’ ao volante”, alerta Alves.

MODERADORES DE APETITE
Os moderadores de apetite (ou “rebites”, como são conhecidos, principalmente pelos motoristas de caminhão) têm sido responsabilizados por um grande número de acidentes. Por conterem anfetaminas, esses medicamentos são usados como estimulantes.

“Alguns motoristas utilizam os moderadores de apetite em altas doses para ficar acordados, mas esse medicamento possui uma curva de ação. Depois do estímulo inicial, seu efeito é contrário, reduzindo atenção e levando ao esgotamento do sistema nervoso”, esclarece Alves. Aqui, fica o alerta também às mulheres que abusam dessa substância ou que a tomam sem prescrição médica.

RECOMENDAÇÕES
■ não tome medicamento sem o conhecimento do seu médico.
■ se você estiver tomando alguns dos medicamentos citados acima, fique atento aos sintomas. No caso de sentir sonolência ou torpor, pare em um local seguro, peça ajuda ou espere até se sentir melhor.

Esses sintomas nem sempre indicam ação de algum remédio no organismo. Às vezes são resultados de cansaço ou esgotamento. Nesses casos, vale a auto-análise e bom senso do motorista antes de sentar ao volante.

Fonte: WebMotors

Vídeo:
Motoristas que sofrem de problemas crônicos de saúde devem se prevenir antes de dirigir. Mas um estudo revela que apenas metade dessas pessoas se preocupa com isso.

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posted by ACCA@9:39 PM