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quinta-feira, março 17, 2011

Terremoto atinge a região nordeste do Japão e provoca tsunami

Um forte terremoto de magnitude 9 atingiu na sexta-feira, 11 de março a costa nordeste do Japão, segundo o Serviço Geológico dos EUA (USGS), gerando um tsunami com ondas de 10 metros de altura, que ameaça países da costa do Oceano Pacífico.
O terremoto ocorreu às 5:46 (UTC), 14:46 hora local, de 11 de março de 2011, que alcançou uma magnitude de 9 na escala sismológica de magnitude de momento (MW) e teve epicentro 130 km a leste de Sendai, no mar e ao largo da costa leste da região de Tohoku, na ilha de Honshu, Japão, e a 700 km da capital, Tóquio. O epicentro do terremoto foi registrado a 400 km de Tóquio, a uma profundidade de 32 km
Segundo o Serviço Geológico dos EUA (USGS), a magnitude desse terremoto coloca entre os quatros maiores terremotos do mundo desde 1900 e o maior do Japão dos últimos 130 anos.

De acordo com o Centro de Aviso de Tsunami do Pacífico, a lista completa de países e territórios que podem ser atingidos por tsunamis inclui:
Japão, Rússia, Ilhas Marcus, Ilhas Marianas do Norte, Guam, Ilhas Wake, Taiwan, Yap, Filipinas, Ilhas Marshall,,Belau, Ilhas Midway, Pohnpei, Chuuk, Kosrae, Indonésia,Papua Nova Guinea, Nauru, Ilhas Johnston, Ilhas Salomão, Kiribati, Howland-Baker, Havaí, Tuvalu, Ilhas Palmyra, Vanuatu, Tokelau, Ilhas Jarvis, Wallis-Futuna, Samoa, Samoa Americana ,Ilhas Cook
Niue, Austrália, Fiji, Nova Caledônia, Tonga, México, Ilhas Kermadec, Polinésia Francesa, Nova Zelândia, Pitcairn, Guatemala, El Salvador, Costa Rica, Nicarágua , Antárctica , Panamá, Honduras, Chile, Equador, Colômbia, Peru

REFLEXOS DO TSUNAMI CHEGAM À AMÉRICA DO SUL

EQUADOR
Fortes ondas avançaram sobre o litoral das Ilhas Galápagos, inundando cidades mas sem deixar vítimas.

Na ilha de San Cristóbal, o mar recuou 30 metros e depois invadiu a zona urbana. Há prejuízos, mas a população não correu perigo. Segundo um oficial da Marinha equatoriana, uma onda provocou o desprendimento de um dique e vários barcos foram deslocados. Na ilha de Santa Cruz, o maré baixou cerca de dois metros em apenas quatro minutos e a capitania foi inundada.

Galápagos é formado por 13 ilhas principais, incluindo San Cristóbal e Santa Cruz, e por 17 ilhas menores. O Equador evacuou mais de 240 mil pessoas que vivem nas regiões litorâneas do país e de Galápagos.

CHILE
As localidades no sul do Chile foram as mais afetadas pelas ondas que chegaram na madrugada de sábado (12), como Dichato. Nesta localidade, 400 km ao sul de Santiago, o mar avançou 100 metros e na ilha de Chiloé foi verificada uma variação do mar de 8 metros, deixando 10 embarcações menores danificadas e outras 20 à deriva, segundo informe do Escritório Nacional de Emergências (Onemi).

PERU
As fortes ondas registradas na noite de sexta-feira em algumas praias peruanas invadiram casas e estabelecimentos comerciais em pelo menos dois pontos do litoral do país, informaram fontes policiais e a imprensa local.

As medidas tomadas pelas autoridades, como a evacuação da maior parte de bairros da região litorânea, o cancelamento de espetáculos em praias e a proibição aos pesqueiros de trabalhar, fizeram com que os efeitos das fortes ondas fossem mínimos e não provocassem vítimas, disseram à Agência Efe fontes policiais.

Na baía de San Andrés, na província de Pisco, a 300 quilômetros ao sul de Lima, as ondas invadiram o território com força, atingindo várias casas da região, informou a agência Andina. Deixou pelo menos 200 desabrigados e 300 casas afetadas, segundo autoridades locais.

Até mesmo a estrada principal entre Pisco e Paracas foi invadida pela água em alguns pontos. Ancón, a 40 quilômetros ao norte de Lima e famosa por suas praias, também foi atingida por fortes ondas.

Por volta das 1h30 da madrugada (horário local), as ondas afetaram estabelecimentos de cerca de 1.800 comerciantes que têm suas lojas em pontos muito próximos à praia, mas não houve vítimas.

Também em Lima as ondas atingiram com força a Costa Verde e esta manhã os operários limpam as imediações da estrada, que foi fechada para a circulação.

O acesso às praias está restrito na maior parte do país, já que ainda podem ser formadas ondas bem maiores do que o normal.

No Peru, a variação das ondas foi de 15 centímetros a 1,4 metros, mas não causaram danos ou vítimas.

COLÔMBIA
As ondas geradas pelo tsunami chegaram à costa pacífica da Colômbia, mas não foram fortes e passaram praticamente despercebidas, porque sua variação não foi superior a dez centímetros com relação às ondas tradicionais, informaram as autoridades do país na sexta-feira.

MÉXICO
No México, ondas de 20 e 70 centímetros chegaram à costa do Pacífico, com risco moderado, sem que tenham sido informadas vítimas ou danos materiais, informou a secretaria da Marinha mexicana, que mantém o alerta ativo.

HAVAÍ
O Centro de Alertas de Tsunamis do Pacífico informou que as primeiras ondas chegaram às 03h24min locais (10h24min de Brasília) à costa de Waianae, pouco antes de alcançar Waikiki, a praia de Honolulu, capital do arquipélago do Havaí.
No Havaí, as ondas mediam 50 centímetros quando chegaram a Nawiliwili, na ilha de Kauai, e 70 centímetros em Barbers Point, em Oahu, segundo funcionários de um centro de emergência de Honolulu.

— Não foram registrados danos por enquanto — disse Gerard Fryer, do Centro de Alertas.

O alarme começou a soar cinco horas antes de as ondas atingirem as regiões costeiras do Havaí e os moradores foram retirados.

Depois de alcançar o Havaí, as primeiras ondas do tsunami chegaram à costa oeste americana, 12 horas depois do sismo no Japão.

— Chegou o tsunami — disse por volta das 8h30min locais (13h30min de Brasília) Mike Murphy, chefe do serviço de emergência da cidade de Port Orford, no Oregon.

As autoridades haviam lançado um alerta de tsunami em todos os Estados da costa pacífica dos Estados Unidos, do Alasca à Califórnia.

EUA-CALIFÓRNIA
Milhares de pessoas foram retiradas da área após o terremoto no Japão. Sete mil foram desalojadas da zona portuária de Crescent City, 500 km ao norte de San Francisco, informou uma funcionária dos serviços de emergência, Cindy Henderson. Segundo ela, uma onda chegou a alcançar 2,5 metros.

RÉPLICAS OU TREMORES SECUNDÁRIOS DO TERREMOTO:

Até 15 de março houve 450 tremores secundários, incluindo dezenas com magnitude 6.

ZONA AFETADA
O terremoto mais forte já registrado no Japão atingiu a região de Tohoku, formada por seis províncias: Aomori, Akita, Iwate, Fukushima, Yamagata e Miyagi, cuja capital é Sendai, o local mais próximo do epicentro do tremor.
A região que tem uma área de quase 67 mil quilômetros quadrados e vivem cerca de 9,4 milhões de habitantes.
A região ainda é conhecida como, o celeiro do Japão, por produzir boa parte dos alimentos que são consumidos no país; 20% de todo o arroz colhido no Japão, além de frutas, legumes e pescados.

CONSEQÜÊNCIAS
Tóquio e outras cidades
■ O terremoto abalou prédios em Tóquio. O fornecimento de energia elétrica foi interrompido em Tóquio e regiões vizinhas, afetando cerca de 4 milhões de residências. Os moradores da capital do país evacuaram os prédios como medida de precaução.
■ Diversas pessoas ficaram feridas na queda do telhado de um edifício no centro de Tóquio onde 600 estudantes participavam de uma cerimônia de entrega de diplomas, de acordo com os bombeiros.
■ O serviço de trem-bala para a região norte do país foi suspenso e as atividades do aeroporto Narita, em Tóquio, estão interrompidas
■ As comunicações no Japão foram prejudicadas. Os celulares estão funcionando com limitações e a telefonia fixa, em Tóquio, com alguma irregularidade.
■ A refinaria de petróleo Cosmo, na cidade de Chiba, perto de Tóquio, pegou fogo, com as chamas de até 30 metros de altura. Incêndios em refinarias de outras cidades também foram reportados.
■ Na província de Fukushima, nordeste do Japão, uma represa rompeu e casas foram tragadas, segundo informou a agência de notícias Kyodo.
■ Em Sendai, uma das cidades mais atingidas, edifícios ficaram em chamas, o aeroporto, no distrito de Miyagi, foi fechado depois de ser inundado com carros e demais veículos que estavam nos arredores durante o tremor, e as estradas estão repletas de lamas.
■ No nordeste do Japão, a cidade de Kesennuma, com 74 mil habitantes, sofre incêndios, e um terço da sua área está submersa, segundo relato feito pela agência de notícias Jiji.
■ O porto de Rikuzentakata, situado na província de Iwate, às margens do Oceano Pacífico, ficou totalmente inundado depois da passagem do tsunami.
■ Cerca de 9.500 pessoas, mais da metade da população de Minami Sanriku, na província de Miyagi, ainda estão desaparecidas um dia depois da passagem do tsunami. Miyagi, Iwate e Fukushima foram as províncias mais afetadas pelo terremoto e pelo tsunami.

INFRAESTRUTURA
Há enormes danos às infra-estruturas:
■ Pontes, estradas, ferrovias, aeroportos
■ Fábricas, agricultura usinas de energia, habitação, portos, litoral,etc
■ Mais de 4648 casas foram totalmente destruídas e
■ outras 68.231 casas foram danificadas.
■ Milhares de moradias em Miyagi, Iwate, Fukushima foram devastadas pelo tsunami.

VÍTIMAS
Até o momento, 15 de março:
■ 2.722 pessoas foram confirmadas mortas,
■ 3.742 estão desaparecidas e
■ 439.337 estão desalojadas, evacuadas e abrigadas em 2.457 centros de evacuação, principalmente em escolas e outros edifícios públicos.

ESTADO DE EMERGÊNCIA NUCLEAR
O terremoto no Japão fez com que onze dos 54 reatores nucleares do país fossem desativados automaticamente, para evitar um acidente.
O governo do Japão decretou estado de emergência na usina nuclear de Fukushima Daiichi devido a uma falha no seu sistema de resfriamento registrado após o terremoto, seguido de um tsunami. O governo mandou evacuar 2.000 pessoas que residem nos arredores da usina.

ACIDENTES COM INSTALAÇÕES DE ENERGIA NUCLEAR
■ A Usina nuclear de Fukushima Daiichi possui 6 unidades geradoras com capacidade total aproximada de 4.700 MW. As unidades foram construídas no período de 1971 a 1979.
O sistema de refrigeração da usina falhou. Foi constatada a falha mecânica no sistema necessário para resfriar o reator da usina, provocado pelo terremoto e tsunami.
O governo japonês confirmou o vazamento na usina nuclear Fukushima Daiichi Nº 1, e indicou que a concentração de material radioativo escapando das instalações já está oito vezes maior do que o normal. Foi ordenada a retirada emergencial de moradores num raio de 10 km em torno das instalações. A agência japonesa de segurança nuclear informou que funcionários estão lutando para restabelecer o abastecimento de água de resfriamento na usina, mas não havia nenhuma perspectiva de sucesso imediato. O núcleo do reator continua quente, mesmo após o desligamento.
■ O governo anunciou que a usina Fukushima Daini, que fica a 12 km da Fukushima Daiichi, também estava com problemas na refrigeração. Também foi decretada situação de emergência nessa usina e moradores foram retirados da área.
As centrais de Fukushima Daichi (6 reatores) e Fukushima Daini (4 reatores), situada no nordeste do Japão, foram atingidas pelo terremoto.

EXPLOSÃO – REATOR 1
O reator nr. 1, da usina nuclear de Fukushima sofreu uma explosão no sábado, 12 de março, segundo imagens da televisão japonesa. Funcionários ficaram feridos. Moradores dos arredores da central nuclear foram aconselhados a permanecer em casa, não beber água encanada e proteger o rosto com máscaras ou toalhas molhadas. O local apresenta radioatividade 20 vezes superior às condições normais.
Teto e algumas paredes da instalação teriam desabado. De acordo com a televisão pública NHK, vários empregados da usina ficaram feridos na explosão que ocorreu às 16h (03h de Brasília).
De acordo com a AIEA, autoridades japonesas informaram que a explosão na central nuclear de Fukushima ocorreu fora do recipiente primário de contenção. A empresa que opera a unidade, Tokyo Eletric Power, confirmou que o recipiente primário de contenção está intacto, diz um comunicado.
O acidente nuclear chegou a ser avaliado no nível 4 numa escala que vai até 7, segundo a Agência de Segurança Nuclear e Industrial do Japão.
O governo do Japão deu início à retirada de cerca de 140 mil pessoas da área próxima à usina. Estima-se que 110 mil pessoas já deixaram a área num raio de 20 km próxima a uma das usinas.

EXPLOSÃO NO REATOR 3: USINA FUKUSHIMA
Duas explosões ocorreram na segunda-feira (horário local) no reator 3 da central nuclear de Fukushima-Daichi. Segundo declarações do porta-voz do governo japonês, o reator conseguiu resistir às explosões e o risco atual de um vazamento radioativo significativo é baixo.
As explosões no prédio do reator 3 deixaram onze feridos, incluindo seis militares, que a princípio foram dados como desaparecidos, segundo informações da agência Jiji Press.
As imagens da televisão local mostraram fumaça branca saindo das instalações. O canal NHK indicou que a explosão ocorreu por volta das 11h (horário local, 23h de Brasília de domingo) e derrubou uma das paredes do prédio que abriga o reator.

EXPLOSÃO NO REATOR 2: USINA FUKUSHIMA
Uma nova explosão atingiu o reator número 2 da usina nuclear de Fukushima por volta de 18h da segunda-feira, 14 de março, (horário de Brasília – 6h de terça no horário japonês), informou a agência de segurança nuclear do Japão.
As duas primeiras explosões foram causadas por acúmulo de hidrogênio. Segundo a Tokyo Electric Power Co. (Tepco), empresa que opera a usina, a última explosão registrada ocorreu perto da piscina de supressão no tanque de contenção do reator, destinado a impedir que a radiação vaze em caso de acidente.

INCÊNDIO NO REATOR 4: USINA FUKUSHIMA
Um novo incêndio ocorreu nesta quarta-feira (16), horário local, no reator 4. O fogo, aparentemente causado outra vez pela combustão de hidrogênio, foi visto por um dos trabalhadores às 5h45 do horário local (17h45 desta terça-feira, horário de Brasília). Segundo o operador da usina, o segundo incêndio ocorreu porque o fogo do primeiro incêndio não chegou a ser totalmente apagado.

Reator 1 – Explosão da cobertura da edificação externa, no sábado, 12 de março.
Reator 3 – Explosão similar ao reator1, dois dias depois, destruindo a cobertura da edificação externa.
Reator 2 – Explosão na terça-feira, 15 de março.
Reator 4 – Um novo incêndio ocorreu nesta quarta-feira (16) no reator 4.


ESTADO DE ALERTA NA USINA NUCLEAR ONAGAWA
A Usina nuclear de Onagawa possui 4 unidades geradoras com capacidade total aproximada de 4. 400 MW. As unidades foram construídas no período de 1982 a 1989.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) anunciou no domingo, 13 de março, que mais uma usina nuclear está em estado de alerta.
As autoridades japonesas informaram à AIEA que o primeiro estado de emergência (o nível mais baixo) na central de Onagawa foi registrado pela Tohoku Electric Power Company — explicou a agência da ONU, com sede em Viena.
Os três reatores da planta de Onagawa estão sob controle, segundo as autoridades japonesas. De acordo com a regulamentação japonesa, o alerta foi declarado depois dos níveis de radioatividade registradas superaram os níveis autorizados na zona próxima à central, explicou a AIEA.

ALERTA - NÍVEL DE RADIAÇÃO
O governo japonês admitiu na terça-feira (15) que os níveis de radiação após as explosões na usina nuclear de Fukushima Daiichi já podem afetar a saúde humana.
O porta-voz do primeiro-ministro, Yukio Edano, disse que os níveis mais altos de radiação foram detectados na usina e que quanto maior a distância da usina e do reator, menores devem ser a radiação.
O governo japonês pediu àqueles que vivem a menos de 30 km da usina que não saiam de casa e também determinou que os moradores que ainda estão a menos de 20 km da usina deixem o local. Ainda há um risco muito alto de que mais radiação vaze.
O temor de que possa haver o derretimento dos núcleos dos reatores do complexo nuclear, que fica 250 km a nordeste de Tóquio, aumentou após uma nova explosão na manhã de terça-feira (horário do Japão).

ZONA DE EXCLUSÃO
As autoridades japonesas decretaram na terça-feira, (15) zona de exclusão aérea toda a área onde está localizada a usina nuclear de Fukushima. Nesta central houve três explosões dos reatores nucleares elevando os níveis de radiação na região. De acordo com a agência de notícias Kyodo, a radiação está em nível 33 vezes superior ao permitido em Utsunomiya, capital da província de Tochigi, no norte de Tóquio.
Os níveis de radiação em Kanagawa, ao sul de Utsunomiya, eram, por sua vez, nove vezes superior ao recomendado. O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, disse hoje que os níveis de radiação aumentaram significativamente depois da explosão em Fukushima, onde quatro dos reatores da central nuclear já sofreram problemas.

O porta-voz do governo do Japão, Yukio Edano, ressaltou que o nível da radiação chegou a ser 100 vezes superior ao limite no reator 4, enquanto no reator 3 os níveis eram 400 vezes superiores. Segundo ele, se forem mantidos os níveis de radiação, eles podem ser prejudiciais à saúde humana. Apenas 50, dos 800 funcionários da Central de Fukushima, permanecem no complexo.
A Tokyo Electric Power (Tepco), que gere a central, não exclui fusões dos núcleos dos reatores 1, 2 e 3, mas garante que o reator 4 não estava em funcionamento por ocasião do incêndio que afetou o edifício hoje de manhã (hora local).

MEDIDAS DE EMERGÊNCIA
Um dia depois do terremoto, o governo japonês decidiu mobilizar 50 mil militares para participar dos trabalhos de resgate.
Foi mobilizado nas operações o conjunto das Forças Armadas japonesas, que desde a véspera já participa das operações com 300 aviões, 20 navios e destróieres e 25 caças de reconhecimento.
A Cruz Vermelha japonesa, por sua vez, mobilizou 62 equipes de socorro. Nas últimas 24 horas, 400 médicos, enfermeiras e outros especialistas da Cruz Vermelha japonesa se mobilizaram para ajudar os sobreviventes com clínicas móveis, anunciou a Federação Internacional da Cruz Vermelha, em Genebra.
Também chegavam ao Japão equipes internacionais, algumas das quais participaram recententemente das buscas por sobreviventes nas ruínas do terremoto de 22 de fevereiro em Christchurch, Nova Zelândia.
Os Estados Unidos, que têm cerca de 50.000 soldados estacionados no Japão, enviou dois porta-aviões à região para participar das operações de resgate.

ECONOMIA
■ A Toyota informou que suspendeu as operações de suas 12 fábricas japonesas para permitir que empregados e fornecedores se preocupem com a segurança de suas famílias. A empresa deve decidir apenas na segunda-feira quando retomará suas atividades. A Honda suspendeu a produção em quatro de cinco fábricas. A Nissan suspendeu a produção nas seis unidades no país e está avaliando os danos às suas instalações e equipamentos.
■ Entre os fabricantes de eletrônicos, a Sony interrompeu as operações em seis fábricas de componentes, como baterias, chips e smart cards nas províncias de Fukushima e Miyazaki. Em uma de suas fábricas em Miyagi, que produz fitas magnéticas e discos Blue-ray, todo o primeiro andar foi inundado, e os funcionários ficaram abrigados no segundo andar.
■ A Panasonic interrompeu todas as operações em várias plantas que produzem máquinas digitais, produtos de áudio e componentes eletrônicos. Toshiba e Asahi Kasei também fecharam várias fábricas.
■ A operadora Oriental Land decidiu fechar por 10 dias os parques temáticos da Disneylândia, em Tóquio, e a Disney Sea, nos arredores da capital, para avaliar os danos em ambos os locais.

A INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA JAPONESA ESTÁ PARALISADA.
Na quarta-feira (16), cinco dias após o terremoto e o tsunami que abalaram o Japão, todas as fábricas das maiores montadoras de automóveis (Toyota, Nissan e Honda) ainda estavam fechadas, inclusive aquelas que não haviam sido diretamente atingidas. A principal montadora do mundo, Toyota, estimou a produção perdida em 40 mil veículos. Na Honda, a produção foi interrompida, pelo menos até domingo (16 mil veículos).

PREJUÍZOS DE INTERRUPÇÃO DE PRODUÇÃO
Segundo os analistas do banco americano Goldman Sachs, as consequências financeiras chegam 26 milhões de dólares por dia de interrupção para a Nissan e a Honda. Para a Toyota, a conta seria três vezes maior

As fábricas poderão retomar sua produção nos próximos dias, mas certamente não por muito tempo, pois embora as instalações não tenham sido destruídas, foi a rede de fabricantes de equipamentos e de seus fornecedores que sofreu. Sem contar a dificuldade para transportar essas peças dentro de um país onde a logística agora está totalmente desorganizada. A rede de fornecedores está verdadeiramente devastada.

As montadoras japonesas devem observar um desafio triplo: retomar a produção apesar dos cortes de energia, abastecer-se junto a empresas terceirizadas apesar do estado das estradas, enviar os modelos para o exterior, sabendo que os portos da costa oriental estão inacessíveis, explica Yann Lacroix, diretor de estudos setoriais na seguradora Euler Hermès.

O Japão é o segundo maior exportador mundial de veículos, atrás da Alemanha. Mais de um em cada dez carros no mundo sai das fábricas japonesas. Em 2010, as exportações do setor (carros e peças avulsas) representaram US$ 130 bilhões (R$ 217 bilhões). Mais de 8 milhões de veículos foram fabricados no Japão, e metade da produção foi exportada para os Estados Unidos.

IMPACTO ECONÔMICO DE DESASTRE NO JAPÃO
O impacto econômico direto será de US$ 125 a US$ 200 bilhões ( 3 a 4% do PIB), resultando em uma contração do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, mas o investimento na reconstrução do país deve gerar uma forte retomada. Estima-se que a reconstrução da região demorará cinco anos. A região nordeste participa no PIB do país com 6 a 8% ( 400 bilhões de dólares). O prejuízo do terremoto equivale a 50% do PIB da região nordeste.
O desastre já está prejudicando a rede manufatureira mundial, afetando especialmente as empresas de tecnologia. O Japão é responsável por um quinto da produção mundial de semicondutores.

PREJUÍZOS DAS SEGURADORAS
Estima-se até 60 milhões de dólares sem incluir a perda da usina nuclear e descontaminação. A perda da usina nuclear poderá chegar a 38 bilhões de dólares (reconstrução)

Fontes: UOL Noticias, BBC News, Kyodo News, The New York Times, 11 de março a 16 de março de 2001
Vídeo:
Momento do terremoto- supermercado
Vídeo(1)
Porto de Miyako, em Iwate. Cidade de Kamaishi
Vídeo(2)
Em algumas cidades ou vilarejos costeiros o tsunami atingiu de 10 a 17 m de altura.
Vídeo(3)

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posted by ACCA@2:55 PM