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terça-feira, setembro 13, 2011

Trabalhador morre esmagado por rolo compressor

O trabalhador que fiscalizava as obras de duplicação da avenida Maestro Lisboa, em Fortaleza, Ceará, morreu após ser esmagado por um rolo compactador de pneus no início da tarde de quinta feira, 11 de agosto.

O trabalhador EFM, 50, trabalhava na obra como fiscal de obras, quando outro trabalhador que conduzia o rolo compactador engatou a marcha à ré e acabou atropelando a vítima. O trabalhador morreu no local, sem tempo de ser socorrido.

Foto – Rolo Compactador semelhante

TESTEMUNHAS
Quem estava por perto, conta que EFM, fazia a medição do asfalto recém-colocado. Não teria ouvido a aproximação da máquina. Acabou surpreendido pelo rolo compactador.
O homem morreu na hora, sem qualquer chance de atendimento médico. “Mas ele ainda gritou. Acho que foi assim que a máquina começou a passar por cima. Não pegou tudo, não. Só o lado direito e o rosto”, disse uma moradora de frente ao lugar onde tudo aconteceu. “Foi horrível”, disse.

USO DE CELULAR
Um aparelho celular foi encontrado ao lado do corpo, o que levantou a suspeita de que a vítima estivesse distraída falando ao celular e não percebeu quando o operador engatou a marcha-ré.

OPERADOR DA MÁQUINA
O operador da máquina, identificado como AJF teve de ser encaminhado ao 35º Distrito Policial, no bairro Curió. Ele será indiciado por homicídio culposo (quando não há intenção de matar).
Segundo a escrivã do 35º DP, o tratorista tinha habilitação regular e estava com a documentação completa para operar o equipamento. “Foi uma fatalidade. A vítima e o operador eram amigos, inclusive”, disse a escrivã.

DECLARAÇÃO DA CONSTRUTORA
Em nota, a Construtora Marquise disse lamentar o acidente com o trabalhador da Soli Construções LTDA., empresa subcontratada para executar o serviço de recapeamento asfáltico da CE-025. “A empresa esclarece que está acompanhando todas as medidas adotadas pela Soli para garantir o total apoio aos familiares e a correta apuração das causas do acidente”.
Também em nota, a Soli garantiu assistência aos familiares e assegurou “que sempre busca em todas as suas obras o cumprimento de todas as normas de segurança”. E informou que “está sendo montada uma comissão técnica para apurar os fatos”.

Fonte: O Povo – 12 de agosto de 2011

Comentário:
Ao atender o celular em locais que exigem atenção (ouvido e visão), o trabalhador está usando a audição e não prestando atenção a área, potencialmente perigosa. O cérebro não consegue processar informações simultaneamente, calcular ações e prestar atenção no controle visual. As reações ficam mais lentas e isso propicia a ocorrência de acidentes.
A audição é decodificada em uma área no cérebro e a visão, em outra. O cérebro faz duas coisas quando deveria fazer uma só. O celular tocando desvia a atenção do local de trabalho, movimentação de equipamentos e dá início ao procedimento de risco: a primeira ação do trabalhador quando o aparelho toca é procurá-lo ou durante a ligação o campo de visão fica restrito ao celular . Para atender, será necessário o uso de uma das mãos. Se for colocado no ouvido, haverá restrição do campo visual. As condições para o acidente estão presentes.

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posted by ACCA@4:03 PM