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segunda-feira, junho 21, 2010

Poluição já responde por 8% das mortes por câncer de pulmão em SP

A poluição já é responsável por 8% das mortes por câncer de pulmão na cidade de São Paulo e, cada 100 crianças internadas com pneumonia na rede hospitalar, 15% são vítimas da má qualidade do ar na cidade.
Os dados foram apresentados pelo patologista Paulo Saldiva, do Laboratório de Poluição Atmosférica, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Foto: poluição registrada na Zona Sul na tarde de segunda-feira (21 de junho de 2010)

POLUIÇÃO MATA SILENCIOSAMENTE
Por ano, de acordo com Saldiva, a poluição mata 4 mil pessoas por ano na capital paulista - cinco vezes mais do que doenças como a Aids, por exemplo.
Segundo dados da Fundação Seade, o número de mortes por câncer de pulmão traquéia e brônquios na capital paulista aumentou 7,4% entre 2006 e 2007, vitimando 1.644 pessoas.

DROGA CHAMADA PETRÓLEO
- A doença de São Paulo é a dependência física de uma droga chamada petróleo. E infelizmente, nesses casos, é o fator econômico que mais conta. O que talvez explique os fatos das autoridades não tomarem providências, mesmo com tantos estudos já produzidos sobre a poluição do ar - diz Saldiva.

MORTES
Das mortes decorrentes dos efeitos da poluição no organismo, segundo Saldiva,
■ 70% são de doenças cardiológicas,
■ 25% de doenças respiratórias e
■ 5% de câncer (neoplasia).
■ No caso de doenças do coração, a poluição é responsável pela morte de 10% das vítimas.

Segundo o patologista, somente a USP já produziu 6.704 trabalhos sobre o assunto. Ele participou de uma convenção mundial de médicos em Copenhagen, na Dinamarca, e a conclusão foi que a poluição do ar e o aquecimento global serão o maior problema de saúde pública no mundo no século XXI.

DADOS CONCRETOS
A administração pública confirma os números. Segundo Vera Lúcia Allegro, da Secretaria Municipal de Saúde;
■ pessoas que moram a até 100 metros de avenidas de grande movimento respondem por um maior número de internações decorrentes de problemas cardiorrespiratórios.
■ crianças e idosos são os que mais sofrem, principalmente nos dias mais secos, quando a poluição aumenta.

O MOVIMENTO NOSSA SÃO PAULO DIVULGOU PESQUISA MOSTRANDO;
■ que o paulistano gasta em média 2 horas e 43 minutos por dia para se locomover na cidade, seja de carro, ônibus ou trem. Em relação a 2008, o tempo perdido aumentou 13 minutos.
■ 71% dos entrevistados disseram que o trânsito é péssimo ou ruim,
■ 78% afirmam que só aceitariam deixar o carro em casa se houvesse uma boa alternativa de transporte público.
■ Para se ter uma idéia, de zero a 10, a nota para o serviço prestado pelos ônibus, no quesito lotação e tempo de espera, não passa de 2.

- Com um maior tempo perdido no trânsito, as pessoas ficam cada vez mais expostas à poluição gerada pelos congestionamentos - diz Maurício Broinizi, do Movimento Nossa São Paulo.

PREJUIZO
O prejuízo é também financeiro. De acordo com estudo da Fundação Getúlio Vargas, São Paulo deixa de produzir R$ 26,8 bilhões por ano em riquezas por conta dos congestionamentos.

Fonte: Globo Online – 21 de setembro de 2009

Comentário:
Desde a semana passada, 14 de junho de 2010, a cidade de São Paulo está com a umidade de ar variando de 10% a 30%.
Essa condição de tempo dificulta a dispersão de poluentes, o que piora a qualidade do ar em São Paulo. O índice de umidade ideal para a saúde da população é acima de 60%. Quando a umidade fica entre 20% e 30%, a Defesa Civil do município decreta estado de atenção. Entre 12% e 20%, o estado é de alerta. Abaixo de 12%, estado de emergência. Essa última é a condição climática típica de desertos.
As indústrias têm de tomar cuidado com a baixa umidade, pois um fator importante na geração de eletricidade estática é a umidade, pois quanto mais seco estiver o ar, mais facilmente a carga se desenvolve.

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posted by ACCA@4:12 PM