Pequenos trabalhadores do século passado e atual
E não eram apenas os escravos que precisavam trabalhar antigamente. Na Idade Média e mesmo nos séculos XVIII e XIX, logo que começavam a andar e a falar, as crianças já aprendiam algum ofício, mesmo que doméstico. As crianças eram encaminhadas para o mundo do trabalho realmente muito cedo.
A substituição do trabalho pela escola começou a acontecer no final do século XIX e no começo do XX.
Devem ser observados certos aspectos de tradições culturais em diferentes lugares do mundo. Em algumas sociedades, a transmissão cultural realiza-se oralmente, não havendo registros escritos de sua história, técnicas ou ritos. Assim, na agricultura tradicional ou na produção artesanal, crianças e adolescentes realizam trabalhos sob a supervisão dos pais como parte integrante do processo de socialização – quer dizer, um meio de transmitir, de pais para filhos, técnicas tradicionalmente adquiridas. O sentido do aprender a trabalhar varia de acordo com a cultura, com a sociedade, varia também dependendo do momento histórico em que elas se encontram.
A situação de trabalho como parte do processo de socialização não deve ser confundida com aquelas em que os meninos e meninas são obrigados a trabalhar, regularmente ou durante jornadas contínuas, para ganhar seu sustento ou o de suas famílias, com conseqüentes prejuízos para seu desenvolvimento educacional e social.
É preciso lembrar que o mero fato de trabalhar “em casa” ou “com a família” não descaracteriza o trabalho infantil. Mesmo no espaço do trabalho em família, sabe-se que muitas crianças são submetidas a estafantes jornadas de trabalho na lavoura familiar ou são responsabilizadas por todos os serviços domésticos e pelos cuidados com os irmãos menores em casa, sem que seja garantido a elas, por exemplo, tempo para ir à escola ou para brincar.
Por outro lado, essa preocupação não pode ser radicalizada no sentido de excluir a participação das crianças e adolescentes em tarefas domésticas. Essa participação reveste-se de caráter educativo, formador do senso de responsabilidade, e pessoal, em relação ao núcleo familiar.
Atualmente, na luta pelo reconhecimento dos direitos da criança e do adolescente, um parâmetro mais claro tem sido colocado: ainda que seja para garantir a continuidade de uma tradição familiar, para dividir responsabilidades no interior da casa ou para ajudar nas atividades no campo, o trabalho de crianças não pode impedir que elas exerçam seus direitos, de maneira integral, em especial à educação e a brincar, condições essenciais a seu pleno desenvolvimento.
As mais recentes estatísticas globais da OIT estimam que 115 milhões de crianças estão envolvidas em trabalhos perigosos. Esses trabalhos são caracterizados por atividades que, pela sua natureza ou condições em que são executadas, podem causar dano à saúde, segurança ou moralidade das crianças e adolescentes envolvidas.
Crianças trabalhando em muitas atividades e ocupações podem ser expostas a tais riscos e o problema é global, afetando tanto países industrializados quanto em desenvolvimento.
Fonte: OIT, Prómenino e G1 – 12 de outubro de 2009
Slideshow
Fotos de Lewis Wickes Hine, photographer, from the records of the United States National Child Labor Committee e Lewis Hine:
Criancas trabalhadoras
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